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Na Tabela 7 são apresentados os resultados das análises químicas do composto da poda de árvores e do pó químico, e que serão detalhadas em seguida.

Tabela 7 - Resultado das análises químicas dos tratamentos do composto

TRAT/REP (**) P (%) K (%) Ca (%) Mg (%) N (%) C (%) pH T1 R1 2,66 0,34 0,79 0,65 4,16 12,7 4,7 T2 R1 3,05 0,34 1,10 0,52 5,24 14,7 4,8 T3 R1 2,97 0,34 1,36 0,42 3,85 16,5 5,1 T4 R1 2,92 0,62 1,54 0,42 3,39 15,2 5,3 T5 R1 2,37 0,62 1,99 0,39 2,16 18,2 6,1 T1 R2 2,86 0,34 1,02 0,65 6,78 10,3 4,6 T2 R2 2,65 0,34 1,06 0,43 5,70 12,7 4,8 T3 R2 2,87 0,62 1,10 0,50 6,17 18,9 5,4 T4 R2 3,04 0,34 1,22 0,41 5,24 22,4 5,3 T5 R2 2,78 0,34 1,52 0,41 2,93 17,6 5,9 T1 R3 2,84 0,62 1,71 0,47 3,39 10,2 4,6 T2 R3 1,95 0,62 1,45 0,36 2,00 11,6 4,8 T3 R3 2,96 0,62 1,58 0,42 4,47 16,0 5,0 T4 R3 2,81 0,90 1,84 0,44 3,55 23,0 5,1 T5 R3 2,17 0,90 1,51 0,38 2,00 25,9 5,9 T1 R4 3,01 0,62 1,23 0,73 5,55 12,4 4,7 T2 R4 2,96 0,62 1,16 0,51 4,63 12,8 4,8 T3 R4 2,96 0,90 1,47 0,51 5,24 15,0 4,9 T4 R4 2,81 0,90 1,76 0,41 3,39 19,8 5,2 T5 R4 2,04 0,62 1,74 0,32 1,70 20,9 5,9

Análises realizadas de acordo com a metodologia descrita no manual de Análises de solos, Plantas e outros Materiais (Tedesco et al., 1995).

4.3.1 Relação C/N

A Tabela 8 apresenta a média dos resultados das análises químicas de Carbono e Nitrogênio do composto e a relação entre eles.

As porcentagens de nitrogênio presentes nos tratamentos o T1, T2 e T3 apresentaram os valores maiores com 4,97, 4,39 e 4,93%. As maiores médias para carbono foi o tratamento T5, com média de 20,65%.

A relação C/N neste estudo conforme apresentado na Tabela 8, variaram de 2,3 a 9,4/1, considerando valores afirmados por Valente et al. (2009) o fertilizante orgânico para ser comercializado deve apresentar as garantias como nitrogênio total no mínimo de 1% e relação C/N máximo de 18/1. Desta forma, observa-se que todos os tratamentos apresentaram quantidades satisfatórias para um fertilizante orgânico na relação C/N.

Para Junior e Magalhães (2010), trabalhando com o aproveitamento de resíduos de poda urbana para compostagem utilizando resíduos de várias espécies de árvores juntas, obtiveram após 15 semanas de experimento valores para N de 1,53% e C de 28,31 g.Kg-¹, resultando numa relação final C/N de 18/1. Os autores ainda citam as Instruções Normativas n° 23 de 31/08/2007 e n° 27 de 05/06/2006 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que prevêm um valor mínimo de 1% para o nitrogênio e uma relação C/N máxima de 18/1. Neste caso também os valores encontrados no composto de poda de árvores e pó químico estão adequados.

Tabela 8 - Média dos resultados das análises químicas Carbono e Nitrogênio do composto

Fonte: Laboratório de Solos e Plantas, UTFPR – Pato Branco (2013).

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Carvalho et al. (2002) trabalhando com resíduos de fábrica de celulose e biomassa, com duração de 120 dias, obteve resultados com relações C/N de 12/1 a

TRAT. N (%) C (%) C/N T1 4,9700 a 11,4000 b 2,3/1 T2 4,3925 a 12,9500 b 3/1 T3 4,9325 a 16,6000 ab 3,4/1 T4 3,8675 ab 20,1000 ab 5,2/1 T5 2,1975 b 20,6500 a 9,4/1 cv=19,57 cv=16,78

Análises realizadas de acordo com a metodologia descrita no manual de Análises de solos, Plantas e outros Materiais (Tedesco et al., 1995).

25/1, atendendo seus objetivos iniciais. Os autores citam que qualquer material compostado e humificado, deve ser de 8/1 a 12/1 porém, materiais com relação C/N de 18/1 ou um pouco maior já estão semicurados ou bioestabilizados, podendo ser utilizados como fertilizante orgânico sem risco de causar dano às plantas.

Considerando os resultados de Carvalho et al. (2002), Valente et al. (2009), Junior e Magalhães (2010), pode-se afirmar que o composto apresenta condições ideais quanto à relação C/N para ser utilizado como um fertilizante orgânico e ser disposto no solo.

