• Nenhum resultado encontrado

Categorias Conceituais Fundamentais

A harmonia segundo Filho (2004) diz respeito à disposição formal, organizada em um todo ou entre as partes de um todo. Predominam os fatores de equilibro, de ordem e de regularidade visual presentes no objeto ou em sua composição, possibilitando uma leitura clara e simples. Conforme (FILHO, 2004, p.51), a harmonia é, em síntese, o resultado de uma perfeita articulação visual na integração e coerência formal das unidades ou partes daquilo que é apresentado, daquilo que é visto.

Figura 19: Taj Mahal – Harmonia

Fonte: Taj Mahal 2016

Acima, segundo Filho (2004) o conceito de harmonia se revela perfeitamente. Pode se observar os fatores de regularidade, boa continuidade, proximidade e semelhança, ordem e sobretudo de equilíbrio simétrico com distribuição equitativa de pesos visuais, valorizada pela articulação de suas linguagens formais, integradas e coerentes.

B) Harmonia Regularidade

Para se obter harmonia por regularidade segundo Filho (2004), precisa se basicamente favorecer a uniformidade de elementos no desenvolvimento de uma ordem tal, em que não se permitam irregularidades, desvios ou desalinhamentos e na qual, o objeto ou composição alcance um estado absolutamente nivelado em termos de equilíbrio visual.

Figura 25: Calculadora – Harmonia Regularidade

Fonte: Calculadora 2016

Neste exemplo acima, Segundo Filho (2004), a face da calculadora representa um alto índice de pregnancia visual. Sobretudo pela ordem imposta por meio de regularidade, do alinhamento dos seus elementos e pela coerência formal. A sua leitura e compreensão são fáceis e rápidas.

C) Desarmonia

A desarmonia é o oposto da harmonia. Segundo Filho (2004) é o resultado de uma desarticulação na integração das unidades do objeto, ou seja, daquilo que é visto.

Caracteriza se pela apresentação de desvios, desnivelamentos visuais e irregularidades, no objeto como um todo ou em partes deste.

Figura 21: Prédios Nova Iorque - Desarmonia

Fonte: Prédios Nova Iorque 2016

Acima um trecho da cidade de Nova Iorque, que observada deste ângulo, representa o conceito de desarmonia, sobretudo considerando os enormes volumes arquitetônicos inseridos no espaço ambiental. Nesta imagem são notáveis os padrões de irregularidade, desordens e desproporcionalidades visuais, em função de inúmeros contrastes como: diferenciações volumétricas, distintos estéticos formais, conflitos entre os fatores de verticalidade e

horizontalidade, de sobreposições e sentidos de profundidades. Temos ainda uma impressionante concentração de peso visual da imagem como um todo, num espaço aparentemente reduzido. Tudo isto concorre, entretanto, para a visão de algo extremamente dinâmico e instigante em percepções sensoriais.

D) Desarmonia desordem

A desarmonia por desordem visual, segundo Filho (2004), ocorre quando produz discordâncias entre suas unidades ou partes de um todo.

A desarmonia por desordem se caracteriza também pela ausência de relações ordenadas naquilo que é visto ou por incompatibilidades de linguagens formais, ou ainda, quando os desvios são bastante fortes para alterar o padrão ou estilo visual do objeto. (FILHO, 2004, p.55)

Figura 22: Skylab – Desarmonia Desordem

Fonte: Skylab 1, 2016

Segundo Filho (2004), nesta imagem acima, a desarmonia visual é produzida pelo fator de falta de assimetria, com equilíbrio irregular provocado pelo acentuado peso no lado esquerdo, e por uma certa sensação de estabilidade, principalmente, de suas unidades centrais que se apresentam desordenadas, fora de qualquer alinhamento e, ainda, com sobreposições desniveladas dos seus elementos. O desiquilíbrio, apesar de diminuir a pregnancia formal, concorre, no entanto, para tornar a imagem interessante e instigante sensorialmente.

E) Desarmonia irregularidade

Conforme Filho (2004), a desarmonia por irregularidade é o oposto de regularidade. Caracteriza se pela falta de ordem ou de nivelamento.

Este conceito pode ser usado como um fator estratégico, com o propósito de causar efeitos visuais inesperados ou incomuns do ponto de vista psicológico.

Figura 23: Parede - Desarmonia irregularidade

Fonte: parede com abertura 2016

Aqui, segundo Filho (2004) a desarmonia da imagem é evidente pelo fator de irregularidade, visível no contorno da abertura na parede, formado por linhas descontinuas e fragmentadas. O equilíbrio visual é passivo, porem contrabalançado por forte efeito plástico no centro da figura.

F) Equilíbrio:

O equilíbrio é o estado no qual as forças, agindo sobre um corpo, se compensam mutuamente. Ele é conseguido, na sua maneira mais simples, por meio de duas forças de igual resistência que puxam em direções opostas. Esta definição física é aplicável também ao equilíbrio visual. O sentido da visão experimenta equilíbrio quando as forças fisiológicas correspondentes no sistema nervoso se distribuem de tal modo que se compensam mutuamente. (FILHO, 2004, p.57)

Tanto físico como visual, o equilíbrio é o estado de distribuição pelo qual toda a ação chegou a uma pausa. Segundo Filho 2004, o todo assume o caráter de necessidade de ter todas as partes em uma composição equilibrada.

