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Características das plantas utilizadas nos ensaios de atividade fitotóxica

As plantas descritas a seguir foram escolhidas pela importância econômica e pela aquisição das sementes, que foram obtidas de fonte comercial ou coletadas no Campus Universitário (apenas A. hibridus). Foram utilizadas seis espécies, sendo três dicotiledônea (Amaranthus hybridus, Cucumis

sativus e Ipomoea grandifolia) e três monocotiledôneas (Brachiaria

decumbens, Eleucine indica e Sorghum bicolor).

Amaranthus hybridus L. ou caruru roxo

O gênero Amaranthus possui cerca de 60 espécies; algumas são invasoras competindo com as culturas, como Amaranthus hybridus (Figura 1.5). Esta espécie é conhecida como caruru ou caruru-roxo, uma planta daninha, cujo centro de origem é o continente americano, do Canadá até a Argentina, com presença também na África, Ásia e Oceania. No Brasil, ocorre em todos os Estados, com maior concentração em regiões agrícolas (ZANATTA et al., 2008).

Figura 1.5. Amaranthus hybridus, plântula (A) e inflorescência (B).

Várias espécies no gênero Amaranthus são ervas daninhas em culturas de todo o mundo e alguns biótipos desenvolveram resistência a herbicidas. Amaranthus palmeri é um exemplar que desenvolveu resistência ao glifosato e foi identificado na Geórgia (ORTIZ-RIBBING e WILLIAMS, 2006).

Cucumis sativus ou pepino

O Cucumis sativus L., Figura 1.6, pertence à família das curcubitáceas. O seu centro de origem é a Índia, sendo posteriormente levado para a China, Filipinas e Ilhas Formosas (REIS et al., 2006).

Figura 1.6. Planta de Cucumis sativus com inflorescência e fruto.

É uma hortaliça de clima tropical, cuja importância na comercialização de hortaliças tem aumentado, sendo muito apreciado e consumido em todo o Brasil, destacando-se o Estado de Santa Catarina como maior produtor nacional (RESENDE et al., 2003; CANIZARES et al., 2004; CARDOSO, 2006).

Ipomoea sp. ou corda-de-viola

As espécies Ipomoea grandifolia (Figura 1.7) I. hederifolia, I. quamoclit e I. nilpertencem à família Convolvulaceae, popularmente conhecidas como corda-de-viola e campainha. Essas plantas são apreciadas como ornamentais por apresentarem flores vistosas e intensamente coloridas. Entretanto, essas plantas tornaram-se importantes infestantes em diferentes culturas (AZANIA et al., 2003).

Figura 1.7. Ipomoea sp, plântula (A) e inflorescência (B).

Planta anual da família Convolvulaceae, originária do Continente americano, herbácea, trepadeira, podendo atingir até 3 m de comprimento. Adapta-se a qualquer tipo de solo, com ou sem insolação. Encontrada em todas as regiões do Brasil, com mais de 140 espécies distribuídas por todo país. Forte competidora com culturas anuais, é extremamente agressiva, seu

ciclo biológico é longo, terminando após a maturação das culturas, o que tende a criar problemas na colheita, pois seus ramos se fixam aos colmos da cultura, causam o embuchamento das colhedoras, dificultando a colheita. (LABONIA et al., 2009; EMBRAPA MILHO E SORGO, 2010a).

As plantas da família Convolvulaceae destacam-se por produzir um número considerável de sementes, cerca de 50 a 300 por planta. Sementes de plantas de Ipomoea apresentam dormência característica que promove a emergência em diferentes fluxos, dificultando o controle das diferentes espécies. Após serem liberadas pelas plantas, as sementes entram em contato com o solo e somente um percentual delas germina prontamente; as demais vão germinando aleatoriamente ao longo do tempo (AZANIA et al., 2009).

Brachiaria decumbens ou braquiária

As gramíneas do gênero Brachiaria envolvem as principais espécies forrageiras cultivadas no Cerrado brasileiro, onde predominam solos arenosos, de baixa fertilidade e, muitas vezes, pouco recomendados para culturas, por exigirem pesadas adubações química ou orgânica. Estas espécies possuem grande capacidade de produção de matéria seca, com bom crescimento durante a maior parte do ano, inclusive, no período seco, apresentam poucos problemas de doenças, adaptabilidade a vários tipos de solos. A Brachiaria decumbens (Figura 1.8) é originária do Continente Africano, destaca-se entre as demais pelo elevado valor nutritivo e aceitabilidade pelo gado (CASTRO et al., 1996).

