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Caraterização do grupo de crianças

No documento MESTRADO EM EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (páginas 42-47)

2.3.1.

C

ONTEXTO DE CRECHE

O grupo é constituído por 14 crianças, na qual quatro são do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com idades compreendidas entre dois e três anos, sendo que algumas já completaram os três anos. O mesmo é caraterizado por crianças energéticas e dinâmicas, sendo que, por vezes, um pouco irrequietas.

Em termos de atividades, as crianças têm uma grande dificuldade em permanecer nas mesmas durante muito tempo, apesar de estarem entusiasmadas e envolvidas (Instituição Cooperante, 2016a). O grupo evidencia, também, muitas dificuldades a nível da partilha e do respeito, uma vez que quando estão no tempo de escolha livre, as mesmas optam por brincadeiras individualistas e, algumas delas demonstram pouca autonomia e iniciativa, apesar de participarem ativamente em tudo o que lhes é proposto (idem). Desta forma, é necessário trabalhar a capacidade de concentração, autonomia, a tolerância, a frustração, a cooperação e a partilha. Para além disso, as mesmas apresentam, também, dificuldades a nível da compreensão e aceitação de regras, sendo que as mesmas não conseguem cumprir totalmente as regras impostas na sala de atividades, como por exemplo não respeitar a vez do outro e interrompem o mesmo (ibidem).

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Nesta faixa etária é importante que as aprendizagens das crianças passem muito pela experiência, pelo tocar, pelo sentir, pelo cheirar, pela exploração dos diferentes sentidos, entre outros aspetos (idem). Como a formanda constatou, o grupo demonstrou realmente interesse por atividades deste género, sendo que são atividades livres e espontâneas, com poucas regras, não evidenciando, desta forma, muitas dificuldades.

A nível do desenvolvimento social, o grupo demonstra especial interesse em ajudar os adultos na realização de determinadas tarefas, sendo que já são capazes de cumprir pedidos simples; gostam de brincar na Área das Construções, no entanto, a brincadeira das mesmas é muito individualista.

Relativamente à área das expressões, as crianças demonstram muitas dificuldades a nível da autorregulação, pois evidenciam dificuldades em manusear, manipular e agarrar objetos. Apesar deste aspeto, apresentam, também, dificuldades em saltar ao pé-coxinho, saltar a pés juntos para trás e contornar objetos. No entanto, já conseguem manejar um objeto com uma mão e de mudar um objeto de uma mão para a outra com facilidade e evidenciam, interesse por atividades de encaixar materiais uns nos outros e de desmontar coisas e voltá-las a juntar.

Para além disso, todas as crianças brincam ao faz-de-conta (jogo simbólico) desempenhando papéis e/ou situações do quotidiano imitando os adultos.

Neste faz-de-conta, desempenham papéis dos adultos que lhes são tidos como modelos de referência (mãe, pai, avô, avó, educadora).

Quanto ao subdomínio da música, as crianças são capazes de ouvir e responder às músicas, reproduzindo os gestos que lhes são destinados. Em algumas crianças já se verifica a existência de competências de memorização, sendo que demonstram a aquisição da letra e do ritmo de algumas canções.

Concomitantemente, algumas crianças já conseguem realizar movimentos alternados e produzir movimentos e sons lentos e fortes.

A nível da linguagem oral, a maior parte das crianças revelam bastantes dificuldades no domínio da comunicação, nas consciências fonológica, pragmática, sintática e semântica e concordâncias verbais (conjugações dos

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verbos). Sendo que, são poucas as crianças que apresentam um desenvolvimento linguístico elevado, com capacidade de terem um discurso coerente com o adulto.

Por fim, no que concerne aos interesses das crianças pode-se verificar que as mesmas demonstram bastante interesse na exploração de livros, na música, na expressão plástica e animais

2.3.2.

C

ONTEXTO JARDIM

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DE

-

INFÂNCIA

Como já foi referido anteriormente, o grupo presente no contexto de jardim-de-infância é constituído por 23 crianças, na qual 15 são do sexo feminino e oito do sexo masculino, com idades compreendidas entre os três e os cinco anos. Sendo que, duas crianças têm três anos, quatro têm quatro anos (na qual uma delas está sinalizada com Necessidades Educativas Especiais (NEE), mais concretamente, Perturbação do Espectro do Autismo de nível 1, antes designado por Síndrome de Asperger) e as restantes têm cinco anos, apesar de a maior parte completar os seis anos nos primeiros meses do ano 2017 (Instituição Cooperante, 2016b).

