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A análise química da amostra permitiu determinar as concentrações dos componentes de ferro, como hematita (Fe2O3) e os principais contaminantes,

como Sílica (SiO2), Alumina (Al2O3), Óxido de Cálcio (CaO), Óxido de Manganês

(MnO), Óxido de Magnésio (MgO) e Óxido de Titânio (TiO2) e a perda por

calcinação (PPC). As composições químicas das amostras de rejeito são apresentadas na Tabela 6.

Tabela 5: Caracterização química das amostras de rejeito.

Amostra ID

Fe

total Fe2O3 SiO2 Al2O3 CaO MgO TiO2 MnO FeO PPC

%em massa % % % % % % % % % % RD1 53.37 76.24 8.17 7.59 0.02 <0.1 0.37 0.19 <0.14 7.42 RF1 24.58 35.02 62.30 0.64 0.09 0.20 0.10 0.21 1.10 0.34 RF2 33.16 47.33 48.45 1.17 0.02 <0.1 0.06 0.05 1.91 1.01 RB1 45.58 65.11 21.30 5.77 0.47 1.10 0.20 2.14 0.19 3.72

Observa-se na Tabela 6 que as amostras de rejeito apresentam diferentes características em sua composição química, de modo que o rejeito da deslamagem possui o teor mais elevado de ferro, no valor de 53,37% em peso, seguido do rejeito de barragem, que possui teor de Fe de 45,58%, e dos rejeitos de flotação RF1 e RF2, que apresentam teores de Fe nos valores de 24,58% e 33,16% respectivamente. Quanto ao teor de FeO, os rejeitos de flotação apresentam os maiores teores com 1,1% para o RF1 e 1,91 para o RF2, o rejeito

de barragem RB1 apresenta teor de FeO de 0,19% e o rejeito da deslamagem apresenta teor de FeO menor que 0,14%.

Os teores de SiO2 compreendidos entre 8,17 e 64%, diminuem com o

aumento do teor de Fe, estando os teores mais elevados associados às amostras de rejeito de flotação (60,0 e 50,1%), e o teor mais baixo associado ao rejeito da deslamagem (8,17%), enquanto o rejeito de barragem apresentou teor de sílica no valor de 21,3%. Os teores de alumina (Al2O3) nos rejeitos de flotação

são relativamente baixos, 0,64% para o RF1 e 1,17% para o RF2, contudo, são elevados para o rejeito de barragem (5,77%) e para o rejeito da deslamagem (7,59%).

Destacam-se ainda os altos índices de PPC (perda por calcinação), nas amostras do rejeito de barragem e dos rejeitos de deslamagem, que apresentaram PPC de 4,56% e 7,79%, respectivamente.

A densidade estrutural dos rejeitos, medida por picnometria de hélio, é apresentada na Tabela 7.

Tabela 6: Densidade real dos rejeitos

RD1 Global RF1 Global RF2 Global RB1 Global Densidade Estrutural (g/cm3) 4.01 3.22 3.99 4,28

Destaca-se na Tabela 7 as maiores densidades do RD1(4,01 g/cm3) e RB1

(4,28 g/cm3), relacionada a composição com maior teor de ferro (Tabela 6),

quando comparados aos materiais RF1(3,22 g/cm3) e RF2 (3,99 g/cm3).

As densidades dos materiais RD1, RF1, RF2 e RB1 se diferenciam, também, pelo teor das fases hematita, goethita e goethita terrosa presente naqueles materiais, conforme apresentado na Tabela 8.

9.2 - Análise quantitativa e de liberação mineral por Mineralogia Quantitativa Eletrônica Integrada (MQE)

As análises por mineralogia quantitativa eletrônica permitem fornecer informações tanto da mineralogia quanto dos elementos, além de análise de liberação, de tamanho, forma, textura, distribuição e constituição das partículas. A Tabela 8 apresenta a quantificação das fases minerais presentes em cada material, determinada por mineralogia eletrônica integrada.

Tabela 7: Fases minerais presentes em cada material

As Figuras 14 e 15 apresentam as fotomicrografias, com coloração artificial, que destacam os minerais presentes no rejeito de deslamagem (RD1).

