• Nenhum resultado encontrado

A reação de síntese de biodiesel ocorre apenas na presença de catalisador da reação, em que diversos sistemas catalíticos podem ser empregados (Marchetti et al., 2007). A rota tecnológica mais utilizada para a produção do biodiesel tem sido a catálise alcalina homogênea por apresentar maior rendimento de reação, porém neste método convencional a remoção destes catalisadores do produto final requer uma grande quantidade de água de lavagem, além disso, o emprego de hidróxido de sódio e potássio exige matéria prima de baixa acidez para evitar a formação de sabão. O catalisador ácido é mais lento, podendo levar à formação de subprodutos indesejáveis de difícil separação (Robles-Medina et al., 2009; Fukuda et al., 2001).

Enzimas lipolíticas (biocatalisadores) vêm sendo estudadas como uma opção de catalisador para aplicação na síntese de biodiesel, por serem estáveis às condições de reação

36

e serem favoráveis em termos ambientais e ainda exigirem condições brandas de reação (Lee et al., 2013). Além disso, as lipases são catalisadores que competem com ácidos e bases, por serem eficientemente aplicáveis em uma grande variedade de substratos para a síntese enzimática de biodiesel, inclusive material de baixa qualidade (alto teor de ácidos graxos livres), o que significa a possibilidade de utilização de óleos não comestíveis para o processo de produção do biodiesel (Brusamarelo et al., 2010). A principal vantagem do processo enzimático é que os ácidos graxos livres podem ser eficientemente transformados em biodiesel, e o glicerol recuperado com qualidade. Estas enzimas são capazes de catalisar reações de hidrólise, esterificação e transesterificação (Gog et al., 2012; Nielsen et al., 2008).

Lipases (triacilglicerol éster hidrolase, E C 3.1.1.3), abrangem um grupo de enzimas hidrolíticas que atuam tanto em meio aquoso (hidrólise de óleos e gorduras, com a liberação de ácidos graxos, diacilgliceróis, monoacilgliceróis e glicerol) como em meio orgânico (esterificação e transesterificação em meios com teor de água restrito). As lipases apresentam um mecanismo de atuação característico; seu sítio ativo é formado por uma tríade catalítica constituída pelos aminoácidos serina, ácido aspártico (ou glutâmico) e histidina, os quais também são encontrados em serina proteases. Entre as razões para o enorme potencial biotecnológico de lipases microbianas incluem-se o fato de elas serem estáveis em solventes orgânicos, não necessitarem de cofatores, possuírem uma grande especificidade de substrato e exibirem uma alta enantiosseletividade (Jaeger e Reetz, 1998). As lipases apresentam o fenômeno de atividade interfacial o que lhe confere poder catalítico em presença de interface lipídeo-água. A explicação para este comportamento é que as lipases apresentam uma tampa que cobre o seu centro catalítico, estrutura esta

37

presente na maioria das lipases, e quando em presença de interfaces esta tampa se abre modificando a configuração da lipase de fechada para aberta, deixando o sítio ativo acessível e expondo sua grande superfície hidrofóbica a qual facilita a união da lipase à interface (Jaeger e Reetz, 1998). Algumas características de enzimas naturais podem ser melhoradas através de modificações genéticas, dentre as quais o aumento no intervalo de temperatura de reação, estabilidade durante utilização industrial, por exemplo, devido à degradação natural das enzimas. Além disso, as reações de conversão catalisadas por lipases requerem fácil ligamento e desligamento da enzima nos sítios ativos dos substratos, sendo que a taxa de reação normalmente é controlada pela acessibilidade aos centros catalíticos. Baixas taxas de reação são geralmente observadas em processos catalisados por lipases. O aumento da velocidade de reação é, portanto, essencial para o sucesso de lipases industriais. A maioria das lipases naturais tem evoluído para atingir um tipo específico de substrato com comprimentos de cadeia definidos, ao passo que para os processos industriais a adaptabilidade a várias matérias primas com composições distintas é desejável. Para ser comercialmente competitiva, uma lipase natural tem de ser redesenhada para possuir características desejáveis em todos os aspectos mencionados (Moltalbán, 2012).

