• Nenhum resultado encontrado

Para as condições analisadas somente a amostra como recebida apresentou a temperatura crítica de pite conforme pode ser observado através da figura 43 a), sendo para esta condição a CPT igual a 55 oC conforme figura 42 a). Para as demais condições não foi possível determinar a temperatura crítica de pite, pois embora tenha ocorrido um aumento abrupto da corrente foi detectado em seguida situações diferenciadas que elevaram a corrente, portanto a interrupção da análise ocorreu antes de atingirmos a temperatura crítica de pite, e assim obtivemos um resultado falso. A caracterização da superfície das amostras realizadas através das micrografias obtidas por microscopia óptica revelou para a amostra solubilizada a 1170 oC que o aumento da corrente se deve a tendência a corrosão por fresta, já para a amostra solubilizada a 1200 oC 4h e solubilizada a 1200 oC 8h foi observado a tendência a corrosão generalizada conforme pode-se observar na figura 43 b), c) e d).

d c

Figura 43 - Micrografia pós CPT obtida com microscópio óptico para ao aço inoxidável ASTM 744 nas condições: a) como recebida, b) solubilizada 1170 oC 2h, c) solubilizada 1200

o

C 4h e d) solubilizada 1200 oC 8h.

Fonte: próprio autor.

4.8 Microdureza Vickers

A figura 44 apresenta a microdureza Vickers das amostras como recebida, solubilizada a 1170 oC por 2h, 1200 oC por 4h e 1200 oC por 8h onde é possível observar a maior dureza para a amostra como recebida, este resultado está possivelmente relacionado a quantidades de fases deletérias presentes. A exposição a temperatura de 1200 oC por 4h e 8h promoveu o aumento da fase sigma em relação ao material solubilizado a 1170 oC de forma que este apresenta menor dureza por apresenta menor quantidade de fase sigma, esse resultado se encontra de acordo com a literatura no que diz respeito ao aumento da dureza com o aumento da fração volumétrica da fase sigma, pois segundo os registros o tratamento térmico a temperaturas elevadas por períodos longos ocasiona a precipitação da fase sigma, esta presente na austenita acarreta o aumento da dureza [52] e ocasiona a fragilização do material.

Figura 44 - Dureza Vickers das amostras como recebida, solubilizada a 1170 oC por 2h, 1200oC 4h e 1200 oC 8h.

Fonte: Próprio autor

253,8 ± 15,87 190,3 ± 13,15 216 ± 14,3 214 ± 12,55 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 CR 1170 °C 2h 1200 °C 4h 1200 °C 8h D u re z a V ic k er s (H V ) Amostras

5 CONCLUSÕES

- A amostra como recebida apresenta em sua microestrutura além da fase sigma outras fases deletérias observadas através da diferença de composição química obtida através de EDS. Essas fases não apresentam significativas contribuições para a resistência a corrosão do material. Este fato pode ser observado através da polarização cíclica onde a resposta obtida para a amostra na condição como recebida apresenta pequena diferença quanto ao potencial de corrosão em relação a amostra solubilizada a temperatura de 1170 oC que apresentou em sua microestrutura uma redução das fases deletérias.

- A amostra solubilizada a 1170 oC apresenta em sua microestrutura 7% de fase sigma e 93% de austenita de acordo com a composição química via EDS e confirmada com a técnica EBSD,em decorrência do tratamento térmico a fase sigma para esta condição se encontra nos contornos de grãos e sobre os grãos austeníticos. Para a amostra como recebida a fase sigma foi observada nos contornos e cantos de grão.

- As amostra solubilizadas a 1200 oC por 4 e 8 horas apresentam em sua microestrutura além da austenita a fase sigma que aumentou em decorrência da temperatura de solubilização e do tempo de tratamento.

-Através da polarização cíclica foi possível observar o potencial de corrosão mais nobre do material que passou por tratamento térmico de solubilização a temperatura de 1200 oC por 4h e 8h, no entanto, estes não apresentam região de passivação provavelmente em decorrência da sensitização do material que ao reduzir o cromo e o molibdênio impedem que o filme de proteção seja formado.

- Não foi detectado em nenhuma das amostras tratadas a formação de pites, portanto para as condições de trabalho desenvolvidas nesta pesquisa é possível inferir que as amostras solubilizadas apresentam resistência a corrosão por pites.

