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CLASSE USOS Águas Doces

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 1 ÁREA DE ESTUDO

Para realização desse trabalho, foram selecionadas as bacias hidrográficas do igarapé Cinqüenta e Quatro e do igarapé do Sete. Ambos os cursos d’água são tributários do Rio Uraim (Figura 01), com 136,98 e 161,43 Km2 , respectivamente.

As bacias hidrográficas em análise estão localizadas no município de Paragominas, na Mesorregião Sudeste Paraense e Microrregião Homogênea Guajarina. A sede está localizada a 320 Km de distância da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, tendo como principal via de acesso, a Rodovia Belém-Brasília (BR-010), na Amazônia Oriental.

FIGURA 01-Localização Geográfica das bacias hidrográficas do Igarapé Cinqüenta e Quatro e Igarapé do Sete, Paragominas (PA).

Fonte: Base Cartográfica extraída do Laboratório de Sensoriamento Remoto da

3.2 ASPECTOS FÍSIOGRÁFICOS Clima e Precipitação

Segundo Rodrigues et al (2002), o clima da área estudada é do tipo Aw, caracterizado pelo clima tropical chuvoso com estação seca bem definida, segundo a classificação de Köppen. As temperaturas médias do ar variam de 25,6 °C a 27,8°C, caracterizando temperaturas médias ele vadas durante todo o ano. A umidade relativa do ar é bastante elevada com média anual em torno de 80%, com médias mensais variando de 70% a 90%.

A precipitação pluviométrica anual de 1.800 mm caracteriza-se por apresentar duas estações, uma chuvosa que vai de dezembro a maio, com excedente hídrico de 282 mm e outra menos chuvosa de junho a novembro, na qual há um déficit hídrico de 512 mm (SUDAM, 1984).

O gráfico 01 ilustra o padrão pluviométrico do município de Paragominas de 1996 a 2005, segundo dados climatológicos da Agência Nacional de Águas-ANA, para as estações seca e chuvosa.

GRÁFICO 01: Precipitação Pluviométrica do município de Paragominas-PA, para os anos de 1996 a 2005.

Fonte: Dados climatológicos da Agência Nacional de Águas -ANA. Paragominas (latitude: -3,01000000 e

Longitude: -47,343333).

Solo

Os solos são desenvolvidos de material originário de rochas sedimentares da Formação Ipixuna e Barreiras, do Período Terciário, e sedimentos recentes do Período Holoceno. Os principais solos mapeados na área foram: Latossolo Amarelo textura média e

0 100 200 300 400 500 600 700

jan/96 jul/96 jan/97 jul/97 jan/98 jul/98 jan/99 jul/99 jan/00 jul/00 jan/01 jul/01 jan/02 jul/02 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05 jul/05

muito argilosa (15.650,99 km2), Argissolo Amarelo (531,93 km2); Plintossolo (169,69 km2); Gleissolo (97,08 km2); Neossolo (9,76% km2). Os solos do Município de Paragominas em sua maioria são de baixa fertilidade natural, porém, de boas propriedades físicas. (RODRIGUES et al., 2002).

Geologia

Segundo Rodrigues et al (2002), a geologia está representada por rochas sedimentares da Formação Ipixuna, constituída por arenitos e siltitos; cobertura detrito-laterítica, formada por um perfil laterítico completo, ocorrendo da base para o topo horizontes argilosos e mosqueados, culminando com uma espessa crosta laterítica aluminosa; sedimentos detúticos arenosos e areno-argilosos; e os sedimentos aluviais mais recentes.

Relevo e Vegetação

As duas bacias estudadas pertencem à região hidrográfica Costa Atlântica-Nordeste, fazendo parte da sub-região bacia do rio do Gurupi, segundo a divisão hidrográfica do estado do Pará, estabelecida pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente-SECTAM, atual Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

O relevo da Bacia do Gurupi é caracterizado por tabuleiros relativamente elevados e aplainados, formas colinosas dissecada, baixos tabuleiros, terraços e várzeas que morfo- estruturalmente, fazem parte da unidade que se convencionou chamar de Planalto Setentrional Pará - Maranhão. Próximo a sua foz fazem parte o Planalto Rebaixado da Bragantina, assim como do litoral de rios e lençóis maranhenses (PARÁ, 2003).

A vegetação originária era representada pela Floresta Densa da sub - região dos Altos Platôs do Pará - Maranhão, pela Floresta Densa de planície aluvial e dos Cerrados. Entretanto, os constantes desmatamentos, provocados pelo avanço da agropecuária na região reduziram drasticamente as grandes áreas cobertas pela Floresta Original dominadas hoje por extensas áreas de Mata Secundária (capoeira nos seus diversos estágios de desenvolvimento). Nessa bacia também encontra-se presente a Floresta Aluvial que é a vegetação típica de várzea e finalmente nas áreas fluviolitorânea, ocorre o domínio do Mangue (PARÁ, 2003).

3.3 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS Produção Agrícola e Pecuá ria

A revista eletrônica de agronegócios denominada “Página Rural” (PARÁ, 2006) destaca que Paragominas está sendo apontada como um dos maiores pólos agropecuários do Estado.

No estado do Pará, no ano de 2003, esse setor produtivo respondeu, por 23,63% do Produto Interno Bruto (PIB), que atingiu R$ 25,5 bilhões. Nesse mesmo ano, a pecuária bovina cresceu 9,73% e a produção das culturas temporárias contribuiu para o crescimento do setor agropecuário, com incrementos ocorridos no arroz (43,20%), milho (25,82%), feijão (20,94%), abacaxi (14,91%) e a mandioca (8,24%) (AGRONEGÓCIOS, 2006).

No ano de 2004 a produção agrícola, com ênfase para a produção de grãos, apresentou um crescimento de 10,40% e a Pecuária uma evolução do rebanho bovino de 21,43% (AGRONEGÓCIOS, 2006).

Observando a evolução da produção de grãos e da pecuária, no município de Paragominas, nota-se que o incremento de grãos no município é progressivo (gráfico 02) e as bacias estudadas acompanham essas tendências, com o crescente aumento deste padrão de uso do solo, sobretudo no igarapé Cinqüenta e Quatro, mas também registrando o gradativo aumento desta produção no igarapé do Sete (gráficos 04 e 06).

A produção pecuária, atividade predominante nas duas bacias (gráfico 06), embora seja o padrão de uso do solo mais significativo no igarapé do Sete (gráfico 05), também apresenta forte tendência a se intensificar nesse município (gráfico 03). Embora, Paragominas já participe da cadeia produtiva do leite, sendo fornecedora de leite in natura para indústrias de laticínios como a indústria Manacá, por exemplo, situada no município de Mãe do Rio, ainda é na pecuária de corte que esse município aquece sua produção.

GRAFICO 02: Evolução da área plantada e produção das culturas de arroz, milho e soja no