Figura 1.8. Brachiaria decumbens, planta (A) e inflorescência (B).

B. decumbens é a mais rústicas de todas as braquiárias, adaptando-

se a todos os tipos de solo e regiões do Brasil. Com alta resistência à seca, tolera também terrenos cascalhados, com boa adaptação desde solos de cerrados até os litorâneos. Possui bom poder de rebrota, sendo muito agressiva na época de maior vegetação. Foi a primeira braquiária a entrar no Brasil, cuja primeira importação se deu por volta de 1970, sendo considerada a rainha das braquiárias por ter alavancado o sucesso da pecuária brasileira (ARAUCÁRIA SEMENTES, 2010a).

O setor florestal tem se expandido em áreas de cerrado, as quais eram anteriormente ocupadas por pastagens, especialmente de B.

decumbens. Essa planta, devido à sua elevada agressividade e difícil

controle, vem-se tornando uma das infestantes mais problemáticas nos plantios comerciais de Eucalyptus sp. e Pinus sp. O manejo dessas plantas daninhas em reflorestamentos, nas diversas etapas do seu processo produtivo, é realizado, basicamente, pelo emprego de métodos mecânicos e químicos (TOLEDO et al., 1999; TOLEDO et al., 2003).

Eleusine indica ou capim pé-de-galinha

Eleucine indica, Figura 1.9, é uma planta anual da família Gramineae,

esta espécie introduzida na América, de origem indefinida, provavelmente a Ásia, de onde foi distribuída pelo mundo, herbácea, com altura variando de 30 a 70 cm, reprodução por semente. Possui capacidade de se desenvolver em qualquer tipo de solo, de preferência, em locais com elevadas temperaturas e umidade (EMBRAPA MILHO E SORGO, 2010b).

Figura 1.9. Eleusine indica, plântula (A) e inflorescência (B).

E. indica destaca-se em relação às demais espécies em condições de solo compactado, com baixa fertilidade e elevada acidez. Pode ser encontrada em quase todas as regiões do país, é uma espécie daninha comum no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Controla a erosão em solos não cultivados, pode ser usada para a alimentação de animais, mas é hospedeira de agentes patogênicos que atacam diversas cultivares (VIDAL

et al., 2006; EMBRAPA MILHO E SORGO, 2010b).

Já foram detectados, no mundo, biótipos de E. indica resistentes aos herbicidas com os seguintes mecanismos de ação: inibidores de mitose, inibidores de ALS, inibidores de ACCase, inibidores do fotossistema I e inibidores de EPSPS (VIDAL et al., 2006).

Sorghum bicolor ou sorgo forrageiro

O Sorghum bicolor , Figura 1.10, é uma planta adaptada ao processo de ensilagem, devido às suas características fenotípicas que determinam facilidade de plantio, manejo, colheita e armazenamento (NEUMANN et al., 2002). Planta típica de clima quente, de características xerófilas que, além da sua baixa exigência em termos de riqueza mineral do solo, apresenta tolerância/resistência aos fatores abióticos, tais como estresse hídrico, salinidade e encharcamento. A lavoura de sorgo vem ganhando destaque nos últimos anos, principalmente em regiões onde os períodos de estiagem ocorrem com frequência, limitando a produção de forragens (SOUZA et al., 2007).

Figura 1.10. Sorghum bicolor, planta (A) e inflorescência (B).

O sorgo forrageiro é uma gramínea rústica, resistente à seca e ao acamamento, de rápido crescimento, suporta seca prolongada, é uma opção de forrageira com possibilidade de rebrotas (2 ou mais), podendo ainda ser usado como planta de cobertura na entressafra e empregado em pastejo direto pelos animais. Para manejo e posterior implantação de cultivos comerciais, é recomendável dessecá-lo com herbicidas (ARAUCÁRIA SEMENTES, 2010b).

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