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Caracterização, Quantificação e Qualificação dos Resíduos

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CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.3 Caracterização, Quantificação e Qualificação dos Resíduos

Mostrou-se na revisão bibliográfica que existem formas para classificação dos resíduos sólidos, as quais baseiam-se em determinadas características ou propriedades identifica- das. Quanto a estas classificações, os resíduos sólidos da área III da PUC Goiás, podem ser sublinhados da Lei 12.305/2010, como os RSU, originados por atividades comerciais, limpeza urbana e, claro, pelas similaridades, em parte, com os resíduos domiciliares.

113 Por outro lado, não faz parte dos resíduos sólidos da área III da PUC Goiás, a categoria dos industriais, agrossilvopastoris, mineração, serviços de transporte, serviço público e de saneamento público determinado também pela lei.

Em relação, à identificação dos aspectos operacionais, foram detectadas 06 fontes princi- pais geradoras de resíduos na área III da PUC Goiás: salas de aula, sala dos professores, secretarias, banheiros, lanchonetes e locais de circulação. Vale ressaltar que os resíduos laboratoriais são caracterizados por procedimentos específicos de destinação e coleta, o que envolve outro tipo de gerenciamento e caracterização. Desta forma não foi considerado como uma fonte geradora de resíduo para este estudo, mesmo se comportando como uma.

Devido às características de cada setor identificado, é necessário readequar os tipos de materiais apresentadas nas 04 categorias do capítulo 03, deste estudo. Assim, estas 04 categorias sofreram as seguintes modificações:

1. Resíduos Secos: Papéis, Papelão, Tetra Pak e Isopor;

2. Resíduos Sujos: Plástico (Duro, Flexível e PET), Vidro, Metal (Ferrosos e Não Ferrosos – Alumínio) e Madeira;

3. Resíduos Orgânicos/Diversos; 4. Rejeitos (Banheiros).

Para obtenção do percentual da geração dos resíduos de cada categoria foi necessário fazer uso da Tabela 15, representando os valores das amostras coletadas no período de cinco dias úteis. Durante a coleta foi acrescentado à Tabela 11 os resíduos dos tipos PET, isopor e madeira, encontrados na triagem. Agregou-se estes dados a uma planilha eletrô- nica do Excel para possíveis análises.

Tabela 15: Nova tabela utilizada para a pesagem dos resíduos produzidos na área III da PUC Goiás

PESAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA ÁREA III - CAMPUS I - PUC GOIÁS

Locais de Geração: Sala de Aulas; Sala dos Professores; Secretarias; Banheiros; Lanchonetes; Locais de Circulação

Data:____/____/16 Horário: _____:_____ Obs.: Distinção do

Material Papéis Papelão

Tetra

Pak Plástico PET Vidro Metal Orgânicos Rejeitos Isopor Madeira Diversos

Peso (kg)

TOTAL: ___________KG/DIA

A Tabela 15 serviu de base de cálculo para obter os valores das equações apresentadas no capítulo 03. Pela técnica da triagem dos resíduos sólidos produzidos na área amostral, obteve-se os seguintes dados apresentados na Tabela 16.

114 Tabela 16: Peso de cada material por dia em kg na área III da PUC Goiás

Dias da Coleta Peso de Cada Material por Dia em KG Total em KG Materiais 28/11/16 29/11/16 30/11/16 01/12/16 02/12/16 Papéis 5,615 12,459 7,254 9,479 10,698 45,505 Papelão 0,714 1,159 4,242 0,408 0,060 6,583 Tetra Pak 1,987 0,525 0,492 1,287 1,011 5,302 Plástico 6,621 8,717 3,534 11,325 10,659 40,856 PET 3,235 3,777 4,359 4,590 5,892 21,853 Vidro - - - 0,168 - 0,168 Metal 1,077 0,672 1,221 1,185 1,596 5,751 Orgânicos 23,520 19,487 18,906 21,961 13,983 97,857 Rejeitos 5,916 5,456 4,878 4,606 2,925 23,781 Isopor 0,279 1,947 1,611 0,813 0,597 5,247 Madeira 0,072 0,030 0,033 0.003 0,009 0,144 Diversos 0,717 2,949 1,218 0,009 3,087 7,980 TOTAL 49,753 57,178 47,748 55,831 50,517 261,027

A média de geração dos resíduos correspondeu a 52,205 kg, desse volume total, aproxi- madamente 75,8% dos resíduos pertencem às categorias dos rejeitos e os resíduos orgâ- nicos/diversos, e apenas 24,2% destes pertencem às categorias seco e sujo (encaminhados para o setor de reciclagem).