Minerais /Massa (%) RD1 Global RF1 Global RF2 Global RB1 Global

Hematita/Magnetita 16,85 36,99 35,34 33,65 Goethita 70,97 3,82 6,62 32,35 Goethita terrosa 4,17 0,65 1,13 15,34 Quartzo 2,44 56,76 55,15 12,15 Caolinita 0,80 0,30 0,54 0,71 Quartzo FeAl 0,11 0,14 0,14 0,32 Siderita 0,18 0,10 0,13 0,37 Jacobsita(a) 0,02 0,02 0,01 1,57 Gibsita ferrosa 1,20 0,03 0,09 0,12 Restante 1,36 0,58 0,26 2,05 Não Classificado 1,90 0,61 0,6 1,37 Total 100,0 100,00 100,0 100,0

Figura 13: Fotomicrografia do rejeito de flotação RD1

Observa-se na Figura 14 que o material RD1 é composto majoritariamente por minerais portadores de ferro, hematita, magnetita e limonita/goethita, sem contudo, diferenciar as fases hematita e magnetita, por limitação da técnica. No entanto, os baixos teores de FeO encontrados na análise química, atestam que as partículas identificadas como hematita/magnetita são compostas de hematitas e goethitas. Tal observação vale para as análises mineralógicas de todos os materiais deste trabalho. A amostra RD1 contém ainda quartzo, agregados terrosos e o restante da ganga, finamente distribuídos no material.

Na Figura 15 é possível observar que as fases portadoras de ferro e do quartzo encontram-se associadas em aglomerados lobulares, constituídos majoritariamente pelas fases portadoras de ferro.

Nota-se que os lóbulos formado por uma matriz ferrosa aprisionam as partícula de quartzo e outras gangas. Esses materiais, pouco dissociados, fornecem uma indicação de que poderá ocorrer alguma interferência no desempenho durante o processamento termoquímico e na separação magnética. Outra informação relevante, é o tamanho das partículas de quartzo e das fases portadoras de ferro, onde as partículas de quartzo se apresentam bem maiores que as das fases portadoras de ferro, que estão finamente distribuídas nos aglomerados.

As Figuras 16 e 17 apresentam as fotomicrografias, com coloração artificial, que destacam os minerais presentes no rejeito de flotação, RF1.

Observa-se na Figura 16 que o material RF1 é composto majoritariamente pelo quartzo e por minerais portadores de ferro, hematita, magnetita e limonita/goethita, sem contudo, diferenciar as fases hematita e magnetita, por limitação da técnica. No entanto, os baixos teores de FeO encontrados na análise química, atestam que as partículas identificadas na amostra RF1 como hematita/magnetita são compostas quase que unicamente de hematita. A amostra RF1 contém ainda agregados terrosos e o restante da ganga.

Figura 16: Fotomicrografia do rejeito de flotação RF1

Na Figura 17 é possível observar que as fases portadoras de ferro e do quartzo encontram-se com alto grau de liberação e de dissociação. Esses materiais, com alto grau de liberação e de dissociação, fornecem uma indicação de que poderá ocorrer um bom desempenho durante o processamento termoquímico e na separação magnética. Outra informação relevante, é o tamanho das partículas de quartzo e das fases portadoras de ferro, onde as partículas de quartzo se apresentam bem maiores que as das fases portadoras de ferro.

As Figuras 18 e 19 apresentam as fotomicrografias, com coloração artificial, que destacam os minerais presentes no rejeito de flotação, RF2.

Figura 17: Fotomicrografia do rejeito de flotação RF2

Observa-se na Figura 18 que o material RF2 é composto majoritariamente pelo quartzo e por minerais portadores de ferro, hematita, magnetita e limonita/goethita, sem contudo, diferenciar as fases hematita e magnetita, por limitação da técnica. No entanto, os baixos teores de FeO encontrados na análise química, atestam que as partículas identificadas na amostra RF2 como hematita/magnetita são compostas quase que unicamente de hematita. A amostra RF2 contém ainda agregados terrosos e o restante da ganga.

Figura 18: Fotomicrografia do rejeito de flotação RF2

Na Figura 19 é possível observar que as fases portadoras de ferro e do quartzo encontram-se com alto grau de liberação, entretanto, existem também algumas partes do material com pouca dissociação. Esses materiais, com alto grau de liberação e com pouca dissociação, fornecem uma indicação de que poderá ocorrer alguma interferência no desempenho durante o processamento termoquímico e na separação magnética. Outra informação relevante é o tamanho das partículas de quartzo e das fases portadoras de ferro, onde as partículas de quartzo se apresentam bem maiores que as das fases portadoras de ferro.

