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PRODUÇÃO MAIS LIMPA P+l

I- 07: Com este indicador busca-se entender se realmente as informações destinadas à P+L são apresentadas para toda a empresa, em todos os

7. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.3 CARACTERIZAÇÃO DA MANUFATURA ENXUTA

Verificou-se que 88% das empresas pesquisadas apresentam um programa oficial destinado à Manufatura Enxuta, sendo que o tempo médio da implantação do programa da ME nas empresas analisadas é seis anos. O tempo de aplicação do programa da ME em cada empresa é apresentado na Figura 33. Vale destacar que é considerado um programa de ME quando a empresa apresenta uma estrutura e equipe destinada à aplicação dos conceitos e ferramentas da Manufatura Enxuta, incluindo a busca de melhoria contínua.

Na análise da aplicação dos conceitos da ME pelas empresas visando favorecer e obter a P+L e o meio-ambiente, verificou-se que apenas uma (8%) das empresas apresenta uma preocupação Muito Forte (MFO) com relação a este aspecto, conforme a Figura 34. Assim, a avaliação classificada MFO indica que na grande maioria das vezes a empresa aplica os conceitos enxutos e procura analisar quais são os impactos para o meio-ambiente, trabalhando com uma estratégia buscando favorecer tanto a P+L como a produtividade, sendo que a

empresa consegue comparar, por indicadores, as condições finais e iniciais referentes aos aspectos ambientais.

Figura 33- Tempo (em anos) da aplicação do programa de ME nas empresas

analisadas

O estudo mostra que 38% (5) das empresas consideram ter uma Aplicação Forte (FO) da ME para obtenção da P+L (Figura 34). Nesse caso a empresa aplicou pelo menos uma vez os conceitos da ME visando a obtenção da P+L, ou seja, o menor impacto ambiental.

Figura 34- Aplicação da ME para obtenção da P+L

Por fim, a grande maioria das empresas encontra-se na classificação Fraca (FR), e nesse caso a obtenção da P+L é uma consequência da aplicação dos conceitos e ferramentas da ME, e até o momento da pesquisa não houve aplicação do pensamento enxuto por parte dessas empresas visando a ecoeficiência e consequentemente a Produção mais Limpa.

O estudo mostra que são poucas empresas que fazem uso do pensamento enxuto com a finalidade de obter a Produção mais Limpa. Ao longo das entrevistas identificou-se que a decisão da aplicação dos conceitos da ME ainda está muito voltada para a produtividade, consequentemente a P+L acaba não sendo um fator tão prioritário. A empresa E01 obteve aplicação MFO da ME para a obtenção da P+L, e esta empresa está localizada no primeiro quadrante (Figura 22). As empresas que obtiveram classificação FO (E04, E05, E09, E10 e E16) também estão localizadas no quadrante I. As empresas com avaliação FR (E03, E06, E07, E11 e E12) estão localizadas no quadrante IV, e vale destacar que duas empresas (E13 e E14) localizadas no quadrante I também obtiveram classificação FR quanto à aplicação da ME para a obtenção da P+L. Por meio do checklist (Figura 35), identificou-se que as principais práticas da ME utilizados nas diversas etapas do processo produtivo foram 5S, manufatura celular, operações padronizadas e principalmente os Kaizens. Na avaliação do checklist das práticas da ME o Kaizen foi aquele que obteve maior pontuação com relação ao grau de aplicação e prática no processo.

Figura 35- Resultado do checklist da ME

O resultado da aplicação checklist da ME mostra que a maioria das empresas apresenta uma nota entre 7,9 a 6 pontos quanto às práticas (Figura 36). Portanto, considera-se que estas empresas têm aplicação mediana das práticas da ME. Isto indica que o processo de implantação da ME ainda não está concretizado e consolidado e, portanto, nem todas as práticas da ME que favorecem a obtenção da P+L encontram-se aplicados ou ainda estão passando por aprimoramento.

