• Nenhum resultado encontrado

Casos de concordância nominal

No documento Língua Portuguesa: da oralidade à escrita (páginas 134-138)

Ex.: menina querida; meninas queridas; menino querido, meninos queridos. O adjetivo é a palavra da Língua Portuguesa que expressa qualidade, caracte-rística, modo de ser. Varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo), dependendo do nome a que se refere.

Numeral e substantivo 

Ex.: uma menina, duas meninas; um menino, dois meninos.

Numeral é a palavra que expressa quantidade. Varia em gênero (masculino e fe-minino), número (singular e plural) e pode acompanhar ou substituir o substantivo.

Pronome e substantivo 

Ex.: conheci a menina, conheci-a; conheci as meninas, conheci-as. Conheci o menino, conheci-o; Conheci os meninos, Conheci-os.

Pronome é a palavra que substitui um substantivo. Varia em gênero (mascu-lino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (eu, tu, ele, nós, vós e eles). Desempenha funções de substantivo e adjetivo.

Predicativo e sujeito 

Ex.: a menina é linda, as meninas são lindas; o menino é lindo, os meni-nos são lindos.

Predicativo é uma função gramatical. É o termo que aparece depois dos verbos de ligação (ser, estar, parecer, continuar, andar, ficar, permanecer etc.) e tem a função de qualificar o sujeito ou o objeto.

Casos de concordância nominal

Caso 1: o adjetivo concorda com o substantivo a que se refere em gênero 

e número.

Ex.: A estudiosa Maria ficou lendo em casa.

135 Concordância nominal

Caso 2: quando o adjetivo se referir a dois substantivos de gêneros dife-

rentes, e aparecer depois deles, haverá duas possibilidades de uso. O adjetivo vai para o masculino plural.



Ex.: As meninas e os meninos esforçados estudam na Escola Estadual Conhecimento.

O adjetivo pode concordar com o substantivo mais próximo.



Ex.: Os meninos e as meninas esforçadas estudam na Escola Estadual Conhecimento.

No entanto, na Língua Portuguesa, se optamos em concordar o adjetivo com o substantivo mais próximo, como fizemos no exemplo anterior, passamos a impressão ao ouvinte que estamos chamando de esforçadas somente as me-ninas. Embora esteja gramaticalmente se referindo aos dois sujeitos (meninos e meninas), não estamos acostumados a empregar a forma feminina em um substantivo masculino. Por isso, parece que estamos excluindo-o da caracteri-zação. É sempre aconselhável usarmos o masculino plural, pois assim evitamos problemas com o processo comunicativo. Porém, precisamos conhecer todas as possibilidades, pois há ocasiões em que se faz necessário ter esse conhecimento, como vestibulares e concursos.

Caso 3: o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo quando ele 

vier antes dos dois substantivos de gêneros diferentes a que se refere. Ex.: Esforçada menina e meninos estudam na Escola Estadual

Conheci-mento.

Quando o adjetivo vem antes dos substantivos a que se refere, não há outra opção, temos que concordar com o núcleo mais próximo, mesmo que o sentido, para o leitor, fique comprometido. Mais uma vez, no exemplo acima, parece que estamos nos referindo apenas à menina, quando na verdade o adjetivo se refere aos dois sujeitos.

Caso 4: quando tivermos dois adjetivos que se referem a um mesmo subs-

tantivo, haverá duas opções.

O substantivo fica no singular se o segundo adjetivo vier precedido de



um artigo.

Ex.: O estudo da concordância nominal e da verbal é importante para produção de textos.

136

Esse caso é bastante importante, uma vez que a maioria dos usuários não faz essa concordância. A presença do artigo mostra que, embora a palavra

concor-dância não esteja escrita, ela está implícita na frase, permitindo que o

substanti-vo expresso fique no singular.

O substantivo vai para o plural se o segundo adjetivo não vier

precedi-

do de artigo.

Ex.: O estudo das concordâncias nominal e verbal é importante para produção de textos.

Caso 5: o predicativo concorda com o sujeito em gênero e número. 

