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Apêndice 15: Fotos da mala de transporte para a visita domiciliária

3. ANÁLISE DA POPULAÇÃO

3.1 Caraterização geral da população

Segundo os últimos Censos realizados em 2011, ocorreu um aumento de cerca de 10339 habitantes em Portimão comparativamente com os Censos de 2001. A população estrangeira com estatuto legal de residente era de 6.650 em 2015, representando 12 % da população residente, sendo as comunidades Brasileira e Romena, as que tem maior representatividade com 1139 e 905 residentes em 2015 respetivamente e as que menor número têm, corresponde à população proveniente de Moçambique e São Tomé e Príncipe com 53 e 31 pessoas respetivamente. Foi possível verificar através dos mesmos dados que houve um decréscimo significativo, de 3795 pessoas de nacionalidade estrangeira a residir em Portimão entre 2008 e 2015 (FFMS, 2017).

Segundo os mesmos dados, Portimão apresentava em 2011, 55.728 habitantes, sendo 48% (26.873) do sexo masculino e 52% (28.855) do sexo feminino, tal como é possível verificar no gráfico que se segue.

48%

52%

Sexo Masculino

Sexo Feminino

Gráfico nº 1: Distribuição da população em Portimão, por sexo, em 2011

Setembro 2018|Página 32 15% 46% 39% 0-14 anos 15-49 anos 50- 75+ anos 14% 46% 40% 0-14 anos 15-49 anos 50- 75+ anos

Segundo o Instituto Nacional de Estatística [INE], sabe-se que a população feminina em idade fértil corresponde ao grupo de mulheres que se encontram entre os 15 e os 49 anos (DGS, 2011c). Seguidamente apresenta-se um gráfico relativo à percentagem de mulheres em idade fértil em Portimão.

È possível verificar que as mulheres que se encontram em idade fértil representam cerca de 46% do total da população feminina de Portimão, constatando-se que este é um grupo com grande representatividade na cidade.

Comparando ainda este dados com o resto do país, verifica-se que para o mesmo ano de 2011, segundo os Censos, Portimão apresentava exatamente a mesma percentagem de 46% de mulheres em idade fértil do que o resto do país (gráfico nº 3). Este aspeto comprova a importância de intervir junto deste grupo populacional, pois para além de ser um grupo com grande expressividade numérica, encontra-se na média do resto país.

Gráfico nº 2: População do sexo feminino em idade fértil, residente em Portimão, em 2011

Fonte: Censos 2011

Gráfico nº 3: População do sexo feminino, em idade fértil, residente em Portugal

Setembro 2018|Página 33 Na USF Atlântico Sul existem neste momento inscritas 2784 mulheres em idade fértil, o que corresponde a cerca de 24% do total da população abrangida pela USF, e dessas cerca de 232 estão contempladas no programa de vigilância de saúde materna.

A acrescentar aos dados anteriormente referidos, verificou-se que entre o ano de 2013 e 2015 ocorreu um aumento do índice sintético de fecundidade (Gráfico nº 4) e da taxa bruta de natalidade em Portimão (Gráfico nº 5), no entanto no ano de 2016 estes indicadores diminuíram, contrariando o resto do país, no qual continuou a ocorrer um aumento destes valores, ainda que ligeiro.

Segundo o INE, o índice sintético de fecundidade corresponde ao ―número médio de crianças nascidas por cada mulher em idade fértil, ou seja, entre os 15 e os 49 anos de idade. Para que a substituição de gerações seja assegurada, é preciso que cada mulher tenha em média 2,1 filhos‖ (FFMS, 2018). Verificou-se um aumento deste valor em Portimão, como já havia sido referido, entre 2013, em que este índice se encontrava nos 1,42 e em 2015 no qual cada mulher em idade fértil já teria uma média de 1,66 filhos, no entanto, no ano de 2016 o valor registado foi de 1,57, que apesar de superior ao do resto do país, onde o índice de fecundidade em 2016 foi de 1,36, contrariou a tendência de subida contínua do mesmo.

Gráfico nº 4: Índice sintético de fecundidade em Portimão entre 2001-2016

Setembro 2018|Página 34 Relativamente à taxa bruta de natalidade, esta corresponde ao ―número de nados- vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período‖ (FFMS, 2018). À semelhança do índice sintético de fecundidade, também a taxa bruta de natalidade, sofreu um aumento entre 2013 e 2015, com uma subida de 9,4%o para 10,5%o, no entanto em 2016 este valor diminui para 9,9%o, que apesar de superior ao do resto do país, onde se registou uma taxa bruta de natalidade de 8,4%o, não acompanhou o seu aumento progressivo.

Em ambos os dados, verifica-se que ocorreu um aumento de mulheres grávidas e de nascimentos, contribuindo para o aumento da população da cidade de Portimão. Prevê- se assim, que possam ocorrer consequentemente um aumento de necessidades a vários níveis para estas mulheres, nomeadamente na área da saúde, sendo de extrema importância que os profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros tenham um papel ativo junto desta população específica.

È fundamental que o índice sintético de fecundidade e a taxa bruta de natalidade continuem a subir no futuro, de modo a garantir a renovação e continuidade das gerações. Apesar do aumento destes valores nos últimos anos, estes, estão ainda longe dos preconizados para assegurar a substituição de gerações. Assim, quanto maior for o investimento realizado para apoiar as mulheres em idade fértil, maior será o incentivo à natalidade.

Gráfico nº 5: Taxa bruta de natalidade em Portimão entre 1981 e 2016

Setembro 2018|Página 35 O enfermeiro especialista em ECSP pela proximidade que têm das comunidades com quem trabalha, deve estar atento a estas alterações demográficas, adequando e direcionando a sua prática e as suas preocupações e desenhando soluções para as mesmas.

Verifica-se assim, através dos dados anteriores, a importância de implementar um projeto de intervenção comunitária que vise apoiar a mulher e a sua família nesta fase do seu ciclo vital. Para isso, é necessário reconhecer quais as alterações que ocorrem durante esta fase e quais os cuidados e as necessidades específicas desta população.