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Segundo CECCA (1997), a cidade de Florianópolis, Capital do Estado de Santa Catarina, tem a maior parte de seu território situada na porção insular da Ilha de Santa Catarina. Ilha esta situada entre as latitudes 27º 22’ e 27º 50’ S e 48°20 e 48°35 W, possui uma área de aproximadamente 423km² e direção geral NE-NE-SW. Está separada do continente pôr um canal de aproximadamente 500 m de largura, canal este que liga as duas baías: norte e sul.

Figura 4.1.1: Localização geográfica da Ilha de Santa Catarina, com destaque para o Distrito sede. (Adaptado de IPUF, 2001)

A configuração geográfica da Ilha de Santa Catarina, como uma extensão dos grandes traços geológicos continentais, permitiu classificá-la como Ilha continental. Seu relevo é caracterizado pela associação de duas unidades geológicas maiores: a elevações dos maciços rochosos, que compõem o embasamento cristalino e as áreas planas de sedimentação, delineando, respectivamente as denominadas serras litorâneas e planícies costeiras, unidades geomorfológicas que caracterizam a paisagem ilhoa (CECCA; 1997. p 15).

“As serras litorâneas em geral apresentam aspectos de crista, devido á sua posição alongada e ao acentuado declive das encostas. A Ilha é atravessada em toda a sua extensão pôr uma dorsal central orientada NNE e SSW, cujos os divisores de água separam as pequenas bacias fluviais e planícies costeiras. Esta dorsal ramifica-se lateralmente em esporões que se prolongam submersos ou emergem na forma de ilhas”.

Podemos distinguir dois espaços desta dorsal central no território ilhéu. Um setor centro-norte, mais extenso na área central e diminuindo em direção ao Norte, com uma altitude máxima de 493m no morro da Costa da Lagoa. O outro, ao Sul, separado do setor central pelas planícies entremares, onde foi construído o aeroporto Hercílio Luz, atingindo 540m no morro do Ribeirão. Seus topos são angulosos e as encostas apresentam declividades acentuadas, chegando a mais de 45º, delicadamente drenadas através de vales em forma de “V”, geralmente encaixados e pouco profundos (CECCA; 1997).

As planícies costeiras são formadas pela deposição de sedimentos marinhos e fluviomarinhos, representando os terrenos mais recentes na escala geológica. A formação dessas planícies está associada às oscilações do nível do mar durante o período Quaternário. Na Ilha de Santa Catarina distinguem-se três ambientes de planícies costeiras, de acordo com o nível de energia ambiental a que estão sujeitos: o Setor Leste submetido á atuação das ondas e ventos de alta energia provenientes do quadrante Sul; o Setor Oeste compreendendo as águas protegidas das baías norte e sul; e o Litoral Norte, de nível energético intermediário, que é atingido pelos ventos e ondulações oriundas do quadrante norte e protegido dos ventos do Sul pelas elevações da dorsal central (figura 4.1.2).

Figura 4.1.2: Vista aérea das planícies costeiras do setor Leste da Ilha de Santa Catarina. IPUF 2001. Citando a Agenda 21 Local ( PMF, p. 26):

“Quanto à geomorfologia e ao relevo, predominam as planícies litorâneas, com representações das serras do leste catarinense, onde a hipsometria do município fica quase que exclusivamente dentro da faixa de zero metro até 200 metros, embora apareçam pontos mais altos, como o do morro do Ribeirão da Ilha, com seu 532 metros de altitude.”

Com relação ao clima , a Ilha de Santa Catarina possui clima ameno, e pode ser classificado como:

“ mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes e temperaturas médias anual de 20,3°C. Registra uma precipitação total anual média de 1.405 mm, ocorrendo a distribuição da chuva durante todo ao ano, sendo os menores índices em junho, julho e agosto; com o norte da Ilha de Santa Catarina apresentando o menor número de dias de chuva anual, entre 110 e 180 dias.” ( Agenda 21 Local, 2000 p 24).

A hidrografia da Ilha é rica e consistente, apresentando um total de seis bacias hidrográficas: Ratones, Saco Grande, Lagoa da Conceição, Itacorubi, Rio Tavares e Lagoa do Peri. Essas bacias apresentam grande números de rios e ribeirões do quais destacamos: os rios

Praia dos Ingleses Praia do Santinho

dos Naufragados, das Pacas, do Peri, Tavares, Itacorubi, do Sertão e Ratones entre outros e os ribeirões Vargem Pequena, Valdik, do Porto e Sertão da Fazenda. Ainda sobre sua hidrografia a Agenda 21 Local ( PMF, 2000, p 25) acrescenta:

“A formação lacustre tem a Lagoa da Conceição, com área de 19,71 Km², contendo água salobra, sendo uma das mais importante do litoral catarinense, por ser renomado ponto de atração turística. A Lagoa do Peri, com área de 5,15 Km², é um importante manancial de água doce. Destacam-se também, a Lagoa Pequena e a Lagoa da Chica, em Campeche, a Lagoinha do Leste, em Pântano do Sul, e a Lagoinha, em Ponta das Canas.”

A Ilha de Santa Catarina possui grande beleza cênica, apresentando também um diversidade de ecossistemas, dunas, lagoas e morros escarpados, sua orla é bastante recortada com aproximadamente 172 Km de extensão, ao longo dos quais encontramos cerca de 42 praias. Num contexto mais amplo, a Ilha de Santa Catarina faz parte de um arquipélago, com um conjunto de mais de 30 ilhotas circundando-a.

Já com relação a cobertura vegetal destacam-se as formações de Floresta Ombrófila Densa nas encostas, de Restingas nas planícies arenosas e de Manguezais nas planícies lodosas, que abrigam grande diversidade de elementos da flora e fauna silvestres.

Finalmente, o conjunto dessas características que tornam a Ilha um pólo de turismo, principal causa do acelerado crescimento urbano. Esse crescimento, associado à forma de ocupação em diversos núcleos independentes, são aspectos importantes na distribuição espacial dos equipamentos urbanos.