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Através da Lei Delegada nº 66 de 01 de junho de 1983, promulgada pelo então

governador João Durval Carneiro, foi fundada a Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), uma instituição pública de ensino superior multicampi que se tornou a maior do

segmento na região Norte-Nordeste. Oferta atualmente mais de 150 cursos de graduação,

pós-graduação, mestrados e doutorados, nas modalidades presencial e alguns EaD, possuindo 24

campi distribuídos pelos principais centros urbanos da Bahia. Os municípios contemplados pela

UNEB são Alagoinhas, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Caetité, Camaçari, Conceição

do Coité, Euclides da Cunha, Eunápolis, Guanambi, Ipiaú, Irecê, Itaberaba, Jacobina,

Juazeiro, Paulo Afonso, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bomfim, Serrinha,

Teixeira de Freitas, Valença, Seabra e Xique Xique.

A maioria desses municípios é central em suas respectivas regiões turísticas, ampliando

o alcance dos benefícios de uma instituição do porte da UNEB. Para além da comunidade nativa

dessas regiões, a Universidade alcança a comunidade turística e tem impacto direto nas relações

que se estabelecem em cada uma dessas regiões. Segundo o Estatuto Geral da Universidade do

Estado da Bahia a missão e objetivos da mesma são:

A UNEB tem como missão a produção, difusão, socialização e aplicação do conhecimento nas diversas áreas do saber. Objetiva a Universidade do Estado da Bahia a formação integral do cidadão e o desenvolvimento das potencialidades econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, artísticas e literárias da comunidade baiana, sob a égide dos princípios da ética, da democracia, das ações afirmativas, da justiça social - dos direitos humanos -, pluralidade étnico-cultural e demais princípios do Direito Público. (Art 1º e 2 do Estatuto da UNEB).

Seguindo seu objetivo proposto em Estatuto, a UNEB se propõe buscar e alcançar a

formação de pessoas respeitando as pluralidades étnico-culturais

do território baiano promovendo, através das práticas de extensão universitária, o que a

Assessoria de Comunicação da mesma enumera como: alfabetização e capacitação de jovens e

adultos em situação de risco social; educação em assentamentos da reforma agrária e em

comunidades indígenas e quilombolas; projetos de inclusão e valorização voltados para pessoas

deficientes, da terceira idade, GLBT, entre outros.

Em seu brasão das armas, a universidade carrega os dizeres em latim

"Hominem augere" o que segundo Boaventura significa “para o aperfeiçoamento do

homem”, uma marca do trabalho que a universidade vem perpetrando no território baiano e a

razão de ser da mesma. Segundo o autor, o forte impacto social da implantação da UNEB para

a Bahia pode ser ilustrado quando se percebe que:

A Bahia em menos de 20 anos criou e organizou um senhor sistema de educação universitária. Partiu, em 1968, de apenas 3 Faculdades de Formação de Professores, para 4 universidades, no final de 1991, com a estadualização da Universidade de Santa Cruz, no terceiro governo de Antônio Carlos Magalhães. (BOAVENTURA, 2006, p. 31).

Sendo um dos fundadores da UNEB, Boaventura (2009) afirma que ainda há muito para

se promover através da universidade quando externa sua inquietação diante da discrepância na

proporção de pessoas que conseguem alcançar o ensino superior:

Preocupa-me a desproporção entre a população geral e os efetivos de estudantes universitários. A Bahia tem cerca de 12 milhões de habitantes e menos de 50 mil universitários, apenas. O contingente das quatro universidades estaduais está por volta dos 15 mil, equivalente ao da Universidade Federal, a Universidade Católica contribui com 12 mil, o restante fica a cargo dos estabelecimentos de ensino superior isolados. A desproporção demonstra que temos de empreender um extraordinário esforço de formação de recursos humanos. (BOAVENTURA, 2009, p. 43).

Uma das mais notáveis contribuições da UNEB para a capacitação de pessoas aliada as

particularidades socioculturais e econômicas do estado, foi a criação de um curso voltado

para turismo e hotelaria. A fim de mensurar o impacto que a criação do mesmo teve para a

Bahia, relatamos um pouco da história da educação acadêmica para o turismo.

Com o crescimento de fenômeno turístico a partir dos anos 20, iniciou-se um

movimento para o estudo desse fenômeno complexo a fim de formar um profissional que fosse

capaz de abarcar conhecimentos e práticas de diversas áreas de maneira a favorecer um processo

econômico e sociocultural tão singular como a atividade turística.

O começo dos estudos teóricos de turismo tem sido estabelecido em 1925, com a criação da cátedra de turismo na Universidade de Roma, por Ângelo Mariotti; o primeiro instituto específico para o estudo do turismo funcionou na Alta Escola de Economia de Berlim a partir de 1929. A partir de 1950 registram-se institutos específicos de hotelaria e turismo em vários países da Europa; na década de 1960, nos Estados Unidos, e, na de 1970, na América Latina. (BARRETTO, 1995, p. 146).

Como já relatado neste trabalho, especificamente no Brasil, esse estudo

começou pela Faculdade Anhembi Morumbi, em 1971, ofertando curso de Bacharelado em

Turismo e Hotelaria. Diante do crescimento exorbitante do campo de turismo a partir dos anos

90, os cursos para formação de bacharéis em turismo passaram a ser muitas vezes, os mais

concorridos das universidades, como analisado por Trigo (1998) tendo como base as estatísticas

dos vestibulares da PUC-São Paulo e PUC-Campinas.

Como o estudo de caso desta pesquisa trata da averiguação da relação empregatícia dos

egressos e formandos do curso de Turismo da UNEB, na cidade de Salvador-Ba, julgamos

indispensável, localizar geograficamente a instituição supracitada. Está instalada à Rua Silveira

Martins, 2555, Cabula. Salvador-BA. CEP: 41.150-000.

Figura 1 - Mapa Georeferenciado da Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Fonte: Elaborado pelo autor desta dissertação (2017).

Figura 2 - Foto da entrada principal do Campus I da Universidade do Estado da Bahia – UNEB