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CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

2.2. Enquadramento Funcional

2.2.2. Caracterização dos treinadores

Hoje em dia, o futebol e tudo o que o rodeia não se satisfazem por aparecer diante do público como um mero desporto, a imprensa alimenta a imaginação e a polémica criando estrelas ou destruindo-as, mas em qualquer dos casos deixa para a lenda grandes mitos para recordar, e as coleções de cromos que geraram tantas trocas começam a estar incompletas, aos milhares

de craques que todos quisemos ter, há que juntar agora os nomes destes treinadores mais que conhecidos (Coghen, 2011, p. 11).

2.2.2.1. Vítor Manuel Oliveira

“Olhamos para o mister como uma referência, sabemos que ele tem muita experiência na Segunda Liga e isso acaba por nos dar mais confiança”. (Pires, ver anexo III)

A influência exercida pelo treinador é um dos fatores mais potenciadores do sucesso dos jogadores e das equipas em competição (Rodrigues & Pina, cit. por Pacheco, 2005).

Natural de Matosinhos, distrito do Porto, Vítor Oliveira possui mais de 10 anos como jogador profissional de futebol e 29 anos como treinador de futebol, durante os quais assumiu o comando de equipas como o Portimonense Sporting Clube, Futebol Clube Paços de Ferreira, Futebol Clube da Maia, Gil Vicente Futebol Clube, Associação Académica de Coimbra, União Desportiva de Leiria, Vitória Sport Clube, Clube de Futebol “Os Belenenses”, Sporting Clube de Braga, Rio Ave Futebol Clube, Leixões Sport Clube, Clube Desportivo Trofense, Clube Desportivo das Aves e Futebol Clube de Arouca.

Um treinador muito próximo da imagem dada por Barreto (cit. por Pacheco, 2005) ao caracterizar o treinador dos dias de hoje como um técnico especialista na sua modalidade, devendo possuir um conhecimento profundo da mesma, em todas as suas principais dimensões (histórica, cultural, estrutural, metodológica, relacional, técnica, tática e estratégica) e ter a capacidade de analisar o treino e a competição, descortinando os aspetos essenciais que permitam aprender, aperfeiçoar e consolidar o rendimento individual (jogador) e coletivo (equipa).

Num contexto cada vez mais global, mais competitivo, mais dinâmico, mais desenvolvido tecnologicamente, o líder de êxito, o verdadeiramente imprescindível, já não é quem faz de gargalo de garrafa, mas sim a pessoa que é capaz de fazer crescer pessoal e profissionalmente cada um dos seus

colaboradores, para que se sintam responsáveis, deem o melhor de si mesmos e assumam a liderança partilhada (Cubeiro & Gallardo, 2011).

Conhecido como o “campeão das subidas”, Vítor Oliveira, chegou a Moreira de Cónegos com o objetivo de fazer regressar o MFC aos grandes palcos nacionais e, assim, alcançar a sua 7ª subida à principal liga profissional portuguesa.

Depois do Futebol Clube Paços de Ferreira (1990-1991), Associação Académica de Coimbra (1996-1997), União Desportiva de Leiria (1997-1998), Clube de Futebol Os Belenenses (1998-1999), Leixões Sport Clube (2006-2007), e Futebol Clube de Arouca (2012-2013), pode agora juntar a esta numerosa lista, o clube de Moreira de Cónegos.

Com 332 jogos na 1ª Liga Portuguesa e 376 na 2ª Liga, o treinador Vítor Oliveira contabiliza 272 vitórias nas duas principais ligas profissionais do futebol português.

A sua carreira é preenchida igualmente com 2 presenças na Taça UEFA, pelos Portimonense Sporting Clube (1985-1986) e Vitória Sport Clube (1995- 1996), 24 jogos na Taça de Portugal e 17 jogos na recém-criada Taça da Liga.