As proporções utilizadas tiveram efeito sobre o composto produzido, considerando que a relação C/N inicial do tratamento 1 foi de 23/1 e a final foi de 2,3/1, apresentando uma diferença de 90% de diminuição de carbono e, o tratamento 5 iniciou o processo de compostagem com relação C/N de 40/1, teve uma perda de carbono de aproximadamente 76%, chegando ao final com relação C/N de 9,4/1.

Quanto à relação C/N, pode-se perceber o que os tratamentos 1, 2, 3, 4 que possuíram maiores quantidades de pó químico, tiveram as maiores perdas de carbono no decorrer do processo de compostagem, chegando a 90% de perda no tratamento 1. Isto deve-se por quê durante a decomposição os microrganismos absorvem C e N da matéria orgânica. Segundo Valente et al (2009) na relação C/N de 30/1, das 30 partes de C assimiladas, 20 são eliminadas na atmosfera na forma de gás carbônico e 10 são imobilizadas e incorporadas ao protoplasma celular.

O melhor resultado em termos de C/N com base no resultado ideal de um composto definido por Carvalho et al. (2002), foi o tratamento 5 com relação C/N de 9,4/1.

4.3.2 Macronutrientes

A Tabela 9 apresenta a média estatística dos resultados das análises químicas de Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) realizadas em laboratório para os cinco tratamentos.

Tabela 9 - Média dos resultados das análises químicas dos macronutrientes do composto TRAT. (% - Cmolc.dm-³ - mg.dm-³) P (% - Cmolc.dm-³) K (% - Cmolc.dm-³) Ca (% - Cmolc.dm-³) Mg

T1 2,8425 a 189,5 28.425 0,4800 a 25,2 1,1875 b 59,3 0,6250 a 51 T2 2,6525 a 176,8 26.525 0,4800 a 25,2 1,1925 b 59,5 0,4200 b 35 T3 2,9400 a 196,0 29.400 0,6200 a 32,6 1,3775 ab 68,8 0,4625 b 38 T4 2,8975 a 193,1 28.975 0,6900 a 36,3 1,5900 ab 79,5 0,4550 b 37,5 T5 2,3400 a 156,0 23.400 0,6200 a 32,6 1,6900 a 84,5 0,3750 b 31 cv=10,06 cv=22,55 cv=15,35 cv=13,19

Análises realizadas de acordo com a metodologia descrita no manual de Análises de solos, Plantas e outros Materiais (Tedesco et al, 1995).

Fonte: Laboratório de Solos e Plantas, UTFPR – Pato Branco (2013).

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Não há diferença estatística nas quantidades de P e K presentes nos cinco tratamentos (T1, T2, T3, T4 e T5), podendo-se assim, utilizar qualquer um deles na agricultura. Considerando os resultados encontrados por Baratta Junior (2007), em composto de 100% poda de árvores, para P de 378 mg.dm-³ e, para K de 23,9 Cmolc.dm-³ pode-se afirmar que os valores para P foram considerados altos para este estudo, isto deve-se ao resíduo de pó químico de fosfato monoamônico e sulfato de amônia usado como substrato para a produção do composto conter grandes quantidades deste elemento, no entanto, neste estudo não foram determinados os parâmetros de P para o resíduo de pó químico. Os valores de K apresentaram semelhança entre os dois estudos, isto deve-se por apenas a poda de árvores conter este nutriente.

Os níveis de Ca presentes nos tratamentos variaram de 59,3 Cmolc.dm-³ no tratamento 1 para 84,5 no tratamento 5, e, apresentaram os melhores resultados os tratamentos 3, 4 e 5. Baratta Junior (2007) encontrou 35,1 Cmolc.dm-³ de Ca no composto produzido apenas com podas urbanas. Observa-se que não há a presença de Ca no pó químico, ou as quantidades presentes não são muito significativas, pois o tratamento 5 que teve menor proporção do resíduos de pó químico apresentou maiores quantidades deste nutriente no composto.

Os níveis de Mg variaram entre os tratamentos de 31 a 51 Cmolc.dm-³ e, considerando os resultados de Baratta Junior (2007), que obteve 16 Cmolc.dm-³ de Mg, em um composto com 100% de poda urbanas, pode-se afirmar que o melhor tratamento foi o 1 que obteve o melhor resultado.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos parâmetros analisados pode-se perceber que o tratamento que apresentou melhores resultados para a relação C/N (9,4/1) foi o tratamento 5. Este também apresentou o pH mais próximo do recomendado, com valor de 5,95.

Considerando o composto produzido através do presente estudo, pode-se citar que mesmo não apresentando os melhores resultados para todos os parâmetros físico-químicos, vem como uma alternativa de minimização de impactos ambientais e de melhor disposição destes resíduos. Assim, recomenda-se o uso do composto produzido na agricultura em comparações com fertilizantes químicos, bem como sua aplicabilidade em culturas.

Visando a otimização do processo de compostagem e a aplicação do composto na agricultura para trabalhos futuros envolvendo o pó químico de fosfato monoamônico e sulfato de amônia recomenda-se um controle de umidade rigoroso, considerando que observou-se na compostagem realizada que ele não é um bom retentor de água.

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ANEXOS

ANEXO 1 – Certificado de Análise pó ABC

ANEXO 2 – Certificado de Análise de resíduos de poda de árvores ANEXO 3 – Certificado de Análise do Composto

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