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Na tabela 3 encontram-se os valores de escore Z para a variável estatura, utilizando como referência os dados do CDC (2000), de acordo com as idades e sexos, dos escolares de Florianópolis (2002).

Tabela 3. Valores de tendência central e dispersão do escore Z para a variável estatura, de acordo com as idades e sexos, dos escolares de Florianópolis (2002)

IC 95%

Idade (anos) n Média Inferior Superior

Desvio

Padrão Mínimo Máximo 7* 337 0,26 0,15 0,37 1,02 -2,60 4,73 8* 385 0,15 0,05 0,26 1,02 -2,89 3,74 9 423 0,08 -0,03 0,18 1,07 -3,28 3,40 10 356 0,04 -0,06 0,15 1,01 -4,32 3,09 Meninos Total 1501 0,13 0,08 0,18 1,04 -4,32 4,73 7 323 0,06 -0,03 0,16 0,90 -2,77 2,52 8 384 -0,02 -0,13 0,09 1,08 -3,23 3,79 9 373 0,14 0,03 0,25 1,04 -4,12 3,37 10 337 0,17 0,07 0,28 0,95 -3,02 2,56 Meninas Total 1417 0,09 0,04 0,14 1,00 -4,12 3,79 * diferença significante entre os sexos (p<0,05), Anova Two-Way

Não houve diferença entre as idades em cada sexo

Verificam-se valores positivos de escore Z na média, para cada idade, no sexo masculino e no sexo feminino, sendo que somente aos 8 anos no sexo feminino houve valor negativo de escore Z. Não houve diferenças significativas entre as idades tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino. Houve diferenças entre os sexos nas idades de 7 e 8 anos. Estes valores de escore Z foram construídos tendo como referência a população de crianças norte-americanas, cujos valores mais recentes encontram-se no estudo publicado por McDowel et al. (2005) e estão disponibilizados no site do NCHS (www.cdc.gov/growthcharts/).

Como comparação, nas figuras 3 e 4 apresentam-se os valores médios de estatura dos estudos de Potvin et al. (1999), Frisancho (1990) e CDC (2000), de crianças norte-americanas, Moreno-Aznar et al. (1998), de crianças

espanholas, Anjos et al.(2003), Caldeira (2004), Fagundes e Krebs (2005), Florianópolis (2002) e Guedes e Guedes (1989), de crianças brasileiras do Rio de Janeiro (RJ), Santo André (SP), Santa Catarina, Florianópolis e Londrina. Podem-se constatar valores médios semelhantes entre os estudos. Somente o estudo de Guedes e Guedes (1989) apresenta valores consideravelmente inferiores aos demais estudos tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino, e pode-se justificar esse fato pela tendência secular de aumento estatural (KAC, 1999), haja vista que o estudo de Guedes e Guedes foi realizado entre os anos de 1987-1988. Ressalta-se, entretanto, que o estudo de Frisancho (1990) também é constituído de uma amostra avaliada entre as décadas de 70 e 80.

Estatura Média de Meninas de 7-10 anos

120 125 130 135 140 145 7 8 9 10 Idade (anos) E s ta tu ra M é d ia ( c m )

Anjos et al (2003) - Rio de Janeiro Caldeira (2004) Santo André CDC (2000)

Fagundes e Krebs (2005) Santa Catarina Florianópolis (2002) Frisancho (1990) Guedes e Guedes (1989) - Londrina Moreno Aznar (1998) Potvin et al. (1999) Figura 3. Estatura média dos escolares de 7 a 10 anos do sexo feminino.

Estatura Média de Meninos de 7-10 anos 120 125 130 135 140 145 7 8 9 10 Idade (anos) E s ta tu ra M é d ia ( c m )

Anjos et al (2003) Rio de Janeiro Caldeira (2004) Santo André CDC (2000)

Fagundes e Krebs (2005) Santa Catarina

Florianópolis (2002) Frisancho (1990) Guedes e Guedes Londrina Moreno Aznar (1998) Potvin et al. (1999)

Figura 4. Estatura média dos escolares de 7 a 10 anos do sexo masculino. Florianópolis (2002)

Na distribuição dos valores médios da estatura chama-se a atenção à diferença existente entre os sexos. Para o sexo feminino, a inclinação da reta é consideravelmente maior do que para o sexo masculino, mesmo não havendo diferenças nos valores de estatura encontrados nessas idades.

