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O Caso de estudo suas principais conclusões e perspetiva de desenvolvimentos futuros

No documento Amelia Catarina Tavares Cosme (páginas 90-93)

4. CASO DE ESTUDO O MERCADO DE FEBRES 51

4.4. O Caso de estudo suas principais conclusões e perspetiva de desenvolvimentos futuros

Pode-se considerar que o Mercado de Febres passou por um período menos bom no que se refere às suas condições físicas, quer do edificado quer da evolvente apresentando, até 2010, uma estrutura algo decadente. No entanto, dadas as circunstâncias e tendo em conta a tradição e a cultura das gentes gandaresas, sempre manteve uma atividade animada, continuando a estrutura em causa a ser um polo de animação.

Nos dias de hoje, e após a reabilitação física do espaço e do meio envolvente entretanto operada, a que acresce o facto de sempre se ter constituído como polo de atração, e se atentarmos à opinião manifestada pela maioria dos utilizadores do espaço, sejam eles clientes ou comerciantes, constatamos que se trata de um verdadeiro exemplo de sucesso, tendo em conta a panorâmica atual que se faz sentir neste tipo de equipamentos, visto que se mantém a afluência de público e que a sua oferta ainda é alicerçada na diversificação de produtos e de serviços. No entanto, continua claramente a ser uma estrutura com vida que cada vez mais efetua, de forma eficaz, a sua função essencialmente no que diz respeito à sua vertente comercial, por ser desde logo um local escolhido para a aquisição de produtos, o qual é até visto de forma positiva pelo comércio local por trazer potenciais consumidores também para estes.

Também ao nível da oferta de produtos, soube acompanhar os tempos possibilitando a aquisição de produtos de agricultura biológica ou saudáveis.

Por outro lado, promove também a possibilidade de se adquirirem produtos para uma agricultura de subsistência, a qual vem ganhando cada vez mais adeptos, até pelo crescimento do desemprego, em Portugal e na região, podendo mesmo, o consumidor, ser informado de métodos para o desenvolvimento e sucesso da mesma.

Depois, ao nível dos aspetos funcionais, é de salientar que o horário de funcionamento a periodicidade e o dia de realização constituem cada vez mais a pedra de toque de sucesso do Mercado, aspetos que, desde logo, estiveram na sua génese mas que são, ainda hoje, diferenciadores. O domingo continua a ser o dia de descanso semanal e o facto de a região ter arreigadas tradições religiosas com missa dominical no dia e hora do mercado, permitindo que os consumidores utilizem os seus serviços sem nova deslocação a Febres, pois ao sair da missa e ver que o Mercado está ali fomenta a procura de algo que possa estar em falta.

Na área dos elementos físicos e logísticos, a modernização e reabilitação do espaço foi, e é, claramente, uma mais-valia, com especial relevância para as condições dos operadores, para a melhoria do espaço útil do Mercado para os utilizadores, para o reforço a qualidade e quantidade dos estacionamentos disponibilizados, bem como das instalações sanitárias e para criação de adequadas condições de acessibilidades.

Neste âmbito foi também fulcral a implementação da política ambiental dos 3R’s, “Reduzir, Reutilizar e Reciclar” e da possibilidade de uma correta limpeza e higienização dos espaços e

das áreas de venda.

Por último, mas de importância, quiçá primordial, o aspeto social, de convívio e de encontro é neste Mercado o fator mais relevante. Para os idosos, que quase não saem durante a semana, a ida ao Mercado é um acontecimento repetido e com uma vontade acrescida por permitir satisfazer as necessidades básicas da aquisição dos produtos, mas essencialmente para uma comunicação / socialização com outros.

Ao nível da administração e gestão haverá a necessidade de readaptar e atualizar o regulamento de organização e funcionamento do espaço.

Será também pertinente a programação da realização periódica de inquéritos de satisfação / avaliação das necessidades de operadores e utilizadores, assim como o levantamento das condições do espaço físico e do envolvente das instalações.

Considera-se também a possibilidade de rentabilização do espaço com a criação de eventos promocionais de produtos da região, sejam eles pontualmente, em dias de mercado, ou sob a

forma de outros eventos promocionais organizados, ou eventualmente criar a marca “Mercado

de Febres” dando também enfoque a dois pontos fortes de Febres: a Ourivesaria e os Licores Tradicionais, podendo-se até adotar decorações sazonais e / ou temáticas.

Depois, ao nível dos serviços complementares, seria útil a possibilidade de os serviços da Freguesia estarem em funcionamento no período do Mercado, não só para os feirantes em período de pagamento mas para todos os que necessitam de serviços da Freguesia, bem como a existência de rede aberta de wi-fi.

Seria também útil a existência de sinalização e informação, nomeadamente com indicação da localização das caixas de multibanco disponíveis e mais próximas, com a possibilidade de divulgação das atividades do Mercado e da Freguesia.

Ressalvar também que o Mercado, que desde sempre, e ainda hoje se continua a apresentar como um importante foco que, na sua vertente urbanística, congrega toda a malha urbana do centro de Febres e se constitui como sendo um importante instrumento centralizador e de dinamização de toda a Região da Gândara e, mais abrangentemente, como centro do triângulo Coimbra, Aveiro e Figueira da Foz, revelando-se como uma mais-valia para a evolução e dinamização do aglomerado, quer no seu cariz urbano quer no rural.

Por fim, da análise efetuada ressalvar que, para que o Mercado de Febres possa sempre continuar a ser um verdadeiro polo de animação e não cair em estrutura decadente, para além de todas as funções que lhe são atribuídas, principalmente as que foram evidenciadas e apontadas por todos os que fazem o Mercado como seus pontos fortes, há também que ter a noção da necessidade permanente de monitorização e eventual ponderação da aplicação dos aspetos a melhorar.

No documento Amelia Catarina Tavares Cosme (páginas 90-93)