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Caracterização física das pastas preparadas

Capítulo 4 Resultados e discussão

4.2. Desenvolvimento e caracterização de novas pastas: estudo do efeito da adição de

4.2.1 Caracterização física das pastas preparadas

As análises granulométricas dos pós provenientes da pasta light (P) e pasta light com as diferentes proporções do aditivo de mulite (PM 2, 5 e 10%) e a dos pós da pasta light e dióxido de titânio (PT) e pasta light, dióxido de titânio e diferentes teores do aditivo de mulite (PTM 2, 5 e 10%), são apresentados na Figura 26 e 27, respetivamente, após micronização e antes da conformação.

Os pós da pasta light (P) têm um valor médio de tamanho de partícula de 9,63 µm. Com a adição de 2, 5 e 10% de mulite, as curvas perdem o comportamento bimodal que a curva da pasta P apresenta, aumentando ligeiramente os valores médios de tamanho de

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partícula (PM 2%: 14,12 µm; PM 5%: 14,20 µm e PM 10%: 11,56 µm), o que é esperado e reflete a granulometria grosseira da mulite.

Figura 26: Distribuição granulométrica dos pós da: pasta light (P) e pasta light com diferentes teores de mulite (PM 2, 5 e 10%).

Com a adição de 5% de dióxido de titânio à pasta light (PT), o tamanho médio de partícula diminuiu para cerca de um terço (3,27 µm) do tamanho de partícula da pasta P (9,63 µm), tornando a curva bimodal. Esta diferença de tamanho médio de partícula deve- se à utilização do TiO2 na composição da pasta que possuí granulometria muito baixa (≈1

µm). Consequentemente, a quantidade de matérias-primas utilizadas com granulometrias superiores é inferior à utilizada na composição P. Com a adição de mulite na pasta PT, as curvas mantêm o seu comportamento bimodal e apresentam valores médios de partículas semelhantes. Obteve-se um valor médio de tamanho de partícula de 2,4 µm para os pós da pasta PTM 2%, de 1,73 µm para os pós da pasta PTM 5% e de 3,47 µm para os pós da pasta PTM 10%.

Verifica-se que os pós das pastas PM apresentam granulometrias superiores aos pós das pastas PTM, pois, para além dos aditivos apresentarem diferentes granulometrias (mulite com valor médio de tamanho de partícula de 18,20 µm e o dióxido de titânio de

Volume (%)

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Página | 59 1,15 µm), a pasta PTM contém menor quantidade de matérias-primas que a pasta PM, visto ter incorporado na sua composição 5% de TiO2 e as proporções do aditivo de mulite.

Figura 27: Análise granulométrica dos pós da: pasta light com dióxido de titânio (PT) e pasta light com dióxido de titânio e diferentes teores de mulite (PTM 2, 5 e 10%).

O comportamento térmico dos pós resultantes da etapa de micronização das várias formulações foi caracterizado por ATD/TG (Figuras 28 e 29). Como se pode verificar, as curvas de ATD/TG para os vários pós, apresentam comportamentos muito semelhantes. Entre os 50 e 110 °C as curvas de TG apresentam uma perda de massa que caracteriza a perda de água adsorvida.Verifica-se a existência de dois picos endotérmicos aproximadamente aos 520 e 570 °C nas curvas de ATD. O primeiro surge devido à desidroxilação das argilas cauliníticas, onde a caulinite (Al2O3.2SiO2.2H2O) perde os

grupos hidroxílos (OH-) e transforma-se em metacaulinite (Al2O3.2SiO2) 2,22,68,69. Esta

reacção é responsável pela maior perda de massa (≈ 2%) em todas as curvas de TG (P, PM, PT e PTM). Próximo dos 570 °C, surge um pico endotérmico resultante da transformação alotrópica do quazto-α para quartzo-β 2,22,68, sem perda de massa observada na TG. Aos 1000 °C é visível um pico exotérmico derivado da formação de novas fases, neste caso, a mulite, ocorrendo sem perda de massa 2,22,68,72. Verifica-se a presença de picos inesperados

Vo

lum

e

(%)

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às temperaturas iniciais, provavelmente provenientes de problemas na linha de base ou do equipamento.

Figura 28: Análise (a) térmica diferencial (ATD) e (b) termogravimétrica (TG) dos pós compactados resultantes da: pasta light (P) e pasta light com diferentes teores de mulite (PM 2, 5 e 10%).

(a) Exo

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Página | 61 Exo

(a)

(b)

Figura 29: Análise (a) térmica diferencial (ATD) e (b) termogravimétrica (TG) dos pós compactados resultantes da: pasta light com dióxido de titânio (PT) e pasta light com dióxido de titânio e diferentes teores de mulite (PTM

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As curvas dilatométricas das misturas estudadas estão representadas na Figura 30 (a), para os pós da pasta P e PM 2, 5 e 10% e Figura 30 (b) para os pós da pasta PT e PTM 2, 5 e 10%. Entre os 50 °C e, aproximadamente, 800 °C para os pós resultante da pasta PM 5%, e, para os restantes pós, 900 °C, verifica-se uma expansão linear devido às várias reações que ocorrem até essa temperatura, como eliminação da água adsorvida e desidroxilação das matérias-primas. Próximo dos 573 °C é visível uma pequena expansão térmica (≈ 0,1%) em todas as curvas dilatométricas, resultante da transformação alotrópica do quartzo-α para quartzo-β 2,22,68,73. A partir destas temperaturas, o processo de retração inicia-se, sendo caracterizado pela queda acentuada na curva dilatométrica, resultante do processo de reação no estado sólido e formação de fase vítrea conducente à densificação do corpo cerâmico. É possível observar que os pós da pasta PM 10% apresentam uma maior retração, quando comparado com os restantes pós, à temperatura de 1210 °C, o que mostra uma acentuanda retração (≈ 5,5%) provavelmente relacionada com um maior teor de fase líquida presente a essa temperatura e, consequentemente, uma densificação mais elevada. A retração linear aumenta com o aumento do teor de mulite adicionado à pasta P, comportando-se de forma oposta quando adicionado à pasta PT. É visível, na Figura 30 (a), que a adição de 5% de mulite à composição P, promove uma maior densificação para a mesma temperatura.

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Figura 30: Análise dilatométrica (a) dos pós compactados da pasta light (P) e pasta light com a adição de diferentes teores de mulite (PM 2, 5 e 10%) e (b) dos pós resultantes da pasta light com dióxido de titânio (PT) e

com a adição de iferentes teores de mulite (PTM 2, 5 e 10%).

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