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Caracterização da escola «Amor de Deus»

Capítulo 3: As Percepções dos Professores e da Direcção da ESAD sobre a Formação

3.1. Caracterização da escola «Amor de Deus»

As escolas Amor de Deus, espalhadas por várias partes do globo, nasceram de um projecto de amor, bondade e caridade, criada por Jerónimo Usera em 1864, tendo como centro nevrálgico da sua preocupação a educação de jovens raparigas que na época se encontravam bastante marginalizadas devido a sua situação de analfabetas, tendo de se submeter a grandes privações e principalmente aos trabalhos árduos da lavoura, o que levava a perda da sua beleza e muitas vezes da sua dignidade de mulher.

Jerónimo Usera foi um Humanista por excelência, considerado por muitos, um Homem do seu tempo e um contemporâneo sempre presente, cuja vida foi dedicada a causa dos mais pobres, dos fracos e dos oprimidos, tendo investido toda a sua vida e os seus bens em projectos de valorização da pessoa humana, por acreditar que a educação seria a arma da vida que combate os males sociais e ajuda a pessoa a se valorizar.

Para que essa Educação se pudesse efectivar, O grande Humanista Usera, fundou a Congregação das Irmãs do Amor de Deus, cuja tarefa social mais abrangente seria a Educação como a Melhor forma de Amar, através de uma base sólida de orientação, cuja filosofia é: DIZER A VERDADE E FAZER O BEM.

Em Cabo Verde o projecto Useriano ressoou no coração de algumas jovens que abraçaram a vida religiosa, integrando a Congregação das religiosas do Amor de Deus espalhadas por diversas partes do globo, formando uma família cuja base de sustentação encontra-se nas ideologias desse grande fundador, e, de alguns anos para cá vêm se dedicando a educação dos mais jovens.

Na cidade da Praia, o projecto Educacional ganhou corpo no ano lectivo 1999/2000, com a construção e abertura da Escola Amor de Deus situada na Terra Branca Cima, na confluência dos Bairros de Eugénio Lima e Bela Vista, cuja situação económica social e familiar dos seus habitantes apelam para uma intervenção humanitária de valorização da pessoa humana como arma para se combater a extrema pobreza.

A referida escola abriu as portas apenas com uma turma da Educação Pré-escolar e uma turma do Primeiro Ano do Ensino Básico, e foi Inaugurada a 16 de Dezembro de 2000. No ano lectivo 2000/01, recebia os alunos do ensino secundário, oferecendo-lhes uma educação integral consentânea com a sua realidade, partindo de três dimensões fundamentais:

ƒ Dimensão individual nos seus constitutivos biológica, volitivo, afectivo e prático;

ƒ Dimensão Social, baseada na compreensão da humanidade como uma realidade da qual todo o Homem é responsável;

ƒ Dimensão Cristã para despertar nos alunos e na comunidade educativa a possibilidade de fazer da sua vida um projecto cristão de acordo com a mensagem deixada por Jesus Cristo.

Os alunos são provenientes maioritariamente dos bairros de Tira Chapéu, Terra Branca, Eugénio Lima e Bela Vista, o que apresenta como um grande desafio a escola na promoção de uma Educação que tenha como responsabilidade responder as necessidades da sua comunidade envolvente.

A educação facultada nessa escola está num bom caminho, pois, os resultados medidos em termos de desempenho são satisfatórios e o comportamento daqueles que têm nesse centro

educativo o local ideal para se formar destacam pela positiva no que se refere a sua postura na sociedade, tornando-os assim singulares.

A escola tem como principais objectivos:

1- Despertar e estimular o desenvolvimento harmónico dos alunos em todas as dimensões: ƒ Para serem autónomos nas tomadas de decisões e nas escolhas pessoais;

ƒ Ser-se respeitador, educado, sério e honesto;

ƒ Cultivar “o amor” como valor fundamental para uma sã convivência tanto na escola como fora dela;

ƒ Ensinar os alunos a viverem juntos, respeitando as diferenças; ƒ Criar nos alunos o espírito de solidariedade;

ƒ Valorizar os ensinamentos cristãos de amor e bondade;

ƒ Cultivar nos alunos o espírito da humildade para se alcançar a sabedoria;

ƒ Desenvolver nos alunos a sua auto-estima, aprendendo a respeitar e a preparem para a integração na sociedade como futuros cidadãos, responsáveis e autónomos.

