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Local do Experimento

O ensaio de campo foi conduzido entre junho e setembro de 2005, na Estação Experimental da Embrapa Cerrados (CPAC), localizada em Planaltina, Distrito Federal (coordenadas geográficas aproximadas 15º35’30’’S e 47º42’30’’W, e altitude de 1.007 m).

Solo da Área Experimental

O solo da área experimental foi classificado como um Latossolo Vermelho distrófico típico argiloso (LVd) (Embrapa, 1999), cultivado há cerca de 15 anos. A área de estudo teve como histórico de cultivo o plantio de capim braquiária (Brachiaria decumbens) nos três anos antecedentes ao plantio da cevada, após o final de cada ciclo era realizado o corte do capim e este era retirado da área com a finalidade de esgotar o nitrogênio presente no solo. Antes do plantio realizou-se a dessecação das plantas presentes na área para implementar-se a semeadura direta, porém o embuchamento da máquina impossibilitou a instalação do sistema de plantio direto, então optou-se pelo sistema de plantio convencional.

Preparo da Área

O preparo da área consistiu em uma aração com arado de discos, seguida de uma gradagem com grade niveladora. As seguintes quantidades de fertilizantes foram aplicadas

antes do plantio: 165,2 kg ha-1 de cloreto de potássio, e 138,8 kg ha-1 de superfosfato triplo,

distribuindo-se manualmente a lanço e em seguida realizou-se uma gradagem.

Propriedades Químicas do Solo da Área Experimental

As propriedades químicas do solo da área experimental foram determinadas segundo metodologia proposta pela Embrapa (1997) e estão apresentadas na Tabela 1.1.

Tabela 1.1. Resultados da análise química do solo da área experimental na camada de 0 – 10, 10 – 20 e 20 – 30 cm de profundidade. CPAC, Planaltina, DF, 2005.

Camada (cm) pH H2O P K --- mg dm-3 --- Al3+ Ca2+ Mg2+ --- cmolc dm-3 --- MO g kg-1 0 – 10 6,27 37,67 260,00 0,00 3,16 0,99 25,6 10 – 20 6,35 30,87 160,00 0,00 3,05 0,93 23,2 20 – 30 6,45 22,86 110,00 0,00 2,89 0,86 22,0

Data da coleta de solo para análise química: 09/05/05

Delineamento Experimental

O ensaio foi conduzido no sistema de plantio convencional, em um delineamento experimental em blocos ao acaso com três repetições, sendo que as parcelas receberam as

doses de nitrogênio: 20 – 40 – 80 kg ha-1 N e uma testemunha; as subparcelas representaram

as épocas de coleta de solo. Utilizou-se uréia ((NH2)2CO2) como fonte de nitrogênio, que foi

Adubação Nitrogenada

A adubação nitrogenada foi dividida em três aplicações (Tabela 1.2): 10 kg ha-1 foram

aplicados a lanço no 5º dia (14/06) após o plantio; o restante foi parcelado em duas aplicações via fertirrigação com um tanque injetor, sendo uma realizada no 27º (08/07) dia após o plantio, no início do perfilhamento da cultura, e a outra no 43º (22/07) dia após o plantio (15 dias após o início do perfilhamento).

Tabela 1.2. Data da aplicação de N na forma de uréia e dosagem dos tratamentos.

Data Dosagem (kg ha-1)

14/06 (5 DAP) – adubação da base 10 kg ha-1 de N

08/07 (27 DAP) – início do perfilhamento. Metade da dosagem recomendada para cada

tratamento (5 – 15 – 35 kg ha-1 N)

22/07 (43 DAP) – 15 dias após o início do perfilhamento.

Completou-se a dosagem recomendada para

os tratamentos (20 – 40 – 80 kg ha-1 N)

DAP: dias após o plantio.

