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Caracterização da área de estudo – Avaliação inicial da área

4.1 TERMINAL DE BARUERI

4.1.1 Caracterização da área de estudo – Avaliação inicial da área

4.1.1.1 Caracterização do Entorno

O Terminal de Barueri localiza-se em Zona de Uso Predominantemente Industrial (ZUPI), que faz divisa a leste com a Zona Residencial de Alta Densidade (ZRA), segundo a Lei Complementar Nº121, de 18 de dezembro de 2002, que institui normas sobre o zoneamento, uso e ocupação do solo urbano do município de Barueri. Em visita ao Terminal de Barueri foram identificados pontos de interesse na área do entorno que se referem à área residencial (1 - a leste), às instalações da BR Distribuidora S.A. (2 - a oeste), às instalações de Companhias de Gás (3 - ao norte) e ao Rio Tietê (4 - ao sul), conforme apresentado na Figura 4.1.

4.1.1.2 Aspectos Climatológicos

O município de Barueri é caracterizado por um relevo suave, sendo toda a sua região contornada por morros e colinas. Está a uma altitude de 740 m em relação ao nível do mar e encontra-se praticamente desprovido de vegetação. O município apresenta uma rede de drenagem muito densa e está inserido na Bacia Tietê Alto – Zona Metropolitana constituída pelo Rio Tietê e seus afluentes da porção oeste do município de São Paulo. O clima de Barueri é o Tropical Úmido, apresentando um verão mais quente e úmido e um inverno frio e seco. A temperatura média anual é de 19 ºC e a umidade relativa do ar é elevada, mantendo uma média de 80%. Devido a sua localização, o índice pluviométrico é significativo. Nesta região chove em média 1.400 mm ao ano, sendo que a maior parte das chuvas precipita-se no verão.

Figura 4.1 – Caracterização da área do entorno do Terminal de Barueri.

4.1.1.3 Caracterização Geológica

O contexto geológico do Terminal de Barueri é caracterizado pelo empilhamento de granitos/gnaisses intensamente fraturados sobrepostos por uma rocha alterada. Sendo esta subdividida em duas partes: a parte superior constituída por um solo residual de coloração rósea a branca, que possui constituição predominantemente argilosa; e a parte inferior, onde se encontra um saprólito, de coloração amarela a ocre que se apresenta arenoso. A partir dos estudos

CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO 2 1 3 4 Rio Tietê LEGENDA

Terminal de Barueri (área de estudo)

Terminal de Barueri (armazenamento de gases) Pontos de interesse na área de entorno

1- Área residencial

2- Instalações da BR Distribuidora S.A.

3- Instalações de Companhias de Gás

realizados na área, observa-se que a espessura do manto de intemperismo (solo residual e saprólito) varia de 4 a 20 m e apresenta sua maior espessura na porção noroeste da área. O nível freático é variável nas 11 sondagens rotativas, oscilando entre 2,23 e 9,30 m. A Figura 4.2 apresenta a coluna geológica local, com três camadas distintas: solo residual (argilo-arenoso), saprólito (areno-argiloso) e embasamento rochoso granito-gnaisse.

Figura 4.2 – Coluna geológica local para o Terminal de Barueri. Fonte: BRAIN Tecnologia (2003).

4.1.1.4 Caracterização Geoquímica

A caracterização do solo na área do Terminal de Barueri foi realizada através de 26 sondagens a trado manual e mecânico, as quais tiveram como finalidade a descrição geológica e a coleta de amostras de solo para análise geoquímica de compostos orgânicos e inorgânicos. A Figura 4.3 apresenta a distribuição das 26 sondagens a trado e das 11 sondagens rotativas as quais serviram para instalação dos poços de monitoramento da água subterrânea.

A determinação das concentrações dos compostos orgânicos e metais foi realizada nos 26 pontos de sondagens em profundidades que variaram de 0,0 a 10 m. Os compostos orgânicos e metais analisados tanto no solo como na água subterrânea são apresentados na Tabela 3.1 deste documento. As Tabelas I e II do ANEXO B apresentam, respectivamente, os resultados das concentrações destes contaminantes no solo do Terminal de Barueri que ultrapassaram os valores de referência adotados. Nestas tabelas são apresentados em verde os pontos de amostragem nos quais as concentrações medidas foram superiores aos padrões de referência da CETESB (2001), em azul os padrões da Lista Holandesa (MINISTRY OF VROM, 1994) e em amarelo os padrões da EPA – Região 9 (EPA, 2002).

1 ) Granito / Gnaisse

2 ) Saprólito ( areno-argiloso ) 3 ) Solo Residual ( argilo-arenoso )

R O C H A AL T E R AD A 1 ) Granito / Gnaisse 2 ) Saprólito ( areno-argiloso ) 3 ) Solo Residual ( argilo-arenoso )

R O C H A AL T E R AD A

Figura 4.3 – Distribuição das 26 sondagens e 11 poços de monitoramento na área do Terminal de Barueri.

Fonte: BRAIN Tecnologia, 2003.

4.1.1.5 Caracterização Hidrogeológica

A partir do contexto geológico local, pode-se reconhecer em termos hidráulicos, que o sistema aqüífero local é do tipo livre, superficial e granular, resultante de um perfil de alteração de uma rocha granítica. A parte superior do aqüífero, até 5,5 metros a partir da superfície do terreno, é constituída por um material de textura argilo-arenosa. A base do aqüífero é constituída de um material com textura mais permeável, areno-argilosa, apresentando textura variável até 7,0 metros.

Para determinação das características hidrodinâmicas e hidroquímicas do aqüífero foram instalados 11 poços de monitoramento, a partir dos quais foi possível determinar o mapa potenciométrico da área investigada em função da variação espacial da carga hidráulica total. A Figura 4.4 apresenta o mapa potenciométrico da área, sendo que as setas destacadas indicam as principais direções de fluxo. Os coeficientes de permeabilidade foram determinados a partir dos resultados dos Slug Tests, os quais foram tratados pelo método Hvorslev e Bower & Rice (FETTER, 1994). Os resultados de condutividade hidráulica obtidos para cada poço enquadram- se na faixa de solos areno-siltosos a areno-argilosos.

Figura 4.4 – Mapa potenciométrico na área do Terminal de Barueri.

Fonte: BRAIN, 2003.

As velocidades da água subterrânea na área foram calculadas considerando uma porosidade efetiva de 35%, admitindo um material areno-argiloso. A condutividade hidráulica e o gradiente hidráulico, assumidos nos cálculos da velocidade intersticial, variaram na ordem de 6,32 x 10-5 a 1,06 x 10-3 cm/s e 0,07 a 0,10 m/m, respectivamente. Em função destes resultados estimou-se a velocidade intersticial variando entre 4 e 100 m/ano.

As Tabelas III e IV do ANEXO B apresentam, respectivamente, os resultados das concentrações de hidrocarbonetos e metais detectados nas análises químicas de água subterrânea, coletadas nos poços de monitoramento. Nestas tabelas são indicados todos os pontos amostrados que ultrapassaram os limites estabelecidos pelos padrões de referência da CETESB (2001), Lista Holandesa (MINISTRY OF VROM, 1994) e EPA – Região 9 (EPA, 2002).

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