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Bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB) de Natal A Mata Atlântica e as UCs do RN

Composta predominantemente por formações pioneiras, dentre elas os man- gues, restingas e dunas, a Mata Atlântica do Rio Grande do Norte constitui o limite setentrional desse importante e ameaçado bioma. Embora tenha a menor área dentre os Estados inseridos nos seus domínios, possui oito Unidades de Conservação em seu território, sendo uma municipal (Parque Natural Municipal Dom Nivaldo Monte), cinco estaduais (APA de Jenipabu, APA Piquiri-Una, Parque Estadual Mata da Pipa, Parque Estadual Dunas de Natal e RDS Ponta do Tubarão) e duas federais (Flona Nísia Floresta e RPPN Senador Antônio Arruda Farias). Histórico da Rede no RN

O primeiro contato dos gestores dessas UCs com a Amane ocorreu em 2009 na Uni- versidade Potiguar (UnP), onde foi proposta a ideia da Rede de Gestores de UCs da Mata Atlântica e discutido como se daria a articulação entre os gestores, a ser desen- volvida principalmente através de grupos de e-mails e encontros presenciais. Em 12 de novembro de 2009 no Hotel Praia Mar ocorreu o Primeiro Encon- tro Estadual de Gestores de UCs na Mata Atlântica do RN, onde os cerca de 200 participantes desfrutaram de palestras, minicursos, debates e mesas-redondas com professores da UFRN e representantes do Idema, ICMBio, Instituto Hórus e Amane. Foi o maior dos encontros no RN e um momento ímpar que possibilitou o contato e trocas de experiências entre pesquisadores e demais gestores das UCs, favorecendo as pesquisas no Estado.

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Um grupo de e-mails foi criado em dezembro de 2009 com o objetivo de facilitar a comunicação entre os gestores e todos que estejam envolvidos com as UCs do RN. Hoje esse grupo conta com cerca de 190 integrantes e já foram trocadas cer- ca de 400 mensagens. Em escala regional, foi criado o endereço www.redeges- toresucdocep.ning.com para facilitar o contato entre os gestores do Centro de Endemismo Pernambuco e receber informações através do Boletim Informativo Em Redes. Com isso, os gestores do RN puderam trocar informações tanto em nível local quanto regional.

O Segundo Encontro de Gestores de UCs do RN foi sediado no Parque Estadual Du- nas de Natal em 22 de julho de 2010, tendo como temas principais das discussões a gestão de UCs e as polêmicas sobre o novo Código Florestal. Participaram cerca de 50 pessoas, incluindo representantes da Amane, Idema, Ibama, ICMBio, SNE, Ecoplan e Ministério Público Estadual. Foi um momento importante para contatar novos gestores e discutir novas experiências de gestão das UCs.

O Terceiro Encontro Estadual de Gestores de UCs da Mata Atlântica do RN acon- teceu no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte em 3 de junho de 2011. Foi bas- tante rico em termos de conteúdo, pois envolveu discussões sobre os temas atu- ais como o Código Florestal e a recuperação da Mata Atlântica através do Pacto pela Restauração e dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação, além de um panorama sobre ferramentas de gestão como o Projeto Corredores e os Sistemas Estaduais e Municipais de UCs. Os cerca de 50 participantes trocaram experiências com representantes da SOS Mata Atlântica, Amane e Secretarias Municipais de Meio Ambiente de João Pessoa e de Natal.

Os encontros presenciais culminaram com o Primeiro Seminário Regional da Rede de Gestores de UCs do Centro de Endemismo Pernambuco, no dia 1º de setembro de 2011, em Olinda (PE), do qual participaram cerca de 50 represen- tantes de 27 instituições ligadas às UCs do Nordeste. O RN foi representado por integrantes do Idema e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal. Houve muita integração e trocas de experiências entre os Estados, além de avaliações e encaminhamentos para o Projeto Rede de Gestores.

Uma visão da Rede no RN

A Rede de Gestores de UCs da Mata Atlântica do RN mostrou uma dinâmica de intensa mudança de gestores nesses três anos. Se por um lado isso dificultou a consolidação de relações interpessoais, por outro tornou a Rede mais abran-

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gente, com a agregação de novos gestores. A troca de e-mails se mostrou uma ferramenta fundamental para a incorporação de novas ideias para a gestão de UCs e os encontros presenciais estreitaram as relações entre os gestores e pos- sibilitaram o acesso a ricos conteúdos sobre a Mata Atlântica.

Dentre as várias ações e influências da Rede no RN, podemos citar a parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb), que gerou vários desdobramentos, dentre eles:

• Inclusão da Semurb no Pacto pela Restauração da Mata Atlântica;

• Contribuições para elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recupe- ração da Mata Atlântica de Natal (RN) através de contatos com a Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa, cujo Plano Municipal de Conservação e Recu- peração da Mata Atlântica foi o pioneiro no Brasil;

• Início da mobilização para discussões sobre o Novo Código Florestal em Natal, com a participação de Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da Fun- dação SOS Mata Atlântica/SP;

• Discussões sobre a minuta de Lei que institui o Sistema Municipal de Áreas Protegidas de Natal (SMAP), cujo objetivo é abranger na lei municipal o que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) não prevê, incluindo as peculiaridades do Município, em uma parceria com a Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (AMANE).

Pelo exposto, percebe-se que a Rede de Gestores contribuiu de forma significativa para a proteção da Mata Atlântica no Município de Natal. Essas foram apenas algu- mas das ações, dentre as várias realizadas no RN, que incluem contatos, organiza- ção de eventos, parcerias, palestras, cursos, divulgação de matérias, notícias etc. O Estado carece de ações para a proteção e conservação de suas matas, e a Rede de Gestores vem norteando essas ações e se mostrando uma ferramenta fundamen- tal e muito bem-vinda de gestão e proteção da Mata Atlântica do Nordeste.