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Caraterização dos contextos da Prática de Ensino Supervisionada

No documento Orientado por Elza da Conceição Mesquita (páginas 50-53)

Capítulo II. Percurso metodológico: contextualização e opções

1. Caraterização dos contextos da Prática de Ensino Supervisionada

A Prática de Ensino Supervisionada [PES] é uma das fases cruciais para os docentes em formação, uma vez que corresponde a um estágio de natureza profissional e, neste sentido, possibilita ao formando experiências diversificadas, para que este desenvolva práticas educativas de qualidade, fundamentais para o processo formativo ao longo da vida. De acordo com Formosinho (2009) a formação profissional de professores tem como finalidade permitir ao aluno/formando iniciar-se “no mundo da prática docente e desenvolver as competências práticas inerentes a um desempenho docente adequado e responsável” (p.98). Considera-se fundamental todo o processo de formação e os contextos em que a prática educativa decorre, pois assumem um papel preponderante para o formando. O processo formativo de educadores/professores realiza-se em contexto de trabalho. Enquanto futura educadora/professora em formação é impreterível darmos a conhecer os contextos e os grupos de crianças em que foi desenvolvida a nossa PES, nomeadamente a Educação Pré-Escolar e o 1.º Ciclo do Ensino Básico.

No âmbito da Educação Pré-Escolar a nossa PES desenvolveu-se numa Instituição Particular de Solidariedade Social [IPSS], localizada na zona sul da cidade de Bragança. Situava-se numa zona com pouca circulação automóvel e de fácil acesso, podendo-se considerar uma zona calma e com alguma vegetação. De salientar, que nas proximidades podíamos encontrar o Instituto Politécnico de Bragança, a Pousada São Bartolomeu, os

Serviços Florestais e o Corredor Verde do Polis, local onde passa o rio Fervença e, por isso, constitui-se como um espaço verde amplo, permitindo às crianças usufruírem destes ambientes naturais. Da instituição era possível vislumbrar, nas traseiras, a serra da Nogueira e, em frente, as serras de Montesinho e da Sanabria.

No ano letivo 2013/2014 a instituição funcionava num colégio antigo que foi profundamente remodelado, tendo em conta os fins a que este se destinava. Nesse ano a instituição dava as respostas sociais: de creche, jardim de infância, escola de 1.º Ciclo do Ensino Básico e Atividades de Tempos Livres [ATL].

A equipa educativa tem um papel preponderante para a educação de infância, uma vez que todos os adultos exercem funções cruciais, assumindo o papel de impulsionadores de desenvolvimento. Por conseguinte, a equipa pedagógica da Educação Pré-Escolar era constituída por uma coordenadora do sector pré-escolar, quatro educadoras de infância, quatro ajudantes da ação educativa e quatro professores responsáveis pelas atividades extracurriculares. De salientar que “os adultos são apoiantes do desenvolvimento e, como tal, o seu objetivo principal é o de encorajar a aprendizagem activa por parte das crianças” (Hohmann, & Weikart, 2011, p.27).

Relativamente ao espaço educativo este deve ser promotor de um ambiente facilitador de uma aprendizagem ativa. Deste modo, parte do edifício destinava-se à Educação Pré-Escolar e estava dividido em dois pisos. No piso superior encontravam-se a portaria, os vestiários individuais das crianças, o polivalente (ginásio), três salas de atividades (nomeadamente a sala dos 4 anos, a sala dos 5 anos e a sala dos 3/4 e 5 anos), uma sala de reuniões, uma sala de vídeo, uma sala de espaço lúdico e uma zona sanitária. No piso inferior localizava-se uma sala de atividades (destinada ao grupo dos 3 anos), o refeitório com a respetiva copa, uma zona sanitária e uma sala de descanso. O espaço exterior encontrava-se organizado de acordo com as necessidades das crianças, permitindo atividades livres, pois estava equipado com recursos lúdico-desportivos e uma caixa de areia. No parque existia um piso amortecedor, um espaço de jogos e um terreno relvado. Toda a extensão do espaço exterior encontrava-se delimitada por um gradeamento, possibilitando a segurança das crianças. Continha também um portão que permitia o acesso a veículos e peões.

O horário de funcionamento do jardim de infância estava organizado de acordo com as necessidades das famílias, sendo este flexível. Funcionava onze horas por dia, das 8:00 às 19:00, dispondo de atividades extracurriculares e almoço.