Figura 24: Íons - Equilíbrio

Fonte: Íons 2016

A figura acima, segundo Filho (2004) representa o conceito de equilíbrio absoluto. Para isto, concorre o fator de simetria axial, presente em todos os eixos, pela distribuição equitativa dos pesos visuais e pelas elipses gravitando em torno do ponto central, este que origina forte apelo de atração visual na imagem. A harmonia por sua vez é regular e bem ordenada.

G) Equilíbrio peso e direção

Conforme Filho (2004), Peso e direção influenciam sobre o equilíbrio.

Peso e direção são propriedades que exercem influência particular sobre o equilíbrio. O peso é sempre um efeito dinâmico. O peso sofre influência da localização. Uma “posição” forte no esquema estrutural pode sustentar mais peso do que uma localizada fora do centro ou afastada da verticais ou horizontais centrais. (Filho, 2004, p. 58)

Se colocarmos um objeto no centro, ele pode ser contrabalançado por outros dois objetos menores nas laterais, fora dele. A direção da forma segundo Filho (2004) pode ser equilibrada pelo movimento em direção a um centro de atração. Essas direções visuais tem uma forte definição associativa e é uma valiosa ferramenta, tanto para recursos projetais de objetos como para o arranjo de mensagens visuais.

Figura 25: Congresso Nacional – Equilíbrio peso e direção

Fonte: Congresso nacional 2016

Nesta imagem acima, segundo Filho (2004) o congresso nacional em Brasília, observada deste ponto de vista, apresenta uma ligeira descompensasão no seu equilíbrio visual, pendendo para o lado esquerdo. A razão é simples: nesta composição, existe um maior número de unidades desse lado, e inclusive, com uma maior massa visual no corpo dos dois edifícios verticais interligados. A harmonia do conjunto, no entanto, mantem se inalterada, sendo que os referidos edifícios ajudam a quebrar, de modo interessante, a monotonia da organização formal dos elementos horizontais, que representam o maior peso visual da imagem.

H) Equilíbrio Simetria

A simetria é segundo Filho (2004) um equilíbrio axial, que pode entre um ou mais eixos, tanto na vertical como na horizontal ou também na diagonal ou inclinada. Esta dá origem a formulações visuais iguais, estas que são idênticas tanto de um lado como do outro.

Figura 26: Pitágoras Africana – Equilíbrio Simetria

Neste exemplo acima de Equilíbrio Simetria, Segundo Filho (2004), podemos observar que o equilíbrio é absolutamente perfeito. A simetria está presente nos quatro eixos principais, sendo que todas as forças e pesos estão distribuídos homogeneamente.

I) Equilíbrio Assimetria

Conforme Filho (2004) a assimetria é a ausência da simetria, portanto, os lados não são iguais, nem mesmo semelhantes. Seu emprego para conseguir um equilíbrio visual é na maioria das vezes complicado.

Figura 27: Rosto Pintado –Equilíbrio Assimetria

Fonte: Rosto pintado com tinta branca 2016

A foto desta mulher, segundo Filho (2004) apresenta como novidade o fato de ser uma imagem simétrica e ao mesmo tempo, assimétrica, justamente pelo contraste de cor forte e acentuado num dos lados, o que confere a imagem um resultado formal interessante e instigante visualmente.

J) Desequilíbrio:

Segundo Filho (2004) é o oposto de equilíbrio, sendo a condição no qual as forças, agindo sobre um corpo, não conseguem equilibrar se mutuamente.

Esta alternativa pode ser utilizada como uma técnica compositiva para inquietar, provocar e surpreender a atenção do observador.

Figura 28: Torre de Pisa – Desequilíbrio

Fonte: Torre de Pisa (2016)

Neste exemplo acima, a famosa Torre de Pisa é um típico desiquilíbrio. A inclinação natural provoca evidente inquietação visual, pelo fato de sua instabilidade no eixo vertical.

K) Contraste

O contraste inicia no nível básico da visão por meio da ausência ou da presença da luz. Segundo Filho (2004) é a força que torna visível as estratégias da composição visual.

De todas as técnicas é a mais importante para o controle visual de uma mensagem, sendo também um processo de articulação visual e uma força para a criação de um todo. Em todas as artes, o contraste é uma poderosa ferramenta de expressão, utilizado para energizar o significado e para simplificar a comunicação. Ainda segundo Filho (2004):

O contraste, como estratégia visual para aguçar o significado, não só excita e atrai a atenção do observador, como também é capaz de dramatizar esse significado para fazê-lo mais importante e dinâmico. Por exemplo, ao se querer que uma coisa pareça claramente grande, pode se associar outra coisa pequena perto desta. Cada elemento visual oferece possibilidades múltiplas na produção de informação visual contrastada. Cada polaridade puramente conceitual pode associar se mediante elementos e técnicas visuais que são, por sua vez, associados ao seu significado. (FILHO, 2004, p 63)

O contraste pode ser usado com os elementos básicos: Cores, linhas, tonalidades, direções, mas, principalmente, com a proporção e escala. Essas forças são valiosas, destacando a importância crucial do contraste para o controle do significado e da organização visual do objeto.