O grupo de crianças em questão é caraterizado por ser um grupo constituído por crianças energéticas, dinâmicas e questionáveis e, na maior parte das vezes, irrequietas (idem). O mesmo possui dificuldades a nível da compreensão e cumprimento das regras impostas na sala de atividades, mais concretamente, em respeitar o turno de fala, respeitar o outro, interrompem quer o adulto como outras crianças, entre outras regras pertencentes à sala.

Em termos de atividades, as crianças têm uma grande dificuldade em permanecer nas mesmas durante muito tempo, apesar de a maior parte estarem envolvidas. Para além disso, a maior parte das crianças demonstram bastante autonomia e iniciativa, sendo, por vezes, elas próprias a darem ideias e sugestões de atividades a realizar na sala de atividades. No entanto, é

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necessário trabalhar a concentração, a frustração, a cooperação, a partilha e ainda mais autonomia (em alguns casos) (ibidem).

A nível do desenvolvimento social, o grupo demonstra especial interesse em ajudar os adultos na realização de determinadas tarefas; gostam de brincar na Área das Construções individualmente ou em pares, por quem demonstram afeto e cumplicidade; realizam jogos de exercício competitivo; e revelam simpatia pelos amigos de brincadeira (Instituição Cooperante, 2016b).

Relativamente à área das expressões, algumas crianças demonstram dificuldades a nível da autorregulação, pois evidenciam dificuldades em manusear, manipular e agarrar objetos, ao contrário de outras que já têm desenvolvida a pinça fina permitindo, desta forma, escrever, pintar, desenhar, recortar, abotoar e usar os talheres com uma maior facilidade. No entanto, o grupo é muito ativo e bem coordenado. Consegue correr e saltar sem dificuldade, assim como subir e descer escadas com rapidez e eficácia (idem).

No que concerne à educação artística, mais concretamente, às artes visuais, algumas crianças demonstram um grande avanço na capacidade de desenho, pois já desenham como forma de registo de um assunto dialogado, criando aos poucos pequenas obras de arte (ibidem).

Para além disso, todas as crianças brincam ao faz-de-conta (jogo simbólico) desempenhando papéis e/ou situações do quotidiano imitando os adultos, a nível de atitudes e comportamentos. Por sua vez, o jogo sócio dramático é realizado em grande grupo, sendo que as crianças cooperam entre si e dão ordens umas às outras (Instituição Cooperante, 2016b).

Ao nível da linguagem oral, todas as crianças, com exceção de duas, já utilizam verbos com tempos variados, nomeadamente o futuro e o imperfeito, formas interrogativas e frases independentes justapostas, conseguem narrar acontecimentos com sequência e lógica, assim como, já conseguem executar ordens com três recados simples (idem). No entanto, com as duas crianças que demonstram dificuldades é necessário uma melhor estimulação por parte dos adultos.

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Relativamente ao desenvolvimento da escrita, as mesmas já adquiriram que há informações impressas e que ao saber ler compreendem o que está escrito.

Quanto às fases da escrita, algumas crianças encontram-se na fase pré-escrita, sendo que diferenciam o desenho da escrita e utilizam garatujas para imitar o impresso. Outras crianças encontram-se numa fase mais avançada, a fase pré-silábica, pois já conseguem escrever algumas letras e que se as misturar conseguem escrever pseudo-letras (ibidem).

Por fim, como problemáticas/necessidades, o grupo apresenta algumas. A primeira encontra-se no domínio da matemática, sendo que as crianças têm tendência de formar grupos tendo em conta só um atributo e as mesmas apresentam dificuldades na identificação dos números, na qual não são capazes de reconhecer a leitura dos números a partir do 10 (Instituição Cooperante, 2016b). Para além disso, algumas delas apresentam dificuldades na sequência numérica e temporal.

A terceira necessidade está relacionada com os desejos e interesses dos outros, sendo que algumas crianças possuem uma certa dificuldade em acomodar-se às restantes crianças, através do estabelecimento e de modificações de regras (idem).

Para além disso, algumas crianças ainda são egocêntricas, uma vez que não conseguem colocar no ponto de vista de outra pessoa, pois pressupõem que todas as pessoas pensam, percebem e sentem da mesma forma que elas precisando, desta forma, muito apoio dos adultos (Instituição Cooperante, 2016b; Papalia & Feldman, 2013). Isto deve-se ao estádio de desenvolvimento em que se encontram, sendo este o pré-operatório, segundo Piaget.

Por fim, como interesses o grupo apresenta os seguintes: o espaço exterior, mais concretamente, a Árvore da Montanha, na qual demonstram interesse em procurar os animais que se encontram presentes nesse espaço e pela natureza circundante; instrumentos musicais, pois o grupo gosta bastante de os explorar; os animais; a culinária e a escrita.

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No documento MESTRADO EM EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (páginas 42-47)

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