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Características Antropométricas da Cabeça e Orelha Esquerda

6. DISCUSSÕES E RESULTADOS

6.2. Características Antropométricas da Cabeça e Orelha Esquerda

Os dados relativos às variáveis antropométricas referentes aos 254 trabalhadores (Anexo IV), avaliados através de três variáveis, sendo uma altura e duas larguras, são apresentados em tabelas de dados estatísticos como: número de trabalhadores, intervalo de medida, desvio padrão e coeficiente de variação.

A distribuição da amostra foi apresentada em tabelas que dividem os resultados em dois grupos masculino e feminino, com seus respectivos dados e percentuais. Bem como a tabela de freqüência, conhecida como tabela de Burt (Anexo III), a qual possibilita analisar os dados através de uma técnica descritiva e exploratória.

As medidas HH, AO e LO (largura da cabeça, altura de orelha e largura de orelha) encontradas destes usuários foram separadas em 6 intervalos iguais, iniciando no valor mínimo e terminando em valores maiores que o máximo das medidas, conforme o gráfico da figura 6.5 e tabela 6.5.

Tabela 6.5: Distribuição dos intervalos por medida (mm).

HH LO AO 1 117.6 à 126.3 21.50 a 25.63 40.40 a 46.85 2 126.4 à 135.0 25.64 a 29.75 46.86 a 53.31 3 135.1 à 143.9 29.76 a 33.88 53.32 a 59.77 4 144.0 à 152.6 33.89 a 38.01 59.78 a 66.23 5 152.7 à 161.5 38.02 a 42.14 66.24 a 72.69 6 161.6 à 170.4 42.15 a 46.27 72.70 a 79.16

Para amostra total de trabalhadores (figura 6.5), observou-se concordância com os estudos de Kalcioglu (2003), para a medida LO (largura da orelha), cujo resultado encontrado foi de (28,10mm e 27,10mm), que correspondem ao intervalo dois para homens e mulheres, respectivamente. No entanto, a Norma Ansi S12.6/1997 com (37mm) apresenta medida maior, quando comparada aos demais estudos e menor em relação a este estudo, porém Aiello (2002) com (45mm) apresenta resultado concordante com esta pesquisa, ou seja, resultado de medida maior quanto aos demais.

Figura 6.5: Medidas antropométricas HH, AO e LO (mm).

Intervalos das medidas antropométricas - 254 trabalhadores

0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 140.0 160.0 180.0 1 117.6 21.50 40.40 2 126.4 25.64 46.86 3 135.1 29.76 53.32 4 144.0 33.89 59.78 5 152.7 38.02 66.24 6 161.6 42.15 72.70 7 170.4 46.27 79.16 HH LO AO

Quanto à medida AO (altura da orelha) da amostra, os valores dos achados dos estudos de Aiello (2002) (61mm), Fukuda e Yamada (1978) (55mm a 65mm), Brucker

(2003) (63mm) e a Norma Ansi S12.6/1997 (66mm) situam-se no intervalo quatro. Neste

estudo os intervalos cinco e seis apresentam valores maiores em relação aos demais. Observa-se que existe uma variabilidade das características antropométricas deste estudo em relação à literatura internacional. Para os 254 trabalhadores a medida HH (largura da cabeça), intervalo seis, nenhum estudo apresentou valores iguais ou superiores a este, no entanto Brandolt (2001) com (155,8mm) e a norma alemã DIN 33402 (159mm) para mulheres e (167mm) para homens foi o que mais se aproximou; sendo que os demais estudos ficaram distribuídos ao longo dos intervalos, é fato que Simões (2003) apresentou valores de medidas (116mm) inferior ao intervalo um, enquanto a medida máxima (160mm) se situou no intervalo cinco deste estudo. No que se refere a LO (largura da orelha), nenhum estudo atingiu os resultados que foi encontrado no intervalo seis e nem na faixa mínima do intervalo um (40,4mm). Isso revela que a população desta amostra apresenta medida diversificada.

Os valores abaixo permitem caracterizar o perfil antropométrico do grupo feminino e masculino de cabeça e orelha dos usuários de protetores tipo concha. De acordo tabela 6.6 verifica-se os perfis antropométricos de cabeça e orelha do total de trabalhadores pesquisados (254 trabalhadores).

Tabela 6.6: Tratamento descritivo da população total (mm).

MASCULINO=214 FEMININO=40 MEDIDAS (mm) HH LO AO HH LO AO Média 143.36 31.09 55.27 137.54 31.12 52.65 Desvio Padrão 8.72 4.21 6.25 8.15 3.73 7.16 Coeficiente de Variação 0.06 0.14 0.11 0.06 0.12 0.14 Mínino 118.50 21.50 42.13 117.60 24.70 40.40 Máximo 169.40 42.80 76.50 157.50 45.60 72.50 Percentis 10 132.56 25.50 46.95 128.05 26.79 44.18 Percentis 60 145.08 32.3 56.46 140.66 31.94 54.52 Percentis 95 158.78 38.16 66.22 151.06 35.41 60.45

Na tabela 6.6 observa-se para a medida HH (largura da cabeça) uma diferença entre os valores mínimos e máximos de 51,8mm, para LO 24,1mm e para AO de 36,1mm, fato significante que trata das dimensões humanas o qual merece atenção por parte da engenharia de protetores auditivos tipo concha e também da própria normatização. A escala de largura da cabeça no percentil 95, segundo Grandjean (1998) 6,22mm para homens e 3,91mm para mulheres maior que a dimensão da população estudada e muito mais representativo é a referência da norma Alemã DIN 33042 (1981)

com largura maiores de 8,22mm homens e 7,91mm mulheres. De acordo com estes verifica-se uma grande variabilidade das dimensões e nestas circunstâncias, há necessidade de se definir a natureza da população a que se pretende servir.

