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A bacia hidrográfica do rio Grande está localizada na região hidrográfica do Paraná (Figura 1). De acordo com o Diagnóstico da situação dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Grande (IPT, 2008), a bacia compreende uma área de drenagem de 143.438 km², dos quais 57.092 km² (39,8%) encontram-se dentro do Estado de São Paulo e 86.345 km² (60,2%) no Estado de Minas Gerais. O Rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas a uma altitude de aproximadamente 1.980 m.

No que tange à dominialidade dos cursos d’água na Bacia Hidrográfica do Rio

Grande, verifica-se que 1β,4% da extensão dos cursos d’água são de domínio da União, 36,2% são de domínio do estado de São Paulo e 51,4% são de domínio do estado de Minas Gerais.

Os principais afluentes do Grande pela margem direita são os rios das Mortes, Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba e Verde, e na margem esquerda os rios Capivari, Verde, Sapucaí-Mirim, Sapucaí (mineiro), Pardo, Sapucaí (paulista), MogiGuaçu e Turvo.

13 Figura 1: Localização geográfica da bacia do Grande.

Segundo a classificação de Köppen, o clima predominante na bacia hidrográfica é o Cwa (Clima subtropical de inverno seco) e na Serra da Mantiqueira é o Cwb (Clima subtropical de altitude). A temperatura média da bacia é 18ºC, com temperaturas inferiores a 13ºC no inverno (maio a setembro) e temperaturas superiores a 21ºC no verão (novembro a março). Mais de 80% da precipitação anual ocorre no verão, especialmente, entre dezembro e março, e a precipitação média anual está entre 1.410 e 1.690 mm. Em termos morfológicos, a bacia apresenta relevo montanhoso, altitude média de 1000 m (ARAÚJO, 2006; JUNQUEIRA JUNIOR et al. 2008; Mello et al. 2008).

Segundo a classificação de solos do IBGE, a bacia apresenta variedade de solos com predominância de dois grandes grupos: latossolo vermelho e argissolo vermelho. As classes de uso e ocupação do solo na Bacia do Grande são pastagem e agricultura, sendo que a pastagem representa 56,2% da área da bacia enquanto a agricultura 36,10%.

As atividades agrícolas são mais intensas no médio e no baixo Rio Grande, sendo que a bacia possui um grande potencial para a irrigação. Os dados disponíveis

14 indicam, ainda, que a maior demanda de água (43,51% do total) é do setor que agrega irrigação/aqüicultura/dessedentação animal, seguida pelo uso industrial, com 37,37% da demanda, e o abastecimento público, com 16,78% da demanda.

3.1.2 Bacia do Paranaíba

A bacia hidrográfica do rio Paranaíba é a segunda maior unidade da Região Hidrográfica do Paraná, ocupando 25,4% de sua área, e está localizada entre os paralelos 15° e 20° sul e os meridianos 45° e 53° oeste, co m uma área de drenagem de 222,6 mil km² (Figura 2). Posicionada na região central do Brasil, ocupa cerca de 2,6% do território nacional e inclui os estados de Goiás (63,3%), Mato Grosso do Sul (3,4%) e Minas Gerais (31,7%), além do Distrito Federal (1,6%). A bacia possui 197 municípios, além do Distrito Federal (ANA, 2013b).

Figura 2: Localização geográfica da bacia do Paranaíba.

O rio Paranaíba, juntamente com o rio Grande, é um dos formadores do rio Paraná, sua nascente está situada na Serra da Mata da Corda, no município de Rio Paranaíba/MG, e possui altitude de cerca de 1.100 m.

15 A bacia do rio Paranaíba se caracteriza, segundo a classificação climática de

Köppen, pelo tipo “Aw”, que corresponde ao clima tropical quente em todas as estações do ano (temperatura média mensal maior ou igual a 18° C) com inverno seco. As precipitações médias anuais variam de 1.435 mm na Unidade de gestão hídrica (UGH) do Distrito Federal a 1.592 mm na UGH Santana-Aporé, não havendo variações extremas entre as UGHs, sendo o valor médio na bacia do rio Paranaíba em torno de 1.500 mm. A evapotranspiração anual também apresenta pouca variação na bacia, com valores médios desde 909 mm no Distrito Federal até 1.129 na UGH Meia Ponte.

A bacia do rio Paranaíba está localizada em uma região estratégica no contexto nacional, possuindo relativa diversificação de suas atividades econômicas e grande potencial de expansão. Associadas a alguns dos maiores PIBs do Brasil, as atividades agrícola, pecuária, de mineração e industrial são as de maior destaque na bacia, além do setor de serviços nos principais centros urbanos.

O uso agrícola na bacia está relacionado principalmente aos cultivos de soja, café, milho e feijão, além da cana-de-açúcar, cultura para produção de álcool e açúcar que se expandiu fortemente na bacia.

3.1.3 Dados utilizados no estudo

Os dados utilizados no estudo compreendem estações pluviométricas, fluviométricas e climatológicas, para caracterização do comportamento hidrológico e climatológico nas bacias hidrográficas.

Para a bacia do Grande foram utilizados dados históricos de 61 estações fluviométricas e 106 estações pluviométricas disponibilizados na rede hidrometeorológica do Sistema de Informações Hidrológicas (HidroWeb) da Agência Nacional de Águas (ANA), e 31 estações climatológicas, disponibilizados pelo Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP), referente à rede de estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O período base adotado foi de 32 anos, de 1970 a 2002. A relação das estações utilizadas está apresentada no Apêndice A.

Para a bacia do Paranaíba foram utilizados dados históricos de 50 estações fluviométricas, 115 estações pluviométricas e 26 estações climatológicas. O período

16 base adotado foi de 30 anos, de 1976 a 2006. A relação das estações utilizadas está apresentada no Apêndice B.

Em ambas as bacias os dados das estações pluviométricas e fluviométricas foram processados com descarte dos anos que apresentaram mais de 5% de falhas. Nas estações climatológicas, foram descartados todos os meses da série que apresentavam falhas em ao menos uma das cinco variáveis utilizadas no estudo e excluídos os anos que apresentaram falhas em mais que três meses.

Na Figura 3 estão representadas as localizações geográficas das estações utilizadas na bacia do Grande e Paranaíba.

17 (b)

Figura 3: Localização das estações utilizadas no estudo para a bacia do Grande (a) e para a bacia do Paranaíba (b).

3.2 Critérios de cobrança relacionados à sazonalidade de vazões e ao

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