-Não foi possível determinar a temperatura crítica de pite para as amostras que passaram por tratamento de solubilização. Nesses casos obtivemos um falso resultado onde o responsável pela elevação da corrente cumprindo a norma ASTM G150 não foi o pite formado. O responsável pela elevação da corrente foi a corrosão por frestas para amostra solubilizada a 1170 oC por 2h e corrosão generalizada para amostra solubilizada a 1200 oC por 4h e 8h. Para a amostra como recebida a temperatura crítica de pite é de 55 oC.

- O material como recebido apresenta maior dureza Vickers em relação ao material tratado termicamente, a maior dureza possivelmente se deve as fases deletérias presentes.

- O material solubilizado a 1170 oC por 2 horas apresenta características diferentes no que diz respeito a corrosão localizada e microdureza Vickers em relação ao material solubilizado a 1200oC por 4 horas assim é possível afirmar que essas diferenças existam em decorrência da quantidade de fase sigma presente.

- A temperatura de solubilização de 1170 oC por 2 horas promoveu no material diferenças significativas em termos de microestrutura do material comparando ao material como recebido, no entanto, essas alterações não foram suficientes para tornar o material mais resistente a corrosão fato que foi observado através da curva de polarização cíclica.

- O material solubilizado a 1200 oC por 4 horas apresenta, quanto a resistência a corrosão e a microdureza Vickers, características muito próximas do material solubilizado a 1200 oC por 8 horas assim é possível afirmar que o tempo de tratamento não promoveu diferenças significativas quanto a fração volumétrica da fase sigma.

6 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

- Avaliar o efeito da variação da fração volumétrica da fase sigma no aço inoxidável ASTM A744 CN3MN solubilizado a temperatura 1260 oC tratado por 2, 4 e 8 horas, produzindo assim parâmetros comparativos.

- Avaliar a cinética de formação da fase sigma.

- Verificar a resistência a corrosão em meio NaCl 3,5% sem a presença do CO2.

- Realizar ensaios de tenacidade e tração para conhecimento de características mecânicas.

- Verificar a resistência a corrosão através da técnica de impedância.

- Analisar os filmes formados nas amostras como recebida e solubilizada a 1170 oC por 2 horas por espectroscopia Raman.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] PANOSSIAN, Zehbour., Corrosão e proteção em equipamentos e estruturas metálicas, V.1 / São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, p.3-4, 1993.

[2] GENTIL, Vicente. Corrosão. 5ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 2007.

[3] J. ANBURAJ, S.S.M. NAZIRUDEEN, R. NARAYANAN, B. ANANDAVEL, A., Ageing of forged superaustenic stainless stell: Precipitate phases and mechanical properties Mater. Sci. Eng. A, 535 (2012), pp. 99–107, 2011.

[4] BORGES, F. C. N. E MEI, P. R., “Caracterização das propriedades estruturais, e

mecânicas e tribológicas do aço superaustenítico ASTM A744 Gr, CN3MN. 11o Seminário Brasileiro do Aço Inoxidável – INOX 2012. São Paulo, SP, 23 a 25 de Outubro de 2012, p. 01-09.

[5] RITONI, M.; MARTINS, M.; MEI, P. R. Efeito do tratamento térmico na estrutura e nas propriedades mecânicas de um aço inoxidável superaustenítico. Revista Escola de Minas, v. 60, n.1, p. 155/161, jan./mar., 2007.

[6] MARTIN, M. E. R. AND ZARATE, E. M. R., “Estudio de Soldabilidad del Acero

Inoxidable AISI 904L” Projecto Titulación Eng. Mecánico. Univerdidad de Tarapaca, 1992. [7] RABENSTEINER G. The welding of austenitic CrNi steinless with high Mo-contente for seawater application. Doc. IIS/ Iiw-800-84. Publ. In Welding in the world, Vol 23. 1985. [8] PERTENECER E., RABENSTEINER G., TOESCH J.,SCHABEREITER H. Metalurgia de soldagem de aços inoxidáveis austeníticos com elevado teor de Mo. Anais XV Encontro Nacional de Tecnologia de Soldagem. 1990.

[9] PADILHA, A. F.; GUEDES, L. C. Aços inoxidáveis austeníticos: Microestrutura e propriedades. Editora Hemus, São Paulo, 2004.