As Figuras 20 e 21 apresentam as fotomicrografias, com coloração artificial, que destacam os minerais presentes no rejeito de barragem (RB1).

Figura 19: Fotomicrografia do rejeito de flotação RB1

Observa-se na Figura 20 que o material RB1 é composto majoritariamente por minerais portadores de ferro, hematita, magnetita e limonita/goethita, sem contudo, diferenciar as fases hematita e magnetita, por limitação da técnica. No entanto, os baixos teores de FeO encontrados na análise química, atestam que as partículas identificadas como hematita/magnetita são compostas de hematitas e goethitas. A amostra RB1 contém ainda quartzo, agregados terrosos e o restante da ganga, finamente distribuídos no material.

Figura 20: Fotomicrografia do rejeito de flotação RB1

Na Figura 21 é possível observar que as fases portadoras de ferro e o quartzo encontram-se com alto grau de liberação, entretanto, encontram-se associadas em aglomerados lobulares. Esses materiais associados fornecem uma indicação de que poderá ocorrer alguma interferência no desempenho durante o processamento termoquímico e principalmente durante a separação magnética. Outra informação relevante são os tamanhos das partículas de quartzo e das fases portadoras de ferro, onde as partículas de quartzo se apresentam bem maiores que as das fases portadoras de ferro, que estão finamente distribuídas no aglomerados lobulares.

A Tabela 9 apresenta a distribuição granulométrica do quartzo em cada material.

Tabela 8: Distribuição granulométrica do quartzo em cada material

Tamanho / Massa[%] Quartzo [%] Média [µm] RD1 Global RF1 Global RF2 Global RB1 Global >3.3<5.1 µm 4.1 1.94 0.27 0.62 2.61 >5.1<7.8 µm 6.3 8.06 0.46 0.95 5.87 >7.8<12 µm 9.6 14.69 0.92 1.55 10.30 >12<18 µm 14.7 23.70 2.39 2.24 17.65 >18<28 µm 22.6 24.17 7.20 4.05 22.63 >28<43 µm 34.6 16.59 18.23 9.13 22.53 >43<66 µm 53.1 10.43 26.74 19.34 15.91 >66<101 µm 81.4 0.00 25.56 29.28 1.77 >101<155 µm 124.8 0.00 14.17 21.67 0.74 >155<237 µm 191.4 0.00 4.09 11.17 0.00 Total 100 100 100 100

Observa-se na Tabela 9 que o quartzo está presente em todas as amostras de rejeito, distribuído nas mais diferentes granulometrias. Nos rejeitos de

flotação, o quartzo se apresenta, predominantemente, nas granulometrias superiores a 28µm, já nos rejeitos de barragem e do processo de deslamagem o quartzo está distribuído entre as granulometrias de 7,8 e 66µm, sendo que as maiores concentrações estão entre 12 e 43 µm.

A Tabela 10 apresenta a distribuição granulométrica da fase hematita em cada material.

Tabela 9: Distribuição granulométrica da fase hematita em cada material

Tamanho / Massa[%] Hematita [%] Média [µm] RD1 Global RF1 Global RF2 Global RB1 Global >3.3<4.9 µm 4.0 8.67 1.23 1.62 8.09 >4.9<7.1 µm 5.9 13.34 2.84 2.94 10.81 >7.1<11 µm 8.7 22.26 7.67 7.34 18.92 >11<15 µm 12.8 22.53 14.85 14.74 22.42 >15<23 µm 18.8 19.52 23.30 24.42 20.56 >23<33 µm 27.6 9.08 23.95 23.45 12.82 >33<49 µm 40.6 2.37 16.85 15.00 3.96 >49<73 µm 59.8 0.21 6.86 7.05 1.34 >73<107 µm 88.0 0.00 2.45 3.05 1.08 >107<157 µm 129.4 2.02 0.00 0.40 0.00 Total 100.00 100.00 100.00 100.00

Na Tabela 10 verifica-se que a hematita está presente em todas as

amostras de rejeito, distribuída nas mais diferentes granulometrias, contudo nos rejeitos de flotação se apresenta predominantemente nas granulometrias entre 11 e 49µm. Já nos rejeitos de barragem e do processo de deslamagem a hematita está distribuída em granulometrias inferiores 33µm, sendo que as maiores concentrações estão entre 7 e 23 µm.