Condução do Experimento

O genótipo de cevada utilizado foi o AF9585 por ser responsivo à adubação nitrogenada e porque será lançado como alternativa para o cultivo irrigado no cerrado. O plantio da cultura foi realizado em 09 de junho de 2005, e cada parcela tinha as dimensões de

2 x 4 m, totalizando 8 m2, com espaçamento de 0,20 metros perfazendo 10 linhas de plantas.

A área útil da parcela foi definida por cinco linhas para avaliar os parâmetros químicos e biológicos do solo, a bordadura foi composta pelas linhas laterais de metade da parcela, e uns 50 centímetros na parte inferior e superior de cada parcela.

Tensiômetros a vácuo (Sonda Delta T) foram instalados na linha de plantio a uma profundidade de 10 centímetros, a fim de se medir as tensões de água no solo e indicar o momento de aplicação de água nos tratamentos. As irrigações foram efetuadas quando os tensiômetros atingiram valores pré-estabelecidos de 100 kPa (quilopascal) para a cevada.

A quantidade de água necessária em cada irrigação foi calculada para repor até a capacidade de campo o déficit de água no perfil de solo da superfície até 50 centímetros. A água foi aplicada para a cultura por meio de um sistema de microaspersão com padrão de molhamento circular. Foram aplicados 400 milímetros de água durante o ciclo da cultura.

O controle das plantas espontâneas de folhas largas foi feito com o uso de

Metsulfuron-methyl (Ally) (4 g ingrediente ativo ha-1) aplicado, via fertirrigação, em um

volume de calda de 300 L ha-1 dia 28/06 (19 dia após o plantio) e capinas manuais. Realizou-

Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) com aplicação via água de irrigação do inseticida

Clorpirifós etil (Lorsban) na dose 1,2 L ha-1 no dia 25/07 (46 dias após o plantio), em um

volume de calda de 300 L ha-1.

Coleta das Amostras de Solo

As coletas de solo foram feitas, com o trado holandês, na camada de 0 - 10 cm em metade da parcela, desprezando-se as bordaduras, e estas foram feitas em zig-zague nas duas entrelinhas, tomando-se o cuidado para não coletar amostras de épocas diferentes no mesmo local. Para cada coleta, em cada parcela, foram feitas cinco amostras simples para formar uma composta, contendo 800 gramas de solo representativa de cada parcela.

As coletas de amostras de solo para a determinação do nitrogênio da biomassa microbiana do solo (NBMS), e nitrogênio total foram realizadas em seis períodos (Tabela 1.3).

Tabela 1.3. Épocas de coletas de amostras de solo para a determinação do NBMS e N total.

Épocas de coleta de solo Adubação

1. 02 dias antes 1ª fertirrigação (25 DAP). Os tratamentos (20 – 40 e 80 kg ha-1 N)

estavam com a adubação da base (10 kg ha-

1

de N), exceto o controle.

2. 02 dias depois 1ª fertirrigação (29 DAP). Os tratamentos (20 – 40 e 80 kg ha-1 N)

estavam com metade da dosagem recomendada, respectivamente (5 – 15 e 35 kg ha-1 N).

3. 04 dias antes última fertirrigação (39 DAP). Os tratamentos (20 – 40 e 80 kg ha-1 N)

estavam respectivamente com (5 – 15 e 35 kg ha-1 N).

4. 04 dias depois última fertirrigação (47 DAP). Completou-se a dosagem recomendada

para os tratamentos (20 – 40 e 80 kg ha-1

N). 5. Floração (67 DAP).

6. Após a colheita (113 DAP).

DAP: dias após o plantio.

Preparo das Amostras

Logo após a coleta, as amostras foram identificadas, armazenadas em saco de polietileno e mantidas em caixas de isopor e resfriadas durante o transporte até o Laboratório de Microbiologia e Bioquímica do Solo da Universidade de Brasília/UnB, e de cada amostra,

foram pesadas 10 gramas de solo em latas de alumínio que foram colocadas em estufa a 105ºC por 72 horas para retirada do teor de água e cálculo da correção deste para estar em equilíbrio com uma tensão de 1/3 bar ou 33 KPa (Wardle & Parkinson, 1990). Após esse procedimento as amostras foram preservadas e mantidas em câmara fria a 4ºC até o momento das análises.