O alto custo das lipases e a taxa de reação relativamente lenta são os principais obstáculos para a produção enzimática de biodiesel frente aos processos químicos convencionais. A imobilização enzimática é empregada na maioria dos casos, pois facilita a separação e purificação do biodiesel após a transesterificação. Em solução, moléculas de enzimas solúveis comportam-se como qualquer outro soluto, sendo facilmente dispersas em solução e possuindo total liberdade de movimento. Imobilização enzimática é uma técnica especificamente desenvolvida para restringir fortemente a liberdade de movimento de uma

38

enzima, com retenção de sua atividade catalítica. Com isso, os biocatalisadores podem ser utilizados repetidamente em bioprocessos que utilizam diferentes configurações de reatores (bateladas, semicontínuos ou contínuos). Além de proporcionar maior estabilidade à enzima, a possibilidade de reutilização da enzima é essencial do ponto de vista econômico. A escolha de uma metodologia adequada de imobilização onde se obtenha um derivado imobilizado altamente estável, ativo e seletivo e que permita sua reutilização, é uma das principais chaves para a aplicação de enzimas a nível industrial (Robles-Medina et al., 2009).

Devido ao alto custo e baixa estabilidade das enzimas, para sua viabilidade para aplicação em processos industriais, é necessário algumas estratégias para aumentar sua estabilidade além de possibilitar sua reutilização. Neste sentido a imobilização da enzima em suportes sólidos é a alternativa para o emprego destes biocatalisadores industrialmente. Dentre os métodos de imobilização enzimática a técnica de adsorção é a mais simples e está baseada em uma interação por atração hidrofóbica, outra vantagem é que nesta técnica de imobilização a enzima fica adsorvida na sua conformação aberta, podendo-se obter derivados com atividades superiores (Mateo et al., 2007). Segundo a literatura as lipases são fortemente adsorvidas em interfaces hidrofóbicas, e por essa razão essas interações têm se tornado o método mais tradicional para imobilização de lipases e escolha de diferentes suportes (Liu et al., 2012).

A maioria das lipases produzidas por micro-organismos são extracelulares e produzidas por Mucor miehei, Rhizopus oryzae, Candida antarctica e Pseudomonas

cepacia. Muitas são purificadas e comercializadas na forma livre e imobilizada e destinadas

39

a reação de catálise enzimática para produção de biodiesel é principalmente influenciada pela temperatura, agitação, conteúdo de água e razão metanol/óleo, sendo estas as principais variáveis que devem ser estudadas durante a reação de síntese de biodiesel (Gog et al., 2012).

REFERÊNCIAS

Ageitos, J.M., Vallejo, J.A., Crespo, P.V., Villa, T.G., 2011. Oily yeasts as oleaginous cell factories. Applied Microbiology and Biotechnology, 90, 1219-1227.

Akoh, C.C., Chang, S.W., Lee, G.C., Shaw, J.F., 2007. Enzymatic Approach to Biodiesel Production. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 55, 8995-9005.

Albarelli, J.Q., Santos, D.T., Holanda, M.R., 2011. Energetic and economic evaluation of waste glycerol cogeneration in Brazil. Brazilian Journal of Chemical Engineering, 28, 691- 698.

ANP. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural E Biocombustíveis, http://www.anp.gov.br/, acessada em novembro de 2013.

Ayoub, M., Abdullah, A.Z., 2012. Critical review on the current scenario and significance of crude glycerol resulting from biodiesel industry towards more sustainable renewable energy industry. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 16, 2671-2686.

40

Beopoulos, A., Cescut, J., Haddouche, R., Uribelarrea, J.L., Molina-Jouve, C., Nicaud, J.M., 2009. Yarrowia lipolytica as a model for bio-oil production. Progress in Lipid Research, 48, 375-387.

