O Hospital Nossa Senhora do Rosário foi inaugurado a 18 de Janeiro de 1959, e era, ao tempo, dirigido pela Santa casa da Misericórdia. Durante cerca de trina anos foi uma pequena estrutura pouco diferenciada com apenas cerca de quinze camas de internamento. O actual edifício hospitalar foi inaugurado a 17 de Setembro de 1985, apresentando assim um maior número de camas em meio hospitalar (150 camas), apresentando uma maior diversidade de especialidades, passando a chamar-se Hospital Distrital do Barreiro em meados de 1995, a sua designação passou a ser Hospital Nossa Senhora do Rosário- Barreiro.
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo, foi criado segundo o decreto-lei nº 280/2009, juntando assim o Hospital Nossa Senhora do Rosário e o Hospital Distrital do Montijo, passando a servir os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, sendo assim uma população de cerca de 200 mil habitantes, segundo o Censos de 2011.
Este Centro tem cerca de 35 valências clinicas e presta assistência a nível do internamento, consultas externas, urgência, hospital dia, assistência domiciliária e ainda assegura basicamente todos os meios complementares de diagnóstico.
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3.3.1 Caracterização do Serviço de Medicina Física e Reabilitação.
O serviço encontra-se situado no piso 1 com um horário de funcionamento dividido em dois turnos, o primeiro tem início às 8 horas até as 17 horas e existe um turno com início às 11 horas até às 19horas.
O quadro do pessoal do serviço é composto por três médicos fisiatras, duas terapeutas da fala, quatro terapeutas ocupacionais e 14 fisioterapeutas, os quais se encontram distribuídos da seguinte forma:
Uma fisioterapeuta coordenadora.
Duas fisioterapeutas na área Cardio-respiratória Neurologia Pediatria Mastectomizadas Orto traumatologia Composição do Serviço: Secretaria. Três Consultórios. Sala de Pediatria Sala de Neurologia Sala de Orto-traumatologia Sala de Terapia da fala Sala de Espera
Sala de Mastectomizadas Piscina
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Vestiário
WC de utentes e Funcionários
Na área de fisioterapia neurológica realiza-se o atendimento aos doentes externos, isto é, doentes que têm alta médica do Hospital, mas prosseguem a fisioterapia em regime ambulatório durante o período matinal, em hora marcada previamente, a partir das 10 horas e 30 minutos. A este período segue-se o atendimento aos doentes internados, acamados nas enfermarias de medicina A e B e neurologia.
3.3.1 Papel do Fisioterapeuta na área de Neurologia
O Fisioterapeuta trata e/ou previne perturbações do funcionamento músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório e neurológico, actuando igualmente no domínio da saúde mental. A sua intervenção processa-se numa perspectiva bio-pisco-social e tem em vista a obtenção da máxima funcionalidade dos utentes. No seu desempenho, com base numa avaliação sistemática, planeia e executa programas específicos de intervenção, para o que utiliza, entre outros meios, o exercício físico, terapias manipulativas, electroterapia e hidroterapia. Desenvolve acções e colabora em programas no âmbito da promoção e educação para a saúde. Actua, essencialmente em, hospitais, centros de reabilitação, centros de saúde, estabelecimentos termais, departamentos de saúde ocupacional de empresas, estruturas desportivas, escolas, instituições de ensino especial e instituições de apoio a idosos. (in ‟Ensino dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica‟, Ministério da
Saúde, Departamento de Recursos Humanos da Saúde, Centro de Formação e aperfeiçoamento Profissional, Lisboa Novembro de 1989).
O Fisioterapeuta trabalha com a mais complexa e sensível criação da natureza – o Homem. O principal objectivo da sua actividade é a melhoria e a manutenção do potencial funcional do ser humano, assim como o alívio da dor e a compensação de eventuais disfunções. Contribui, assim, de forma decisiva para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo. O Fisioterapeuta não é um simples executor de técnicas, intervindo junto do doente sob uma perspectiva biopsicossocial, procurando manter ou melhorar o potencial funcional do indivíduo. Para tal, necessita de avaliar, planear e executar um tratamento eficaz, utilizando conhecimentos de anatomia, fisiologia, patologia, biomecânica e apresentação das alterações neuromusculares, além da sua própria experiência como profissional.
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Após a identificação dos principais problemas deverão ser traçados objectivos de reabilitação realistas, elaborando-se então um plano de tratamento, sujeito a muitos reajustes dependentes das futuras reavaliações.
Assim o fisioterapeuta desempenha um papel fundamental no tratamento de alterações neurológicas e na prevenção de futuras complicações, devendo: (in ‟Ensino dos Técnicos de
Diagnóstico e Terapêutica‟, Ministério da Saúde, Departamento de Recursos Humanos da Saúde, Centro de Formação e aperfeiçoamento Profissional, Lisboa Novembro de 1989).
Actuar como membro de uma equipa multidisciplinar de intervenção;
Avaliar as condições do doente e identificar as suas principais necessidades;
Explicar ao doente qual o tratamento físico propósito e quais os objectivos a atingir; Promover a independência funcional do indivíduo;
Conhecer as possíveis complicações e relatar ao médico qualquer sinal ou sintoma desfavorável.
Concretamente, o fisioterapeuta poderá ter as seguintes preocupações: Inibir padrões anormais de postura e movimento;
Facilitar padrões motores normais; Promover o relaxamento e a alteração adequada do tónus;
Melhorar o equilíbrio; Melhorar a coordenação;
Promover um ambiente de aprendizagem estimulador de vivências sensoriomotoras; Aumentar a capacidade funcional;
Normalização da marcha;
Independência funcional das AVD’s; Integração do doente na vida activa.
As patologias mais frequentes que surgem no serviço são o AVC e o traumatismo crânio encefálico. Em menor número são abordadas outras patologias do foro neurológico. A intervenção nos pacientes neste serviço é individual.
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Para todos os pacientes é realizado um registo clinico em suporte de papel que contém uma avaliação inicial, reavaliações, o número de sessões, as presenças diárias ao tratamento, contém de igual forma a hora em que este doente é assistido no serviço.
Realizam-se encontros sistemáticos ao longo dos dias de trabalho entre a equipa multidisciplinar onde são afloradas questões relacionadas com um determinado paciente, principalmente com terapia da fala.
27 4 Capitulo III: Actividades Clínicas
Este capítulo é centrado nas actividades clinicas desenvolvidas ao longo do estágio. Descrevem-se e caracterizam-se as actividades clínicas em três fases: fase de adaptação, de intervenção clinica e de integração, demostrando em seguida a as avaliações feitas aos utentes, os tipos de intervenções realizadas. Na intervenção individual é apresentado um caso clinico: um Acidente Vascular Cerebral Isquémico (AVCI) sendo a situações clínicas mais comuns.