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4.2 Análise das plataformas utilizadas para colheita de feijão

4.2.1 Características gerais das plataformas

Em relação ao tipo de plataforma, não há dúvidas que as plataformas flexíveis são mais adequadas para a colheita de feijão. Porém, outro fator relevante é que muitas vezes uma plataforma pequena e rígida é capaz de copiar melhor o terreno que uma flexível com grande largura de corte. Isso explica o fato de que as plataformas rígidas existentes para a colheita de feijão são menores, e, analisando como um todo, observou-se que quanto maior a plataforma maior a flexibilidade. Isso deve ocorrer para que uma plataforma de grande porte possa ser capaz de copiar o terreno da mesma forma que uma de porte menor.

Dentre os desníveis que as plataformas flexíveis conseguem copiar, a que possui a menor flexibilidade consegue copiar terrenos com desníveis de até 100 mm. Já a que possui maior variação em sua flexibilidade é capaz de copiar até 200 mm de variação na altura do solo. Na média, a máxima variação possível que as plataformas do mercado conseguem copiar foi de 163 mm de desnível do solo. Como 75% dos modelos existentes no mercado são acima de 6 m de largura, é razoável que 80% das empresas ofereçam plataformas com barra de corte flexíveis, como pode ser observado na Figura 24

Figura 24 – Tipo de plataforma utilizada pelas empresas, quanto à flexibilidade da barra de corte

O número de seções do chassi torna-se mais importante à medida que aumenta o tamanho da plataforma. Essa opção de subdividir o sistema de corte e recolhimento diminui os riscos de fadiga dos materiais e facilita a manutenção e a

80% 20% 0% 20% 40% 60% 80% 100% flexivel rígida Tipo de plataforma

substituição de peças. Na colheita de feijão um chassi que possibilite uma inclinação de alguns graus para cada lado faz uma grande diferença na capacidade de contornar as ondulações do terreno em áreas com ondulações mais acentuadas, trazendo benefícios à colheita. Entre as plataformas que apresentam essa opção, o ângulo médio de movimento entre as seções do chassi é de 10 graus para cada lado. Na Figura 25 pode-se observar que, das empresas analisadas, 90% delas oferecem a opção de chassi inteiriço (possuem pelo menos uma plataforma com chassi inteiriço), enquanto apenas 40% das empresas possuem plataformas com chassi subdividido (possuem pelo menos uma plataforma com chassi subdivido em seções para comercialização).

Figura 25 – Empresas que oferecem plataformas com chassi inteiriço e subdividido

O sistema de flutuação lateral da plataforma permite que a mesma trabalhe em um plano diferente do plano das rodas da máquina. Assim a plataforma estará sempre no mesmo plano do solo onde é realizado o corte da cultura, independente do nivelamento do restante da máquina (parte motora e/ou trilha), podendo assim, trabalhar mais rente a ele. Foram adquiridos dados de flutuação lateral de doze modelos de plataformas de nove fabricantes diferentes. Observou-se que na empresa que apresentou menor ângulo de flutuação lateral, sua plataforma pode inclinar 3,6 graus para cada lado, totalizando 7,2 graus de amplitude total, a empresa que apresentou maior amplitude de flutuação apresentou 30 graus para cada lado. Porém, a maior parte das plataformas apresentou flutuação lateral entre 8 e 10 graus. Embora o aumento da largura de corte aumente as dificuldades de

90% 40% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

inteiriço por secões Chassi das plataformas

contornar a inclinação do terreno, não foi observada qualquer relação entre o ângulo de flutuação lateral e a largura de corte das máquinas.

O acoplamento mecânico é a parte que fixa a plataforma de corte à colhedora. Esse sistema é importante para que a plataforma possa ser facilmente acoplada a qualquer marca de colhedora, indicando certa padronização dos sistemas de acoplamento.