Retiraram-se 20 gramas de cada amostra mantida na câmara fria que foram secas ao ar, maceradas em almofariz de ágata, passadas em peneira de malha de 0,50 milímetros e acondicionadas em potes plásticos identificados até que as análises químicas para determinação de N total no solo fossem realizadas.

Determinação do NBMS por Fumigação-Extração

A quantificação do NBMS foi realizada segundo o método clorofórmio-fumigação- extração (CFE) (Vance & Brookes et al., 1987). As amostras para a análise biológica foram homogeneizadas e passadas em peneira de malha de 8 milímetros, sendo removidos os restos vegetais e os pedaços de raízes. As amostras foram divididas em três repetições analíticas (triplicatas) de 20 gramas de solo, sendo três fumigadas e três não fumigadas, por amostra de solo coletada no campo; após este procedimento foram incubadas por 7 dias, no escuro à temperatura ambiente e após este período a metade das amostras foi fumigada por 24 horas em um dessecador contendo uma placa de Petri com 25 mL de clorofórmio isento de etanol

(CHCl3). O NBMS das amostras fumigadas (NF) e não fumigadas (NNF) foi extraído pela

adição de 70 mL de uma solução de sulfato de potássio (K2SO4 0,5 mol L-1) com pH ajustado

a 6,5; às amostras de solo (20 g), que foram submetidas à agitação horizontal (150 rpm) por 30 minutos. Após a decantação por 30 minutos, o sobrenadante foi filtrado, em copos coletores de 50 mL utilizando papel filtro quantitativo. Em seguida, retiraram-se alíquotas de

20 mL e transferiu-se para tubos de ensaio contendo 1 g de catalisador (mistura de K2SO4,

CuSO4 e selênio em pó, na proporção de 1:0,1:0,01) aos quais foram adicionados 3 mL de

ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado. Realizou-se uma pré-digestão em bloco digestor

aquecido a 80ºC por uma noite (16 horas) e na manhã seguinte, elevou-se a temperatura para 150ºC por 1 hora e 30 minutos; a digestão foi concluída a 300ºC após 3 horas. A destilação

foi realizada adicionando-se 20 mL de NaOH (400 g L-1) lentamente ao tubo de destilação

contendo o extrato das amostras e o destilado foi recolhido em erlenmeyer de 50 mL contendo

10 mL de solução indicadora de ácido bórico (H3BO3 20 g L-1) até um volume de

aproximadamente 35 mL. O destilado contido no erlenmeyer foi titulado contra o ácido

Cálculo do NBMS

O nitrogênio da biomassa microbiana do solo (NBMS) foi calculado pela fórmula:

NBMS (mg kg-1 solo) = FNt/ Kn, em que FNt é o fluxo obtido da diferença entre a quantidade

de N mineral recuperado no extrato da amostra liberado dos solos fumigado (NF) e não

fumigado (NNF) durante o período de incubação. O valor do fator Kn utilizado neste trabalho

foi de 0,54, proposto por Jenkinson (1988). Este fator expressa que 54% da fração do N da BMS é recuperada pelo extrator após o processo de fumigação-extração.

Determinação do N total

O nitrogênio total no solo (N total) foi determinado de acordo com Bremner & Mulvaney (1982), por meio da técnica da digestão úmida semimicro Kjeldahl, seguida por

destilação a vapor e titulação para a quantificação de NH3. O N total foi calculado por meio

de uma equação de regressão linear.

Análise Estatística

Os resultados foram submetidos à análise de variância e para os testes de comparação das médias dos tratamentos foi utilizado o teste de Tukey a 5%, no programa Sisvar (Ferreira, 2003).

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