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Caraterização social, económica e cultural dos alunos

CAPITULO 4. REFLEXÃO CRÍTICA FUNDAMENTADA SOBRE OS RESULTADOS OBTIDOS

4.4. Análise de dados

4.4.1. Caraterização social, económica e cultural dos alunos

No que diz respeito à caraterização etária da amostra, verifica-se que as idades dos alunos oscilam entre os 10 e os 18 anos (cf. Gráfico 1 – Idades dos alunos). Contudo, a maior expressividade encontra-se nas idades dos 14 e 15 anos, uma vez que a maioria dos respondentes da amostra analisada se situa nesta faixa etária (um total de 44 alunos - 23 alunos têm 14 anos, 21 têm 15 anos). Segue-se a faixa etária dos 16 anos (apresentada por 7 alunos), e seguidamente as dos 17, 18 e 10 anos, respetivamente com 3, 2 e 1 aluno a encontrar-se nessas faixas etárias.

Gráfico 20 – Idades dos Alunos

Relativamente à distribuição da amostra por sexo dos, verificou-se uma ligeira predominância do sexo feminino, já que, dos 57 inquiridos, 30 pertencem ao sexo feminino e 27 ao sexo masculino, tal como apresentado no Gráfico 2.

30 No sentido de melhor compreender a realidade dos inquiridos e o seu contexto, fora da realidade da escola, questionaram-se também aspetos inerentes ao seu enquadramento familiar. Face aos resultados, apresentados na Tabela 2, foi possível aferir que a maioria dos inquiridos vive com a família nuclear: com os pais e os irmãos ou, na inexistência destes, apenas com os pais. Esta é tipologia de família (constituída por dois adultos de sexo diferente e os respetivos filhos) é o modelo familiar mais presente referido na literatura (Alarcão, 2000), e também o mais encontrado no âmbito da amostra estudada. Refira-se, contudo, que as novas formas de família surgem de forma cada vez mais frequente e também na amostra em estudo foi possível identificar essas diversas formas familiares. Verificou-se que a totalidade dos indivíduos vive, pelo menos, com um dos progenitores, existindo na maior parte dos casos a presença de três ou mais pessoas no agregado. Em alguns casos, ainda que uma minoria, verifica-se a existência de outros elementos da família alargada (caso dos avós ou sobrinhos).

As novas formas de família, oriundas de situações de viuvez, divórcio, ou da própria opção dos progenitores (Alarcão, 2000, 2007) estão também presentes na amostra em estudo, quer sob a forma de famílias monoparentais (2 alunos que residem apenas com a mãe), quer sob a forma de famílias reconstituídas (caso de um aluno que vive com a mãe, o padrasto e os irmãos). Alarcão (2000; 2007) salienta que as diferentes conceções que temos do que é (ou do que pode ser) uma família implicam a compreensão das suas configurações, funções primordiais e tarefas desenvolvimentais. Precisamente nesta linha de pensamento, as diferentes configurações familiares acarretam distintas rotinas, rituais e tarefas que lhes possam estar associadas. É natural, por isso, que entre uma família monoparental ou uma família reconstituída ou até mesmo uma família nuclear existam diferenças nesses mesmos padrões.

Tabela 2 – Composição do Agregado Familiar

Cada

Pai e mãe 19

Pai, mãe e irmãos 28

Pai, mãe e avó 2

Pai, mãe, irmão e avó 1

Mãe, padrasto e irmãos 1

Mãe e irmãos 3

Mãe, irmã e sobrinho 1

31 elemento (ou subsistema familiar) cria com os restantes diferentes relações e inter- relações, passíveis de alterar (e ser alteradas por) todo o sistema familiar (Relvas & Alarcão, 2007). Estas diferenças acarretam outras para a dinâmica da família, assim como para a dos seus indivíduos, nomeadamente para os filhos.

Relativamente às idades dos diversos elementos que constituem o agregado familiar dos inquiridos, verificou-se que a maioria dos casos identificados (63 elementos dos diversos agregados familiares) se situam na faixa etária dos 40 aos 50 anos, e 34 elementos têm entre os 30 e os 40 anos. Esta realidade coaduna-se com a caracterização do agregado familiar anteriormente referida, dado que a maioria dos inquiridos referiu residir com os pais. Seguidamente, como mais frequente, encontra- se a faixa etária dos 10 aos 20 anos e de forma sensivelmente equivalente a faixa etária dos 0 até aos 10 anos e dos 20 até aos 30 anos.

Gráfico 22 – Idades dos elementos quem compõe o agregado familiar

Ao nível das habilitações literárias dos pais dos alunos a quem o questionário foi aplicado, verificou-se que a maior parte dos pais tem habilitações literárias ao nível do 2.º Ciclo (31% têm o 6.º Ano), e do 3.º Ciclo de escolaridade (20% dos pais concluíram o 9.º Ano de escolaridade). Também significativa é a percentagem de pais que concluiu o 4.º ano de escolaridade (17%), e o 12.º Ano (14%). Considerando que a escolaridade dos alunos se situa ao nível do 3.º Ciclo, conclui-se que a maior parte dos pais possui habilitações literárias de um nível igual ou inferior às que são frequentadas pelos filhos, respondentes deste inquérito. Apenas 3% dos pais dos alunos respondentes possuem um curso superior (cf. Gráfico 4). Este dado é

32 coincidente com a tendência nacional. Em 2013, segundo dados do PORDATA6, a maior parte da população portuguesa ativa tinha habilitações literárias completas ao nível do 3º ciclo, sendo que apenas cerca de 20% tinha habilitações de nível superior. No caso da amostra aqui estudada, apenas 3% dos pais dos alunos respondentes ao questionário possuem um curso superior.

Gráfico 4 – Habilitações literárias dos pais dos alunos

Ao nível das profissões dos elementos do agregado familiar, a distribuição é feita por diversas áreas (cf. Gráfico 5). Contudo, na maioria dos casos, a ocupação laboral é a de estudante, dado que se compreende atendendo ao número de alunos que identificou residir com irmãos (presumivelmente em idade escolar). No caso dos progenitores ou outros elementos do agregado familiar, as ocupações laborais referem-se essencialmente a áreas relacionadas com áreas fabris (33) e trabalhadoras domésticas (17).

Gráfico 5 – Profissões dos elementos do agregado familiar

6 www.pordata.pt, acesso em 24 de Novembro de 2014.

2% 2%2% 17% 2% 31% 2% 1% 20% 2% 2% 14% 3%

1° ano 2° ano 3° ano 4° ano 5º ano

6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 10º ano

33 Relativamente à situação face ao emprego, verificou-se que no universo total de alunos inquiridos, 74% dos elementos dos diversos agregados familiares estão empregados e 26% encontram-se em situação de desemprego (cf. Gráfico 6). Os dados referentes à amostra estudada na presente investigação coadunam-se com a realidade presente em Portugal; segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a taxa de desemprego em Portugal rondava os 13%, no terceiro trimestre de 20147.

Gráfico 6 – Situação face ao emprego

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