Para obtenção dos resultados relativos à quantificação e qualificação dos resíduos sólidos, considerou-se uma população frequente diária estimada a partir do valor obtido da soma na Tabela 14. Deste modo, a taxa da geração per capita foi considerada como o resultado da divisão da média do volume dos resíduos coletados (52,205 kg) pela população fre- quente da área (7,233 pessoas), resultando em 0,0072 kg/pessoa/dia.

O resultado obtido da geração de resíduos em kg/pessoa/dia, na área III do campus I, se comparado ao de outras IES na Tabela 13, teve um valor bem inferior. Fato justificado pela limitação física da área amostral e pela ausência do número real de frequentadores ativos nos dias em que houve a pesquisa. É válido mencionar que a pesagem foi realizada em mais de um dia, a fim de se obter um número médio. Contudo, mesmo se tendo uma média baixa por pessoa, o número total de descarte é o mesmo e os prejuízos causados se mantêm.

Verificou-se também que, apesar de não haver falta de coletores, a falta de padronização e de identificação dos mesmos, o mau estado de conservação de alguns e a má localização

115 de outros, também contribuiu para esse resultado. Desta forma, para realizar a composi- ção gravimétrica foi necessário executar uma triagem dos resíduos em um espaço cedido pela instituição, conforme Figura 67.

Figura 67: Triagem dos resíduos produzidos na área III do campus I da PUC Goiás Por consequência os resíduos começaram a ser separados, por meio da catação manual e dispostos em montes classificados pelo o tipo do seu material, conforme exemplo da Fi- gura 68.

Figura 68: Separação em sacos plásticos dos resíduos produzidos na área III do campus I da PUC Goiás

Após esta separação, os resíduos foram ensacados e identificados por etiquetas de acordo com o tipo do seu material, conforme Figura 69, e finalmente foram para a pesagem na balança da instituição.

Figura 69: Materiais separados e identificados produzidos na área III do campus I da PUC Goiás

Esta etapa foi aplicada durante 5 dias consecutivos, sendo possível determinar a massa de cada tipo de resíduo gerado dentro da área amostral do estudo, apresentada na Tabela 18.

116 Tabela 17: Caracterização da geração dos resíduos sólidos produzidos na área III da PUC Goiás no período pesquisado

Material Composição Gravimétrica (KG) Porcentagem Média Diária (KG) Papéis 45,505 17,43% 9,101 Papelão 6,583 2,52% 1,317 Tetra Pak 5,302 2,03% 1,060 Plástico 40,856 15,66% 8,171 PET 21,853 8,37% 4,371 Vidro 0,168 0,06% 0,034 Metal 5,751 2,20% 1,150 Orgânicos 97,857 37,49% 19,571 Rejeitos 23,781 9,11% 4,756 Isopor 5,247 2,01% 1,049 Madeira 0,144 0,06% 0,029 Diversos 7,980 3,06% 1,596 Total 261,027 100% 52,205

Segundo Obladen (2009) a fração da matéria orgânica corresponde à fração de maior peso dos resíduos. Neste estudo corresponde a quase 38%, sendo assim a maior fração entre todos os materiais coletados na área analisada. Segundo dados da Tabela 17, a composi- ção gravimétrica dos resíduos produzidos na área III foi determinada de acordo com a Figura 70.

Figura 70: Composição gravimétrica dos resíduos produzidos na área III do campus I da PUC Goiás, no período pesquisado

Portanto, a composição gravimétrica e os dados obtidos na Tabela 17 indicaram que, 50,34% dos resíduos gerados eram constituídos de materiais recicláveis (papéis, papelão,

Papéis 17% Papelão 3% Tetra Pak 2% Plástico 16% PET 8% Vidro 0% Metal 2% Orgânicos 37% Rejeitos 9% Isopor 2% Madeira 0% Diversos3%

Composição Gravimétrica dos Resíduos

Papéis Papelão Tetra Pak Plástico

PET Vidro Metal Orgânicos

117 tetra pak, plástico, PET, vidro, metal, isopor e madeira), estimando-se que, com a implan- tação do PGIRS, esses poderiam deixar de ter como destino o aterro sanitário, assim, colaborando para prolongar a sua vida útil.

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