2- Sensibilizar os alunos para uma cidadania responsável:

ƒ Dar a conhecer as regras e normas de convivência na comunidade, para se alcançar o respeito de todos;

ƒ Manter informados os alunos dos males sociais que afectam a juventude do seu tempo, tendo presente as consequências deles advenientes;

ƒ Fomentar o respeito pelas leis do Estado e pelas normas internas de funcionamento do centro educativo.

3- Assegurar uma formação ou ensino cada vez mais, e, de melhor qualidade: ƒ Mantendo um corpo docente estável na escola;

ƒ Promovendo encontros de actualização pedagógica dos docentes; ƒ Criando na escola um espaço que funcione como centro de pesquisa; ƒ Propondo aos alunos conhecimentos científicos, sólidos e eficazes;

ƒ Desenvolvendo um ensino por competência, servindo-se de todo o potencial de instrumentos que a escola oferece.

No âmbito pedagógico a escola pretende:

¾ Promover situações de ensino/aprendizagem que desperta a atenção e interesse dos alunos para o estudo;

¾ Incentivar os alunos a desenvolverem trabalhos de qualidade, recorrendo a pesquisa; ¾ Criar condições para que os alunos atinjam com sucesso as metas almejadas;

¾ Promover a interdisciplinaridade na escola como forma de garantir uma educação global;

¾ Transformar a escola num centro educativo que estimula e valoriza as actividades realizadas pelos alunos;

¾ Acompanhar as actividades dos professores para assegurar que o conhecimento foi orientado com rigor científico e que ficou consolidado;

¾ Oferecer aos alunos as condições necessárias para que se inserem nas dinâmicas da sociedade do conhecimento;

¾ Reduzir ao mínimo o insucesso escolar, através de práticas educativas fundamentadas numa pedagogia por competências, respeitando as diferenças individuais;

¾ Estruturar melhor a intervenção dos directores de turma, através de encontros permanentes com a turma e realizando projectos de desenvolvimento de turma (PDT).

No âmbito das relações humanas:

¾ Contribuir para o envolvimento dos encarregados de educação, professores e alunos, todos os funcionários nas tomadas de decisões para a melhoria da educação;

¾ Realizar actividades extra curriculares que leva os pais a participarem e a darem as suas contribuições;

¾ Apoiar alunos e famílias em situação de risco;

¾ Criar na escola espaços de diálogo com a comunidade envolvente.

No âmbito institucional:

¾ Criar laços de inter – comunicabilidade com outras escolas do mesmo nível de ensino; ¾ Estabelecer relações com as instituições de ensino superior no país;

¾ Estreitar as relações com a autarquia local;

¾ Apoiar o Ministério da educação nos projectos de melhoria da qualidade do ensino e outros;

¾ Apoiar e participar nas campanhas de segurança e solidariedade desenvolvidas por outras instituições;

¾ Afiliar escolas com mais necessidades; ¾ Fortalecer a ligação escola/família;

No âmbito cultural:

¾ Valorizar a cultura nacional e local, quer integrado no currículo escolar, quer em actividades extracurriculares, onde o “prato forte” seja aspectos relacionados com a cultura cabo-verdiana;

¾ Desenvolver o espírito desportivo nos alunos e demais funcionários da escola como forma de envolvimento e aproximação da comunidade educativa;

¾ Promover actividades que visam despertar o amor e o respeito para com o ambiente e a natureza;

¾ Realizar intercâmbios culturais com outras escolas ou instituições afectas a cultura nacional;

No âmbito religioso:

¾ Oferecer a evangelização aos interessados;

¾ Promover encontros juvenis com base nos ensinamentos bíblicos;

¾ Apoiar os casais (encarregados de educação) que procurem conforto na escola e na palavra da vida;

¾ Desenvolver projectos ligados a área da pastoral.

No âmbito social:

¾ Criar um programa de apoio aos alunos mais carenciados da escola, através de apadrinhamentos (alunos de outros colégios Amor de Deus) e ou outras instituições nacionais;

¾ Trabalhar com as famílias dos estudantes em situação de risco, contando com a parceria da igreja e outras instituições locais;

¾ Educar os estudantes para o convívio na sociedade com base nos valores fundamentais como: a vida, a beleza de fazer o bem, o respeito, o amor, a caridade e outros.

O espaço físico da escola é amplo, com uma área de 550 metros quadrados, muito arejada, constituída por um único bloco, com acesso em forma de rampa para apoiar pessoas com deficiências física, vedada por grades de ferro o que lhe confere alguma segurança, muito bem

apetrechada em termos de mobiliários, com áreas verde bem definidas, apresentando uma harmonia em termos de higiene, estética e beleza.