Ainda analisando práticas enxutas o resultado da pesquisa mostra que somente 24% (4) das empresas adotam o mapeamento do fluxo de valor com a finalidade de analisar aspetos ambientais do processo. Isto indica que as ações tomadas visando a redução do impacto ambiental, principalmente no processo produtivo, ocorrem de forma pontual e, portanto, não se analisa o todo para ponderar os possíveis pontos mais críticos.

Figura 36- Notas das ferramentas da ME

A aplicação das práticas da ME ocorre em especial na variável Processo Produtivo do benchmarking da P+L. Efetuando-se a análise comparativa dos resultados obtidos com o benchmarking da P+L e o checklist da ME (Tabela 4), observa-se que das quatro empresas que apresentam aplicação forte da ME, três delas (E04, E09 e E14) estão localizadas no Quadrante I da análise do benchmarking.

Considerando-se as empresas E04, E09 e E14, praticamente todas elas obtiveram nota 4 para os indicadores PP-11 e PP-19, porém deve-se destacar que somente a empresa E04 obteve nota 5 para o indicador PP-11.

A empresa E07, localizada no quadrante III, também apresenta uma aplicação forte da ME: nota 5 para o indicador PP-11 e nota 4 para o PP-19. De uma forma geral as empresas que apresentam aplicação forte práticas da ME (E04, E07, E09 e E14) obtiveram nota de prática e performance em um valor médio maior ou igual a 3,5.

Cinco empresas (E03, E08, E11, E13 e E15) ficaram com classificação fraca quanto às práticas da ME abordadas no checklist,

sendo que as empresas E03, E08 e E15 não têm um programa oficial da ME. A empresa E13 foi a única que obteve nota 3 para o indicador PP- 11, sendo que as práticas mais realizadas são os Kaizen e 5S. As demais empresas obtiveram nota 1 tanto para prática quanto para performance.

Tabela 4- Resultados do checklist da ME x Benchmarking P+L

Vale destacar que a empresa E13 é a única localizada no quadrante I da análise do benchmarking da P+L, e as demais empresas estão localizadas no quadrante IV. A empresa E13 aplica as práticas da ME visando a P+L, mas os aspectos da produtividade ainda são considerados mais prioritários, e isto reflete uma baixa performance.

Das sete empresas localizadas no quadrante IV (E02, E03, E06, E08, E11, E12 e E15), três delas obtiveram nota média para a aplicação das práticas da ME (E02, E06 e E12), e quatro delas apresentaram nota fraca para a adoção das práticas da ME (E03, E08, E11 e E15).

A empresa E02 foi a que obteve o pior desempenho da P+L pela análise do benchmarking. Entretanto, esta mesma empresa apresenta aplicação mediana quanto às práticas da ME. Portanto, por mais que a empresa E02 não tenha uma cultura e prática da P+L, algumas ações adotadas mediante a Manufatura Enxuta favorecem a obtenção de

resultados de Produção mais Limpa. Em virtude da empresa E02 não apresentar indicadores estruturados, não se pôde identificar as melhorias obtidas com a aplicação das práticas da ME.

De uma forma geral identificou-se que as empresas normalmente não adotam indicadores para medir a redução dos impactos ambientais. Portanto, fica difícil verificar a redução dos impactos ambientais com as práticas da Manufatura Enxuta. Assim, há dificuldade de identificar os resultados no âmbito da Manufatura Enxuta, bem como analisar se as práticas adotadas estão realmente favorecendo o meio-ambiente e proporcionando um menor impacto ambiental. Vale destacar que seis empresas alegaram ter controle referente à redução do impacto ambiental obtidos com a aplicação da ME.

Das empresas que adotam indicadores para verificar o desempenho obtido através da ME para obtenção da P+L identificou-se que as reduções dos impactos ambientais estão relacionadas principalmente à redução do consumo de energia, geração de resíduos sólidos (principalmente embalagens) e líquidos (óleos).