As grandezas antropométricas foram analisadas descritivamente

determinando os valores mínimos, máximos, médias, desvio padrão e coeficiente de variação conforme estão descritos na tabela 6.6.

6.2.1 Variáveis antropométricas da cabeça e orelha do grupo feminino

As medidas encontradas para a largura da cabeça (HH) foram de 117,6mm até 157,5mm, quando comparado aos estudos de Simões (2003), respectivamente, 124,99mm até 155mm, verificaram-se diferenças inferiores de 7,3mm para este estudo na medida mínima e de 2,5mm superior a medida máxima.

Apresentando uma diferença de 6.46mm inferior a Aiello (2002), cuja média situou-se em (144mm). O mesmo ocorreu com a Norma Ansi 12.6/1997 que preconiza a média de 145mm ± 1mm cuja diferença foi mínima de 7,46mm. Comparando com a amostra brasileira, que foi 155.2mm ± 10.6mm Brandolt (2002), verificam-se médias inferiores de 17,66mm.

Na variável largura de orelha (LO), encontrou-se uma média de 31,12mm ± 3.73mm. A média desta variável foi inferior a média encontrada para os estudos de Farkas (1993), que foi de 33,5 ± 2.1mm com uma diferença de 2,38mm, o mesmo ocorreu para Hauspie, Susanne,(1985), cuja média foi de 31,60mm ± 0.37 com 0.48mm de diferença, porém a maior diferença foi com relação à Norma Ansi 12.6/1997 que variou 5.88mm, uma vez que o valor sugerido pela mesma é de 37mm.

Na variável altura de orelha (AO), a média foi de 52,65mm ± 7.16mm. Estes valores foram inferiores aos achados de Farkas 58.5mm ± 3.4mm com a diferença de 5,85mm, também para Hauspie, Susanne(1985) 5.86 ± 0.33mm com 5,95mm de diferença. As diferenças maiores ocorreram para Fukuda e Yamada (1978) em que verificaram-se diferenças inferiores de 14,6mm para este estudo na medida mínima e de 7,5, superior a medida máxima e para a Norma ANSI 12.6/1997 (66mm) contemplando a diferença de 13,35mm.

6.2.2 Variáveis antropométricas da cabeça e orelha do grupo masculino

As medidas encontradas para a largura da cabeça (HH) foram de 118,5mm até 169.4mm, quando comparado aos estudos de Simões (2003), respectivamente, 129.99mm até 160.00mm, verificaram-se diferenças inferiores de 11.49mm para este estudo na medida mínima e de 9,4mm superior a medida máxima.

Foi inferior a Aiello (2002), cuja média situou-se em (152mm) com diferença de 8.64mm. O mesmo ocorreu com a Norma ANSI 12.6/1997 que preconiza a média de 145mm ± 1mm cuja diferença foi de 1.64mm.

Na variável altura de orelha (AO), encontrou-se uma média de 55.27mm ± 6.25mm. A média desta variável foi inferior a média encontrada para os estudos de Farkas(1992), de 62.4 ± 3.7mm com uma diferença de 7.13mm; o mesmo ocorreu para Hauspie, Susanne,(1985), cuja média foi de 62.1mm ± 0.36 com 6.8mm de diferença. A Norma ANSI 12.6/1997 apresentou uma variabilidade maior com 10,73mm, uma vez que o valor sugerido pela mesma é de 66mm quando comparado a este estudo.

Na variável largura de orelha (LO), a média foi de 31.09mm ± 4.21mm. Estes valores foram inferiores aos achados de Farkas 35.4mm ± 2.2mm com a diferença de 4.31mm e para Kalcioglu e cols (2003), cuja média encontrada foi de 28.1mm apresentando uma diferença de 2.99mm superior. As diferenças foram maiores para os achados de Hauspie, Susanne (1985) 33,9mm ± 0.36mm com 2.81mm de diferença. Para a Norma Ansi12.6/1997 (37mm) contemplando a diferença de 5.91 superior.

Analisada a questão das medidas antropométricas com os modelos de protetores auditivos, verificou-se de acordo com a tabela 6.5, maior concentração de usuários de protetores do modelo B, seguido do C e por último o modelo D, o que revela preferência ao modelo B.

A fabricação de protetores auditivos em perfis diferenciados é um problema de ordem econômica, pois os custos de produção poderiam aumentar devido á fabricação de formas diferenciadas. Entretanto, a oferta de perfis diferenciados proporcionaria uma adaptação mais apropriada e uma abrangência maior da população. Na tabela (6.5 e 19) intervalo de medida da cabeça e orelha, verifica-se que três perfis (intervalos 3 4 e 2) adaptaria no máximo 83% para as variáveis da orelha e 85.32% para a cabeça. É uma forma do trabalhador ter mais opções de adaptação, atenuação e conforto.

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