Dispõe de alguns serviços como: a secretaria, que suporta todos os serviços administrativos e de reprografia, gozando de um bom espaço, tendo duas funcionárias em tempo parcial; uma cantina bem equipada onde se oferece merendas frescas e saudáveis produzidas na própria escola, bem como uma refeição quente aos alunos do ensino básico á cargo da FICASE.

Tem 16 salas de aula com a dimensão compreendida dentre os 31 e 50 metros quadrados, servindo o Ensino Básico e Secundário, com equipamentos novos, quadro verde em razoável estado de conservação, cortinados para evitar os reflexos da luz solar. Tem duas salas para o infantil e uma sala de diversões. Conta também com algumas salas especializadas como: a sala de informática equipada com quadro branco e 10 computadores, laboratório de Biologia e Química com equipamentos ultramodernos; uma biblioteca razoavelmente equipada e uma sala de leitura bem mobilada; uma sala multiuso que serve como anfiteatro da escola e sala das novas tecnologias educativas. Para as práticas desportivas a escola possui duas placas, sendo uma de dimensão padronizada servindo a todas as modalidades desportivas e outra que funciona como suporte ou complemento para certas práticas desportivas.

A direcção da escola ocupa duas salas no 1º piso. Na escola encontramos ainda uma sala de reuniões, uma sala de professores, uma sala de visita, 15 casas de banho, uma sala de coordenação e uma capela, e o átrio da escola é aproveitado para eventos como exposições ou outros. Existem outros espaços para a construção de anfiteatros, ginásio, alpendre, etc.

A escola conta com um total de 50 corpo docente, sendo 22 masculino e 28 feminino, com as seguintes habilitações académicas, 1 mestrado, 22 licenciatura, 9 bacharelato, 6 com Instituto Pedagógico 4 com 12º ano e 8 em Formação superior. E um corpo discente de 938 alunos, sendo 431 masculino e 507 feminino desde Educação Pré-escolar até ao ensino secundário. A escola possuiu 3 ajudantes de serviços gerais, 4 empregadas de cantina, 4 contínuos, 1 guarda, 2 funcionárias de secretarias e 5 monitoras de jardim-de-infância.

A Escola Secundária “Amor de Deus” funciona em regime de escola Pública de Gestão Privada sem fins lucrativos. A Gestão Pedagógica e Administrativa da Escola são asseguradas pelos seguintes órgãos:

ƒ O Conselho Directivo – constituído pela Directora Geral da escola e os Subdirectores: Administrativo, Pedagógico, responsável pelos Assuntos Sociais e Comunitário e pela Secretaria.

ƒ Conselho Pedagógico – Composto pela Directora Geral, a Subdirectora Pedagógica, o coordenador do EB e pelos Professores representantes dos grupos disciplinares. ƒ Associação de pais e de estudantes (em inactivo)

ƒ Conselho de Turma – Composto pelo Director de Turma, pelos professores das disciplinas e o delegado da turma.

A criação dos Órgãos de Gestão da Escola obedece as directrizes do Ministério da Educação e Desporto, tomando como referência o decreto legislativo n.º 20/2002, de 19 de Agosto, encontrando as competências de cada órgão definido no regulamento interno da Escola. A escola apresenta uma oferta educativa que abrange os níveis de educação pré-escolar até o ensino secundário, tendo uma atenção voltada para a formação dos jovens com base nos valores fundamentais da vida em sociedade, a partir de um ensino de qualidade.

O estudo de caso teve como universo professores de ambos os sexos da Escola Secundária «Amor de Deus» cujo objectivo é ver quais as percepções que os professores têm em relação à formação contínua.

Foram inquiridos 15 (quinze) professores de forma aleatória, dos quais, 86,6% são licenciados, 6,7% são bacharéis e a mesma percentagem são mestrados. Desses, um (20%) concluiu a formação há um ano e catorze (80%) há mais de dois anos. Dos inquiridos, um coordena o Ensino Básico, sete leccionam uma única disciplina (Filosofia, Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Psicologia) e sete leccionam duas disciplinas cada (Língua Portuguesa e Desenho, Latim e Língua Portuguesa, Geografia e Formação Pessoal e Social, Biologia e Ciência Naturais, Ciências Naturais e Geografia).

