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Características da superfície e formato do canal radicular

4 Material e Método

5.3 Análise Histológica

5.3.2 Características da superfície e formato do canal radicular

Os resultados referentes às características de superfície e formato do canal radicular encontram-se expressos na Tabela 10.

Tabela 10 – Características da superfície e formato do canal radicular

Características Terço Médio nºamostras Terço Apical nºamostras Formato regular 1 3 Formato irregular 9 7 Parede lisa 0 1 Parede parcialmente lisa 9 8

Parede parcialmente rugosa

1 1

A superfície e o formato do canal radicular, após o preparo biomecânico, foram avaliados qualitativamente no terço médio e apical do canal radicular.

A Tabela 10 mostra que, no terço médio, nove amostras demonstraram superfície parcialmente lisa (Figura 29) e uma amostra demonstrou superfície parcialmente rugosa (Figura 30). Em nenhuma das amostras foi observada superfície rugosa ou lisa. Em relação ao formato, nove amostras demonstraram formato irregular (Figura 31) e uma demonstrou formato regular (Figura 32). No terço apical, uma amostra demonstrou superfície parcialmente rugosa (Figura 33), uma demonstrou superfície lisa (Figura 34) e oito amostras demonstraram superfície parcialmente lisa (Figura 35). Em nenhuma das amostras foi observada superfície rugosa. Em relação ao formato, sete amostras demonstraram formato irregular (Figura 36) e três demonstraram formato regular (Figura 37).

5.3.3) Presença de resíduos no canal radicular

Os resultados referentes à presença de resíduos no canal radicular encontram-se expressos nas Tabelas 11 e 12.

Tabela 11 - Porcentagem de resíduos encontrados no terço médio e

apical do canal radicular

Terço do canal Porcentagem de limpeza MÉDIO APICAL Mínimo 1% 0% Máximo 25% 100% Valor médio 9% 18%

Tabela 12 - Estatísticas descritivas de porcentagens de resíduos

observadas após a instrumentação

Estatística Terço Médio Apical Mínimo 5,8 1,8 Máximo 18,4 50,8 Média 9,5 18,5 Wilcoxon (p) 0,074*

* não significativo ao nível de 5%

A contagem de resíduos encontrados nos quadros da grade quadriculada, sobreposta às imagens pré e pós-operatórias, permitiram avaliar a limpeza do canal radicular após o preparo biomecânico. A Tabela 11 mostra melhores resultados para o terço médio (Figura 38), com 9% de presença de resíduos, do que para o terço apical. No terço médio, a presença de resíduos variou entre 1 e 25%. No terço apical, a remoção de resíduos foi menor, encontrando-se 18% de resíduos na luz do canal radicular. Neste terço, a presença de resíduos variou entre 0% (Figura 28) e 100% (Figura 39).

A capacidade de remoção de resíduos da luz do canal radicular promovida pela instrumentação em cada dente foi estabelecida pela média de porcentagens de resíduos observadas nos cinco cortes desse dente. Estatísticas descritivas dos valores obtidos nos dez dentes são mostradas na Tabela 12. O teste de Wilcoxon não identificou diferença significante entre as porcentagens de resíduos observadas nos terços médio e apical.

6 Discussão

Antes de discutirmos as questões de ordem metodológica, algumas considerações teóricas se fazem necessárias.

É importante deixar claro nesta pesquisa o que se entende por método de estudo. O método de estudo abrange desde a escolha do tipo de dente, grau de curvatura da raiz, diâmetro inicial do canal, incluindo o meio de avaliação empregado para a análise do resultado obtido, passando pelo tipo de instrumento utilizado e pela seleção dos aspectos de desempenho a serem avaliados como desvio, ação sobre as paredes dentinárias, deslocamento e ampliação do volume do canal radicular, presença de resíduos e característica da superfície da parede do canal radicular.

