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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Considerando os objetivos propostos, a abordagem de pesquisa e os procedimentos técnicos empregados, este estudo pode ser caracterizado como: quantitativo, exploratório, descritivo e documental.

Estudos quantitativos trabalham com amostras representativas e utilizam técnicas para classificar fenômenos, de acordo com sua frequência e distribuição. Flick (2004, p. 18) salienta que a pesquisa quantitativa tem por objetivo “isolar claramente causas e efeitos, operacionalizar corretamente relações teóricas, medir e quantificar fenômenos, criar planos de pesquisa (que permitam a generalização de descobertas) e formular leis gerais”.

Como exploratório, sua principal função foi realizar uma primeira aproximação, criar maior familiaridade e apresentar uma visão geral a respeito do fenômeno analisado (SANTOS, 2004). A natureza da pesquisa exploratória é de sondagem e realiza investigações em áreas em que haja pouco acúmulo de conhecimento. Sua finalidade é “descrever, esclarecer e modificar conceitos e ideias” (GIL, 2002, p. 43).

Ainda sobre a pesquisa exploratória, Braga (2007) afirma que:

a pesquisa exploratória tem o objetivo de reunir dados, informações, padrões, ideais ou hipóteses sobre um problema ou questão de pesquisa com

pouco ou nenhum estudo anterior. Esse tipo de pesquisa não tem o objetivo de testar uma hipótese, mas de procurar padrões. Não costuma produzir resultados muito conclusivos ou respostas para determinados problemas, mas indica pesquisas futuras (BRAGA, 2007, p. 25).

A respeito de estudos que exploram bases de dado, como o Banco de Teses da CAPES, Kobashi e Santos (2006, p.2) salientam que “analisar, descrever e formular indicadores para a produção científica que elas armazenam tem o sentido de rememorar e reavaliar a atividade científica desenvolvida na universidade”. Essa intenção de rememorar e reavaliar pode auxiliar ainda na identificação de tendências para a produção científica para uma determinada área do conhecimento, uma região ou país.

Como pesquisa descritiva, o principal objetivo desse estudo foi identificar e descrever as características e os padrões da produção científica brasileira sobre Terceiro Setor (GIL, 2002), representada por dissertações e teses defendidas em programas de pós-graduação Stricto Sensu, de todas as regiões do país, que sejam reconhecidos pela CAPES e se encontrem indexados em seu Banco de Teses.

A pesquisa descritiva também envolve a observação, registro, análise e interpretação dos fatos sem a interferência do pesquisador, ou seja, os fenômenos são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. A pesquisa descritiva possibilita ainda o desenvolvimento de um nível de análise em que se permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação (BRAGA, 2007). Assim, o presente estudo visa identificar, classificar e estabelecer relações entre variáveis como: área de estudo, curso, região, ano de publicação, entre outras.

Enquanto exploratório e descritivo “baseado em uma amostra grande e representativa” as metodologias mais adequadas são a análise histórica, o levantamento (survey) em fontes secundárias, como informações bibliográficas e documentais, apoiados por análise por meio de softwares estatísticos (BRAGA, 2007, p. 25).

Os procedimentos de coleta de dados também caracterizam o estudo como uma pesquisa documental, ou seja, as informações coletadas se restringem a documentos. Esses documentos se constituem em fontes primárias ou secundárias. As primárias são compiladas na ocasião pelo autor (documentos de arquivos públicos ou privados, cartas, contratos, entre outros), as secundárias são transcritas de fontes primárias contemporâneas (relatórios de pesquisa, como dissertações e teses, entre outros) (MARCONI; LAKATOS, 2007).

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O contexto do presente estudo refere-se aos produtos da pesquisa científica, materializados em dissertações e teses, produzidas no Brasil, no período de 1994 a 2009, que tratam da temática do Terceiro Setor. Estudos semelhantes delimitaram o universo à regiões geográficas, áreas de pesquisa e cursos específicos. Giustina (2005) realizou um estudo sobre a produção científica em empreendedorismo, limitando o universo aos cursos de administração da região sul do país e reconhecidos pela CAPES.

Momm (2009) estudou a institucionalização social e cognitiva do turismo, enquanto campo de estudo. Para isso, analisou dissertações e teses defendidas em programas de pós-graduação Stricto Sensu, reconhecidos pela CAPES, que se dedicam ao turismo ou áreas correlatas. Ao contrário desses estudos, a presente pesquisa não se limita a regiões geográficas ou a áreas do conhecimento. Seu interesse está justamente em identificar a diversidade de regiões, áreas de estudo e ainda os cursos nos quais os estudos foram realizados. Isso contribuirá para alcançar os objetivos propostos.

Devido à falta de estudos anteriores, optou-se por levantar todas as referências, desde a primeira aparição da expressão Terceiro Setor. O recorte temporal vai de 1994, ano que aparece a primeira referência sobre a expressão, até 2009. Assim, o universo da pesquisa está contido em 574 referências identificadas junto ao Banco de Teses da CAPES18. Dessas referências, 483 são dissertações e 91 são teses.

Optou-se por dissertações e teses, pois, segundo Kobashi e Santos (2006, p. 29),

analisar a produção científica, a partir de artigos científicos pode não contemplar as peculiaridades da [...] pesquisa nas diversas áreas do conhecimento. Certas áreas privilegiam a comunicação por meio de livros [...] ou trabalhos publicados em anais de eventos, sendo secundária a publicação de artigos em periódicos científicos. Avaliar a produção científica por meio da mensuração de artigos publicados em revistas internacionais de alto impacto parece não ser suficientemente potente para dar conta da produção científica efetiva de cada país.

Esses autores comentam ainda que, no caso brasileiro, a análise por meio de dissertações e teses produzidas em programas de pós-graduação

Stricto Sensu pode fornecer dados preciosos sobre a pesquisa feita no país.

Esses programas são instâncias altamente institucionalizadas e sistematicamente avaliadas, que criam repositórios com fins administrativos e para responder as avaliações. Esses repositórios formam uma significativa massa de dados sobre a produção brasileira. Parte desse material é também publicado sob a forma de artigos ou livros. Assim, as dissertações e teses representam informações bastante confiáveis para mapear temas, orientadores e linhas de pesquisa e transformá-los em indicadores (KOBASHI; SANTOS, 2006, p. 29).

4.3 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS PARA COLETA DOS DADOS