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3. CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE SOBRE A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

3.2 Caracterização da violência psicológica contra a mulher: danos,

Conforme vem se afirmando neste trabalho, a violência psicológica contra a mulher, se caracteriza principalmente, pela forma de agir do agressor, nos pequenos gestos que são praticados, dia após dia, causando confusão e sofrimento para a mulher. O agressor age devagar, humilhando, menosprezando a vítima, sem que, por vezes, a vítima se dê conta de que está passando por uma situação de violência.Pode envolver, ainda, a manipulação emocional da mulher e qualquer atitude que lhe impeça de manifestar a sua vontade, pondo em dúvida sua capacidade mental.

Ana Marta Rubio (2018), em seu artigo, “Como detectar violência psicológica”, esclarece que uma situação que envolve essa forma de violência, denominada

“manipulação mental”, consiste em produzir na vítima um processo em que a mulher desconheça seu próprio valor, no que diz respeito à sua liberdade e à sua autonomia em tomar suas próprias decisões. A manipulação se dá por meio de chantagem emocional, ameaças, dentro de uma relação em que apenas um dá e o outro recebe, em que uma pessoa ganha e outra perde, gerando medo, culpa ou vergonha, de maneira que o agressor alcance o que deseja. Dessa maneira, o manipulador produz na vítima, a longo prazo, uma sensação de insegurança consigo mesma, fazendo-a duvidar de suas potencialidades e sentimentos.

Conforme explicitado, além de toda a culpa e limitações impostas pela violência psicológica, há também a situação em que o agressor mascara a violência

com um “cuidado” excessivo, cercado de mimos, para passar a impressão de que tudo que faz é com a intenção de proteger a mulher (RUBIO, 2018, s/p. tradução nossa). Todo esse processo de manipulação e dominação da mulher produz além da insegurança e do medo, danos psicológicos, dentre esses a depressão e, em alguns casos, pensamentos suicidas, que chegam a se consumar7em situações nas quais a mulher não consegue procurar ou não encontra ajuda ou suporte nos espaços público ou privado.

Como se fez referência, ainda existem dificuldades em se reconhecer (a própria vítima e a sociedade) a violência psicológica contra a mulher como uma forma de violência. Para Cacique e Furegato (2006, p. 5), "É importante destacar que as vítimas de violência psicológica, muitas vezes, pensam que o que lhes acontece, não é suficientemente grave", em razão do descrédito em relação à violência psicológica, pela dificuldade de comprovação, da vergonha, do medo e da crença de que o que acontece dentro de casa deve permanecer lá.

Dessa forma, o problema da violência contra a mulher é também cultural, proveniente da cultura do machismo e do patriarcado, que persiste em nossa sociedade. Uma mudança cultural, em busca de avanços por conquista de igualdade de gênero, políticas de empoderamento8 feminino, é um fator que pode possibilitar respostas significativas na diminuição dos índices de violência contra a mulher.

É nessa perspectiva de que, a mulher se reconheça em situação de violência psicológica, para a partir desse ponto significativo, buscar conhecer seus direitos, de modo a enfrentar a situação, tentar supera-las e não sucumbir.As mulheres

7 Segundo Silva (et al, 2007, p. 100), as consequências da violência psicológica podem ter danos irreversíveis, "não raro, são detectadas situações graves de saúde, fruto do sofrimento psicológico, dentre as quais se destacam: dores crônicas (costas, cabeça, pernas, braços etc.) síndrome do pânico, depressão, tentativa de suicídio e distúrbios alimentares".

8O Empoderamento Feminino, Segundo Djamila Ribeiro (2017), é o fortalecimento das mulheres, com a finalidade de obter uma sociedade mais justa. Na perspectiva de mudança numa sociedade dominada pelos homens e fornecer outras possibilidades de existência e comunidade. É enfrentar a naturalização das relações de poder desiguais entre homens e mulheres, garantindo que possam estar cientes da luta pela total igualdade entre os gêneros em diversos cenários sociais. Fonte: Ceert,

“O que é o empoderamento feminino”. (Djamila Ribeiro, 2017).

precisam ocupar o seu lugar de fala9, aprender a exigir o que lhe é de direito, e recusar o que não lhe fizer bem.

Segundo Chauí (1980), a violência psicológica (e também a física) traz em sua composição o poder de transformar o indivíduo em coisa, processo característico das relações de gênero. Ao mencionar o processo de "coisificação" do indivíduo na violência psicológica, Hirigoyen (2006, p.28) analisa que “não se trata de um desvio ocasional, mas de uma maneira de ser dentro da relação: negar o outro e considerá-lo como um objeto”. Conforme mencionado pelo autor, fica claro que é um desejo, por parte do agressor, ter o total controle da vida de sua parceira, nem que para isso ele tenha que a oprimir, até que a mulher perca o controle de suas vontades.

