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A. INTRODUÇÃO

4. A METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

4.2.2. Cartografia, análises espaciais e modelação de informação geográfica

O recurso aos sistemas de informação geográfica foi constante nesta investiga- ção, com o propósito de criar mapas temáticos e de realizar análises espaci- ais/modelação da informação geográfica. Foi utilizado o software ArcGIS for Desktop,

da Esri, na versão 10.2 e com o nível de licenciamento Advanced. Foi ainda necessário utilizar duas das suas extensões, o ArcGIS Network Analyst e o ArcGIS Spatial Analyst.

Do ponto de vista das análises espaciais e da modelação de informação geográ- fica foram determinadas as áreas de influência para os vários serviços públicos (para Portugal continental e para os casos de estudo regionais) e tipificados os diferentes territórios. Para o cálculo das áreas influência foi necessário: (i) obter a informação so- bre a localização dos estabelecimentos e proceder à sua georreferenciação (realizada através do sítio da internet BatchGeo)11; (ii) executar, com base nas ferramentas do ArcGIS Network Analyst e na rede viária existente (que contempla desde autoestradas

até caminhos municipais), as áreas de influência para os seguintes intervalos de tempo (em minutos) – 0-5, 6-15, 16-30, 31-60 e 60 ou mais12. Note-se que o resultado obtido

11 Para a realização desta investigação foi necessário recolher a informação com os endereços dos esta- belecimentos físicos afetos aos vários serviços públicos estudados, dentro de cada grande grupo, de modo a mapear e a realizar diversas análises espaciais, ao longo dos capítulos C, D e E. Na educação, as taxas de sucesso da georreferenciação para a rede pública, por tipo de estabelecimento, foram as se- guintes: 92,0% nos jardins-de-infância; 94,0% nas escolas básicas; 95,1% nas escolas básicas e secundá- rias; 98,7% nas escolas secundárias; 93,8% nas escolas profissionais; e 100,0% nas escolas artísticas. Os dados foram retirados do sítio da Internet da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) (http://www.dgeec.mec.pt/). Para o ensino superior não existe uma listagem com todos os po- los universitários e politécnicos existentes em Portugal continental, pelo foi necessário pesquisar nos sí- tios da Internet de cada instituição de ensino e, no final, totalizaram-se 111 estabelecimentos (recolha a partir do sítio da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), em http://www.dges.mctes.pt/). Deste mo- do, não se consegue obter a percentagem de unidades corretamente georreferenciadas, mas admite-se que alguns deles possam não estar mapeados, sobretudo os de menor dimensão. Na saúde, a fonte da informação foi o Portal da Saúde (http://www.portaldasaude.pt/portal) para os cuidados primários, os cuidados hospitalares e os serviços convencionados. Considerando que estes dados tinham as coorde- nadas geográficas, todos eles foram corretamente georreferenciados. Já para os serviços continuados e integrados, os endereços foram consultados no sítio da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) (http://www.acss.min-saude.pt/), mapeando-se cerca de 98,1% dos estabelecimentos. Nos even- tos de vida, recorreu-se aos sítios da AT (www.portaldasfinancas.gov.pt/), do ISS (http://www4.seg- social.pt/), do IRN (http://www.irn.mj.pt/) e da Agência de Modernização Administrativa (AMA) (http://www.ama.pt/). Ao nível do sucesso da georreferenciação, obteve-se 100,0% para a AT, 96,3% para o ISS, 97,6% para as Conservatórias do Registo Automóvel, 99,7% para as Conservatórias do Registo Civil, 98,0% para as Conservatórias do Registo Comercial, 99,3% para as Conservatórias do Registo Pre- dial e 97,2% das Lojas do Cidadão. Na defesa e segurança, os endereços dos comandos e dos postos ter- ritoriais foram retirados nos sítios institucionais da GNR (http://www.gnr.pt/) e da PSP (http://www.psp.pt/), conseguindo-se, para ambos, 100% de êxito na georreferenciação. Por fim, na justiça, a informação de contactos dos contactos foi obtida junto do Ministério da Justiça (http://www.citius.mj.pt/Portal/MapaJustica.aspx), tendo sido corretamente georreferenciados 98,4% dos tribunais existentes antes da reforma do mapa judiciário e 98,7% depois da sua introdução. Note-se, contudo, que estes valores correspondem apenas a 7 (2012) e a 2 (2014) tribunais não georreferencia- dos, pelo que o elevado valor percentual que representam está associado com o elevado número de es- pecialidades que têm. Os Julgados de Paz foram identificados no seu sítio (http://www.conselhodosjulgadosdepaz.com.pt/) e todos foram devidamente mapeados.

12 Estes intervalos de tempo são também utilizados nalgumas questões, no inquérito realizado à popula- ção (vide Anexos, Figura H-1:402).

exprime a distância em minutos considerando a deslocação em automóvel, nos limites máximos de velocidade que lhe estão associados. Adicionalmente, estes resultados apenas analisam o estabelecimento mais próximo, ainda que possam existir casos em que ele não é, por opção do cidadão ou por imposição legal/administrativa, o utilizado pelos cidadãos. Para obter uma estimativa quantitativa da população servida por cada área de influência, por NUTS II e III, foi cruzada a shapefile das áreas de influência com a shapefile das secções estatísticas do INE (a qual tem informação respeitante à popu- lação total e por grupos etários, bem como das freguesias, dos municípios e das NUTS). Desta interceção de shapefiles foi estimada a população para cada intervalo de tempo. Para tal, numa primeira fase, realizou-se um rácio do valor da área original da subsec- ção estatística original e o valor da área após a interceção das duas shapefiles referi- das. Posteriormente, com base no valor obtido neste rácio (variável entre 0 e 1), foi multiplicado este valor pelo valor da população residente. A Figura A-3 ilustra este processo.

Fase 1 Fase 2 Fase3

COMPONENTE GEOGRÁFICA COMPONENTE GEOGRÁFICA COMPONENTE GEOGRÁFICA

TABELA DE ATRIBUTOS TABELA DE ATRIBUTOS TABELA DE ATRIBUTOS

Subseção estatística original, fornecida pelo INE. Foi calculada a sua área geográfica

Subseção estatística, após a interseção das duas shapefiles. Foi calculada a sua nova área geográfica. O rácio será feito com base na área calculada na Fase 1 e na Fase 2. No- te-se que os demais atributos (p.e., popula- ção residente) são iguais aos da Fase 1. É com base nestes atributos que se irá efetuar a multiplicação com o valor obtido no rácio.

Resultado final, com a população residente estimada (em função da área estimada).

Figura A-3 – Metodologia em ambiente SIG para a quantificação da população estimada por área de influência (esquematização simplificada).

Elaboração própria.

Já no que concerne à tipificação dos diferentes territórios – um dos objetivos desta investigação – a abordagem metodológica será descrita com pormenor no início

do Capítulo D, em virtude de haver uma maior necessidade de fundamentar com deta- lhe as várias opções tomadas. Durante a realização desta investigação esta metodolo- gia foi apresentada em alguns congressos científicos com peer review, tendo recebido críticas positivas (p.e., Tomé e Oliveira, 2012; Tomé, 2014a).

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