Berrios, M., Gutiérrez, M.C., Martín, M.A., Martín, A., 2010. Obtaining biodiesel from spanish used frying oil: Issues in meeting the EN 14214 biodiesel standard. Biomass and Bioenergy, 34, 312-318.

Borschiver, S. Desafios da sustentabilidade. 2006. Revista Brasileira de Engenharia Química, 22, 24-25.

Boye, J.I., Arcand, Y., 2012. Green Technologies in Food Production and Processing, 496 Springer New York, ISBN 978-1-4614-1586-2.

Brunner, G., 2005. Supercritical fluids: technology and application to food processing. Journal of Food Engineering, 67, 21-33.

Brunner, G., 1994. Gas extraction: an introduction to fundamentals of supercritical fluids and the application to separation processes. Steinkopff; Springer. Darmstadt, New York.

Brusamarelo, C.Z., Rosset, E., Césaro, A., Treichel, H., Oliveira, D., Mazutti, M.A., Di Luccio, M., Oliveira, J.V., 2010. Kinetics of lipase-catalyzed synthesis of soybean fatty acid ethyl esters in pressurized propane. Journal of Biotechnology, 147, 108-115.

Callejón, M.J.J., Medina, A.R., Sánchez, M.D.M., Peña, E.H., Cerdán, L.E., Moreno, P.A.G., Grima, E.M., 2014. Extraction of saponifiable lipids from wet microalgal biomass for biodiesel production. Bioresource Technology, 169, 198-205.

41

Chang, Y.H., Chang, K.S., Hsu, C.L., Chuang, L.T., Chen, C.Y., Huang, F.Y., Jang, H.D., 2013. A comparative study on batch and fed-batch cultures of oleaginous yeast

Cryptococcus sp. in glucose-based media and corncob hydrolysate for microbial oil

production. Fuel, 105, 711-717.

Chemat, F., Grondin, I., Costes, P., Moutoussamy, L., Sing, A.S.C., Smadja, J., 2004. High power ultrasound effects on lipid oxidation of refined sunflower oil. Ultrasonics Sonochemistry, 11, 281-285.

Cheirsilp, B., Louhasakul, Y., 2013. Industrial wastes as a promising renewable source for production of microbial lipid and direct transesterification of the lipid into biodiesel. Bioresourse Technology, 142, 329-337.

Chisti, Y., Moo-Young, M., 1986. Disruption of microbial cells for intracellular products. Enzyme Microbiology and Technology, 8, 194-204.

Cho, S.C., Choi, W.Y., Oh, S.H., Lee, C.G., Seo, Y.C., Kim, J.S., Song, C.H.., Kim, G.V., Lee, S.Y., Kang, D.H., Lee, H.Y., 2012. Enhancement of lipid extraction from marine microalga, Scenedesmus associated with high-pressure homogenization process. Journal of Biomedicine and Biotechnology, 1-6.

Dey, P., Banerjee, J., Maiti, M.K., 2011. Comparative lipid profiling of two endophytic fungal isolates - Colletotrichum sp. and Alternaria sp. having potential utilities as biodiesel feedstock. Bioresource Technology, 102, 5815-5823.

42

Duarte, S.H., Ansolin, M., Maugeri, F., 2014. Cultivation of Candida sp. LEB-M3 in glycerol: Lipid accumulation and prediction of biodiesel quality parameters. Bioresource Technology, 161, 416-422.

Easterling, E.R., French, W.T., Hernandez, M.L., Licha, M., 2009. The effect of glycerol as a sole and secondary substrate on the growth and fatty acid composition of Rhodotorula

glutinis. Bioresource Technology, 100, 356-361.

Folkenin, E.K.F., 2008. Validação das análises físico químicas exigidas pela ANP para misturas de diesel-biodiesel. Dissertação de mestrado em Química de Materiais. Universidade Estadual de Ponta Grossa, 118.

Fukuda, H., Kondo, A., Noda, H., 2001. Biodiesel fuel production by transesterification of oils. Journal of Bioscience and Bioengineering, 92, 405-416.