Antes do título conquistado esta época pelo MFC, venceu por três vezes a 2ª Liga Portuguesa, pelos Futebol Clube Paços de Ferreira em 1990-1991, União Desportiva de Leiria em 1997-1998 e Leixões Sport Clube em 2006-2007, e esteve igualmente presente na 20ª edição da Supertaça Cândido de Oliveira, representando o Sporting Clube de Braga, em 1998, na qual perdeu por 2-1 com o Futebol Clube do Porto, no conjunto das duas mãos.

O treinador Vítor Oliveira deixou o comando técnico da equipa no dia 10 de Março de 2014, após a 33ª jornada, rescindindo o seu vínculo contratual. No momento da sua saída, tinha realizado 41 jogos, entre 2º Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga, conquistando 18 vitórias.

Ao que à Segunda Liga diz respeito, realizou trinta e três jogos pelo MFC, alcançando 15 vitórias, 14 empates e apenas 4 derrotas, deixando a equipa na 2º posição, com 59 pontos, a apenas 1 ponto do líder da competição, o Futebol Clube do Porto B.

2.2.2.2. António da Conceição Silva Oliveira

“Não tenho medo de desafios, é óbvio que nesta vida, hoje somos criticados, amanhã somos competentes, mas isso é o dia-a-dia do nosso trabalho”. (António Conceição, ver anexo II)

Faria (2007, p. 227) refere que “há um aspeto decisivo que é o treinador,

o seu carisma, a sua personalidade e, fundamentalmente, a sua empatia. Em todas as estruturas, tem de haver um líder e uma equipa de futebol não foge á regra”. Aliás, o conhecimento desse mesmo treinador resulta do entrelaçamento

de várias dimensões do conhecimento essenciais ao desempenho da sua atividade, nomeadamente o conhecimento do conteúdo (matéria de ensino), o conhecimento pedagógico e o conhecimento do contexto do sistema desportivo (Graça, cit. por Pacheco, 2005). E o seu sucesso muitas vezes prende-se com a sua capacidade de gerar um estado de ânimo em que cada um dos elementos da equipa se desenvolva o mais possível e eleve a sua capacidade e o seu compromisso (Cubeiro & Gallardo, 2011).

António da Conceição, “futebolisticamente” conhecido por “Toni”, ex- jogador do Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Braga foi o escolhido pela estrutura diretiva do MFC para suceder a Vítor Oliveira, no comando técnico da equipa. No mesmo seguimento do seu antecessor, conjuga a experiência como jogador profissional e uma vasta experiência no futebol profissional como treinador.

Nascido em Braga há 52 anos, iniciou a sua carreira como treinador na época de 1994-1995 no Sporting Clube Braga, como treinador-adjunto de Manuel Cajuda, onde continuou até 1998-1999.

Na época seguinte, assumiu o comando da equipa B do Sporting Clube de Braga, tendo sido a sua primeira experiência como treinador principal.

Durante o seu percurso profissional, comandou diversos clubes portugueses, como a Associação Naval 1º de Maio, o Clube de Futebol Estrela da Amadora, o Vitória Futebol Clube, o Clube Desportivo Trofense e o Clube de Futebol Os Belenenses.

Conta igualmente com experiência internacional, tendo assumido o Fotbal Club CFR 1907 Cluj, o Fotbal Club Brasov e o Astra Giurgiu, da 1ª Liga Romena. Em 2004-2005, conquistou a sua primeira subida à Primeira Liga, com o Clube de Futebol Estrela da Amadora.

Já em 2007-2008, ao serviço do Clube Desportivo Trofense, venceu a 2ª Liga Portuguesa e conquistou nova subida à Primeira Liga.

Ao serviço do Fotbal Club CFR 1907 Cluj conquistou uma Taça da Roménia na época desportiva 2008-2009, uma Primeira Liga Romena, uma Supertaça e mais uma Taça da Roménia na época desportiva 2009-2010.

Assim, a este percurso, juntou o título de Campeão Nacional da Segunda Liga e consequente subida de escalão com o MFC, onde realizou nove jogos, conquistando 6 vitórias, 2 empates e 1 derrota, perfazendo um total de 20 pontos.