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Esta pesquisa está situada no contexto do ensino de Administração no Brasil, mais especificamente no âmbito da aplicação do currículo no curso de Administração de Empresas, com o objetivo de investigar como ocorre o reconhecimento da inovação na área de educação, a partir de um estudo empírico voltado ao Campus da Universidade UEMASUL. A decisão pelo tema se deu em virtude da necessidade de repensar o sistema de formação do administrador no Brasil, frente às exigências da sociedade e do mercado de trabalho.

A imagem que segue mostra a nova estrutura arquitetônica da UEMASUL. A instituição realiza um trabalho consolidado, moderno, fruto da necessidade de oferecer à sociedade acadêmica não somente um nome novo, mas uma nova academia, novas perspectivas de trabalho e muito estudo.

Figura 6 - Acesso principal da UEMASUL

Fonte: UEMASUL ([2018?]).

No início dos anos 1980, quando a Federação de Escolas Superiores do Maranhão (FESM) exercia a transição para se tornar Universidade Estadual do Maranhão, já se iniciavam também os debates sobre a necessidade de autonomia (descentralização e democratização) na gestão dos centros da UEMA espalhados pelo interior do estado.

Após anos de luta, no dia 1 de novembro de 2016, o atual governador assinou em Imperatriz, no Centro de Ensino Superior de Imperatriz (CESI/UEMA), a Lei nº 10.525, que criou a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Instituída nos antigos Centros de Ensino Superior de Imperatriz e de Açailândia, a UEMASUL assumiu a missão de promover o desenvolvimento regional, englobando 22 municípios, garantindo um ensino público, gratuito e de qualidade. Assim, passou a colaborar com a modernização da gestão pública e com uma presença do estado do Maranhão mais significativa no continente. No dia 1° de janeiro de 2017, a UEMASUL passou a existir (com o nome UEMASUL)14. Hoje, o número de professores em efetiva

14 Informações retiradas do site da UEMASUL, disponíveis em:

atividade docente do Departamento de Administração é de 13 efetivos, e os alunos matriculados totalizam 315, que estudam nos turnos vespertino e noturno.

O Bacharelado em Administração da UEMASUL foi autorizado pela Resolução do CEE nº 451/96, de 12/12/1996, e reconhecido em 02/08/2012 pela Resolução do CEE nº 131/2012. A atenção à elaboração do currículo para esse curso, de modo ainda incipiente, contempla o oferecimento das disciplinas básicas, instrumentais e da formação profissional, objetivando responder às metas propostas para o curso de acordo com o perfil do egresso. Tais proposições alinham-se às Diretrizes Curriculares Nacionais e, principalmente, ao conjunto de técnicas metodológicas.

As características que um discente deverá ter ao término do curso superior instituem a ele uma sucessão de responsabilidades e quefazeres. A principal diz respeito à tessitura curricular. É esta que, na verdade, garante a formação e assegura a relevância, o significado e o caráter científico de uma área de conhecimento, sem se fechar em torno do planejamento já estabelecido – ou seja, estando aberta a atualizações e transformações.

No contexto do curso de Administração,

[...] o processo educativo deve estar voltado para a formação do Administrador com competência técnico-científica e compromisso social. Este processo, por sua vez, deverá ser resultado de um conjunto de relações sociais e de relações com o conhecimento do contexto social particular em que acontece. (SALVADOR; HEINZEN; OLIVEIRA apud CRUZ, 2005, p. 28).

Uma das principais descobertas da pesquisa é que, embora as inovações sejam difundidas em vários escritos, os trabalhos já realizados se dão conta de que as IES ainda se encontram em fase de estruturação de seu processo de inovação; além disso as ações internas, no sentido de gerar inovações, ainda são descentralizadas e pouco gerenciadas. Assim, a própria definição de inovação parece ainda não estar clara para os gestores acadêmicos.

Importa registrar que o mercado procura administradores cada vez mais qualificados e com prática suficiente para oferecerem soluções rápidas e eficazes. Por isso, há necessidade de adaptar e conformar os currículos a essa realidade, que exige especialistas bem formados e com adaptação às melhores técnicas de trabalho, com hábitos culturais e intelectuais próprios. Nesse seguimento, são apontadas duas provocações que podem ser investigadas em outras pesquisas alinhadas com a perspectiva aqui defendida: o que a comunidade acadêmica pode fazer para ensejar a

ruptura do ciclo de repetições de conteúdos e da pouca criticidade encontrada no ensino de Administração no Brasil? Como deve ser a atuação dessa comunidade, a fim de facilitar e contribuir nesse processo de atualização e de transformação?

Suponho, ainda, que a busca por respostas a essas perguntas não se concebe em um caminho fácil de percorrer, ficando, desta forma, um desafio à comunidade acadêmica da área de ensino de Administração. Nesse sentido, entendo que tais respostas podem ser em muito enriquecidas a partir da análise de casos concretos de currículo em Administração, o que viabiliza exploração do campo empírico no âmbito da discussão proposta.

Espero, portanto, com este trabalho, contribuir para a discussões e soluções atinentes à incerteza sobre a qualidade do ensino da Administração, embora sabendo que não existem fórmulas perfeitas, receitas axiomáticas para todas as situações e espaços de tempo e lugar, haja vista a pluralidade cultural que perfaz o nosso território nacional. Mas o importante é que as Instituições de Ensino Superior se adaptem à sua realidade regional, com visão holística, atentando para a realidade de seus bacharelandos. Só assim, teremos um ensino da Administração de qualidade e estaremos recuperando o prestígio do estudo e da prática.

Dadas essas características, é importante salientar que não cabem conclusões de causa e efeito neste trabalho. Mas, na sua forma final, a investigação visa a trazer conhecimentos relativos ao processo de ensino e aprendizagem, à reorganização e à flexibilização curricular, de modo a refletir sobre os conceitos de currículo e da política curricular.

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