Gerde, J.A., Montalbo-Lomboy, M., Yao, L., Grewell, D., Wanga, T., 2012. Evaluation of microalgae cell disruption by ultrasonic treatment. Bioresource Technology, 125, 175-181.

Gog, A., Roman, M., Toşa, M., Paizs, C., Irimie, F.D., 2012. Biodiesel production using enzymatic transesterification – Current state and perspectives. Renewable Energy, 39, 10- 16.

Gopinath, A., Puhan, S., Nagarajan, G., 2009. Theoretical modeling of iodine value and saponification value of biodiesel fuels from their fatty acid composition. Renewable Energy, 34, 1806-1811.

43

Halim, R., Rupasinghe, T.W.T., Tull, D.L., Webley, P.A., 2013. Mechanical cell disruption for lipid extraction from microalgal biomass. Bioresource Technology, 140, 53-63.

Harrison, S.T.L., 1991. Bacterial cell disruption: a key unit operation in the recovery of intracellular products. Biotechnology Advances, 9, 217-240.

Hegel, P.E., Camy, S., Destrac, P., Condoret, J.S., 2011. Influence of pretreatments for extraction of lipids from yeast by using supercritical carbon dioxide and ethanol as cosolvent. The Journal of Supercritical Fluids, 58, 68-78.

Hussain, J., Ruan, Z., Nascimento, I.A., Liu, Y., Liao, W., 2014. Lipid profiling and corresponding biodiesel quality of Mortierella isabellina using different drying and extraction methods. Bioresource Technology, 169, 768-772.

Karatay, S.E., Donmez, G., 2010. Improving the lipid accumulation properties of the yeast cells for biodiesel production using molasses. Bioresource Technology, 101, 7988-7990.

Kim, J., Yoo, G., Lee, H., Lim, J., Kim, K., Kim, C.W., Park, M.S., Yang, J.W., 2013. Methods of downstream processing for the production of biodiesel from microalgae. Biotechnology Advances, 31, 862-876, (a).

Kim, Y.H., Park, S., Kim, M.H., Choi, Y.K., Yang, Y.H., Kim, H.J., Kim, H., Kim, H.S., Song, K.G., Lee, S.H., 2013. Ultrasound-assisted extraction of lipids from Chlorella vulgaris using [Bmim][MeSO4]. Biomass and Bioenergy, 56, 99-103, (b).

Knothe, G., 2005. Dependence of biodiesel fuel properties on the structure of fatty acid alkyl esters. Fuel Processing Technology, 86, 1059-1070.

44

Jaeger, K.E., Reetz, M.T., 1998. Microbial lipases form versatile tools for biotechnology. Trends Biotechnology, 16, 396-403.

Lam, M.K., Lee, K.T., Mohamed, A.R., 2010. Homogeneous, heterogeneous and enzymatic catalysis for transesterification of high free fatty acid oil (waste cooking oil) to biodiesel: A review. Biotechnology Advances, 28, 500-518.

Lee, O.K., Kim, Y.H., Na, J.G., Oh, Y.K., Lee, E.Y., 2013. Highly efficient extraction and lipase-catalyzed transesterification of triglycerides from Chlorella sp. KR-1 for production of biodiesel. Bioresource Technology, 147, 240-245.

Leiva-Candia, D.E., Pinzi, S., Redel-Macías, M.D., Koutinas, A., Webbd, C., Dorado, M.P., 2014. The potential for agro-industrial waste utilization using oleaginous yeast for the production of biodiesel. Fuel, 123, 33-42.

Liang, M.H., Jiang, J.G., 2013. Advancing oleaginous microorganisms to produce lipid via metabolic engineering technology. Progress in Lipid Research, 52, 395-408.

Liu, C.H., Huang, C.C., Wang, Y.W., Lee, D.J., Chang, J.S, 2012. Biodiesel production by enzymatic transesterification catalyzed by Burkholderia lipase immobilized on hydrophobic magnetic particles. Applied Energy, 100, 41-46.

