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4.1.1 Localização da área de estudo

O município Barcarena está localizado na região do Delta do rio Amazonas sob as coordenadas geográficas de latitude 01º 30' 21" sul e longitude 48º 37' 33" oeste e faz parte da Região Metropolitana de Belém, fazendo divisa com os municípios de Acará, Moju, Abaetetuba e Belém (Figura 11), bem como com a Baia do Marajó e Baia do Guajará. Sua área total é de 1.310,588 km² e seu território é dividido por pequenas ilhas: Ilha das Onças, Ipiranga, Trambioca, Mucura, Arapari e outras (Figura 11) (CARMO; COSTA, 2016).

Figura 11 - Localização do município de Barcarena-Pa.

Fonte: (SÁ, 2017).

A região hidrográfica de Barcarena, da qual o Rio Murucupi esta inserido, pertence ao sistema do estuário da Baia do Marajó, entre a cidade de Belém e a costa sul-sudoeste da Ilha de Marajó na porção sul da foz do Rio Amazonas (OLIVEIRA; LAFON; LIMA, 2016).

Essa área por sua vez, localiza-se no Município de Barcarena, na região nordeste do Estado do Pará no Baixo Tocantins, inserido na microrregião geográfica de Belém (SILVA et al, 2016), e sua divisão administrativa configura-se em: I - zona urbana; II – zona de expansão urbana; III – zona urbanizável; IV – zona rural e V -

Zona especial, que de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Barcarena - PDDU (2006), em seu cap.II arts. 24, 27, 28, 29, 30 e 31 tem as seguintes definições:

I – Zona urbana ou perímetro urbano, a correspondente a área territorial da cidade sede do Município, das Vilas, dos Distritos de Vila do Conde e do Murucupi;

II – Zona de expansão urbana, a que se reserva para urbanização, localizada em área contígua à zona urbana, podendo, inclusive, localizar-se na zona rural;

III – Zona urbanizável, a que se reserva para urbanização, localizada em área distinta e separada de qualquer núcleo urbano.

IV – Zona rural, toda a área excedente do perímetro urbano, que se destina a utilização agrícola, pastoril ou extrativista.

V – As zonas especiais compreendem as áreas que exigem tratamento diferenciado na definição de parâmetros reguladores de uso e ocupação do solo, a serem definidas em leis específicas englobadas ou separadamente, em face à dinâmica do desenvolvimento da cidade e se classificam em: a) Áreas Especiais de Interesse Social;

b) Áreas Portuárias; c) Áreas Industriais;

d) Áreas de Preservação do Patrimônio;

e) Áreas de conservação e proteção ambiental;

Parágrafo único. Considera-se área urbanizada aquela dotada de edificações e equipamentos públicos.

Art. 27. As áreas de interesse social classificam-se em:

I-ZEIS- A: Assentamentos habitacionais consolidados, surgidos espontaneamente e ocupados sem título de propriedade por população de baixa renda, carentes de infraestrutura urbana;

II-ZEIS-L: Áreas de loteamentos irregulares ou clandestinas consolidadas; III - ZEIS- G: Áreas livres ou glebas de terra não utilizadas, não edificadas ou subutilizadas, adequadas à implantação de programas habitacionais de interesse social.

Art. 28. As áreas portuárias – ZAP - compreendem as áreas da área portuária de Barcarena e de seu entorno, que requerem tratamento diferenciado quanto à sua ocupação e instalação de usos, visando à contenção da densidade populacional, o bem-estar dos habitantes da cidade na convivência com os portos e a compatibilização com a legislação federal.

Art. 29. As Industriais - ZI - caracterizam-se por uso predominantemente industrial em especial com indústria de médio e grande porte ou indústrias de base e correlatas, por indústrias de impacto ambiental significativa, tendo como objetivo potencializar o uso industrial, exercendo também o controle ambiental. Art. 30. As de preservação do patrimônio – ZPP - compreendem áreas com significativo valor histórico, cultural, artístico, arquitetônico ou paisagístico, destinadas à preservação da memória e identidade do Município.

