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Caracterização do inquérito por questionário

3. Instrumento de recolha de dados – Inquérito por Questionário

3.1. Caracterização do inquérito por questionário

Neste capítulo faz-se a caracterização do instrumento de observação, o inquérito por ques- tionário, e da amostra para recolha de dados acerca das representações dos professores sobre o conceito de literacia em leitura e sobre os critérios seguidos na preparação de ati- vidades / fichas de avaliação.

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O trabalho de recolha de dados pretendeu responder às três perguntas seguintes: obser- var o quê? em quem? como? (Quivy, 2008). Procurou-se recolher os dados necessários para a verificação das hipóteses apresentadas na introdução desta dissertação que estu- da a relação entre o ensino do Português/ Língua Portuguesa e os resultados do PISA. O instrumento escolhido para observação foi o inquérito por questionário, capaz de produzir todas as informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses, ”entenderemos o termo inquérito no sentido de um estudo de um tema preciso junto de uma população, cuja amostra se determina a fim de precisar certos parâmetros” (De Ketele, 1993: 35). Após a aplicação de pré-teste (questionário-piloto) partindo do princípio que “ todos os instrumentos devem ser testados para saber quanto tempo demoram os recetores a rea- lizá-los; por outro lado, isto permite eliminar questões que não conduzam a dados rele- vantes” (Bell, 1997: 128), a autorização para a sua aplicação foi pedida à DGIDC, com nota metodológica e explicativa do orientador desta dissertação. A recolha de dados foi

efetuada entre 8 e 22 de junho de 2011. Fazem parte da amostra 84 professores de Lín- gua Portuguesa tendo em consideração que, segundo Lakatos (1992), compete ao pes- quisador definir o tamanho da sua amostra, pois nem sempre é possível pesquisar a tota- lidade dos elementos. Estes professores são oriundos de escolas com 3.º CEB dos con- celhos de Aveiro (6 escolas); concelho de Oliveira de Azeméis (2 escolas); concelho de S. João da Madeira (1 escola) e concelho de Vale de Cambra (2 escolas), aqueles que se disponibilizaram para responder ao questionário. Optou-se pela entrega pessoal dos questionários a professores, uma vez obtida a respectiva autorização, no sentido de me- lhor os sensibilizar para a importância da sua participação. Sempre que não foi possível, foram entregues nas Direções das escolas que depois se encarregaram de os distribuir aos professores e proceder, após o preenchimento, à respectiva recolha.

A média de idades é de 41,5 anos, 14,3% tem mais de 51 anos, 9,5% menos de 30 anos, 35,7% tem entre 31 e 40 anos, 40,5% tem entre 41 e 50 anos. A média de tempo de serviço é de 18 anos, 29% tem entre 21 e 30 anos de serviço, 0,5% mais de 31, 21% menos de 10, 45% entre 11 e 20 anos. Entre os inquiridos, 90% são do sexo feminino e 10% do sexo masculino. Quanto à formação académica, 83% são detentores de licenciatura e 17 % de mestrado. Com o questionário pretende-se: - conhecer as representações dos docentes sobre o conceito de literacia em leitura (questões 1 e 2); - identificar os critérios que seguem na preparação de atividades/ elaboração de fichas de avaliação das competências dos alunos (questões 3 e 4). Nas questões 1 e 2, respectivamente, grau de concordância com cada uma das defini- ções de literacia apresentadas e grau de concordância com cada uma das definições as- sociadas ao PISA, utilizou-se uma escala de Likert com 5 opções (1- Discordo totalmente; 2- Discordo; 3- Não concordo, nem discordo; 4- Concordo; 5- Concordo totalmente). “As principais vantagens das escalas de Likert em relação às outras, segundo Mattar (2001) são a simplicidade de construção; o uso de afirmações […] permitindo a inclusão de qualquer item que se verifique, empiricamente, ser coerente com o resultado final; e ain- da a amplitude de respostas permitidas apresenta informação mais precisa da opinião do respondente em relação a cada afirmação” (Brandalise, 2005: 4). Nas questões 3 e 4, respectivamente, indicação da frequência com que utiliza em atividades com os alunos determinados materiais e a frequência com que utiliza determinadas tipologias de fichas de avaliação das competências dos alunos, utilizou-se uma escala de frequência do tipo Likert com 5 opções (1- Quase nunca; 2- Raramente; 3- Algumas vezes; 4- Muitas vezes; 5- Quase sempre). Todas as questões são de resposta fechada. Para testar a precisão das questões formuladas no instrumento de observação, isto é, testar se estavam formu-

ladas de tal forma que todas as pessoas interrogadas as interpretassem da mesma ma- neira, este foi sujeito à aplicação de pré-testes a 30 professores de Língua Portuguesa, sendo posteriormente analisados estatisticamente. Esta ação fez com que o questionário fosse sujeito a uma reformulação das questões 3 e 4 o que levou, inclusive, a que se op- tasse por uma escala de frequência do tipo Likert nestas questões.

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Procurou-se construir um instrumento de recolha de dados, inquérito por questionário, que verificasse as hipóteses colocadas na introdução da dissertação, primasse pela rapidez de resposta, 4 questões de resposta fechada, utilizando a escala de Likert e de frequência do tipo Likert, criando nos professores interrogados uma atitude favorável e disposição para responderem francamente, dado o anonimato atribuído ao instrumento. Recorreu-se a pré- testes no sentido de aperfeiçoar o instrumento, tornando-o mais preciso e objetivo na reco- lha de dados. Foram distribuídos 100 questionários, houve retoma de 84, o que representa uma taxa de retorno de 84%. Verificou-se que a esmagadora maioria de respondentes per- tencem ao sexo feminino, o que nos leva a reiterar que a disciplina de Língua Portuguesa é maioritariamente lecionada por docentes do sexo feminino. Não foi fácil a mobilização dos professores para responder a este questionário, apesar de ser de resposta rápida. Valeu de muito o conhecimento pessoal de muitos deles e de outros que serviram de intermediários. A maior parte, de entre os professores que responderam, alegou que os afazeres do quoti-

diano profissional lhes ocupavam o tempo todo e pouco lhes restava para responder a questionários ou para refletirem sobre as questões aí colocadas, mesmo tratando-se de assuntos diretamente ligados às suas práticas profissionais.

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