Marchetti, J.M., Miguel, V.U., Errazu, A.F., 2007. Possible methods for biodiesel production. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 11, 1300-1311.

45

Mateo, C., Palomo, J.M., Fernandez-Lorente, G., Guisan, J.M., Fernandez-Lafuente, R., 2007. Improvement of enzyme activity, stability and selectivity via immobilization techniques. Enzyme and Microbial technology, 40, 1451-1463.

Michelon, M., Borba, T.M., Rafael, R.S., Burkert, C., Burkert, J.M., 2012. Extraction of carotenoids from Phaffia rhodozyma: A comparison between different techniques of cell disruption. Food Science and Biotechnology, 21, 1-8.

Moltalbán, M.G., 2012. Caracterización, immovilización y aplicación em biocatálisis de la lipasa de Rhizopus oryzae expressada em Pichia pastoris.Tesis de doctorado, Universitat Autònoma de Barcelona 205 p.

Nielsen, P.M., Brask, J., Fjerbaek, L., 2008. Enzymatic biodiesel production: Technical and economical considerations. European Journal of Lipid Science and Technology, 110, 692- 700.

Olmstead, I., Kentish, S., Scales, P., Martín, G., 2013. Low solvent, low temperature method for extracting biodiesel lipids from concentrated microalgal biomass. Bioresourse Technology, 148, 615-619.

Pereyra-Irujo, G.A., Izquierdo, N.G., Covi, M., Nolasco, S.M., Quiroz, F., Aguirrezábal, L.A.N., 2009. Variability in sunflower oil quality for biodiesel production: A simulation study. Biomass and Bioenergy, 33, 459-468.

46

Poli, J.S., Silva, M.A.N., Siqueira, E.P, Pasa, V.M.D., Rosa, C.A., Valente, P., 2014. Microbial lipid produced by Yarrowia lipolytica QU21 using industrial waste: A potential feedstock for biodiesel production. Bioresource Technology, 161, 320-326.

Pratas, M.J., Freitas, S.V.D., Oliveira, M.B., Monteiro, S.C., Lima, A.S., Coutinho, J.A.P., 2011. Biodiesel Density: Experimental Measurements and Prediction Models. Energy Fuels, 25, 2333-2340.

Ramos, M.J., Fernández, C.M., Casas, A., Rodríguez, L., Pérez, Á., 2009. Influence of fatty acid composition of raw materials on biodiesel properties. Bioresource Technology, 100, 261-268.

Raimondi, S., Rossi, M., Leonardi, A., Bianchi, M.M., Rinaldi, T., Amaretti, A., 2014. Getting lipids from glycerol: new perspectives on biotechnological exploitation of Candida

freyschussii. Microbial Cell Factories, 83, 1-13.

Ratledge, C., Wynn, J.P., 2002. The biochemistry and molecular biology of lipid accumulation in oleaginous microorganisms. Advances in Applied Microbiology 51, 1-51.

Ratledge, C., 2005. Single Cell Oils, AOCS Press. Champaign.

Rivaldi, J.D., Sarrouh, B.F., Fiorilo, R., Silva, S.S., 2008. Glicerol de biodiesel - Estratégias biotecnológicas para o aproveitamento do glicerol gerado da produção de biodiesel. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, 37, 44-51.

47

Robles-Medina, A., González-Moreno, P.A., Esteban-Cerdán, L., Molina-Grima, E., 2009. Biocatalysis: Towards ever greener biodiesel production. Biotechnology Advances, 27, 398-408.

Ruan, Z., Zanotti, M., Wang, X., Ducey, C., Liu, Y., 2012. Evaluation of lipid accumulation from lignocellulosic sugars by Mortierella isabellina for biodiesel production. Bioresource Technology, 110, 198-205.

Saenge, C., Cheirsilp, B., Suksaroge, T.T., Bourtoom, T., 2011. Potential use of oleaginous red yeast Rhodotorula glutinis for the bioconversion of crude glycerol from biodiesel plant to lipids and carotenoids. Process Biochemistry, 46, 210-218.

