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5.1. Localização

De acordo com informações disponibilizadas por FEHIDRO (2011), o território nacional foi dividido em Regiões Hidrográficas estabelecidas pela resolução 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15 de outubro de 2003, que foi responsável pela definição da divisão hidrográfica nacional (LORANDI, LOLLO e GUERRERO, 2014).

A nível federal, a Bacia Hidrográfica do rio Mogi Guaçu localiza-se na Região Hidrográfica do Paraná, espacializada pela Bacia Hidrográfica do Rio Paraná pertencente ao Brasil.

Num nível macro, a bacia hidrográfica do rio Mogi Guaçu, denominada Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 09 - UGRHI 09 no Estado de São Paulo, está inserida na bacia hidrográfica do Rio Grande (BHRG).

No Estado de São Paulo, a bacia hidrográfica do rio Mogi Guaçu (UGRHI-09) localiza-se na região nordeste do Estado. Uma das sub-bacias dessa UGRHI é a do Rio Claro, que está toda inserida no compartimento Médio Mogi Superior e está classificado como um curso d´água classe 2, além de apresentar altos valores de potencial hidrogeológico e de muito alta a média favorabilidade hidrogeológica, sendo um dos principais mananciais fornecedores de água para sua região.

Uma das principais sub-bacias do rio Claro é a bacia do rio Clarinho, que é a área estudada neste trabalho.

A Bacia Hidrográfica do Rio Clarinho se localiza na região Nordeste do Estado de São Paulo (FIGURA 2) e apresenta área de 40,87 km². Esta encontra-se dentro do município de Santa Rita do Passa Quatro, que, segundo o censo de 2010 tem população total de 26.410 habitantes e densidade demográfica de 34,72 hab/km²

Figura 2 - Localização da Bacia do Rio Clarinho

5.2. Vegetação

Quanto à vegetação, a bacia costumava ser recoberta por florestas estacionais semi-decíduas e savanas, porém o processo de ocupação do interior paulista e o avanço

irrestrito das fronteiras agrícolas foram os responsáveis pela devastação das áreas de vegetação nativa (ÁVILA, 1977 apud LOLLO, 1991, p.34).

Atualmente, a área que era florestada e apresentava também vegetação nativa deu lugar a diferentes tipos de cultura, principalmente cana-de-açúcar. São identificadas também áreas de silvicultura, solo exposto, pequenas instalações rurais, e pastagens / campos.

5.3. Geomorfologia

Segundo Ross e Moroz (1997) a Bacia Hidrográfica do rio Clarinho se encontra na unidade morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná.

Quanto à morfoesculturas, a bacia divide-se entre o Planalto Ocidental Paulista, com os Patamares Estruturais de Ribeirão Preto, e a Depressão Periférica Paulista, representada pela Depressão de Moji-Guaçu.

A unidade morfoescultural dos Patamares Estruturais de Ribeirão Preto localiza- se na porção noroeste da Bacia Sedimentar do Paraná e é limitada a oeste e sudoeste pelo Planalto Residual de São Carlos, ao norte com o Planalto Centro Ocidental e a leste e sudeste pela Depressão Periférica Paulista.

As formas de relevo são predominantemente denudacionais, e o modelado constitui-se basicamente por colinas amplas e baixas, com topos tabulares, os vales apresentam entalhamento médio com menos de 20 metros e a dimensão interfluvial varia de 750 metros até mais de de 3750 metros.

As altimetrias desta unidade estão entre 500 e 700 metros e as declividades médias estão entre 2% e 10%.

A litologia desta unidade é constituída basicamente por basaltos e os solos são do tipo latossolo roxo e Terra Roxa Estruturada.

Já a unidade Depressão de Moji-Guaçi corresponde à porção centro-norte do Estado de São Paulo.

As formas de relevo predominantes são denudacionais e o modelado é constituído por colinas de topos tabulares amplos, com vales entalhados de até 20 metros e dimensão interfluvial média de 1750 a 3750 metros.

As altimetrias podem variar de 500 a 650 metros, e as declividades variam entre 5% e 10%. Sua litologia é quase toda constituída por arenitos finos, arcóseos, argilitos, siltitos, calcáreos e folhelhos. Por fim, sua drenagem apresenta padrão dendrítico com algum condicionamento estrutural.

5.4. Clima

De acordo com a metodologia proposta por Mendonça & Danni-Oliveira (2007, p.94), a área estudada apresenta o clima denominado 4a, ou seja, Clima Tropical Úmido-seco com 4 a 5 meses de seca.

Este tipo climático caracteriza-se por apresentar uma redução dos níveis pluviométricos durante a estação de inverno prolongada, e entre os meses de maio e setembro forma-se um período de considerável estiagem. As chuvas concentram-se geralmente no verão prolongado (outubro a abril), sendo possível destacar o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro como o mais úmido.

As médias térmicas demonstram a formação de dois períodos distintos: primavera e verão quentes e o inverno com uma queda térmica (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007, p.97).

5.5. Geologia

Segundo São Paulo-IG (1981) a área estudada situa-se na Bacia Sedimentar do Paraná e apresenta as seguintes formações geológicas superficiais:

a) Formação Pirambóia (Triássico): constitui-se de arenitos esbranquiçados, amarelados, avermelhados e róseos, médios a muito finos, ocasionalmente grosseiros, regularmente classificados, síltico-argilosos, quartzosos, com grãos subarredondados e intercalações de siltitos e argilitos. Mais raramente, observam-se ainda arenitos conglomeráticos, com seixos de quartzo e também de argila, com matriz areno-argilosa.

b) Formação Botucatu (Jura-Cretáceo): é constituída por arenitos róseos, avermelhados e esbranquiçados, finos a médios; e também muito finos, regularmente a bem classificados, friáveis a bem silicificados, com grãos arredondados e foscos, apresentando na base corpos de arenitos conglomeráticos e conglomerados. Apresenta espessura bastante variável, mas raramente ultrapassa os 150m, sendo o valor médio da ordem de 50 a 70m.

c) Intrusivas Básicas (Jura-Cretáceo): essa formação compreende o conjunto de derrames de lavas basálticas, toleíticas, de textura afanítica e de cor cinza escura a preta e intrusivas associadas (diques e soleiras), contendo intercalações de lentes e camadas arenosas de textura fina a média com estratificação cruzada. A espessura máxima dos derrames inferiores é de aproximadamente 100m medida a oeste de Descalvado, mas com um valor médio de 40m e um máximo de 400m na serra de Botucatu.

d) Formação Santa Rita do Passa-Quatro (Terciário): Massoli (1981, p.39), descreve essa formação como Capeamentos Terciários, pouco espessos, mas com ampla distribuição horizontal. Constituem-se de areias em matriz argilosa, sem estruturas sedimentares com cascalheira basal de seixos predominantemente de quartzo. Na área estes sedimentos têm coloração marrom, são muito friáveis e apresentam grânulos de quartzo dispersos em toda a espessura, que é da ordem de 5 a 15 m.

e) Depósitos recentes (Quaternário): composta de planícies aluvionares bem desenvolvidas e que ocorrem ao longo dos rios Moji-Guaçu, Claro e em parte dos cursos d’água de menor expressão das quadrículas de Descalvado, Santa Rita do Passa- Quatro e Pirassununga (SP). Esses depósitos, de várzeas e terraços, são constituídos de areias, argilas e cascalhos.

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