Para Silva (2007), a violência psicológica contra a mulher deve ser tratada como caso de saúde pública, independentemente de haver ou não violência física.

Pois a violência psicológica, causa confusão de sentimentos, que perpassam a cabeça da mulher em um relacionamento abusivo, sentimentos que envolvem, por exemplo, o ódio, o medo do divórcio, de se sentir fracassada também no sentido de não ter conseguido manter o casamento/família, a culpa, a rejeição dentre outras inúmeras sensações.

Mas como se reconhecer em situação de violência psicológica? Primeiro consideramos importante trazer novamente a concepção de violência psicológica conforme descrita na Lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha:

Art. 7º [...]

II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

[...]

9A ideia do Lugar De Fala, seria romper com o silêncio instituído para quem foi subalternizado, um movimento no sentido de romper com a hierarquia. Fonte:O que é: lugar de fala? Djamila Ribeiro, Feminismos Plurais (2017).

A Lei Maria da Penha busca elucidar as situações de violência psicológica para que se possa coibí-la ou, na impossibilidade de fazê-lo – e chegando o agressor a expor a mulher a qualquer uma das situações descritas na lei –para que sejam encaminhadas as ações penais cabíveis contra aquele.Para tanto, se faz necessário que a mulher esteja atenta às atitudes da pessoa que está ao seu lado, se de algum modo sente que estas vêm lhes ocasionando algum prejuízo em sua vida, nas relações com outras pessoas e consigo própria.

Então, é preciso entender que para se reconhecer em situação de violência, é preciso que seja dada atenção a determinadas situações, de modo a não as amenizar. Em uma perspectiva psicológica, Rubio (2018, s/p, tradução nossa) destaca algumas situações as quais, quando vividas pelas mulheres, podem significar que estejam sendo vítimas de violência psicológica.

Se você se voltar para situações incompreensíveis que lhe causam sofrimento ou desconforto, tentando descobrir o motivo, não duvide que você é vítima de violência psicológica.Se você sofre em silêncio uma situação dolorosa e espera que as coisas se resolvam, ou que seu carrasco espontaneamente deponha sua atitude, que alguém a ajude porque percebe sua situação, você não tem dúvida de que está sendo uma vítima de violência psicológica.Se você se surpreender fazendo algo que não deseja ou que contraria seus princípios ou que lhe dá nojo, considere-se vítima de manipulação mental, que é uma forma de violência psicológica. Se você está surpreso ao fazer algo que não deseja e se sente incapaz de se recusar a fazê-lo, intelectualizando e justificando sua submissão de mil maneiras, não hesite, você é vítima de violência psicológica.Se você faz coisas que não quer e não pode evitar fazê-las porque entraria em pânico, porque tem medo de recusar ou porque algo o leva a fazê-lo, saiba que você é vítima de manipulação mental.Se você chegou à conclusão de que a situação dolorosa que você sofre não tem solução porque a merece, porque a procurou, porque as coisas são assim e não podem ser mudadas, porque nada pode ser feito, porque é irremediável, não duvide por um momento, você é vítima de violência psicológica.E se você se sentir mal diante de uma pessoa, se lhe causar desconforto, insegurança, medo, emoções intensas injustificadas, um apego ou um afeto que não tem justificativa, uma ternura que contradiz a realidade dessa pessoa, se você se sentir pouco, inútil, desamparado ou bobo na frente dessa pessoa, você já identificou seu agressor.

De acordo com Silva (2007), a vítima tende a não procurar ajuda nos casos de violência psicológica e justificar as atitudes do agressor. Entende-se que se a mulher se encontra em algumas das situações descritas por Rubio (2018), o próximo passo seria a denúncia. No entanto, é preciso também compreender que não se trata de uma tarefa fácil. Como explicado anteriormente, o medo, situações de

dependência financeira, ter filhos, entre outros fatores, podem levar a mulher vítima de violência não crer na possibilidade de mudar a situação em que está envolvida.

Medidas como a Lei Maria da Penha, por exemplo, surgem para promover o acesso e meios necessários para a mulher iniciar sua luta voltada para atitudes que as retire do contexto de violências sofridas. Mas para tanto é preciso haver divulgação da informação. Entendemos que um importante passo para a mulher que se encontra em situação de violência psicológica é buscar ajuda. A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, como já mencionado no capítulo anterior, é uma das portas de entrada para que a mulher possa procurar um apoio e assistência especializada e qualificada. É importante ressaltar o que diz a legislação quanto ao Ligue 180.

Art. 1o A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, na modalidade de serviço telefônico de utilidade pública de âmbito nacional, é destinada a atender gratuitamente mulheres em situação de violência em todo o País.