Ex.: Maria está furiosa. As meninas estão furiosas.

Caso 6: o predicativo vai para o masculino plural quando o sujeito for com-

posto de gêneros diferentes.

Ex.: As meninas e os meninos estão cansados.

Para os casos 5 e 6, o mais fácil é trocar os substantivos por pronomes e con-cordar o adjetivo com eles.

Ex.: Maria está furiosa. Ela está furiosa.

As meninas estão furiosas. Elas estão furiosas.

Caso 7: quando o sujeito for um pronome de tratamento, o predicativo 

concorda com o sexo da pessoa a quem nos dirigimos.

Ex.: Vossa Excelência está convidado (se a autoridade for um homem). Vossa Excelência está convidada (se a autoridade for uma mulher). Precisamos tomar cuidado com o pronome de tratamento porque se uma mulher receber um convite com determinantes no masculino, provavelmente ela não se importará, uma vez que a Língua Portuguesa usa a maioria deles no masculino. No entanto, se um homem receber um convite com determinantes no feminino com certeza ele não vai gostar. Esse comportamento faz parte da nossa cultura.

137 Concordância nominal

Caso 8: expressões formadas por

 ser + adjetivo apresentam duas

possibi-lidades:

O adjetivo da expressão concorda com o substantivo a que se refere se



este vier precedido de artigo.

Ex.: É proibida a entrada de pessoas estranhas.

A presença do artigo permite que haja concordância entre o adjetivo da ex-pressão e o substantivo que vem depois.

O adjetivo da expressão permanece no singular se o substantivo a que



se refere não vier acompanhado de artigo. Ex.: É proibido entrada de pessoas estranhas.

Caso 9: o pronome concorda em gênero e número com o substantivo a 

que se refere.

Ex.: Pegou o livro e leu-o.

Tendo em vista que o pronome é a palavra que substitui o nome, ele deve concordar com o substantivo substituído.

Caso 10: as palavras

 anexo e incluso concordam com o substantivo a que

se referem.

Ex.: Ao relatório, estão anexadas as fotos. À carta, está incluso o documento.

É preciso ter cuidado, pois a expressão em anexo não varia. Caso 11: as palavras

 mesmo, próprio, quite e obrigado concordam com o

substantivo a que se referem.

Ex.: Elas mesmas disseram que estavam quites. – Muito obrigada! – disse-me a própria menina.

Geralmente, a mulher brasileira diz muito obrigado quando vai agradecer. Porém, esse uso, no português-padrão, só pode ser feito pelos homens e as mu-lheres devem usar o feminino dessa palavra.

Caso 12: as palavras

 bastante, muito, pouco, meio, caro, barato variam

con-cordando com o substantivo a que se referem e não variam quando se referirem a adjetivo ou verbo.

Ex.: Esperamos muito amor na vida! (Amor é substantivo abstrato e não varia, portanto muito também não.

138

Esperamos muitas leituras na vida! (Leitura é substantivo concreto e va-ria, portanto muito pode flexionar em gênero e número)

Tu és bastante atenciosa. (A palavra bastante não pode ir para o plural porque se refere a atenciosa, que é um adjetivo)

Tu fazes bastantes exercícios. (Exercícios é substantivo concreto e varia, portanto bastante, que se refere a concreto, pode ir para o plural)

Maria estava um pouco triste. (Triste é adjetivo, portanto pouco não pode ir para o plural por se referir a esse adjetivo)

Poucas pessoas sabem ser felizes. (Pessoas é substantivo concreto,

por-tanto pouco pode flexionar em gênero e número)

Maria estava meio triste. (Triste é adjetivo, portanto meio, que se refere a triste, não pode ir para o plural)

Maria tomou meia garrafa de leite. (Garrafa é substantivo concreto, por-tanto meio, que se refere à garrafa, pode flexionar em gênero e número) Caso 13: a concordância de nomes compostos pode seguir a tabela elabo-

rada por Martins e Zilberknop (2004, p. 386).

No documento Língua Portuguesa: da oralidade à escrita (páginas 134-138)

Documentos relacionados