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3.3 Procedimentos metodológicos

2.3.1 As cartas

3.3.1.1 Carta de uso da terra

O termo “terra”, segunda a FAO (1976) apud Moreira (2009, p.48) “compreende o ambiente físico, clima, relevo, solo, vegetação e hidrologia, na medida em que estes influenciam no potencial de uso da terra, incluindo-se a isso, os resultados da atividade humana do passado e do presente, o que caracteriza o modo de utilização da terra”.

O conhecimento sobre o uso da terra ganha importância na necessidade de garantir credibilidade diante das questões ambientais, sociais e econômicas. Uma vez que entender o uso da terra garante ao pesquisador a compreensão das vocações desse espaço, bem como da alocação nele de produtos adequados ao seu uso. Segundo IBGE (p. 22, 2006)

o conhecimento da distribuição espacial dos tipos de uso e da cobertura da terra é fundamental para orientar a utilização racional do espaço. [...] Os dados de imagens orbitais são importantes fontes básicas para o mapeamento do tema uso da terra, embora por si mesmos sejam insuficientes para dar conta da realidade, requerendo a agregação de dados exógenos de naturezas diversas durante a interpretação dos padrões homogêneos de uso da terra.

No levantamento de dados de uso da terra, diversas são as informações que podem ser usadas para a confecção dos mapas. Essa escolha vai depender dos dados do sensor, bem como os objetivos da pesquisa, o custo e o equipamento que

se tem acesso uma vez que a qualidade e a quantidade de informações sobre a cobertura e o uso da terra, obtidas dos sensores remotos, dependem das características técnicas desses.

Tratando-se das nomenclaturas que são utilizadas nas cartas de uso da terra (FIGURA 09), essas utilizam terminologias dirigidas para compilação das atividades humanas. A construção de uma nomenclatura do uso e cobertura da terra precisa estar adequada para mapear a diversidade do território e deve ser compatível com a sua escala, com a fonte básica de dados e com as necessidades dos usuários. A terminologia necessita ser clara e precisa evitando sentidos vagos e ambiguidades a fim de construir um documento de fácil entendimento que possa ser difundido e bem interpretado (IBGE, 2006).

Figura 09: Esquema teórico de construção de uma nomenclatura da cobertura terrestre Fonte: IBGE (2006)

Analisando a figura 09, afirma-se que as áreas antrópicas não agrícolas estão associadas a todos os tipos de uso da terra de natureza urbanística, tais como: áreas urbanizadas, industriais, comerciais, redes de comunicação, entre outras.

Já as áreas antrópicas agrícolas, agregam o conceito de terra agrícola que pode ser definida como terra utilizada para a produção de alimentos, fibras e outras

commodities do agronegócio. Incluem-se aqui todas as terras cultivadas,

caracterizadas pelo delineamento de áreas cultivadas ou em descanso, podendo também compreender áreas alagadas. Podem se constituir em zonas agrícolas

heterogêneas ou representar extensas áreas de "plantations". Encontram-se inseridas nesta categoria as lavouras temporárias, lavouras permanentes, pastagens plantadas e silvicultura.

Além disso, há as áreas de vegetação natural que compreendem um conjunto de estruturas florestais e campestres, abrangendo desde florestas e campos originais (primários) alterados até formações florestais espontâneas secundárias, arbustivas, herbáceas e/ou gramíneo-lenhosas, em diversos estágios de desenvolvimento, distribuídos por diferentes ambientes e situações geográficas. E também as águas, nas classes de águas interior e costeira, como cursos d’água e canais (rios, riachos, canais e outros corpos d’água lineares), corpos d’água naturalmente fechados, sem movimento (lagos naturais regulados) e reservatórios artificiais (represamentos artificiais d’água construídos para irrigação, controle de enchentes, fornecimento de água e geração de energia elétrica), além das lagoas costeiras ou lagunas, estuários e baías (IBGE, 2006).

Para o levantamento de dados a fim da elaboração do produto cartográfico, o IBGE (2006) estabelece uma rotina para a confecção dessas cartas: levantamento das bibliografias específicas e gerais; seleção e consulta de outros mapas de cobertura e uso da terra, geomorfologia, geologia, vegetação, solos e cartas topográficas; seleção e compatibilização de dados da carta topográfica com a escala de trabalho; seleção de dados de satélites; e coleção de documentação auxiliar como informações estatísticas de utilização da terra, inventário de fotos aéreas e imagens de satélite complementares.

Desta forma, pode-se afirmar que diversas metodologias são usadas para a confecção da carta de uso da terra, e todas elas objetivam classificar a exploração ou conservação do meio natural. Sua composição passa a ser aquilo que é de objetivo do pesquisador, que usufruindo então de técnicas modernas de sensoriamento remoto, passa a ter um produto extremamente importante para diversos estudos ligados principalmente à área ambiental.

Quanto aos parâmetros cartográficos utilizados na confecção da carta de uso da terra da bacia hidrográfica do arroio Ribeirão, utilizou-se o sistema de coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM), fuso 21 Sul, datum SIRGAS 20009. A imagem obtida do banco de dados do INPE é uma Landsat 5 Thematic

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Foi oficializado como novo referencial geodésico para o SGB em fevereiro de 2005, conforme publicação da resolução 01/2005 do IBGE (BONATTO, s/d).

Mapper, Orbita 223/80 de 16 de março de 2011 (calendário gregoriano). A classificação foi realizada pelo método supervisionado MAXVER, essa que segundo Shiba, et al (p. 4319 – 4320, 2005) é

a técnica [de] classificação supervisionada mais popular para tratamento de dados satélites. Este método é baseado no princípio de que a classificação errada de um pixel particular não tem mais significado do que a classificação incorreta de qualquer outro pixel na imagem. O usuário determina a significância nos erros de atributos especificados para uma classe em comparação a outras. A eficácia do Maxver depende, principalmente, de uma precisão razoável da estimativa do vetor médio e da matriz de covariância de toda classe espectral. Isso depende da quantidade de pixels incluídos nas amostras de treinamento. O resultado do Maxver é tanto melhor quanto maior o número de pixels numa amostra de treinamento para implementá-los na matriz de covariância.

Os usos da terra foram divididos em três, para fins desta pesquisa: floresta, campo e lavoura, distintos e representados pelas cores verde, marrom e amarelo respectivamente. Os corpos de água estão na cor azul, tanto o arroio Ribeirão, como os açudes que estão presentes nesta bacia. Sua análise esta disposta no capítulo de resultados.

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