Todos consideram que a formação contínua é uma necessidade dos professores da escola em referência o que significa que os professores estão conscientes da importância que a formação contínua tem para a escola enquanto instituição de ensino mas também para a sua vida profissional.

No que se refere a 2ª pergunta, 46% dos professores são de opinião de que passados dois anos de conclusão da formação os professores não começam a ficar desactualizados, 27% consideram que a possibilidade dos professores começarem a ficar desactualizados e a mesma percentagem (27%) responderam que tem dúvidas, como se pode ler no gráfico que se segue:

Gráfico 1: Professor começa a ficar desactualizados 2 anos após a formação

Tenho dúvidas 27% Sim 27% Não 46%

Numa escala de um a cinco, sendo este muito importante e um menos importante, 80% dos inquiridos atribuíram a pontuação máxima à formação contínua dos professores, 13% concederam 4 pontos a formação contínua dos professres e 7% atribuíram apenas 3 pontos.

Gráfico 2: Grau de importância de formação contínua dos professores

4 13% 5 80% 3 7%

Respondendo a questão sobre as onze áreas que consideram prioritárias para a acção de formação contínua, as respostas apontam o ensino numa nova abordagem por competência como primeira prioridade, com 33,3 pontos percentuais. Com a mesma pontuação, mas com prioridades diferentes encontram-se as áreas de metodologia de ensino e aprendizagem, necessidades educativas especiais, investigação científica e educação para o ambiente e cidadania. As áreas de relações interpessoais e resolução de conflitos e as de saúde escolar e os primeiros socorros com 53,3 e 40 pontos percentuais aparecem como 6ª e 7ª prioridade, respectivamente. As áreas de diversidades e multiculturalidade e de tecnologias de informação e comunicação foram consideradas como última prioridade, como se pode ler na tabela 1 que se segue.

Tabela 1: Prioridade das áreas de acção de formação

Áreas de formação Pontuação

Ensino numa Abordagem por Competência 1ª 33,3% Metodologia de Ensino / Aprendizagem 2ª 33,3% Necessidades Educativas Especiais 3ª 8ª 33,3%

Investigação Científica 4ª 33,3%

Educação para o Ambiente e Cidadania 5ª 33,3% Relações interpessoais/Resolução de Conflitos 6ª 53,3%

Saúde escolar e Primeiros socorros 7ª 40,0%

Higiene alimentar 9ª 26,7%

Prevenção das doenças cíclicas 9ª 10ª 26,7%

Diversidades e multiculturalidade 11ª 26,7%

Tecnologias de Informação e Comunicação 11ª 20,0%

Ordem de prioridade

Todos os professores inquiridos consideram que os especialistas em cada uma das áreas apresentadas (EAA) encontram-se melhor posicionados para exercer uma acção de formação aos professores, atribuindo-lhes uma pontuação de 100% dos quais 33% consideram que apenas os EAA devem ministrar a formação dos professores e 67% são de opinião de que outras entidades também podem ministrar essa formação.

Dos 67% que consideram as outras entidades credíveis para ministrar essa formação, 20% optaram pelos EAA e professores universitários vindo de exterior (PUE), 13% são de opinião que além dos EAA, os PUE, técnicos do Ministério da Educação (TME) e Centro de Emprego e Formação Profissional (CEFP) podem ministrar formação contínua dos professores. A mesma percentagem (13%) dos inquiridos indica que além dos EAA, apenas os professores da

escola com grau académico superior a licenciatura (PEGASL) estão capacitados para ministrar a formação contínua dos professores.

Com a mesma pontuação (7%) foram considerados os grupos de EAA, PUE, TME e CEFP, EAA e CEFP e por último EAA, PEGASL, TME e CEFP como entidades com capacidade para ministrar a formação contínua.

Gráfico 3: Entidades aptas para orientar formação contínua aos professores

PUP/EAA 20% EAA 33% EAA/PEGASL 13% EAA/PEGASL/TME 7% EAA/PUE/TME/CEFP 13% EAA/CEFP 7% EAA/PEGASL/TME/C EFP 7%

Conclusão

Ao concluímos o nosso estudo sobre o tema «As demandas Educativas e a Formação Permanente dos Professores», podemos afirmar que a formação contínua dos professores é de uma importância relevante para o sistema educativo em geral e para os professores em particular, devido ao impacto que a mesma tem no desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos.