A Tabela 11 apresenta a distribuição granulométrica da fase goethita em cada material.

Tabela 10: Distribuição granulométrica da fase goethita em cada material

Tamanho / Massa[%] Goethita [%] Média [µm] RD1 Global RF1 Global RF2 Global RB1 Global >3.3<5.7 µm 4.3 1.65 14.79 9.43 12.80 >5.7<9.7 µm 7.4 4.81 35.39 23.40 31.55 >9.7<17 µm 12.8 4.78 30.46 27.62 28.20 >17<29 µm 21.9 2.38 15.32 22.34 16.72 >29<49 µm 37.7 1.81 3.35 10.64 6.69 >49<85 µm 64.7 2.94 0.70 4.23 2.77 >85<146 µm 111.2 6.81 0.00 1.58 1.01 >146<250 µm 191.0 14.19 0.00 0.75 0.00 >250<430 µm 328.2 30.28 0.00 0.00 0.00 >430<739 µm 563.8 30,36 0.00 0.00 0.00 Total 100 100 100 100

Observa-se na Tabela 11 que a goethita está presente em todos os

rejeitos estudados, e se apresenta predominantemente em granulometrias inferiores a 29µm. Contudo, deve-se destacar que para o caso da goethita, conforme se observa nas figuras 19 e 20, geralmente ocorre a formação de aglomerados de goethita com partículas com granulometria próxima ou menores que 1µm, apresentando granulometria aparente bem diferente da real.

8.3 - Morfologia de partículas (MEV)

Por meio da microscopia eletrônica foi possível comparar a morfologia das partículas de cada rejeito estudado. A Figura 22 apresenta as imagens do rejeito da deslamagem (RD1) com aumento de 1000 vezes e 10000 vezes, além do mapa de elementos com seu respectivo espectro.

Figura 21: Microscopia eletrônica do rejeito da deslamagem (RD1)

Na Figura 22 observa-se a predominância de óxidos de ferro na forma granular. Em destaque na figura, com aumento de 10000 vezes, observam-se duas partículas, uma na forma tabular e outra na forma granular, e sobre estas, se observa ainda o nítido recobrimento com partículas coloidais, hiperfinos menores que 1,0 µm, característicos da lama.

A Figura 23 apresenta as imagens do rejeito da flotação (RF1) com aumento de 200 vezes e 1000 vezes, além do mapa de elementos com seu respectivo espectro.

Figura 22: Microscopia eletrônica do rejeito da flotação (RF1)

Na Figura 23 observa-se a predominância de quartzo na forma granular. Em destaque na figura, com aumento de 1000 vezes, observam-se partículas de hematita depositadas sobre uma partícula de quartzo e é notável a diferença de tamanho entre as partículas. Na Figura 23 com aumento de 200 vezes e no mapa de elementos se observam todas as partículas de hematita em uma granulometria muito menor que as de quartzo.

A Figura 24 apresenta as imagens do rejeito da flotação com aumento de 200 vezes e 4000 vezes, além do mapa de elementos com seu respectivo espectro.

Figura 23: Microscopia eletrônica do rejeito da flotação (RF2)

Na Figura 24 observa-se a predominância de quartzo na forma granular. Em destaque na figura, com aumento de 4000 vezes, observam-se partículas bem menores que as de quartzo, na forma granular, onde as partículas mais claras são hematita e as mais escuras caulinita. Na Figura 24, com aumento de 200 vezes e no mapa de elementos, nota-se que todas as partículas de hematita estão em granulometria muito menor que as de quartzo e muitas vezes aderidos à sua superfície.

A Figura 25 apresenta as imagens do rejeito da barragem (RB1) com aumento de 1000 vezes e 4000 vezes, além do mapa de elementos com seu respectivo espectro.

Figura 24: Microscopia eletrônica do rejeito de barragem (RB1)

Na Figura 25 observa-se a presença de argilomineriais e de óxidos de ferro, em diferentes formas e tamanhos. Em destaque na figura, com aumento de 4000 vezes, observam-se partículas de hematita e alumina.

De maneira geral, em todas as amostras analisadas, constatou-se que tanto o quartzo quanto as fases ferrosas consistem de partículas com morfologia granular, sendo as partículas de quartzo sempre

aproximadamente uma ordem de grandeza maiores que as partículas de hematita e goethita.