Retomando brevemente o contexto em que nossa problemática de pesquisa se insere, convém ressaltar que a literatura científica tem nos mostrado que um grande número de estudos tem sido realizado a fim de avaliar as diferentes fases que compõem o tratamento endodôntico. Dentro da fase de preparo biomecânico, vários fatores que podem influenciá-la são estudados, como por exemplo, a anatomia dos canais radiculares, dando-se destaque para as curvaturas apicais não apenas no sentido mésio-distal, mas também no sentido vestíbulo-lingual (Cunninghan, Senia24, 1992), bem como a dureza dentinária (Southard et al.101, 1987). Destaca-se, portanto, que a fase de instrumentação é de fundamental importância para o sucesso do tratamento endodôntico79.

Para Leonardo, Leal61 (1998),

O preparo biomecânico consiste em se procurar obter um acesso direto e franco às proximidades da união Cemento-Dentina-Canal (limite CDC), preparando-se a seguir o canal dentinário,

“campo de ação do endodontista”, através da limpeza químico/mecânica e, ao mesmo tempo, atribuindo-lhe uma conformação cônica com o objetivo de receber uma fácil e perfeita obturação.

O preparo biomecânico é feito baseando-se no princípio “Cleaning & Shaping” (Shilder98, 1974), ou seja, na limpeza e modelagem do canal radicular e para que esse princípio seja alcançado é preciso lançar mão de instrumentos e de uma seqüência técnica adequados. Desta forma, constantes modificações são feitas como, por exemplo, o preparo por meio do escalonamento (Clem20, 1969; Weine118, 1975), o acesso radicular, o preparo no sentido ápice-coroa (Goerig et al.36, 1982) e o emprego de instrumentos rotatórios de NiTi (Abou-Rass1, 1996).

Toda essa evolução tem sido analisada por inúmeros autores por meio de diferentes metodologias. Os resultados diferem entre si. No que diz respeito ao Sistema Race encontramos, dentre outros, nove artigos científicos dos quais três avaliaram a capacidade de limpeza93,

100,127

e sete avaliaram capacidade de preparo3, 41, 50, 66, 86, 97,125 do canal radicular deste sistema rotatório. Convém lembrar que há autores que avaliam mais do que um aspecto no mesmo estudo.

Os três estudos que avaliaram a limpeza obtiveram resultados próximos, ou seja, mostraram que nenhuma das técnicas de preparo proporcionou completa limpeza do canal radicular, apesar dessas avaliações terem sido feitas por métodos diferentes. Em duas delas93,127 a análise da limpeza foi realizada por meio da microscopia eletrônica de varredura. Na outra100, a análise foi realizada pela quantidade de remanescente de tinta nanquim sobre as paredes dentinárias. Apenas em

dois estudos93, 100 o sistema Race apresentou resultados satisfatórios quanto à capacidade de limpeza.

Em relação aos sete estudos que avaliaram a capacidade de preparo do canal radicular com este sistema rotatório, há dois estudos que avaliaram o tempo gasto para o preparo, comparando o sistema Race ao sistema Protaper. Em um deles, o sistema Race foi o que possibilitou o preparo mais rápido97e, no outro, o sistema Race demonstrou o preparo significativamente mais demorado75. Desta forma, apontamos um exemplo de estudos que avaliam o mesmo aspecto e obtêm resultados divergentes.

Dentre os sete estudos citados acima, cinco41, 50, 66, 97,125 apresentaram resultados positivos e semelhantes, enquanto dois3, 86 não mostraram resultados adequados quanto à capacidade de preparo do canal radicular.

Esses resultados confirmam que os métodos de estudos empregados nas pesquisas para avaliação desses sistemas variam entre si, o que pode impedir uma comparação mais precisa entre os resultados obtidos com o emprego dos diferentes sistemas, mesmo que sejam empregados os mesmos sistemas rotatórios.

Considerando-se essa questão, a presente pesquisa foi feita com o objetivo de verificar se ao avaliar determinado sistema rotatório, por meio de diferentes métodos de estudo, é possível obter resultados próximos ou diferentes entre si, no que diz respeito ao desempenho dos instrumentos.

6.1 Do Material e Método

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