Art. 2o A Central de Atendimento poderá ser acionada por meio de ligações telefônicas locais e de longa distância, no âmbito nacional, originadas de telefones fixos ou móveis, públicos ou particulares, e efetivar chamadas ativas locais e de longa distância.

Parágrafo único. O número 180 estará disponível vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados locais, regionais e nacionais.

Art. 3o Caberá à Central de Atendimento:I - receber relatos, denúncias e manifestações relacionadas a situações de violência contra as mulheres;II registrar relatos de violências sofridas pelas mulheres;III orientar as mulheres em situação de violência sobre seus direitos, bem competentes;VII - produzir periodicamente relatórios gerenciais e analíticos com o intuito de apoiar a formulação, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres;VIII disseminar as ações e políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres para as usuárias que procuram o serviço; eIX - produzir base de informações estatísticas sobre a violência contra as mulheres, com a finalidade de subsidiar o sistema nacional de dados e de informações relativas às mulheres. Art. 4o O número 180 poderá ser amplamente divulgado nos meios de comunicação, instalações e estabelecimentos públicos e privados, entre outros. (BRASIL, 2006).

A violência psicológica atinge as mulheres independentemente de cor, classe, raça e etnia, de forma silenciosa e covarde. De acordo com o MMFDH, o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) registrou 1,3 (1.314.113) milhões de ligações em

2019. Os dados apontam que houve, entre 2018 e 2019, um aumento de 7,95% nas denúncias por violência doméstica e familiar (de 62.485 para 67.438). De acordo com o balanço, as violações mais recorrentes do Ligue 180 são referentes à violência doméstica e familiar (78,96%). Desse total, 61,11% são de violência física;

19,85% de violência moral; Cerca de 3.209 denúncias de violência psicológica foram feitas no ano de 2018.

Com base no Instituto Maria da Penha, hoje existem centros de referência para a mulher, delegacias especializadas, casas-abrigo e outras políticas públicas que visam estabelecer ações integradas entre as instituições, o poder público e a sociedade civil. Como bem observa Penha (2010), devemos combater os estereótipos de gênero, enfrentar e não tolerar mais esse tipo de agressão. Assim, é nítida a importância de políticas públicas que cumpram de fato com o que se propõe, para que as mulheres se sintam acolhidas, assistidas, esclarecidas e confiantes em denunciarem as violências das quais são vítimas.

Sendo assim, é inegável o valor da Lei Maria da Penha como instrumento específico e exclusivo no trato, na caracterização, na prevenção e no combate à toda violência que vitima as mulheres, entre essas a violência psicológica. A referida Lei, traz em seu texto Artigos que explicitam como deve ser efetivada a assistência à mulher em casos de violência, envolvendo nesse processo um conjunto de políticas de proteção social, bem como diretrizes a serem seguidas no processo de atendimento que deve ser prestado à mulher pela autoridade policial, de modo a salvaguardar a integridade física, psíquica e emocional da vítima. Tais diretrizes são fundamentais no sentido de romper com atendimentos que mais responsabilizam as mulheres pela violência sofrida do que as tratam como vítimas.

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

[...]

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências: I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; 39 II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; III - fornecer

transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.(BRASIL, 2006).

De acordo com análise de Pita (2014, p. 99, tradução nossa):

Todos os especialistas que trabalham no assunto valorizam a atenção especializada e necessária a mulheres agredidas, porque na relação vítima-agressor uma dependência psicológica significativa é estabelecida dentro de uma dinâmica deformada, portanto, tanto vítimas como agressores precisam de ajuda para respeitar suas peculiaridades.

Em termos de avanços quanto à prevenção e combate à violência contra a mulher, além da Lei Maria da Penha, descrita anteriormente, destacamos alguns programas e secretarias – elaborados e implementados durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2003. Dentre esses, a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, na qual houve uma ampliação das políticas públicas na direção da prevenção e enfrentamento da violência.A partir de 2004 grandes avanços ocorreram em relação as diretrizes de prevenção e combate à violência contra a mulher; “foi elaborado o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, no qual constava como um dos objetivos a criação de uma Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres” Programa Mulher, Viver Sem Violência Casa Da Mulher Brasileira (2013, p. 11), o que ocorreu em 2006, ano em que ocorreu também a promulgação da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha.