[10] DENNY, A J., Principles and prevention of corrosion. 2. ed. New Jersey: Prentice Hall, Inc., 1996.

[11] MEI, P.; SILVA, A. L. C.; Aços e Ligas Especiais- 2a ed. Sumaré, SP: Eletrometal S.A. Metais Especiais, 1998

[12] WHITEMAN, N. B. AND TROIANO, A. R., Corrosion, v.21, p. 53-56, 1965.

[13] LIMA, L. I. L. Metodologia para avaliação da corrosão da zona termicamente afetada de aço inoxidável ferrítico AISI 439 soldado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, p. 93.2007.

[14] LO, K. H.; SHEK, C. H.; LAI, J. L. Recent developments in stainless steels. Materials Science and Engineering R, v. 65, p. 39-104, 2009.

[15] ALVAREZ, A. I. Duplex Stainless Steels: Brief History and Some Recent Alloys. Recent Patets on Mechanical Engineering, V.1, p. 51-57, 2008.

[16] RITONI, M.; MARTINS, M.; MEI, P. R. Efeito do tratamento térmico na estrutura e nas propriedades mecânicas de um aço inoxidável superaustenítico. Revista Escola de Minas, v. 60, n.1, p. 155/161, jan./mar., 2007.

[17] SUGIMOTO, K. SAWADA, Y. The role of molybdenum additions austenitic stainless steels in the inhibition of pitting in acid chloride solutions. Pag. 245, Corrosion Science, 1977.

[18] KOUTSOUKIS, T., REDJAIMIA, A., FOURLARIS G., Characterization of precipitation sequences in superaustenitic stainless steels, Diffusion and Defect Data Pt. B: Solid State Phenomena, A172, p.493-498, 2011.

[19] RABENSTEINER G. The welding of austenitic CrNi stainless steel with high Mo- content for seawater application. Doc. IIS/ Iiw-800-84. Publ. In Welding in the world, Vol 23. 1985.

[20] PERTENECER E., RABENSTEINER G., TOESCH J.,SCHABEREITER H. Metalurgia de soldagem de aços inoxidáveis austeníticos com elevado teor de Mo. Anais XV Encontro Nacional de Tecnologia de Soldagem. 1990.

[21] PADILHA A. F., PLAUT R. L., RIOS P. R. In: Totten GE(editor). Stainless steels heat treatment (chapter 12). Steel heat treatment handbook. 2 ed. Boca Raton (FL, USA):CRC Press; p. 695-739, 2007.

[22] RITONI, M. MARTINS, M. e MEI, P. R. – “Efeito do tratamento térmico de solubilização na microestrutura e nas propriedades de impacto do aço inoxidável superaustenítico ASTM A 744 Gr. CN3MN”. Revista Escola de Minas, v. 63, n.1, p. 013/020, jan.mar., 2010.

[23] PADILHA, A. F.; & RIOS, P.R. Decomposition of Austenite Stainless Steels. ISIJ Internacional, 42 (2002) pp.325-337.

[24] PADILHA, A.F.; ESCRIBA, D.M.; MATERNA-MORRIS, E.; KILMENKOV, M. Precipitation in 316L (N) during creep testa t 550 and 600oC up to 10yers. Journal of Nuclear Materials, v.362, 132-138, 2007.

[25] RAMIRES-LONDOÑO, A. J. Estudo da precipitação de nitreto de cromo e fase sigma por simulação térmica da zona afetada pelo calor na soldagem multipasse de aços inoxidáveis duplex. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de engenharia metalúrgica e de Materiais. São Paulo, 1997.

[26] JOUBERT, J.M. Crystal Chemistry and calphad modeling of the sigma phase. Progress in Materials Science 53 (2008) 528-583.

[27] FOLKHARD, E. Welding metallurgy of Stainless Steels. Springer Verlar, Wien. N. York, 1988.

[28] BORGES, F. C. N. E MEI, P. R., “Caracterização das propriedades estruturais, e mecânicas e tribológicas do aço superaustenítico ASTM A744 Gr, CN3MN. 11o Seminário Brasileiro do Aço Inoxidável – INOX 2012. São Paulo, SP, 23 a 25 de Outubro de 2012, p. 01-09.

[29] VILLANUEVA, D.M.E.; JUNIOR, F.C.P.; PLAUT, R.L.; PADILHA, A.F.; Comparative study on sigma phase precipitacion of three types of stainless steels: austenitic, superferritic and duplex. Materials Science and Technology, v.22, n.9,1098- 1104, 2006.