O grupo de crianças com o qual se desenvolveu a prática era constituído por vinte e três elementos, sendo que catorze eram do sexo masculino e nove do sexo feminino. De

salientar, que no período em que se desenvolveu a PES, do grupo faziam parte menos duas crianças, uma do sexo feminino e outra do sexo masculino, passando este a constituir-se por vinte e uma crianças7. Quanto às caraterísticas do grupo, todas as crianças gostavam de

manifestar a sua opinião, partilhar as suas vivências e descobertas com os adultos e com os restantes colegas. Estava-se perante um grupo bastante unido e muito ligado afetivamente à educadora, uma vez que esta os acompanhava desde a creche. O grupo envolvia-se com grande entusiasmo nos projetos e nas atividades que lhes eram propostas. Revelavam bastante curiosidade por situações novas, despontando nestes a vontade de participar nas atividades sugeridas pela educadora, pelos colegas ou pelas próprias.

A Prática de Ensino Supervisionada desenvolvida no âmbito do 1.º Ciclo do Ensino Básico decorreu numa instituição da rede pública pertencente a um agrupamento de escolas. O estabelecimento de ensino situava-se no centro urbano da cidade de Bragança e iniciou a sua atividade no ano letivo 2007/2008. O edifício incluía o 1.º Ciclo do Ensino Básico, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e continha equipamentos considerados fundamentais para o seu funcionamento.

Ao nível do espaço, a instituição tinha uma entrada principal que possuía uma portaria comum aos vários ciclos de ensino, assim como a área dos docentes e instalações sanitárias, áreas de serviço e uma biblioteca escolar que estava equipada com diversos materiais, tais como: livros, computadores e material audiovisual. Também possuía bar, refeitório, ginásio, auditório, sala de música e um gabinete de apoio ao aluno.

No que respeita ao 1.º CEB o edifício possuía dois pisos. O piso inferior, no ano letivo 2014/2015, continha duas salas de aulas (nomeadamente a sala do 1.º ano e a sala do 2.º ano), uma sala destinada para Atividades de Tempos Livres [ATL], uma sala para os professores, uma sala com recursos para a instituição, uma sala de apoio para as crianças com Necessidades Educativas Especiais, uma reprografia/papelaria e instalações sanitárias para as crianças. No piso superior encontravam-se quatro salas de aulas (mais especificamente a sala do 2.º ano, duas salas para duas turmas do 3.º ano e uma para 4.º ano) e uma sala de pintura. Todas as salas estavam equipadas com sistema informático como computador com ligação à internet, quadro interativo e Data Show. Estavam equipadas com um sistema de aquecimento central, possuíam luz natural, permitindo as condições fundamentais para a aprendizagem das crianças e favorável ao decurso das atividades letivas.

O espaço exterior do edifício possuía um parque infantil, com o chão preenchido com areia e o restante espaço era cimentado. No entanto, é de referir que não existia um

7 Dados fornecidos pela educadora cooperante.

espaço coberto adequado para os dias em que o tempo não era propício para brincar no exterior. Nestes dias as crianças brincavam num espaço comum ao 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, sendo que o intervalo decorria em horas diferentes.

A instituição inclui as componentes letiva e não letiva, constituindo-se esta última no apoio às famílias e nas atividades extracurriculares. Assim, o horário de funcionamento da instituição era das 08:00 às 19:00, estando destinadas cinco horas para a componente letiva e as restantes para a componente não letiva. Dá-se assim cumprimento ao estipulado pelo Decreto- Lei n.º 91/2013 de 10 de julho quando refere que “a escola assume um papel essencial na organização de atividades de enriquecimento do currículo fomentando uma gestão mais flexível e articulada das diversas ofertas a promover” (p.4013). Neste sentido a instituição, através do agrupamento de escolas onde se integra, no âmbito do 1.º Ciclo do Ensino Básico procede “ao reforço curricular de forma a permitir às escolas a tomada de decisões relativamente à organização do Apoio ao Estudo, da Oferta Complementar, assim como à gestão dos tempos a lecionar em algumas disciplinas” (Decreto-Lei n.º 91/2013, p.4013).

A Prática de Ensino Supervisionada foi desenvolvida numa turma que era constituída por um grupo de crianças que frequentava o 3.º ano de escolaridade. O grupo integrava treze crianças, sendo sete do sexo feminino e seis do sexo masculino. As crianças tinham idades de 8 e 9 anos. O grupo de crianças apresentava um bom comportamento. Contudo, alguns dos elementos tinham falta de concentração e, por conseguinte, manifestavam bastantes dificuldades. Outras crianças revelavam-se bastante participativas e, por vezes, tentavam evidenciar-se do restante grupo, prejudicando os restantes elementos, limitando a oportunidade das outras crianças que só participavam quando solicitadas. O grupo de crianças, no seu todo, tinha um rendimento escolar médio e que respondia positivamente às atividades que lhes eram propostas.

No documento Orientado por Elza da Conceição Mesquita (páginas 50-53)