Logo em seguida segundo o referido documento, O Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres foi lançado em agosto de 2007, como parte da Agenda Social do Governo Federal. Mais adiante, no governo da Presidenta Dilma Roussef, em 2011, foi elaborado o documento da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

De acordo com o documento da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (2011, p. 25), o enfrentamento e o combate da VCM,

“não se restringe à questão do combate, mas compreende também as dimensões da prevenção, da assistência e da garantia de direitos das mulheres, que compõem os

Eixos Estruturantes (figura 06), da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

O conceito de enfrentamento, adotado pela Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, diz respeito à implementação de políticas amplas e articuladas, que procurem dar conta da complexidade da violência contra as mulheres em todas as suas expressões. O enfrentamento requer a ação conjunta dos diversos setores envolvidos com a questão (saúde, segurança pública, justiça, educação, assistência social, entre outros), no sentido de propor ações que:

desconstruam as desigualdades e combatam as discriminações de gênero e a violência contra as mulheres; interfiram nos padrões sexistas/machistas ainda presentes na sociedade brasileira; promovam o empoderamento das mulheres; e garantam um atendimento qualificado e humanizado àquelas em situação de violência.(BRASIL, 2011, p. 25).

Figura 06- Eixos estruturantes.

Fonte: BRASIL. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, 2011, p. 26.

Ainda de acordo com a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (BRASIL, 2011), no âmbito preventivo, a Política Nacional preconiza o desenvolvimento de ações que desconstruam os mitos e estereótipos de gênero e que modifiquem os padrões sexistas, perpetuadores das desigualdades de poder entre homens e mulheres e da violência contra as mulheres. Conforme o texto a seguir:

A prevenção inclui não somente ações educativas, mas também culturais que disseminem atitudes igualitárias e valores éticos de irrestrito respeito às diversidades de gênero, raça/etnia, geracionais e de valorização da paz. As ações preventivas incluirão campanhas que visibilizem as diferentes expressões de violência de gênero sofridas pelas mulheres e que rompam com a tolerância da sociedade frente ao fenômeno. No tocante à violência doméstica, a prevenção deverá focar a mudança de valores, em especial no

que tange à cultura do silêncio quanto à violência contra as mulheres no espaço doméstico e à banalização do problema pela sociedade.

Quanto à assistência às mulheres em situação de violência, a referida Política Nacional destaca um compromisso com a garantia do “atendimento humanizado e qualificado àquelas em situação de violência” (BRASIL, 2011, p. 27).

Esse atendimento deve acontecer:

[...]. Por meio da formação continuada de agentes públicos e comunitários da criação de serviços especializados, Casas-Abrigo, Centros de Referência”. Serviços de Responsabilização e Educação do Agressor, Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Defensorias da Mulher); e da constituição/fortalecimento da Rede de Atendimento (articulação dos governos Federal, Estadual/Distrital, Municipal e da sociedade civil para o estabelecimento de uma rede de parcerias para o enfrentamento da violência contra as mulheres, no sentido de garantir a integralidade do atendimento).Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (BRASIL,2011, p. 27).

No âmbito da garantia dos direitos humanos das mulheres, “devem ser implementadas iniciativas que promovam o empoderamento das mulheres, o acesso à justiça e a o resgate das mulheres como sujeito de direitos”. (BRASIL, 2011, p.

27).

Ainda de acordo com a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (BRASIL, 2011), a política deve seguir as recomendações que constam nos tratados internacionais da ONU, na área de violência contra as mulheres, por exemplo, o da Convenção de Belém do Pará e na CEDAW10”. No contexto histórico das ações voltadas para a prevenção e o fim dessa violência esses Eventos são alguns dos marcos.

O monitoramento, apesar de não estar no eixo, é primordial para o pleno funcionamento das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres, “a avaliação sistemática e o acompanhamento de todas as iniciativas desenvolvidas

10A Convenção de Belém do Pará, como ficou conhecida, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra Mulher, adotada na referida cidade, em 9 de junho de 1994, conceitua a violência contra as mulheres, reconhecendo-a como uma violação aos direitos humanos.

Fonte: Compromisso e Atitude, Lei Maria da Penha. A lei é mais forte (2012).

nas áreas de prevenção, combate à violência contra as mulheres; a assistência e garantia de direitos”. (BRASIL, 2011, p. 27).

Lançado em 2013, pela Presidenta Dilma Rousseff, o documento que traz o conteúdo referente ao Programa “Mulher: Viver sem Violência” traz o seguinte texto referente ao funcionamento da Casa da Mulher Brasileira.

A Casa da Mulher Brasileira, evita que as mulheres percorram uma via crucis. Evita que elas sejam revitimizadas nessa rota crítica, nesse caminho fragmentado, em busca de atendimento pelo Estado. Este espaço representa um projeto comum, um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para a integração

A Casa da Mulher Brasileira, evita que as mulheres percorram uma via crucis. Evita que elas sejam revitimizadas nessa rota crítica, nesse caminho fragmentado, em busca de atendimento pelo Estado. Este espaço representa um projeto comum, um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para a integração

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