[30] TALBOT, D. TALBOT, J., Corrosion Science and technology. Editora CRC Press LLC. Florida EUA, 1998.

[31] UHLIG, H. H, Uhlig’s Corrosion Handbook. Ottawa, Ontario, Canadá. Edited by R. Winston Revie. Editora John Wiley Sons, Inc. 2000.

[32] KERMANI, M.B. e MORSHED, A. Carbon Dioxide Corrosion in Oil and Gas Production – A Compendium. Corrosion, NACE international, Vol. 59, p. 1-25, 2003. [33] BELLARBY, J. Well completion Design. Editora Elsevier. 2009.

[34] GALVELE, J.R. Passivity of metals. In: FRANKENTHAL, R. P., KRUGER, J. (eds.). New Jersey: The Electrochemical Society, Inc., p.285-296, 1978.

[35] ISAAC, H. S. et al. Advances in localized corrosion. NACE. Houston, Texas, p.393, 1990.

[36] SEDRIKS, A. J. Corrosion of stainless steels. 2. ed. New York: John Wiley, 1996.

[37] ASM Metals Handbook Volume 13 Corrosion

[38] FONTANA, G. M.,Corrosion Engineering. McGraw-Hill, International Editions, Third Edition, 1987.

[39] ASTM G46-94(2013), Standard Guide for Examination and Evaluation of Pitting Corrosion, ASTM International, West Conshohocken, PA, 2013.

[40] BAROUX, B., Lacome, P., Beranger, G. Les Aciers Inoxidables. Les Éditions de Physique, Les Lis, isbn 2-86883-189 -3 1993.

[41] KOUTSOUKIS, T., REDJAIMIA, A., FOURLARIS G., Phase transformations and mechanical properties in heat treated superaustenitic, Mater. Sci. Eng. A 561, 477-485, 2013.

[42] ASTM A890/A890M – 91. Standard practice for castings, iron-chromium-nickel- molibdenum corrosion-resistant, duplex (Austenitic/ferritic) for general application. American Society for Testing and Materials. Easton. V.01.02. Ferrous Castings; Ferroalloyos, p.556-569.

[43] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBRNM- ISO6507-1: Materiais Metálicos- Ensaio de dureza Vickers – Parte 1: Método de ensaio, 08/2008. 22p.

[44] ASTM G150 - 99, Standard Test for Method for Electrochemical Pitting Temperature Testing of Stainless Steels, U.S.A, 1997, Reapproved 2010.

[45] MAYO, E.W. Predicting IGSCC/IGA Susceptibility of Ni-Cr-Fe Alloys by modeling of Grain Boundary Chromium Depletion, Materials Science and Engineering A, A252, pp. 129-139, 1997.

[46] MARSHALL, P. Austenitic stainless steels: microestruture and mechanical properties. England: elsevier, 1984.

[47] CUI, Y., LUNDIN, C. D. Austenite-preferential corrosion attack in 316 austenitic stainless steel weld metal. Materials and design, 28, p. 324-328, 2007.

[48] JANG, A. Y.; LEE, H. W. Influence of Sigma Phase on Pitting Resistance Depending on Solidification Mode in AISI 316L Weld Metal. Metallurgical and Materials Transactions a-Physical Metallurgy and materials Science, v. 43A, n. 6, p.1736-1741, Jun 2012.

[49] PHILLIPS, N. S. L. Phase transformations in cast superaustenitic stainless steels. Dissertação de mestrado. Iowa State University, 2006.

[50] WEST, J. M. Electrodeposition and corrosion processes. Department of Metallurgy, University of sheffield. Verlag Van Nostrand Reinhold Company ltd., London, 1970.

[51] WOLYNEC, S. . Técnicas Eletroquímicas em Corrosão. 1 a ed.- São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, EDUSP. 2003. Vol. 1. 166 p.

[52] NILSSOM, J.O.; KANGAS, P.; KARLSSON, T.; WILSON, A. Mechanical Properties, Microstructural Stability and Kinects of σ Phase Formation in a 29Cr-6Ni-2Mo-0.38N Superduplex Stainless Steel. Metallurgical Materials Trasactions Acta, v.31ª, pp. 35-45, 2000.

Documentos relacionados