Sandler, S.I., 2006. Chemical, biochemical and engineering thermodynamics. 4ª. Wiley Series, 495.

Sitepu, I.R., Sestric, R., Ignatia, L., Levin, D., German, J.B., Gillies, L.A., Almada, L.A.G., Boundy-Mills, K.L., 2013. Manipulation of culture conditions alters lipid content and fatty acid profiles of a wide variety of known and new oleaginous yeast species. Bioresource Technology, 144, 360-369.

Steritti, A., Rossi, R., Concas, A., Cao, G., 2014. A novel cell disruption technique to enhance lipid extraction from microalgae. Bioresource Technology, 164, 70-77.

Thompson, J.C., He, B., 2006. Characterization of crude glycerol from biodiesel production from multiple feedstocks. Applied Engineering in Agriculture, 22, 261-265.

48

Tran, D.T., Chen, C.L., Chang, J.S., 2013. Effect of solvents and oil content on direct transesterification of wet oil-bearing microalgal biomass of Chlorella vulgaris ESP-31 for biodiesel synthesis using immobilized lipase as the biocatalyst. Bioresource Technology, 135, 213-221.

Viswanathan, T., Mani, S., Das, K.C., Chinnasamy, S., Bhatnagar, A., Singh, R.K., Singh, M., 2012. Effect of cell rupturing methods on the drying characteristics and lipid compositions of microalgae. Bioresource Technology, 126, 131-136.

Walker, T., Cochran, H., Hulbert, G., 1999. Supercritical carbon dioxide extraction of lipids from Pythium irregulare. Journal of the American Oil Chemists Society, 76, 595-602.

Wahlen, B.D., Morgan, M.R., McCurdy, A.T., Willis, R.M., Morgan, M.D., Dye, D.J., Bugbee, B., Wood, B.D., Seefeldt, L.C., 2013. Biodiesel from Microalgae, Yeast, and Bacteria: Engine Performance and Exhaust Emissions. Energy & Fuels, 27, 220-228.

Wang, Z.X., Zhuge, J., Fang, H., Prior, B.A., 2001. Glycerol production by microbial fermentation: A review. Biotechnology Advances, 19, 201-223.

Xiao, A.F., Ni, H., Cai, H.N., Li, L.J., Su, W.J., Yang, Q.M., 2009. An improved process for cell disruption and astaxanthin extraction from Phaffia rhodozyma. World Journal of Microbiology and Biotechnology, 25, 2029-2034.

Xu, X., Kim, J.Y., Oh, Y.R., Park, J.M., 2014. Production of biodiesel from carbon sources of macroalgae, Laminaria japonica. Bioresource Technolgy, 169, 455-461.

49

Yen, H.W., Yang, Y.C., Yu, Y.H., 2012. Using crude glycerol and thin stillage for the production of microbial lipids through the cultivation of Rhodotorula glutinis. Journal of Bioscience and Bioengineering, 114, 453-456.

Yong, K.C., Ooi, T.L., Dzulkefly, K., Wan-Yunus, W.M.Z., Hazimah, A.H., 2001. Refining of crude glycerin recovered from glycerol residue by simple vacuum distillation. Journal of Oil Palm Research, 13, 39-44.

Zhang, X., Yan, S., Tyagi, R.D., Surampalli, R.Y., Valéro, J.R., 2014. Ultrasonication aided in-situ transesterification of microbial lipids to biodiesel. Bioresource Technology, 169, 175-180.

CAPÍTULO III

CULTIVATION OF Candida sp. LEB-M3 IN GLYCEROL: LIPID ACCUMULATION AND PREDICTION OF BIODIESEL QUALITY PARAMETERS

53

CULTIVATION OF Candida sp. LEB-M3 IN GLYCEROL: LIPID

ACCUMULATION AND PREDICTION OF BIODIESEL QUALITY

PARAMETERS

Susan Hartwig Duarte1, Marina Ansolin2 and Francisco Maugeri1

1

Laboratory of Bioprocess Engineering, Faculty of Food Engineering - UNICAMP, Campinas, Brazil.

