Para uma melhor visualização do Tribunal de Justiça do Estado de Santa
Catarina, resgatou-se, de forma sintética, a sua história.
Com a implantação da república em 1889 e a instituição do federalismo pela
carta magna em 1891, foi introduzido, em substituição à organização de justiça única
unidade federativa adotaria suas constituições e leis, devendo, no entanto, respeitar
os princípios constitucionais da União.
Com a implantação da Constituição Catarinense em 1891, no caput do artigo
49, ficou estabelecido que os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –
seriam independentes e harmônicos entre si. A Constituição Estadual instituiu o
Supremo Tribunal de Justiça. Esta denominação foi alterada pela Constituição
Estadual de 1947 para Tribunal de Justiça e preservada até os dias atuais.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002a).
Em conformidade com a ata de instalação, cuja íntegra do texto faz parte do
anexo C, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina foi instalado em primeiro
de outubro de 1891, na Casa da Câmara, sendo na época um marcante
acontecimento político-administrativo para a história do Estado. Naquela ocasião foi
eleito por escrutínio secreto o desembargador José Roberto Vianna Guilhon para o
cargo de presidente do Superior Tribunal de Justiça (FERNANDES NETO, 2000).
A composição do Superior Tribunal de Justiça foi inicialmente de cinco
membros, denominados desembargadores, escolhidos dentre os juízes de direito
mais antigos (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002a).
A justiça do Estado foi organizada pelo Decreto nº 104, de 19 de agosto de
1891 pelo então vice-governador Gustavo Richard. O artigo 10 daquele decreto
conferiu aos membros do Tribunal estadual o título de desembargador, igualmente
usado no império e na colônia (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002a).
O título de desembargador teve origem remota, advindo dos tempos dos reis
de Portugal, significando “aquele que julga e retira os embargos, em linguagem
comum os impedimentos dos feitos. Ao julgar [...] o desembargador os desembarga”
O Tribunal de Justiça, teve como sede a Casa da Câmara até 1908; o prédio
na rua Jerônimo Coelho de 1908 até 1929; o Palácio da Justiça na praça Pereira
Oliveira de 1929 a 1968; e utilizou, no período de 1968 até 1975, as instalações
provisórias da Agência Ford, na rua Hoepcke, estabelecendo-se definitivamente, a
partir de três de março de 1975, no Centro Cívico Tancredo Neves, tendo o prédio
recebido a denominação de Palácio da Justiça Ministro Luiz Gallotti (FERNANDES
NETO, 2000).
O número de comarcas na época da instalação do Tribunal de Justiça foi de
quatorze, assim distribuídas: Capital, São José, São Miguel, Tijucas, Itajaí,
Blumenau, São Francisco do Sul, Joinville, São Bento, Laguna, Tubarão, Araranguá,
Lages e Curitibanos. Este número foi ampliado com a instalação das comarcas de
Brusque e São Joaquim em maio de 1892 (FERNANDES NETO, 2000).
Além da parte judicante, o Tribunal de Justiça, também, é responsável pelos
recursos humanos, área financeira, administrativa e de infra-estrutura de todo o
Poder Judiciário. Atende, atualmente, a Justiça de Primeiro Grau com suas noventa
e quatro comarcas já instaladas, composta, em efetivo exercício, de duzentos e
sessenta e sete juizes de direito e dois mil seiscentos e cinqüenta e quatro
servidores. Atualmente, segundo dados apurados junto à Corregedoria-Geral da
Justiça, tramitam na Justiça de Primeiro Grau aproximadamente um milhão e
cinqüenta e um mil processos. O Tribunal de Justiça está assim constituído: • Desembargador Presidente;
• a Coordenadoria de Magistrados; • o Gabinete da Presidência;
• a Direção-Geral Judiciária - composta pelas diretorias Judiciária, de Documentação e de Informações
• e a Direção-Geral Administrativa; composta pelas Diretorias de Engenharia e Arquitetura, de Informática, de Infra-Estrutura, de Material e Patrimônio, de
Orçamento e Finanças , de Recursos Humanos e a de Saúde; todas
contendo em sua estrutura cargos de direção, chefias e assessoramentos
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002b).
A atual sede do Tribunal de Justiça é na Capital do Estado de Santa
Catarina, com jurisdição em todo o seu território. O seu quadro de magistrados é
composto de quarenta desembargadores, nomeados dentre os magistrados de
carreira, advogados e membros do Ministério Público, conforme previsto em lei; doze
juizes de direito substitutos de segundo grau, nomeados entre os juízes da Justiça
do Primeiro Grau (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2001a).
O quadro de servidores é de setecentos e três, entre cargos efetivos e
comissionados (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2000).
No Tribunal de Justiça tramitam, conforme dados da Diretoria Judiciária,
aproximadamente trinta e dois mil processos.
Os cargos eletivos do Tribunal são: presidente; primeiro, segundo e terceiro
vice-presidentes; corregedor-geral da justiça e vice-corregedor-geral da justiça,
responsáveis pela Corregedoria-Geral da Justiça, que é um órgão disciplinar do
Poder Judiciário. As eleições para os respectivos cargos ocorrem a cada dois anos,
durante o mês de dezembro, ficando a posse para o primeiro dia útil do mês de
fevereiro subseqüente ao da eleição, tendo a atual gestão sido empossada no ano
de 2002 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002a).
Aos desembargadores eleitos cabem a indicação dos nomes das pessoas
que assumirão os cargos de provimento em comissão e das chefias, ficando sob a
Os servidores do Tribunal de Justiça são regidos pelo estatuto dos
servidores públicos estaduais e em âmbito interno pelo plano de carreira, cargos e
vencimentos. A estrutura de cargos é comporta pelos grupos ocupacionais:
serviços diversos - nível de escolaridade quarta série, abrangendo os cargos de agente de apoio administrativo, agente de cozinha e limpeza, agente de
material e patrimônio, auxiliar de serviços gráficos e motorista;
serviços auxiliares - nível de escolaridade primeiro grau completo, contendo os cargos de agente administrativo auxiliar, agente de portaria, carpinteiro,
eletricista, encanador, fotolitógrafo, garçom, jardineiro, pedreiro, pintor e
telefonista;
atividades de nível médio - nível de escolaridade segundo grau completo, contendo os cargos de arte-finalista, desenhista, eletrotécnico, impressor,
oficial de justiça, operador de computador, protético, técnico em
enfermagem, técnico em instalação de equipamentos de informática e
técnico judiciário auxiliar e;
atividades de nível superior – nível de escolaridade terceiro grau completo, contendo os cargos de administrador, analista de sistemas, analista de
suporte, arquiteto, assistente social, auditor contábil, bibliotecário, contador,
economista, enfermeiro, engenheiro civil, engenheiro eletricista, historiador,
médico, odontólogo, psicólogo, revisor, técnico judiciário e técnico jurídico
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2000).