Em alguns estudos, como o do CDC (2000) e o de Guedes e Guedes (1989), chega-se a observar um declínio da inclinação da reta, para os valores da estatura no sexo masculino, por volta dos 9 anos de idade. O contrário acontece na inclinação da reta para meninas no estudo do CDC (2000) e no estudo de Fagundes e Krebs (2005), havendo um aumento na inclinação da reta a partir dos 9 anos de idade. Esse comportamento da reta torna-se uma característica de grande importância, pois parece denotar a antecipação do pico de velocidade em crescimento que ocorre no sexo feminino (MALINA e BOUCHARD, 2002; ROGOL et al., 2002).

Mesmo o estudo sendo de caráter transversal, esse comportamento diferenciado entre as curvas medianas de estatura, entre o sexo masculino e feminino, permite interpretar os achados com mais confiança, pois ele parece ser um reflexo da transição biológica que altera consideravelmente a

morfologia da criança, iniciando a preparação para uma nova fase, a puberdade.

Pelos achados deste estudo verifica-se que os meninos e as meninas de 7 a 10 anos de Florianópolis (em 2002) demonstram um crescimento superior à população de referência para a mesma faixa etária. Esse resultado torna-se importante na medida em que se interpreta esse crescimento superior como um provável reflexo da boa condição de saúde na população estudada.

Historicamente, tem-se relacionado os déficits estaturais observados na população infantil brasileira à baixa condição social e sanitária a qual as crianças estão expostas, bem como as diferentes condições socioeconômicas encontradas nas distintas regiões brasileiras (MONTEIRO et al., 1993; MONTEIRO, 2003). Em Florianópolis, um estudo caso-controle desenvolvido entre 1994 e 1995, constatou que o crescimento físico de pré-escolares está associado aos fatores sócio-econômicos e de morbidade/biológicos (CORSO et al., 2001).

Com base na trajetória de déficit estatural no Brasil, verificada entre 1974 a 1996, constata-se uma diminuição significativa de sua prevalência na criança brasileira, como pode ser observado na figura 5, fato este relacionado à melhora nas condições socioeconômicas e de saúde da população.

Figura 5. Tendência Secular da Desnutrição na Infância no Brasil Fonte: Monteiro (2003)

É notável que o sul do Brasil possua um aspecto diferenciado do restante do país, e isto é evidenciado pelas menores prevalências de déficit estatural na

população infantil da região centro-sul do país (figura 5), bem como pelas baixas prevalências nas crianças de Florianópolis, em 2002, (tabela 4) quando comparada aos índices apresentados na figura 5. Corso et al. (2001) encontraram uma prevalência de 3,1 % de desnutrição por déficit estatural em pré-escolares de Florianópolis, índice este abaixo da média para a região centro-sul do país.

Estes resultados podem ser reflexos do bom índice de desenvolvimento humano11 (IDH) que o estado de Santa Catarina apresenta, sendo o segundo melhor estado brasileiro. A cidade de Florianópolis foi a capital brasileira com o melhor IDH do país, e ficou em quarto lugar entre todos os municípios brasileiros, apresentando um IDH comparado ao de países desenvolvidos (Folha Online, 2002).

Tabela 4. Prevalência de desnutrição em escolares de 7 a 10 anos da cidade de Florianópolis (2002).

Prevalência de Desnutrição em Florianópolis (2002)

* Baixa Estatura Estatura Normal

Sexo Masculino n 32 1469 % 2,13 97,87 Feminino n 27 1390 % 1,91 98,09 Total n 59 2859 % 2,02 97,98

* Baixa Estatura = altura/idade < -2 escore Z

4.2 Análises da distribuição localizada da Gordura Corporal pelos

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