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De acordo com Gil (1999) a pesquisa é um processo de desenvolvimento do método científico de maneira formal e sistemática, cujo principal objetivo é identificar fenômenos e propor soluções de problemas mediante a utilização dos procedimentos científicos. Um mesmo problema pode apresentar diferentes métodos de pesquisa; a escolha está relacionada a um conjunto de fatores, como tempo e recursos, possibilidade de acesso a dados, natureza do problema de pesquisa, entre outros.

Para Cervo e Bervian (2002) o método pode ser entendido como um meio de acesso de descobertas, sendo este dependente dos objetivos da investigação. O método científico é, pois, um instrumento de trabalho, apresentado por um conjunto ordenado de procedimentos por meio dos quais é possível conhecer uma determinada realidade bem como desenvolver processos e ações. Por isso, é justamente o método que promove a identificação da forma pela qual os objetivos serão

alcançados, de maneira sistemática, em um plano geral de

pesquisa.

Ainda segundo Gil (1999) é usual a classificação de pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas, utilizando- se como critério de classificação seus objetivos gerais. Essa classificação se torna útil, pois possibilita uma aproximação conceitual. Assim, delineando cada um dos tipos de classificação, obtêm-se a tipologia de delineamento de pesquisa quanto a seus objetivos, conforme Quadro 8.

Quadro 8 - Tipologia de delineamento de pesquisa quanto a seus objetivos Pesquisas Exploratórias Pesquisas Descritivas Pesquisas Explicativas Têm por objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Proporciona visão geral, aproximativa, acerca de determinado fato.

Tema escolhido pouco explorado Difícil formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis. Têm por objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Caracteriza-se significantemente pela utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática Têm por objetivo identificar os fatores que determinam ou que contribuem a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. É o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.

Fonte: Gil (1991)

O estudo exploratório apresenta-se como um primeiro passo no campo científico. Nesse sentindo, explorar um assunto significa reunir mais conhecimento e incorporar características inéditas, bem como buscar novas dimensões até então não conhecidas, a fim de possibilitar a realização de outros tipos de pesquisa acerca do mesmo tema, como a pesquisa descritiva e a pesquisa explicativa (RAUPP; BEUREN, 2003).

Portanto, segundo classificação proposta por Gil (1991), a pesquisa em questão pode ser classificada como de caráter exploratório, pois no âmbito da logística, a utilização de iniciativas cujo objetivo é atingir um novo patamar com relação a sustentabilidade nas empresas ainda é pouco estudada. Em uma segunda etapa, pode ser classificada quanto ao seu objetivo como descritiva, ou seja, a pesquisa observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) de uma determinada população sem manipulá-los.

As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações comerciais e geralmente assumem a forma de survey.

3.1.1 Classificação quanto à abordagem

Quanto à classificação da pesquisa, Miguel et al. (2010) dão importância à abordagem da pesquisa, podendo essa ser qualitativa, quantitativa ou uma combinação de ambas as abordagens.

Segundo Tharenou et al. (2007) as análises são qualitativas quando fornecem detalhes, processos, riqueza, e sensibilidade ao contexto, sendo apropriadas se o objetivo é compreender o significado e construir explicações teóricas a partir de entendimentos do participante e não com a frequência de ocorrência das variáveis de determinado fenômeno. As análises quantitativas, por sua vez, são mais apropriadas para as perguntas envolvendo “qual quantidade” ou “qual valor”, isto é, questões de incidência e medição. Essas são mais bem utilizadas quando o objetivo é testar as previsões teóricas com medidas precisas de variáveis.

A pesquisa quantitativa tende a apresentar a realidade organizacional como uma mistura de fatos inertes esperando para ser desvendado por um investigador (BRYMAN, 1989).

A Figura 12 ilustra a estrutura lógica da abordagem quantitativa proposta por Bryman (1989):

Figura 12 - Estrutura Lógica da abordagem quantitativa

A teoria, ponto de partida do problema estudado, possibilita dedução de hipóteses, que nada mais são que soluções provisórias para o problema de pesquisa. Pela necessidade de testar essas hipóteses, os conceitos contidos nelas devem ser convertidos em variáveis mensuráveis, denominadas constructos. A definição destes constructos é de extrema importância, uma vez que serão utilizados para prover os dados relevantes para a realização do teste de hipóteses. Então os dados são coletados e posteriormente analisados. A interpretação desses resultados é que será responsável para uma corroboração ou modificação da base teórica existente.

Com relação à abordagem de pesquisa mista, para Creswell e Clark (2007), esta fornece evidências mais abrangentes para o problema de pesquisa, que a pesquisa quantitativa ou qualitativa isoladas, pois utiliza uma combinação de elementos de ambas as abordagens, tais como, pontos de vista, coleta de dados, análise, técnicas de inferência, com o propósito de adquirir corroboração e entendimentos mais profundos.

Na abordagem mista, pesquisadores têm a liberdade de usar variados métodos de avaliação do problema de pesquisa, bem como variadas ferramentas de coleta de dados disponíveis, ao invés de ficarem restritos aos tipos de coleta tipicamente associados com pesquisas quantitativas ou qualitativas.

A árvore de decisão proposta por Creswell e Clark (2007) colaborou na escolha desta abordagem, uma vez que permite a visualização de todo processo. Assim, com base nesta árvore de decisão ficou estipulado que a aplicação será sequencial, primeiramente com abordagem qualitativa, onde terá uma ênfase significativa, visto que, os resultados finais serão qualitativos. A segunda fase da pesquisa será quantitativa, onde se pretende avaliar a frequência em que as iniciativas são citadas.

Em síntese, esta pesquisa apresenta abordagem combinada exploratória, onde o estudo é realizado em duas fases, a primeira de caráter qualitativo, com o intuito de explorar ao máximo o tema e servindo de subsidio para fase quantitativa.