Figura 29: Trem - Contraste

Fonte: Trem preto e branco 2016

Neste exemplo acima, segundo Filho (2004), o contraste se manifesta em tons e semitons, numa escala de gradientes de preto e branco.

L) Contraste Luz e Tom

Conforme Filho (2004) o contraste por luz e tom baseia se nas sucessivas oposições de claro e escuro. O efeito causado pela luz sobre os objetos cria a noção de volume, sendo com a presença ou ausência de cor. Entre claro e escuro existe uma enorme variação de tons.

Figura 30: Cão – Luz e Tom

Fonte: Cão Contraste Tonal 2016

Nesta imagem acima, segundo Filho (2004), a imagem como um todo sintetiza os conceitos expressos acerca de contraste tonal, variando de tons de branco até preto.

Segundo Filho (2004) as direções horizontais demonstram o mundo concreto de ação do homem, sendo um plano horizontal atravessado por um eixo vertical. A forma vertical se adapta ao eixo predominante do espaço, fazendo com que todos os elementos do padrão se observam na relação apropriada. Ele ainda cita:

Um objeto de certo tamanho, forma ou cor, visualmente terá mais peso quando colocado mais alto. Portanto, o equilíbrio na direção vertical não pode ser conseguido colocando se objetos iguais em diferentes alturas. Isto significa, por exemplo, que, se quisermos que duas metades sejam percebidas visualmente idênticas, devemos fazer a metade superior mais curta. (Filho, 2004, p. 66)

As formas horizontais nos transmitem a sensação de maior solidez e estabilidade sobre o plano em que se ajustam, enquanto as verticais transmitem a sensação de leveza e menos estabilidade, tendendo a se levantar do sol.

Figura 31: Cidade – Contraste Vertical e Horizontal

Fonte: Cidade em desenho 2016

Segundo Filho (2004) neste exemplo acima, esta configuração de cidade reúne e sintetiza estes dois conceitos. Apresenta uma mistura arquitetônica de construções formais horizontais e verticais, com algumas mais altas e outas baixas. Em termos gerais, está composição tende a ser mais alta, e de menor estabilidade de seus elementos contrastantes.

N) Contraste Movimento

O Movimento visual é deliberado como velocidade e direção. Está relacionado com o sistema nervoso, este que institui a sensação de mobilidade e rapidez. Estas sensações se dão em sequência, por meio de estimulações momentâneas, sendo que registra uma mudança estática.

Qualquer imagem que apresente os objetos por meio de qualidades perceptivas, como forma de cunha, direção obliqua, dará impressão de movimento.

Figura 32: Bailarinos – Contraste Movimento

Fonte: Bailarinos vetor 2016

Segundo Filho (2004), o casal de bailarinos dá a impressão de movimento, principalmente pela postura formal e pelo sentido de giro. O equilíbrio é estável pela condição simétrica de figuras opostas em cena.

O) Contraste Dinamismo:

É um movimento dinâmico, que consiste em um movimento mais exacerbado, seja mais forte ou veloz.

Podemos considerar como dinâmica, a composição visual que predomina as sensações de movimento e ritmos no objeto como um todo, ou até mesmo em partes dele. O movimento dinâmico reflete de maneira intensa, de mobilidade e de ação.

Figura 33: Sky na neve – Contraste Dinamismo

Fonte: Sky na neve 2016

Neste exemplo acima, segundo Filho 2004, o contrate das cores quentes na figura, frias na paisagem e a neve fragmentada conferem sutileza. A Harmonia é ordenada.

P) Contraste Ritmo

Conforme Filho (2004) o ritmo é um movimento caracterizado como um conjunto de sensações de movimento encadeados, ou também de conexões visuais ininterruptas, geralmente, uniformemente continuas ou sequencias, semelhantes ou alternadas.

Figura 34: Símbolo da reciclagem – Ritmo

Fonte: Filho, 2004, p69

Acima, o símbolo da reciclagem, o ritmo é dado pela sequência visual circular e ininterrupta de unidades iguais. As setas transmitem a sensação de continuo e uniforme movimento, com equilíbrio perfeito, as forças estão totalmente balanceadas.

Q) Contraste Proporção

As relações das medidas do contorno de um campo visual e as medidas das partes ocupadas por elementos nele dispostos podem ser arbitrárias a uma ordem matemática, geométrica ou intuitivamente.

Segundo Filho (2004) estes elementos devem ser combinados com um sentido de ordem e unificação, sendo que cada um deles seja parte componente de um todo. A proporção implica na comparação entre dois ou mais elementos.

Figura 35: Evolução do homem – Contraste Proporção

A representação da evolução do homem, demonstra bem o conceito de proporção. Podemos avaliar dimensionalmente o tamanho dos indivíduos e estabelecer a escala destas dimensões.

Documentos relacionados