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GRAFICO 2 Diagrama de Pontos da Idade Cronológica

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização da Amostra

A amostra é composta por 36 indivíduos do sexo masculino com média de idade de 13,03 (± 0, 736) anos, com variação entre 12 e 14 anos. Uma visão geral da distribuição da amostra por idade pode ser observada no GRÁFICO 1.

GRÁFICO 1 - Freqüência dos Estudantes por categoria de Idade Cronológica.

Segundo este estudo, a experiência prévia, tempo de prática na modalidade, dos participantes no voleibol constitui uma média de 18,50 (± 10, 178) meses. É importante ressaltar que a experiência do grupo controle (GC) não foi contabilizada pela falta de conhecimento específico no esporte, conforme declarado pelos participantes e pelo professor do grupo. Do total dessa amostra (GE1 e GE2), 45% dos participantes tinham experiência prévia de 06 a 12 meses na prática do voleibol, 18,2% 18 meses de prática e 36,3 % de 18 a 42 meses.

O valor médio do tempo de prática do presente estudo é superior ao estudo de Costa et al. (no prelo) que utilizou atletas da categoria mirim de um clube de Belo Horizonte. Nesse estudo os autores encontraram uma média de experiência prévia de 14,4 (± 0,7 meses), entretanto, o valor do presente estudo foi inferior ao resultado

12 anos

14 anos

apresentado por Greco et. al. (2002), quando avaliaram equipes colegiais que representavam as seleções de voleibol de 6 estados brasileiros, com idade entre 11 a 14 anos e tempo de prática na modalidade de 31,2 meses, o que chama a atenção é o alto desvio padrão encontrado no presente estudo, demonstrando uma grande heterogeneidade de experiência na modalidade.

Com o intuito de verificar as diferenças do perfil dos grupos de interesse, é importante analisar as variáveis: Idade Cronológica e Tempo de Prática dos estudantes estratificadas por grupo de interesse. Seguindo essa linha de raciocínio, o GRÁFICO 2 permite verificar que os estudantes dos grupos GE1 e GE2 apresentam valores de idade mais próximos entre si em relação ao grupo dos indivíduos que não têm experiência em prática de voleibol (GC), cuja idade é mais elevada. 14 13 12 A B C I dade C o g io I dade Cronológica

GRÁFICO 2 - Diagrama de Pontos da Idade Cronológica.

Essas diferenças são verificadas no Teste da Mediana, cujo valor de Qui- quadrado (21,76) - um p-valor inferior a 0, 001- fornece evidências suficientes de que as medianas de pelo menos um dos grupos diferem-se dos demais. Os intervalos de confiança para cada grupo projetados numa mesma escala apresentados no diagrama do GRÁFICO 3 permitem inferir que o GC apresenta idade superior aos estudantes dos GE1 e GE2.

G2 GC G1 G ru p o s

+---+---+---+--- Grupo GE1 (---* Grupo GE2 (---* Grupo GC (---* +---+---+---+--- 12,00 12,60 13,20 13,80 GRÁFICO 3 - Intervalo de Confiança (95%) para a Idade Cronológica.

Este resultado pode ser explicado devido ao perfil do GC, que são alunos matriculados em um determinado colégio que fazem apenas Educação Física. Nessas aulas, os conteúdos são gerais, não havendo um aprofundamento em uma determinada modalidade esportiva. Por um lado, esse grupo foi selecionado pela relação que se apresenta entre a faixa etária e a série de ensino que estavam cursando, ou seja, levou-se em consideração as idades cronológicas da amostra. Por outro lado, para a composição dos GE1 e GE2, foram selecionados todos os atletas que participavam da equipe, independentemente da série que cursavam, ou seja, os GE1 e GE2 possuem idades próximas devido às faixas etárias determinadas pela Federação Escolar, para a participação dos alunos nos campeonatos colegiais de Voleibol. Para o GC considerou-se a idade limite dos alunos de uma mesma turma.

Com relação à experiência prévia na prática de voleibol, o GRÁFICO 4 sugere que o tempo de prática nessa modalidade é maior para o GE2 em comparação com o GE1. Esta informação é de vital importância, pois o tempo de prática é fator determinante para o desenvolvimento do conhecimento declarativo (FRENCH; THOMAS, 1987; THOMAS, 1994; MÉNDEZ GIMÉNEZ, 1999), sendo uma característica do desempenho cognitivo humano a melhora com a experiência (EYSENCK; KEANE, 1994).

Entretanto, visando determinar as diferenças na capacidade de detecção de sinais relevantes e relacioná-los com a velocidade de decisão e com o número de acertos em um teste de vídeo-cenas, entre jogadores de voleibol com níveis de prática variados, o estudo de Dias; Tavares; Moutinho (1996) verificou que os jogadores adultos são mais rápidos em tomar decisões corretas que os juvenis, mas

esta diferença não foi estatisticamente significativa. Esse resultado também foi encontrado no estudo de Pereira; Tavares (2003) que, por meio de um teste de vídeo com 12 cenas, proposto por Tavares (1993), analisaram 18 levantadoras participantes da primeira e segunda divisão do campeonato português de voleibol. Nessa análise, os autores perceberam que as jogadoras da 1.ª divisão, com melhor nível competitivo, apresentaram maior média percentual (46%) de respostas corretas em comparação às da 2ª divisão (42%), mas essa diferença não foi estatisticamente significativa. Além disso, Pereira; Tavares (2003) perceberam que, independentemente da divisão à que pertencem, as levantadoras gastam aproximadamente o mesmo tempo para decidir taticamente pela resposta adequada.

Colégio C Colégio B Colégio A 40 30 20 10 0 Escola M e s e s

Tempo de Prática em Voleibol

GRÁFICO 4 - Tempo de Prática em voleibol.

Ainda sobre o GRÁFICO 4, observa-se que a variabilidade de cada grupo mostrou-se relativamente alta entre os estudantes/atletas dos grupos experimentais que apresentam conhecimento específico de voleibol. Essa variabilidade pode ser comprovada pelo resultado do teste de Mann-Whitney realizado para comparação de duas amostras independentes. Nesse caso, o p-valor obtido foi igual a 0.0026 (ajustado para o caso de empates), ou seja, existe diferença entre os GE1 e GE2,

G2 GC

G1

incluídos no teste. É importante ressaltar que o GC não foi incluído na análise, por não ter experiência (treinamento) na prática de voleibol.

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