A Figura 26 mostra o resultado obtido da pesquisa com as plataformas existentes no mercado relacionado às questões de acoplamento da mesma à máquina. Observou-se que apenas três das dez empresas pesquisadas fabricam plataformas que são acopladas a outras colhedoras. Esses são fabricantes que produzem exclusivamente plataformas para serem adaptadas às colhedoras combinadas.

Figura 26 – Sistema de acoplamento da plataforma à máquina

Observou-se que os fabricantes consideram importante o uso de sistemas práticos e de fácil montagem/desmontagem do acoplamento hidráulico. Isso pode ser explicado pelo fato de todas as máquinas que usam esse sistema utilizarem engate rápido em suas conexões hidráulicas (Figura 27). Esse fato demonstra também que a plataforma de corte é uma seção bastante manipulada na colhedora, seja para fazer manutenção, ser substituída por outra, para se adaptar à cultura a ser colhida, ou para a utilização da máquina motora para outros fins, como é o caso das plataformas adaptadas ao trator. A figura mostra que dos dez fabricantes pesquisados apenas um deles não possui sistema de acoplamento hidráulico.

30% 70% 0% 20% 40% 60% 80% adaptável/qualquer colhedora exclusivo Acoplamento mecânico

Figura 27 – Relação dos acoplamentos hidráulicos presentes nas plataformas

Para que a plataforma possa acionar seus mecanismos, precisa receber potência de uma fonte externa, já que não possuem motor próprio.

Pela facilidade e rapidez no acoplamento, boa segurança, e possibilidade de compensar o desalinhamento entre eixos, preservando o movimento3

, o cardan oferece inúmeras vantagens, quando comparado ao sistema de correias. O resultado disso pode ser notado no gráfico da Figura 28 onde são apresentadas as formas de transmissão da potência para o acionamento principal da plataforma, sendo incluída nesse item, também, a forma de engate da potência. Dos fabricantes de máquinas, 90% deles utilizam cardan na transmissão da potência à plataforma. Observou-se que o sistema de transmissão por correia, que foi muito utilizado como acoplamento da potência da plataforma, está sendo substituído pelo cardan. Pois, apesar desse sistema ser muito eficiente e ainda estar presente na transmissão pelo canal alimentador, o acoplamento por eixo cardan é mais rápido, e possui as facilidades acima citadas.

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A variação angular do movimento em relação ao ângulo de desalinhamento entre os eixos é apresentada por: BAINER, R.; KEPNER, R. A.; BARGER, E. L.. Principles of farm machinery. New York. John Wiley & Sons 1965. 571 p. 90% 0% 10% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

engate rápido outro sistema não utiliza Acoplamento hidráulico

Figura 28 – Formas de transmissão de potência da máquina à plataforma

Dentre os sistemas de transmissão empregados pelas empresas nas plataformas pesquisadas, observou-se que prevalecem polias e correias e o eixo cardan, ambos utilizados por 90% das empresas (Figura 29). O sistema de polias e correias é muito utilizado provavelmente pela sua eficiência na transmissão, custo e pela opção de funcionar como um sistema de embreagem no caso de um embuchamento.

O eixo cardan é largamente empregado em lugares onde se faz necessária a compensação de pequenos desalinhamentos entre eixos, e pode haver frequentes acoplamentos/desacoplamentos entre os eixos, que é o caso da conexão da transmissão principal da plataforma à máquina.

Dos eixos cardan presentes nas plataformas, a grande maioria estão no sistema de acoplamento da mesma à máquina, sendo responsáveis pela transmissão principal da potência. Porém, há também uma pequena parcela que é utilizada em outros sistemas de transmissão na plataforma.

O sistema hidráulico é o terceiro mais utilizado pelas empresas no acionamento dos órgãos ativos da plataforma. Esse sistema vem tomando força nas máquinas atuais pela sua facilidade de regulagem e controle direto do posto do operador pelo operador da máquina ou por sistemas eletrônicos.

90% 0% 10% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

cardan correia outro Acionamento principal da plataforma

Figura 29 – Empresas que utilizam os correspondentes sistemas de transmissão nas plataformas

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