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Caraterização do Lar

No documento Ana Sofia Araújo Rebelo (páginas 49-52)

1. D IAGNÓSTICO

1.1. Caraterização do Lar

O Lar fica situado na zona da Foz do Douro, onde anteriormente funcionava um colégio religioso, direcionado para o sexo feminino. Talvez por esse motivo, depreende-se que quando se transformou em Lar, manteve tal registo, não existindo, no entanto,

50 qualquer documento que mencione o fundamento de se ter mantido restrito ao sexo feminino.

Embora a instituição não tenha definido a missão, a visão e os valores, no Regulamento Interno (Anexo 8), podemos considerar que são mencionados implicitamente tanto a missão do Lar, quando se refere aos deveres do estabelecimento: proporcionar serviços permanentes e adequados às utentes; contribuir, dentro do possível, para a melhor qualidade de vida dos utentes no seu processo natural de envelhecimento; criar condições que permitam preservar e incentivar a relação interfamiliar; potenciar a integração social, assim como os Valores do Lar, no ponto em que se refere aos direitos das utentes: respeito pela dignidade, individualidade, integridade e desenvolvimento da sua personalidade, autonomia, privacidade e intimidade, confidencialidade, igualdade, participação, liberdade de expressão, liberdade religiosa, autonomia na gestão do seu património.

O equipamento residencial assegura a prestação a todos os cuidados inerentes ao bem-estar das utentes, nomeadamente: alojamento; cuidados de higiene e conforto; alimentação; assistência médica e enfermagem, prestada pelos profissionais do Lar; atividades recreativas; assistência religiosa; acompanhamento ao exterior para efeito de consultas e tratamentos, dando conhecimento aos familiares e solicitando a sua ajuda, se necessário. Embora tenha disponíveis, não estão incluídos na mensalidade, os seguintes serviços e produtos: cabeleireiro e calista; medicamentos e fraldas.

Todos os quartos são personalizados, sendo possível as utentes, segundo autorização técnica, utilizarem a sua própria mobília. Este pormenor parece importante na questão do respeito pela autonomia e tomada de decisão, sendo mencionado no Manual de

Boas Práticas, do Instituto da Segurança Social (GCPAS e CID, 2005, p. 32): áàpessoa

idosa é um cidadão com plena capacidade para reger a sua pessoa e os seus bens de forma livre e autónoma. O acolhimento numa estrutura residencial não pode desrespeitar essa capacidadeàeà o espo de teàauto o ia , assim como pelo respeito da individualidade de cada idosa.

Durante o dia, as utentes podem circular livremente pelo Lar, estando os quartos e as salas comuns disponíveis para as mesmas. Importa salientar o facto de não existir

51 elevador, havendo, no entanto, uma cadeira elétrica que apoia no acesso entre o 1º e o 2º andar. Todos os restantes pisos têm acesso por escada, existindo uma rampa que faz ligação pelo exterior entre o R/C e o 1º andar, onde se situa a entrada principal. O Lar é dirigido a nível técnico pela diretora técnica, a qual conta com o apoio da encarregada de serviços gerais, a qual faz a ponte entre a mesma e o pessoal operacional. Todo o pessoal trabalha por turnos, com a exceção da diretora técnica, a encarregada de serviços gerais, a contabilista e o médico, estando as noites apenas reservadas para as ajudantes de ação direta.

As enfermeiras possuem gabinete próprio e apoiam tanto a nível de medicação e tratamentos, como nas higienes das residentes com saúde mais instável. O serviço de enfermagem está disponível todos os dias, das 8h às 20h. O médico vai ao Lar uma tarde por semana, na qual assiste todas as senhoras que o solicitam ou que a equipa de enfermagem alerte. O Lar não possui animadora social, existindo apenas algumas atividades desenvolvidas pela diretora técnica. Não existe uma sala para atividades, as mesmas têm de ser desenvolvidas na sala de jantar ou sala de estar. No que concerne ao voluntariado, a instituição não possui protocolo para esta situação, existindo uma ou outra senhora de idade residentes na zona da Foz do Douro, que vão, por vezes, ao lar fazer companhia às residentes. O Lar não possui organograma.

O horário de visitas é diário e decorre entre as 14 horas e as 19 horas. Excecionalmente e por razões devidamente fundamentadas poderão ser admitidas visitas em horário diferente. As visitas são preferencialmente efetuadas em salas comuns, porém pode existir a deslocação aos quartos, estando estas dependentes da autorização do elemento do pessoal que se encontrar ao serviço. As utentes podem deslocar-se ao exterior a qualquer hora, se o seu estado de saúde o permitir. No caso de não tomarem as refeições no Lar, devem avisar com antecedência de 24 horas bem como a hora a que preveem o seu regresso. Poderão ausentar-se para fins de semana ou vários dias, devendo para o efeito informar previamente, bem como referir o local onde se encontram, para contato, se necessário.

Os horários das refeições estão definidas, assim como os lugares das mesas. Todas as alterações estão dependentes de autorização da diretora técnica. Relativamente à

52 ementa a mesma é feita segundo os gostos das utentes, sendo da responsabilidade da encarregada geral sob supervisão da diretora técnica. Existe o prato principal, dieta e são permitidas, em casos excecionais, alterações à ementa caso haja falta de apetite ou outro desejo, tal como relata a seguinte nota de terreno:

O Lar é responsável pela alimentação. As ementas são elaboradas pela encarregada geral, em conjunto com a diretora técnica, e tendo em conta as preferências de gosto das idosas. Segundo a diretora técnica, este é um ponto que as residentes dão muito valor, reclamando sempre que a comida não é do seu agrado. Segundo a mesma, as preferências vão para comida tipicamente portuguesa. À noite é dada uma sopa e algo mais substancial como bôla ou quiche e depois a ceia antes de deitar. Existe a preocupação por parte da Direção em dar algu s i os as eside tes, o o so e esas ou la hes diferentes. (Diário de Campo, 24/01/2013)

No documento Ana Sofia Araújo Rebelo (páginas 49-52)