3.3. MÉTODO BSP E SUAS ETAPAS
3.3.4. Caracterização do sistema de informação
a) Definir processos da organização: esta etapa consiste em
identificar e definir os processos da organização que serão estudados. Esta definição pode ser realizada seguindo os seguintes passos:
1) Identificar produtos/serviços e recursos da organização:
levantamento dos produtos ou serviços que a organização provê, além dos recursos que ela consome ou utiliza para o alcance de seus objetivos.
2) Identificar os processos de planejamento de topo e de gestão: levantamento dos processos que estão vinculados ao planejamento da organização.
3) Identificar os processos relacionados aos produtos/serviços e
recursos durante o ciclo de vida: identificar os processos verificando cada produto ou serviço junto aos recursos envolvidos enquadrando-os em cada ciclo de vida.
4) Agrupar ou dividir os processos: analisar se os processos
estão repetidos ou amplos, dividindo-os ou agrupando-os, a fim de reduzir inconsistências.
5) Descrever cada processo: descrever cada processo em forma
de narrativa ou de lista.
6) Relacionar os processos com a organização: consiste em
relacionar os processos levantados com a estrutura organizacional. Neste momento é necessário construir uma matriz de processos versus organização, conforme ANEXO B indicando as relações por meio de tipos de envolvimento: decisor (D), fortemente envolvido (F) ou algum envolvimento (A).
b) Identificação dos requisitos de dados: esta etapa consiste em
identificar e definir as entidades da organização, as classes de dados e relações. Uma das regras desta etapa é verificar se um processo crie uma classe de dados, não permitindo que a mesma classe seja criada por mais de um processo. Recomenda-se seguir os seguintes passos:
1) Identificação e definição das entidades da organização: incide em identificar as entidades externas e internas da organização, tais como, pessoas, lugares, coisas, conceitos ou eventos.
2) Identificação da criação e uso por cada processo: devem-se
identificar, para cada processo, quais tipos de dados são necessários e quais são gerados.
3) Identificação das classes de dados: a partir da relação entre
dados e processos, são identificadas as classes de dados. A classe de dados representará uma categoria de informação ligada a uma entidade. Cada entidade deverá ter alguma classe de dados e cada classe deverá ter uma entidade.
4) Definição das classes de dados: consiste em definir por meio
de frases as classes de dados.
c) Definir a arquitetura da informação: relacionar as classes
dados e os processos seguindo os passos a seguir:
1) Listar os processos ao longo do eixo vertical: conforme
ANEXO C, listar os processos a partir aqueles que estão ligados ao planejamento e gestão, incluindo na sequência, aqueles ligados ao ciclo de vida e os de gestão de recursos.
2) Listar as classes de dados ao longo do eixo horizontal:
conforme ANEXO D, listar as classes de dados, incluindo a letra ‘C’ na intersecção da linha do processo com a classe de dados.
3) Colocar um ‘U’ (usa) na intersecção de cada processo /
classe de dados: conforme ANEXO E, neste momento é necessário incluir a letra ‘U’ nas intersecções dos processos e classes de dados.
4) Verificar as classes de dados: com vistas a não cometer erros na análise, esta etapa serva para que se averigue se as classes de dados necessários estão na matriz e que cada classe tenha sido gerada por um único processo.
5) Reorganizar os eixos da matriz processos/classes de dados: o
objetivo desta etapa é organizar os processos a fim de aproximar os processos que compartilham dos mesmos dados.
6) Definir grupos de processos: consiste em identificar grupos de
processos a partir das intersecções marcadas na matriz considerando os processos que utilizam quase os mesmos dados, conforme mostra o ANEXO F.
7) Definir fluxos de dados entre grupos de processos: momento
em que se indica na matriz o fluxo de dados a partir da análise das classes de dados criadas pelos processos, conforme ANEXO G.
8) Simplificar o gráfico: com vistas a estruturar a versão final da
matriz, esta etapa visa simplificar o fluxo mapeado anteriormente conforme ANEXO H.
9) Completar o gráfico: com a matriz simplificada, é necessário
que seja analisadas as informações contidas a fim de incluir, alterar ou excluir algum elemento inserido.
d) Analisar o apoio atual dos sistemas de informação aos
processos: a partir da perspectiva levantada da organização com as etapas anteriores, neste passo busca-se identificar o suporte do sistema de informação aos processos e como está a utilização dos dados atuais. Para tal, é necessário seguir os seguintes passos.
1) Revisão do apoio do SI atual aos processos: conforme ANEXO I, a revisão necessita da construção de uma matriz que relacione as aplicações da organização com os processos e outra matriz que relacione as aplicações com a organização. Utilizam-se as letras ‘A’ (apoio atual), ‘P’ (apoio planejado) e ‘A/P’ (apoio atual e planejado) nas intersecções.
2) Análise da utilização atual dos dados: a construção da matriz
constante no ANEXO J mostra a intersecção entre as aplicações e as classes de dados, indicada com a letra ‘X’ a fim de compreender quais dados estão sendo automatizados e por meio de quais aplicações.
e) Realizar entrevistas: com vistas a obter a perspectiva dos
gestores, esta etapa consiste na realização de entrevistas.
f) Sistematizar a informação e desenvolver as conclusões: esta
fase consiste em recolher, organizar, analisar e extrair conclusões do material coletado a partir das seguintes etapas.
1) Organizar e refinar a informação: revisar e alterar os
processos e classes de dados e completar as descrições necessárias.
2) Definir as categorias de conclusões: a partir de uma lista de
questões, desenvolver uma lista de categorias para analisar os resultados.
3) Ordenar os problemas por categoria: incluir cada problema
identificado nas entrevistas e uma das categorias.
4) Descrição das conclusões: desenvolver uma conclusão para
cada grupo de problemas categorizados a partir de uma descrição que auxiliará no momento de realizar as recomendações.
5) Ordenação dos problemas por prioridades em termos da arquitetura: utilizando o conjunto de problemas, ordená-los identificando os processos causadores.