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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4 CASO UNISINOS

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos foi criada em julho de 1969, e em 1983 foi reconhecida pela portaria Nº 453. Com o passar do tempo a UNISINOS foi se expandindo, tanto em território quanto na oferta de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu e

stricto sensu (UNISINOS, 2013).

No ano 2000 a universidade obteve a certificação ISO 14001 referente à gestão ambiental, sendo a primeira universidade da América Latina e quinta Universidade do mundo a receber a certificação. No ano de 2008 e 2009 obteve do Ministério da Educação e Cultura (MEC) o reconhecimento de melhor universidade particular da região Sul do País. Em 2010 foi a vez do Parque Tecnológico (TECNOSINOS) ser eleito o melhor do Brasil, contando com mais de 70 empresas nacionais e internacionais, evidenciando a estratégia de gestão exercida pela Universidade, vinculando a inovação à tecnologia (UNISINOS, 2013).

A UNISINOS possui campi em São Leopoldo, Porto Alegre, unidades em Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Rio Grande. Além de Polos EAD em Canoas, Curitiba, Florianópolis, Santa Maria, São Leopoldo e Porto Alegre (UNISINOS, 2013).

Atualmente, a Universidade possui mais de 60 cursos de graduação presenciais, e 11 cursos à distância. Conta com mais de 100 cursos de pós-graduação entre lato sensu, MBA, MBE, e Pós-MBA. Entre Mestrados acadêmicos e profissionais, oferecem mais de 20 opções e oferta 14 doutorados. A biblioteca UNISINOS é considerada uma das maiores da América Latina contendo um acervo com mais de 630 mil volumes (UNISINOS, 2013).

O complexo tecnológico UNITEC é a unidade de negócio do Vale do Rio dos Sinos que fomenta, planeja e executa a inovação tecnológica, integrando a universidade e empresas por meio do conhecimento e da pesquisa aplicada gerada na UNISINOS. O complexo atua na geração de uma cultura de empreendedorismo inovador com base no desenvolvimento sustentável (UNISINOS, 2013). Atualmente são mais de 20 patentes, desenhos industriais, novos cultivares e registros de softwares (INPI, 2013).

Em maio de 1998, iniciaram-se as obras de construção do Complexo Tecnológico UNITEC, na época chamada de Unidade de Desenvolvimento Tecnológico, que hoje abriga incubadora, instituto tecnológico e condomínio tecnológico, além de responder pela gestão executiva do TECNOSINOS. A inauguração ocorreu em 30 de junho de 1999, implementando definitivamente o Polo de Informática em São Leopoldo (UNISINOS, 2013).

Ao completar 10 anos, o arranjo tecnológico foi rebatizado para TECNOSINOS, o Parque Tecnológico de São Leopoldo, que abriga atualmente o Polo de Informática e o Complexo Tecnológico UNITEC, e abre caminho para novas especialidades além da Tecnologia da Informação e Automação e Engenharias: as áreas de Comunicação e Convergência Digital, Alimentos Funcionais, Nutracêutica, Tecnologias Socioambientais e Energia (UNISINOS, 2013).

No ano de 2010 o Parque Tecnológico São Leopoldo conquistou o Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador, na categoria de melhor Parque Tecnológico de 2010 (UNISINOS, 2013).

Na sequência a descrição da empresa denominada empresa A, e da tecnologia a qual o processo foi objeto de estudo desta dissertação.

3.4.1 Empresa A, parceira no desenvolvimento do produto

A empresa que foi fundada em 1902 na Inglaterra pertence a um grupo internacional que está distribuído em mais de 30 países. No Brasil opera em duas áreas de manufatura, Porto Alegre e Charqueadas, ambas no Estado do Rio Grande do Sul. Possui também um escritório de vendas em São Paulo no Estado de São Paulo (PILLMANN CHIARADIA, 2004).

Atualmente a empresa possui 1440 funcionários e 62 estagiários. Sua principal atividade é a produção de conjuntos e componentes de transmissões homocinéticas, atingindo 90% do mercado nacional nesta área, constituindo-se uma empresa do ramo metal-mecânico. Os negócios estão divididos em duas frentes: Aeroespacial e Automotiva (PILLMANN CHIARADIA, 2004).

A iniciativa da empresa é relacionada ao destino correto do Lodo de Fosfatização (LF) gerado a partir do tratamento de efluentes líquidos do processo de revestimento fosfático de aço da empresa. Este resíduo costumava ser destinado aos aterros industriais e após a pesquisa realizada em convênio com a universidade e outra empresa do ramo de olarias, o resíduo

passou a ser destinado à fabricação de blocos cerâmicos (DADOS DA ENTREVISTA, 2013).

3.4.2 Blocos cerâmicos com adição de lodo de fosfatização - A tecnologia estudada

A ideia de utilizar o resíduo do tratamento de efluentes líquidos, do processo de revestimento fosfático de aço, foi de uma empresa do ramo metal-mecânico, situada na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Esta solução auxilia na diminuição da poluição e degradação do meio ambiente (RECKZIEGEL et al.,2013).

A produção industrial dos blocos cerâmicos utiliza 2,5% de lodo fosfático - que passa a ser referenciado no texto como LF e é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido em três etapas: laboratorial, programa piloto industrial e por último a produção industrial (RECKZIEGEL et al.,2013).

Na etapa laboratorial foram testados blocos com adição de 2,5%, 5% e 7,5% de lodo fosfático no lugar do componente argila, e um deles referência, sem a adição de lodo. Os testes realizados foram físicos, mecânicos e de caracterização ambiental. Estes testes resultaram na comprovação de que a adição de até 5% de lodo no material cerâmico atende às exigências das normas e as condições experimentais também (RECKZIEGEL et al.,2013).

Para o teste piloto industrial foi realizado com a adição de 2,5% de LF a fim de manter a segurança do produto caso chegasse à fase de escala industrial. Esses testes comprovaram que os blocos com adição de lodo não ficaram comprometidos em suas propriedades físicas, nem mecânicas e nem ambientais. Após todas essas comprovações técnicas e ambientais ainda era necessária a liberação da licença operacional para a fabricação e produção em escala do produto (RECKZIEGEL et al.,2013).

Neste sentido no ano de 2008 houve a decisão, a partir das comprovações técnicas, mecânicas e ambientais enviadas à Secretaria de Meio Ambiente Municipal, que os blocos poderiam ser produzidos em escala industrial, com algumas exigências: o lodo fosfático deveria ser armazenado em contêiner estanque protegido das intempéries e os blocos deveriam ter identificação própria para que pudessem ser monitorados (RECKZIEGEL et al.,2013).

Com isso a olaria que iria produzir os blocos com adição de lodo precisaria atender a estas exigências, assim como a empresa que gera a matéria prima. Houve então um período de adaptações por parte das duas empresas, e da universidade para a criação da identificação própria (RECKZIEGEL et al.,2013).

os blocos produzidos com 2,5% de lodo fosfático. Juntamente com os blocos são enviados aos consumidores do produto uma ficha técnica contendo explicações sobre a produção do bloco (RECKZIEGEL et al.,2013).

O projeto foi desenvolvido com a participação da universidade, da empresa geradora da matéria prima e da empresa recicladora. Os resultados comprovam a utilização da reciclagem do lodo de fosfatização na construção civil. A partir disso, tanto a empresa geradora do lodo quanto a recicladora, diminuíram seus custos, uma na disponibilização do seu resíduo e a outra em matéria prima, gerando um co-produto capaz de contribuir para a preservação de recursos naturais não renováveis (RECKZIEGEL et al.,2013).

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