Antes dos anos de 70 do século passado, a formação permanente tinha como objectivo prioritário a escolarização da população e salientava apenas os aspectos quantitativos dos conteúdos. A prioridade era para a formação inicial, porque na altura o sistema educativo precisava de professores com muitos conhecimentos para trabalhar com os alunos, ao contrário da actualidade que a qualidade é o centro das preocupações.

As administrações educativas e os investigadores, na época, estavam mais interessados na formação inicial dos professores, como forma de manifestação da mudança de planos de estudo de vários países da Europa e numerosas publicações e investigações sobre o tema. A formação permanente só se realizava por iniciativa dos próprios professores.

A partir de 1970, deu-se um dos processos fundamentais da evolução da formação permanente, com a institucionalização dentro do sistema educativo, motivado pela necessidade de formar professores de forma contínua, como uma condição indispensável para

a melhoria da qualidade do ensino. A Espanha foi a pioneira nesse processo de formação contínua dos professores com a criação das instituições das Ciências da Educação em 1969.

A formação contínua dos professores assenta-se sobre três modelos: Racionalista- Academicista, Técnico e reflexivo. O modelo Racionalista-Academicista dá mais importância á teoria, defende que quanto maior for os conhecimentos teóricos do professor melhor será o seu desempenho; o modelo Técnico dá mais importância á prática (o saber fazer) que o professor deve ter competências e habilidades suficientes como forma de trabalharem eficazmente; o modelo Reflexivo faz uma combinação entre a teoria e a prática, concebe a profissão docente como desenvolvimento de complexas competências profissionais de pensamento e acção.

Tendo em conta que a educação é dinâmica e porque está ao serviço da sociedade, ela tem experimentado nos últimos anos, profundas mudanças, não apenas como consequência das reformas educativas, mas principalmente porque a escola acompanha as transformações da sociedade, a vários níveis entre as quais destacámos o papel da família, os valores, os meios de comunicação, os sistemas de informação, as expectativas educativas, o mundo do trabalho, os comportamentos e atitudes, entre outras.

Hoje, não é possível pensar na sociedade moderna ou no fenómeno educativo sem recorrer as novas tecnologias da informação, pois são instrumentos adequados para desenhar os processos de estrutura informativa. As tecnologias institucionais podem se pôr ao serviço da pedagogia da reprodução ou da pedagogia do desenvolvimento da inteligência como enfoque do novo paradigma educativo.

As novas tecnologias permitem obter grandes quantidades de informações, o que diminui a consideração do professor como protagonista dominante da instrução educativa, remetendo-o para o desempenho da função que é, mais do que transmitir o saber, articular experiências em que o aluno reflicta sobre a sua relação com o mundo e o conhecimento, assumindo um papel activo no processo ensino/aprendizagem.

Em relação à prática pedagógica, por mais que a educação se transforme com a implementação das novas tecnologias, o professor, através da sua acção e do seu

conhecimento, é quem efectiva a utilização desse aparelho tecnológico. Dessa forma, ele deixa de ser o transmissor de conhecimento para ser o estimulador, mediador, facilitador do processo ensino aprendizagem.

As necessidades educativas especiais tornaram-se uma realidade actual que suscita interesses diferentes em diversos âmbitos, como o educativo, o terapêutico, social e laboral. Assim, profissionais de diferentes áreas de intervenção partilham de maneira interdisciplinar um objectivo comum que é melhorar a qualidade de vida e oferecer maiores possibilidades de promoção das pessoas com necessidades educativas especiais.

Para um profissional, seja qual for a sua área de actuação, a formação contínua é muito importante visto que lhe permita estar sempre actualizado e possa dar respostas as demandas que a sociedade lhe impõe. Esta importância é revelada pelos professores da Escola Secundária «Amor de Deus», onde foi feito o estudo de caso. Dos professores inquiridos, 100% consideram que a formação contínua é uma necessidade dos professores da referida escola, o que demonstra que os professores estão conscientes da importância que a formação contínua tem para com a escola enquanto instituição de ensino mas também para a sua vida profissional.

As áreas de formação consideradas mais prioritárias pelos professores são: i) Ensino numa nova abordagem por com competências; ii) Metodologia de Ensino / Aprendizagem; iii) Necessidades Educativas Especiais; iv) Investigação Científica.

Para ministrar essas formações, os professores são de opinião que os especialistas em cada área apresentada estão melhor capacitados para o fazer. Entretanto, 67% dos inquiridos consideram que além dos especialistas, outras entidades também podem ministrar a formação contínua dos professores.

Partindo do resultado de análise dos inquéritos, pode-se notar que os professores têm

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