9.4 - Caracterização termomagnética ao ar

O estudo termomagnético dos rejeitos de minério de ferro em escala de bancada, utilizando o tratamento termoquímico, tem a finalidade de promover a redução dos minerais de hematita em magnetita, em busca de viabilidade técnica para a recuperação de ferro contido nesse material.

A Figura 26 apresenta os resultados dos ensaios termomagnéticos dos rejeitos de minério de ferro, ao ar e sem adições de redutores.

Figura 25: Magnetic susceptibility of tailings

Os resultados do estudo termomagnético ao ar (Figura 26) demonstraram que os materiais RB1-00, RF1-00 e RF2-00, apresentam baixa

susceptibilidade magnética no seu estado de entrega e após o ciclo térmico ao ar, partindo de valores de até -100x10-6 na curva de aquecimento e

chegando ao máximo 150x10-6 na curva de resfriamento, caracterizando um

comportamento diamagnético à temperatura ambiente. Destacam-se nestes materiais a presença dos picos de Hopkins e as temperaturas de Curie da magnetita, a 580ºC, e da hematita, a 675ºC, (DUNLOP e ÖZDEMIR,

1997).

No entanto, o material RD1-00 demonstrou uma forte mudança da

susceptibilidade magnética, após o tratamento térmico ao ar, passando de um comportamento paramagnético no estado de entrega, para um comportamento de características ferrimagnéticas ao final do tratamento, com a susceptibilidade magnética na ordem de 2500X10-6. Este

comportamento de aumento de susceptibilidade magnética ao ar provavelmente se deve ao baixo teor de quartzo (8,17%), ao alto teor de ferro (53,37%), a alta superfície específica e à provável formação de magnetita após o tratamento. Destaca-se ainda a presença da goethita, evidenciada pela temperatura de Néel da goethita a 102ºC.

Observa-se que as curvas de aquecimento e resfriamento dos

materiais RB1-00, RF1-00 e RF2-00 têm aspecto reversível, evidenciando que não ocorreram transformações mineralógicas permanentes durante o aquecimento ao ar. Já para material RD1-00 as curvas se apresentaram irreversíveis, sugerindo assim transformações químicas e estruturais.

9.5 - Ensaios termomagnéticos com redutor sólido

O estudo do tratamento termoquímico com redutor sólido em escala de bancada foi realizado utilizando o susceptibilímetro magnético, variando a temperatura desde a temperatura ambiente até 800ºC, no qual foi adiciona juntamente com cada umas das amostras o redutor sólido, primeiramente na proporção de 1,5 e em um segundo momento na proporção 3,0%, buscando promover a transformação da fase hematita para a magnetita.

Figura 27 apresenta os resultados dos ensaios termomagnéticos dos rejeitos de minério de ferro, com a adição 1,5% de redutor sólido em cada amostra.

Figura 26: Tratamento termoquímico das amostras de rejeito de minério de ferro com adição de 1,5% de antracito

Os resultados do tratamento termoquímico com a adição de 1,5% em

massa de redutor sólido (Figura 27) demonstraram que os materiais apresentam uma grande elevação da susceptibilidade magnética, evidenciando o processo de redução de parte da hematita presente no material, para formação da fase magnetita. Os materiais RB1-15 e RF1-15 passaram de um comportamento inicial puramente diamagnético para parcialmente ferrimagnético, com susceptibilidades finais na ordem de 1200x10-6 e 300x10-6. Já os materiais RF2-15 e RD1-15 passaram de um

comportamento paramagnético para um comportamento parcialmente ferrimagnético, com susceptibilidades finais na ordem de 1200x10-6 e

3500x10-6.

Observa-se, na Figura 26, a apresentação de uma curva diferenciada do RB1-15 em relação aos outros materiais, com um atraso do aumento da susceptibilidade magnética, que ocorre durante o resfriamento da amostra. Para este material o aumento da susceptibilidade se dá a temperatura próxima à temperatura de Néel da goethita, na faixa de 100 a 200ºC. Tal comportamento

pode estar associado à heterogeneidade mineralógica e granulométrica do material, devendo ser investigado em um estudo complementar.

