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A informação sobre a instituição, teve origem no diverso material que acedemos e recolhemos e que fará parte do acervo digital que começou a ser criado em 2019, com a atual direção. Os documentos estavam arquivados, alguns quase esquecidos em prateleiras da biblioteca, inaugurada em 1 dezembro de 1973, a qual possui fisicamente “cerca de

doze mil livros […] disponibiliza-os gratuitamente (DURVAL, 2018, p. 171).

A história do Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta teve início ainda no final do ano de 1917. Sendo fundado em 19 de janeiro de 1918.

Recorrendo aos factos históricos, podemos recordar que estávamos em plena I Grande Guerra Mundial e o surgimento de uma associação cultural tinha um importante significado social e cultural.

Como é referenciado no livro de António Durval (2018), com o título: “100 Anos de Flor de Infesta”, tudo se inicia ainda em 1917, mais precisamente na quadra natalícia, quando alguns artífices da localidade, reuniram-se para cantar os cânticos da quadra festiva que estava a chegar. No início do ano quando se reuniam para dividir a consoada, tiveram a ideia de falar e convidar uma das figuras locais, que outrora tinha feito algo na área de teatro e convenceram-no a criar um grupo. Assim avançaram com a elaboração de estatutos e criam a 19 janeiro o denominado Grupo Dramático Flor de Infesta. Com a entrada de novos sócios e tendo surgido o interesse em aprenderem música, atividade que paralelamente ao teatro avançou, surgiu a associação com o nome que ainda hoje é conhecida Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta.

Passado três anos, e devido ao crescimento da associação, construíram sede própria onde faziam as apresentações dos espetáculos. E assim foram crescendo durante décadas, sendo a se realçar o ano de 1943, quando em dezembro foi apresentada a “revista “S. Mamede

Está in´Festa”. Podemos afirmar, quer através da leitura de documentos de testemunhos de sócios que relembraram essa época, que foi esta peça conseguiu ter sucesso tal que

“depois de ser apresentada várias vezes em S. Mamede de Infesta, encheu os teatros da cidade do Porto.” (DURVAL, 2018, p. 64).

Este foi um dos momentos de mais orgulho para a instituição, pois o teatro do Flor de Infesta ficou a ser conhecido no país e “ainda hoje perdura na recordação de muitos” (DURVAL, 2018, p. 64).

Apesar de todas as vicissitudes que foram acontecendo até aos nossos dias, pois esta instituição, durante o seu percurso, teve a sua atividade controlada por uma censura que não permitia a liberdade de expressão, a instituição até 2006, tinha um “palmarés” de cerca de 55 peças representadas. Sendo algumas, com mais relevância na década de quarenta, do seculo XX, apresentadas em salas de teatro da cidade do Porto (DURVAL, 2018).

Para além da sua atividade cénica primordial, cada vez mais esta coletividade vem assumindo o estatuto de "centro cultural" tendo merecido a classificação oficial de "Coletividade de Utilidade Pública", em 14 de agosto de 1984.

Nos anos noventa, do anterior século o Flor de Infesta, ou FLOR (nome pelo qual é reconhecido e referenciado por todas as organizações e instituições a nível de concelho), sofreu uma transformação radical depois de grandes obras de renovação e ampliação das suas instalações. A sua sede, foi transformada “numa infraestrutura associativa cultural

de grande qualidade preparada enfrentar os desafios do século XXI”, (DURVAL, 2018,

p. 75), tendo um anfiteatro com 110 lugares, local onde os grupos de teatro (desde os jovens aos adultos) e canto passaram a ensaiar até aos nossos dias

1.1. A Instituição no final da década atual (seculo XXI)

O FLOR é um promotor do desenvolvimento cultural desenvolvendo múltiplas atividades, entre as quais, Teatro Formativo (Infantil, juvenil e especial), Teatro Amador, Escola de Música e Canto, Artes Plásticas, Tapeçaria e Bordados, Universidade Sénior ((DURVAL, 2018) e mais recentemente, em 2019, serviço educativo e sociocultural.

A sua Missão, é contribuir para o desenvolvimento da comunidade onde a associação está inserida, intervindo na sociedade e proporcionar uma cultura que proporcione uma melhor qualidade de vida aos cidadãos, sem esquecer os que são vítimas de discriminação,

indiferença e promover a igualdade de oportunidades, a participação cívica, a educação e a inclusão social.

A Visão é a descrição da meta, do ideal, do sonho de qualquer associação. Conforme referem no documento de apresentação:

“para nós, é o projetar no futuro: o cenário, a imagem que quem pretende ser

compreendido, quer interna quer externamente. Junto com a missão, a visão é um ponto de partida para a formulação de estratégias, pois liga-se ao objetivo final da associação que é ser reconhecida pela sua qualidade, pelo apuro técnico, pelo trabalho de pesquisa e o desenvolvimento de projetos culturais

que promovam a mudança social”.25

Os princípios e valores adotados pela Instituição, são baseados na responsabilidade social, nas responsabilidades éticas, e numa filosofia que reflete a cultura, o passado, o presente e o futuro.

Assim, ao existir, a associação sente ter obrigações que foram assumidas com a sociedade. E como associação que quer intervir social e culturalmente, tem o tipo de comportamento e de atividade que a sociedade espera de uma associação centenária e influente na cidade;

Compromisso, empenho, ética, rigor e uma grande paixão. 26

1.2. Plano de Atividade e Projetos

Sendo o Teatro uma atividade de referência do FLOR, o plano atual, projeto para 2019/2020, visa incentivar a encenação de novas peças, tendo em vista o crescimento do teatro formativo e a divulgação dessa atividade nas várias vertentes e escalões: teatro infantil, juvenil, especial e “sénior”.

25 Informação extraída do documento da Apresentação do Flor de Infesta no I Congresso AHCD Maio de 2019 no Porto

26 Informação retirada de documentos internos – Apresentação do Flor de Infesta e Projeto “Serviço Educativo” para 2019/2020 (2019)

Indo ao encontro do serviço que deve prestar à cultura, à educação, interagindo com as escolas da localidade, e também intervindo na área social, ao agir no seio dos grupos vulneráveis, a associação apresentou projetos e vai promover no próximo ano letivo, workshops que visam:

 recriar bases para que o teatro formativo evolua e, desta forma seja viável captar nas escolas (desde o pré-infantil ao 3 ciclo), jovens talentos e levar à cena peças de teatro de qualidade.

 no que prende com o teatro formativo especial, existe já projeto que vai ser ampliado através de sinergias com as escolas que tem no seio estudantes com deficiência ou incapacidades, para que esta atividade possa evoluir e ser uma referência no concelho.

Estes projetos visam a intervenção na área do serviço educação em parceria com as escolas da localidade e visa promover e apoiar e intervir na área sociocultural, em atividades que são referência na instituição; tal como a promoção das Oficinas de Teatro e da sua Escola de Música.

“Este conceito enquadra-se numa nova visão que a associação pretende adotar e fazer evoluir, pois entende que é por meio da experiência e da observação que a criança constrói o conhecimento e reestrutura os esquemas

de pensamento, o que favorece o seu desenvolvimento intelectual”27.

Estes projetos visam sobretudo a promover as artes referidas e incentivar a intervenção social e cultural da população, jovem e menos jovem da cidade28.