Art. 31. As de conservação e proteção ambiental – ZCPA - são áreas públicas ou privadas onde há interesse ambiental, paisagístico ou recreativo, necessárias à preservação do meio ambiente, à minimização dos impactos causados pela urbanização, nas quais o Município poderá instituir unidade de conservação, mecanismos ou incentivos para o uso e ocupação do solo, visando a sua conservação e preservação ou recuperação das condições ambientais benéficas.

Assim, de maneira prática o município divide-se em: sede municipal de Barcarena, distrito do Murucupi, distrito de Vila do Conde, região das estradas e

região das ilhas, estando a Região Hidrográfica do Rio Murucupi inserida nos territórios dos distritos de Vila do Conde e Murucupi (Figura 12) (SILVA, 2012).

Figura 12 - Divisão administrativa do município de Barcarena.

Fonte: Autor próprio (2017).

O rio Murucupi estende-se pelas áreas que correspondem ao distrito industrial Alumínio Brasileiro S.A (Albrás)/ Alumina do Norte do Brasil S.A (Alunorte- Vila do Conde), passando pela área de Vila dos Cabanos, bairro do Laranjal, São Lourenço, Boa Vista desembocando até o furo do Arrozal (SILVA; BORDALO, 2012). A Bacia Hidrográfica do Rio Murucupi possui uma área de 30 km² com perímetro de 29 km, seguindo sentido sudoeste a nordeste. É formada por um canal principal de 7 km de comprimento, o qual apresenta: quatro (4) igarapés e um (1) furo, situados à margem esquerda e vinte e seis (26) igarapés localizados à margem direita. O rio Murucupi é um tributário do furo do Arrozal, e este deságua no Rio Pará (Figura 12) (SILVA, 2012).

Esta localização interfere significativamente nas condições ambientais locais. Por se tratar de uma área insular, juntamente com o município de Abaetetuba, faz com que suas características ambientais sejam peculiares, principalmente em relação aos fatores climáticos, tais como temperaturas,

precipitação pluviométrica, direção e velocidade dos ventos e umidade (FERREIRA, 2015).

Na Região da Bacia Hidrográfica do Rio Murucupi estão inseridas empresas como a Albrás/Alunorte, Buritirama, Pará Pigmentos, Imerys Rio Capim Caulim, dentre outras, bem como áreas ocupadas por comunidades tradicionais e rurais e espaços de ocupação urbana, planejados ou não (BORDALO; SILVA; SANTOS, 2012).

O acesso ao município de Barcarena e realizado segundo Santos (2015): O acesso a cidade de Barcarena pode ser feito partindo de Belém, via fluvial até as vilas de São Francisco e Cafezal ou ainda pelo Terminal Hidroviário de Barcarena, localizado na sede municipal ou mesmo partindo do Terminal Rodofluvial de Belém até o Terminal Hidroviário na Vila do Arapari, também conhecido como Porto do Arapari, e posteriormente em translado terrestre pela rodovia PA-151 até o entroncamento com a PA-483, conhecido como Trevo do Castanhalzinho, de onde se prossegue pela PA-483 até o entroncamento da PA-481, território sob influência da área industrial do município. Já por via terrestre o deslocamento ao município é executado pela BR-316, até a interligação com a Alça-Viária, a partir desta seguindo pela rodovia PA-483.

Devido a sua localização e incentivos governamentais, Barcarena concentra um importante complexo mínero-metalúrgico, indústrias metal-mecânicas, com destaque para a Alumínio Brasileiro S/A (Albrás), que beneficia alumínio primário, e a Alumina do Norte do Brasil S/A (Alunorte), atualmente a maior usina de beneficiamento de bauxita do mundo (IMERYS, 2017).

Há instalada também duas fábricas brasileiras de beneficiamento de caulim que fazem parte do grupo francês Imerys: a Pará Pigmentos S/A (PPSA), que em 2010 venderam 86,2% de sua participação no Pará para a empresa Imerys por cerca de R$ 123 milhões, pertencente até então a empresa Vale S.A, e a Imerys Rio Capim Caulim (IRCC), que já esteve envolvida em pelo menos três acidentes ambientais, com vazamento de rejeitos industriais (CETEM, 2016). Por conseguinte, com a estrutura duplicada, a mineradora Imerys RCC, passou a ter a maior planta de beneficiamento de caulim do mundo e 71% de participação na produção de caulim no Brasil (IMERYS, 2017).