A Figura 28 apresenta os resultados dos ensaios termomagnéticos dos rejeitos de minério de ferro, com a adição 3,0% de redutor sólido em cada amostra.

Figura 27: Tratamento termoquímico das amostras de rejeito de minério de ferro com adição de 3,0% de antracito

Os resultados do tratamento termoquímico com a adição de 3,0% em

massa de redutor sólido (Figura 28) demonstraram que os materiais apresentam uma maior susceptibilidade magnética, e curvas irreversíveis para todas as amostras, evidenciando o processo de redução de grande parte da hematita presente no material para formação da fase magnetita. Destacam-se as susceptibilidades magnéticas em todos os materiais com valores acima do 2000x10-6, demonstrando que os materiais, passaram de

um comportamento diamagnético e paramagnético para um comportamento ferrimagnético apreciável. Na Figura 3, verifica-se também o

apresentando um aumento da susceptibilidade magnética próxima à temperatura de Currie da magnetita, para valores de 500x10-6 e em seguida para 2500x10-6,

próximo à temperatura de Néel da goethita.

9.6 - Tratamento termoquímico em atmosfera redutora

O tratamento termoquímico em escala piloto foi realizado utilizando um forno rotativo tipo Linder, no qual foi inserido um gás redutor para o processamento termoquímico dos finos de minério, buscando promover a transformação da fase hematita para a magnetita.

As Figuras 29, 30, apresentam as fotografias do material RD1 do material antes e após tratamento termoquímico no forno Linder com gás redutor, e as curvas de ensaios termomagnéticos ao ar em susceptibilímetro após o tratamento termoquímico.

Figura 29: Susceptibilidade magnética da amostra RD1 antes e depois do tratamento termoquímico

O estudo termomagnético da amostra de rejeito da deslamagem, Figura 30, demonstrou resultado semelhante ao dos rejeitos de flotação, quanto susceptibilidade magnética em função do tratamento, apresentando comportamento paramagnético (Susceptibilidade: RD1 = 20x10-6) para o rejeito antes do tratamento

termoquímico, e comportamento consideravelmente ferrimagnético após o tratamento termoquímico (Susceptibilidade: RD1-GAF = 6500x10-6). No entanto, o gráfico da Figura 30 apresenta uma curva

completamente diferente daqueles rejeitos, mostrando um aumento da susceptibilidade até aproximadamente 450ºC, diminuindo em seguida, e apresentando diminuição da susceptibilidade nas temperaturas 480ºC e na temperatura de Curie da magnetita 580ºC.

As Figuras 31, 32, apresentam as fotografias do material RF1 do material antes e após tratamento termoquímico no forno Linder com gás redutor, e as curvas de ensaios termomagnéticos ao ar em susceptibilímetro após o tratamento termoquímico.

Figura 30: Fotografia da amostra RF1 antes e após o tratamento termoquímico

Figura 31: Variação da Susceptibilidade magnética da amostra RF1, em função da temperatura.

Na Figura 32 as curvas de susceptibilidade magnética demonstram que o material tratado apresentava, inicialmente, alta susceptibilidade magnética à temperatura ambiente, e após o reaquecimento ao ar e posterior

resfriamento houve a oxidação das magnetitas, transformando-se novamente em hematitas, com susceptibilidade magnética bem menor que a anterior.

As Figuras 33, 34, apresentam as fotografias do material RF2 do material antes e após tratamento termoquímico no forno Linder com gás redutor, e as curvas de ensaios termomagnéticos ao ar em susceptibilímetro após o tratamento termoquímico.

Figura 32: Fotografia da amostra RF2 antes e após o tratamento termoquímico

O estudo termomagnético das duas amostras de rejeito da flotação,

Figuras 32 e 34, demonstrou resultados semelhantes quanto à variação de susceptibilidade magnética em função da temperatura, apresentando comportamento paramagnético (Susceptibilidades: RF1 = 10x10-6, RF2 =

5x10-6) para o rejeito antes do tratamento termoquímico, e comportamento

parcialmente ferrimagnético após o tratamento termoquímico (Susceptibilidades: RF1-GAF = 6000x10-6, RF2-GAF = 6200x10-6.

As Figuras 35, 36, apresentam as fotografias do material RB1 do material antes e após tratamento termoquímico no forno Linder com gás redutor, e as curvas de ensaios termomagnéticos ao ar em susceptibilímetro após o tratamento termoquímico.

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