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Mapa 5 Identificação de tendências de redução, estabilidade e aumento na bacia hidrográfica

2.3 Caracterização fisiográfica da bacia

A geologia da área de estudo compreende duas províncias estruturais, sendo elas: Província Tocantins e Província Paraná. Todavia, em uma pequena porção da bacia, especificamente em torno da divisa leste diante dos afluentes mineiros do Alto Paranaíba, nas proximidades das cidades de Patos de Minas e Patrocínio, ocorre a formação de outra estrutura geológica, denominada: Bacia Sanfransciscana. (ANA, 2011).

A Província Tocantins pode ser subdividida em duas sub-províncias lito-estruturais. A primeira compreende o embasamento, constituído por rochas granítico-gnáissicas, de estruturação complexa e comportamento predominantemente dúctil. A segunda sub-província corresponde às seqüências supra-crustais, normalmente constituídas por rochas metassedimentares clásticas,pouco deformadas. A área de ocorrência dessa Província corresponde à porção centro-leste da bacia. A Província Paraná também pode ser subdividida em duas sub-províncias lito-estruturais. A primeira corresponde às seqüências sedimentares predominantemente clásticas, com estratificação suborizontal e contatos quase que exclusivamente litológicos, sem controle estrutural. A segunda sub-província é formada pelos basaltos da Formação Serra Geral. São rochas magmáticas vulcânicas, decorrentes de derrames suborizontais, muito fraturadas, às vezes diaclasadas, que dão origem às coberturas detrítico-lateríticas. Sua área de abrangência está restrita à porção ocidental da bacia hidrográfica. (EPE, 2006).

A bacia hidrográfica do Rio Paranaíba está inserida, de acordo com Radam Brasil (1983), nos domínios da unidade morfoestrutural dos "Planaltos e Chapadas da bacia Sedimentar do Paraná", e dentro da subunidade morfoescutural do "Planalto Setentrional da Bacia do Paraná". Flauzino et al. (2010) afirma que na bacia encontram-se as seguintes unidades morfológicas: as formas estruturais representadas, essencialmente pelas unidades de superfície erosiva tabular; as formas de dissecação do relevo, abarcando as aguçadas, as convexas e as tabulares; e por último, as formas de acumulação que são representadas, principalmente, pelas planícies fluviais.

Segundo o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Paranaíba - PRHBP (2013) na bacia são definidos dois conjuntos de relevo. O primeiro é representado pelo Planalto Rebaixado de

Goiânia, Planalto do Distrito Federal e Planalto Central Goiano. Já o segundo é caracterizado pela formação do Planalto Central da Bacia do Paraná e Planalto Rebaixado da Bacia do Paraná. O plano ainda identifica na bacia a formação de dois domínios morfoestruturais: o Planalto Basáltico da Bacia do Paraná e as Chapadas e Planaltos em Estruturas Dobradas e Planaltos Cristalinos.

Em continuidade a caracterização geomorfológica da área, alguns autores também a realizaram em função das declividades e dos modelados que constituem a bacia.

As maiores declividades se concentram na porção oriental da bacia, onde predominam os modelados de dissecação do tipo tabular, com densidade muito fraca de aprofundamento da drenagem e conseqüente prevalecimento do escoamento superficial. Esta porção da bacia com maiores declividades está presente geomorfologicamente nos chamados Planalto do Distrito Federal e Planalto Rebaixado de Goiás, compreendendo materiais geológicos representados por rochas metamórficas e sedimentos silicificados. Já os terrenos de baixa declividade estão localizados principalmente ao longo do curso dos rios Verde, Turvo e dos Bois, relacionados à existência de materiais geológicos pertencentes à Formação Serra Geral, e nas bacias hidrográficas dos afluentes do médio e baixo curso do rio Paranaíba, relacionados com a presença de rochas sedimentares vinculadas à Formação Vale do rio do Peixe. (ROSA; SANO; ROSENO, 2014, p.336).

De acordo com o PRHBP (2013) quanto aos aspectos pedológicos da área, há um predomínio na bacia de Latossolo (63% da área total), seguido por Cambissolos (18%) e Podzólico (10%). Este último, de acordo com a classificação realizada pela EMBRAPA (2013), foi incluído a classe de Argissolos. Ainda podem ocorrer outros tipos de solo, como Nitossolos e também a presença de Glei pouco húmico, Litólico e Areia Quartzosa, que juntos somam 10% da área. Na Província do Paraná (porção ocidental da bacia) verifica-se a predominância de Latossolos. Já na Província do Tocantins (porção oriental da bacia) são encontrados Cambissolos, Podzólicos e algumas faixas de Latossolo Vermelho.

O clima da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba, em uma análise geral, pode ser classificado como tropical, com uma sazonalidade anual bem característica, onde ocorrem durante o ano

um período de estiagem com temperaturas mais amenas e outro chuvoso com temperaturas mais elevadas.

Conforme o gráfico 1, os meses que apresentam as menores temperaturas são junho e julho, 20,1 °C e 20,3 °C, enquanto que os menores valores de precipitação são encontrados nos meses de junho a agosto (14,6 mm, 8,7 mm e 14,7 mm). Em relação aos meses mais quentes, estes estão entre outubro e novembro, com temperaturas médias mensais de 25,0 °C e 24,5 °C respectivamente, enquanto que dezembro e janeiro são sinalizados como os que registram os maiores valores de precipitação (265,2 mm, e 273,3 mm).

Gráfico 1 - Climograma da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba (1975-2012)

Dados: ANA/HidroWeb (2016). INMET (2016). Org. Maciel, S. A. (2016).

O clima da bacia apresenta uma média anual de temperatura de 23,2 °C e um total pluviométrico médio anual de 1.468,4 mm. Em relação a amplitude térmica anual, nota-se que a mesma é moderada, com uma variação interanual de 4,9 °C.

Utilizando-se da classificação climática de Köppen, referenciada por Ayoade (1996), encontra-se na área, na maior parte do seu domínio, o clima Aw , sendo este caracterizado como clima tropical de savana, possuindo duas estações bem definidas, dando o referido caráter de sazonalidade, já mencionado. Desta forma, verifica-se que o período seco é definido entre os meados de abril a setembro, enquanto que o período chuvoso esta situado entre os meses de outubro ao início de abril.

Martins e Rosa (2012) em seus estudos também realizaram a classificação climática desta mesma área de pesquisa, para tais no que concerne a distribuição pluviométrica ao longo da bacia as maiores precipitações médias anuais registradas encontram-se na porção leste/nordeste (Distrito Federal, leste e sudeste de Goiás) e na porção sudeste (alto curso do Rio Paranaíba), que por sua vez, coincidem com áreas de altitude mais elevada e de topografia plana/ suavemente ondulada. Os mesmos autores ainda afirmam a existência de uma relativa tendência de redução nos totais anuais pluviométricos na área próxima à confluência do Rio Paranaíba com o Rio Grande, leste de MS, de modo específico, nas bacias do Rio Santana e Aporé, que são caracterizadas por serem áreas de menores altitudes e sob influência mais marcante da Massa Tropical Continental.

3 RERENCIAL TEÓRICO - CONCEITUAL BÁSICO

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