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No manual apresentam-se algumas características dos projetos e estabelecem-se regras e normas para que eles sejam aprovados e financiados pelo PROCOMPI. Uma delas é que nesses projetos o público-alvo deve compreender unicamente empresas industriais de micro e pequeno porte, de acordo com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, foram assim definidas. Outro quesito é que os projetos atendidos devem favorecer uma quantidade mínima de 25 empresas, procurando sempre alternativas de aumentar este número.

Além disso, para a escolha dos setores e territórios que deverão ser alcançados pela política pública, é necessário primeiramente identificar as diversas oportunidades existentes em cada estado ou região, considerando também na seleção os apontados como principais pelos Sistemas SEBRAE e CNI.

Outra característica é que o programa estabelece um limite de tempo no qual deve estar compreendida entre 12 e 24 meses para o que o projeto seja concluído, não podendo de maneira alguma exceder o prazo de vigência do convênio. No decorrer do estudo, nota-se que o APL de Cerâmica Vermelha do município de Russas, preenche a todas as condições impostas para sua inserção na política pública.

De acordo com o manual (2010, p.12) Com relação aos recursos disponibilizados pelo programa, eles serão destinados para os projetos de acordo com a demanda qualificada dos estados, sem extrapolar as quantias máximas previstas. Todo o recurso destinado para o projeto, contando com a ação em temas

estratégicos, não poderá ultrapassar o valor de R$ 300 mil. Os valores máximos

dos recursos fornecidos pelo SEBRAE e pela contrapartida por projeto, e que são indispensáveis, estão apresentados na tabela a seguir:

Quadro 3 – Recurso Financeiro do PROCOMPI

Contrapartida local - Federações,

empresas e outros parceiros Até R$ 150.000,00 50%

SEBRAE Até R$ 150.000,00 50%

TOTAL Até R$ 300.000,00

Fonte: Manual de Orientações PROCOMPI (2010, p.12).

Uma observação citada no manual é que: caso os projetos tenham valores propostos superiores a R$ 300.000.00 (trezentos mil reais), a participação do SEBRAE/NA se manterá no limite de R$ 150.000,00. O restante deverá ser captado de outras fontes (recursos próprios, parceiros, empresas beneficiadas, etc) e aplicado às ações PROCOMPI.

Outras regras ditadas pelo programa estão relacionadas à operacionalização dos projetos. Para que ocorra a operacionalização, ele deve passar por diversas etapas. Primeiramente existem as Etapas de planejamento das propostas, onde envolve os atores locais e estaduais do Programa que se reúnem para identificar as prioridades de cada instituição e as conjuntas. A partir dessas informações deverá ser construída a matriz final de prioridades conjuntas, definindo os setores e territórios a serem trabalhados e sua ordem de prioridade.

Com base na matriz, serão elaboradas pré-propostas de projeto fazendo referência a diagnósticos ou levantamentos pré-existentes acerca do território. Nesse momento haverá uma rodada de avaliação e de análise das pré-propostas segundo os critérios no manual (2010, p. 19 e 20):

• Enquadramento no modo de atuação do PROCOMPI, que deve privilegiar ações coletivas;

• Não-duplicidade de ações junto ao público-alvo;

• Alinhamento aos objetivos estratégicos do PROCOMPI;

• Capacidade operacional da entidade executora;

• Recursos disponíveis

As pré-propostas que forem aprovadas serão devolvidas para que os gestores façam uma construção mais detalhada da proposta final do projeto. Depois os projetos finais retornam para o Comitê Nacional e mais uma rodada de avaliação será iniciada, agora analisando as propostas finais segundo os critérios no manual (2010, p.20):

• Descrição dos resultados finalísticos e intermediários esperados, respectivos indicadores e metas quantitativas;

• Nível de detalhamento das ações e sua pertinência, incluindo as ações de temas estratégicos;

• Planejamento financeiro do projeto e sua adequação à consecução dos objetivos propostos.

E, por último, após se terem determinadas quais propostas foram aceitas a iniciar sua execução, ocorrem as etapas de operacionalização dos projetos, que no manual (2010, p.20), afirma que os projetos seguirão as seguintes etapas:

Etapa1: Início da execução do projeto

Etapa 3: Criação ou fortalecimento do núcleo setorial Etapa 4: Diagnóstico

Etapa 5: Construção do Plano de Ação Etapa 6: Pactuação com Empresários Etapa 7: Ações nos temas estratégicos

Etapa 8: Inserção de dados no sistema SIGEOR

Etapa 9: Sistema de acompanhamento e avaliação, incluindo a gestão da comunicação

Etapa 10: Pesquisa t-zero

Etapa 11: Execução do Plano de Ação

Etapa 12: Relatórios de acompanhamento para o Comitê Nacional Etapa 13: Mensuração de resultados

Etapa 14: Encerramento do Projeto

Os projetos aprovados no programa, após preencherem todos os requisitos e passarem por todas as etapas poderão ter diversas ações desenvolvidas com apoio do PROCOMPI, desde que respondam às demandas dos empresários locais. Os tipos de ações segundo manual (2010, p. 13 e 14) são:

a) Ações de articulação no território

Um aspecto de extrema importância no sucesso de uma abordagem coletiva é o aperfeiçoamento das relações entre os atores envolvidos, sejam eles os empresários, as entidades de apoio, as instituições formadoras de mão de obra, a sociedade civil, o poder público e outros. Os projetos PROCOMPI devem estimular maior articulação no território, podendo promover desenvolvimento de lideranças locais, eventos de sensibilização, ações para a estruturação e consolidação da governança local, interação e comunicação entre as partes interessadas – instituições locais, governo e empresas industriais, entre outras.

b) Ações de desenvolvimento empresarial e melhoria do processo produtivo

Neste bloco estão elencadas as ações de gerenciamento das empresas de forma ampla, priorizadas pelos empresários após o processo de diagnóstico e relacionadas à produção e à produtividade, como qualificação de gestores, eficiência tecnológica, gestão da qualidade e da inovação, do design e da logística e outras, requisitos essenciais à geração de uma relação qualidade/preço que viabilize o crescimento de mercado.

c) Ações de acesso ao crédito

Essas ações referem-se às estratégias que têm como objetivo aproximar as empresas das instituições financeiras e de fomento, tanto as privadas como as públicas. Busca-se assim, facilitar o acesso ao crédito a condições favoráveis à realidade das MPE’s, com vistas à obtenção de crédito para financiar capital de giro, melhoria no processo produtivo, expansão da capacidade de produção, modernização das instalações e do maquinário, entre outras.

d) Ações de acesso a mercados

Essas ações referem-se a todos os aspectos relacionados à venda dos produtos das empresas trabalhadas, de forma individual e coletiva. Incluem-se as ações de dimensionamento e prospecção de mercados nacionais e internacionais, e dos canais de comercialização, de desenvolvimento de estratégias de marketing e de internacionalização das empresas do setor/APL.

Para complementar essas ações uma inovação na edição 2010/2013 do PROCOMPI foi que se tornou possível dar apoio a ações relacionadas á temas estratégicos para o Sistema Indústria (CNI) e SEBRAE.

Eles consideram, como temas estratégicos, aqueles relacionados à gestão ambiental porque protege a natureza e reduz custos, a promoção da inovação porque é um fator determinante para o aumento da competitividade do país e, fomento ao desenvolvimento associativo porque aperfeiçoa a articulação no território garantindo maior cooperação entre as empresas e vantagens competitivas para o grupo inserindo, até mesmo os sindicatos empresariais no processo de melhoria do setor.

2.4 Arranjo produtivo de cerâmica vermelha de Russas

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