2

Laboratory of Extraction, Applied Thermodynamics and Equilibrium - UNICAMP,

Campinas, Brazil.

ABSTRACT

The quality of biodiesel from lipids produced by the yeast Candida sp. LEB-M3 was predicted by the use of mathematical models for parameters that specify quality as a function of the fatty acid profile. The lipid production was studied according to the Experimental Design methodology, for different cultivation conditions for agitation and aeration. Lipidic compositions were affected by the cultivation conditions and the agitation presented a positive effect for the formation of monounsaturated fatty acids and negative effect for saturated fatty acids. Aeration had a positive effect on the formation of polyunsaturated fatty acids. According to the predictions by the mathematical models, the cetane number varied from 61-67, the oxidative stability from 11-17 hours, the iodine index from 55-75 gI2/100g, density from 852-868 Kg/m3. All cultivation conditions led to lipid compositions, whose predicted bioparameter values indicate that biodiesel from this lipid source should present current standard quality.

54

3.1 INTRODUCTION

Political policies incentivizing biodiesel consumption have resulted in increased production of this biofuel, which arose from the need to replace exhaustible fossil fuel energy sources (Ayoub and Abdullah, 2012). Biodiesel represents an environmentally safe alternative fuel and its main raw material is vegetable oil. However, the production of large quantities of vegetable oil requires large areas of arable land, increasing the competition for space with other food crops. In this context it is important to search for alternative sources of lipid materials for biodiesel production (Saenge et al., 2011; Marchetti et al., 2007).

Most microorganisms are able to synthesize fatty acids as precursors of essential cell components at high synthesis rates (Liu et al., 2013). Lipids produced by yeasts are potential alternative feedstock for biodiesel production. Oleaginous yeasts present the ability to accumulate more than 20% of their biomass into lipids formed mainly of triacylglycerols that have fatty acid compositions similar to those present in vegetable oils (Ratledge, 2005), and therefore can be used in the transesterification reaction to synthesizing a mixture of fatty acid methyl esters (FAMEs), commercially known as biodiesel.

The increased availability and reduced cost of crude glycerol, the main co-product of biodiesel, resulting from the growing production of this biofuel has attracted the attention of researchers. Several studies have focused on adding value to this co-product by using it as a substrate for microbial cultures in biotechnological processes (Kitcha and Cheirsilp, 2013; Duarte et al., 2013a, 2013b; Silva et al., 2009). Lipid accumulation by yeasts occurs in high concentrations of the carbon source, besides a certain amount of

55

nitrogen is required to maintain metabolic activity of the microorganism (Ratledge, 2005). Inexpensive and renewable sources of these compounds, such as some agro-industrial byproducts, are alternatives that may also provide other important nutrients for cultivation of microorganisms.

Among the parameters evaluated in the microbial production of lipids, it is important to consider not only the total quantity of lipids accumulated, but also the quality of the fatty acids synthesized during cultivation. In accordance with the microorganism species, carbon source, carbon/nitrogen ratio (C/N) and other cultivation conditions, variations in the type of fatty acids generated may occur, since these variables play an important role in lipid content and composition, which thus have an influence on the biodiesel produced (Dey et al., 2011; Easterling et al., 2009). The suitability of microorganism-based biodiesel for application as a fuel must follow certain requirements, as with traditional biodiesel, and must comply with the specifications of some parameters stipulated by current standards. These parameters may be influenced by the individual characteristics of fatty acid methyl esters (FAME), according to the structure of the constituent fatty acids. When the fatty acids have little or no unsaturation, for example C16:0, C18:0, C18:1, C18:2 and C18:3, they are suitable for the production of biodiesel; on the other hand, when rich in polyunsaturated fatty acids with four or more unsaturations, they become limiting due to their susceptibility to oxidation (Dey et al., 2011; Gopinath et

Documentos relacionados