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Os resultados dos parâmetros avaliados da melhor condição experimental estão apresentados na Tabela 6. Para efeito de comparação, os resultados da caracterização físico- química da solução de corante são de antes e depois do tratamento.

Tabela 6 - Resultados dos parâmetros avaliados da melhor condição experimental.

Parâmetro Antes do tratamento Depois do tratamento 1B 2A 2B Cor (Abs) 2,962 0,151 0,133 0,053 0,072 Turbidez (uT) 7,98 6,98 6,28 5,35 5,13 pH 7,89 4,22 4,22 4,23 4,23

Com base nestes resultados, constatou-se que o auxiliar de floculação não teve interferência significativa nos resultados, como já visto anteriormente, uma vez que os valores dos ensaios com as diferentes concentrações de quiabo se mostraram muito semelhantes.

Quanto à remoção de cor, novamente os resultados foram satisfatórios, chegando a atingir 98% de remoção no ensaio 2A, em que se utilizou a concentração de quiabo a 0,2%.

Ainda que com pouca diferença, de maneira geral, os melhores resultados foram obtidos nos ensaios cuja concentração de quiabo encontrava-se no nível superior.

5.5 CARACTERIZAÇÃO DO LODO GERADO

Da condição experimental escolhida, foram realizadas as análises do lodo nos parâmetros: densidade, pH, umidade, matéria orgânica e alumínio.

Os resultados encontrados nas análises destes parâmetros estão apresentados na Tabela 7, com exceção dos metais que será apresentado posteriormente.

Tabela 7 - Resultados obtidos nas análise dos parâmetros do lodo Parâmetro 1A 1B 2A 2B Volume (mL) 56,00 64,00 68,00 58,00 Densidade (g/L) 0,95 0,95 0,95 0,94 Ph 4,10 4,11 4,17 4,19 Umidade (%) 97,40 95,91 94,48 99,10 Matéria orgânica (%) 0,08 0,042 0,31 0,08

As análises do volume de lodo gerado foram feitas utilizando cones Imhoff conforme ilustrado na Figura 14, para melhor visualização identificação foi feita, sendo 1A e 1B os ensaios com 0,1 % da solução de quiabo e 2A e 2B para o para os ensaios 0,2 % da solução de quiabo. O maior volume de lodo foi obtido no ensaio 2A.

Figura 14 – Avaliação do lodo em relação ao volume gerado com o uso de cones Imhoff.

As Figuras 15A, 15B e 15C mostram as cápsulas de porcelana com as amostras de lodo úmido, com o material resultante das 16 horas na estufa (umidade) e com o material resultante das outras 24 horas na estufa (matéria orgânica), respectivamente.

Figura 15 - Aspectos das amostras de lodo nos ensaios de umidade e matéria orgânica.

A: Cápsulas de porcelana com o lodo úmido

B: Cápsulas de porcelana após 16 horas na estufa a 105°C C: Cápsulas de porcelana após mais 24 horas na estufa a 105°C

5.5.1 Alumínio

Para a análise do alumínio, foram realizados dois testes qualitativos, o Azul de Thenard (Figura 16) e o Carbonato de sódio (Figura 17).

Figura 16 – Aspecto das amostras de lodo submetidas à metodologia do Azul de Thenard.

A: Análise da amostra com 0,1 % de solução de quiabo. B: Análise d a amostra com 0,2 % de solução de quiabo.

Figura 17 - Aspecto das amostras de lodo submetidas à

metodologia do Carbonato de sódio.

A: Análise da amostra com 0,1 % de solução de quiabo. B: Análise d a amostra com 0,2 % de solução de quiabo.

Ambas as avaliações qualitativas do lodo indicaram a presença de alumínio nas amostras. Na avaliação Azul de Thenard, a coloração azul se dá pela formação de resíduo de

aluminato de cobalto, como é possível verificar na Figura 16. Já na análise com carbonato de sódio, a presença de alumínio é visível, pois o metal precipita em forma de hidróxido de alumínio que é formado na reação (Figura 17).

Ainda é possível supor que a concentração de alumínio é maior no ensaio com 0,1 mg/L de quiabo, fato que poderá ser comprovado com a realização de análises quantitativas de alumínio.

Maiores considerações poderão ser feitas a partir de análises quantitativas que serão realizadas posteriormente.

Não foi possível discutir os resultados deste trabalho utilizando comparações com outras literaturas, pois não foram encontradas literaturas que abordem especificamente o tema deste trabalho.

6 CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos com o planejamento fatorial, foi possível concluir que melhores valores de remoção de cor e formação de lodo são adquiridos com as concentrações de corante e coagulante químico nos níveis inferiores de concentração.

A concentração de quiabo no processo não foi significativa, o que não significa que a sua presença não seja importante. Nesse caso foi indiferente manter a concentração de quiabo no nível inferior ou superior, ambas concentrações contribuem da mesma forma no processo de remoção de cor e formação de lodo.

Além disso, a ferramenta da otimização multivariada se mostrou bastante eficaz,

facilitando a determinação da melhor condição experimentada, onde acorresse a máxima

remoção de cor e máxima produção de lodo.

Mesmo que de forma pouco evidente, o auxiliar de floculação na concentração mais alta, se mostrou mais eficiente no tratamento. O que demonstra que os estudos referentes a aplicação de quiabo como auxiliar de floculação na remoção de cor de efluentes têxteis, devem ser continuados.

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