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Capítulo 3 Políticas Públicas da Secretaria da Educação do Estado de

3.2 Sistema de Contratação de Professores

3.2.3 Categorias dos Contratados

Lei Complementar nº 1093/2009

A partir do advento da LC nº 1.093, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de 17/07/2009, os professores não concursados passaram a ser contratados por um ano pela SEE/SP.

Neste ano várias legislações foram publicadas para fundamentar legalmente as contratações, como por exemplo, o Decreto nº 54.682/2009, a Instrução Normativa UCRH 2/2009, a Resolução SE nº 68/2009, a Resolução SE nº 67/2009 e a Instrução Conjunta CEI/CENP/COGSP/DRHU, de 18/09/2009. Esta última dispôs sobre a atribuição de aulas e estabeleceu que a admissão de docentes deve ser por prazo certo e determinado, para não proporcionar vínculo empregatício para esses professores.

Está disposto nas legislações vigentes citadas que, para ser contratado, o professor deve possuir habilitação ou qualificação conforme a Indicação CEESP nº 53/2005, que estabelece as licenciaturas plenas que podem ministrar as disciplinas (Anexo 1). Além disso, deve ter boa conduta, estar em boa saúde física e mental, não ser portador de deficiência incompatível com o exercício da atividade a desempenhar, ter habilitação/qualificação prevista para a atividade que vai exercer e não acumular cargo ou função exceto nas condições previstas na Constituição Federal e na Estadual, às quais permitem acumulação, desde que seja professor.

Com o advento da Lei Complementar nº 1.277, em 22 de dezembro de 2015, que alterou a LC 1093, o professor contratado passará a trabalhar por três anos ininterruptos, porém, quando este prazo regular findar durante o ano letivo, o

mesmo poderá se estender até o final do calendário de cada unidade escolar, para não haver prejuízo pedagógico e garantir os duzentos dias letivos. Desta forma, um contrato de trabalho temporário docente poderá chegar a quase quatro anos de vínculo com a SEE/SP.

Ao término do prazo contratual o professor deverá aguardar 180 dias contados da data da extinção do contrato, para abertura de novo contrato. Exceção feita ao professor indígena, cujo interstício será de 30 dias.

Artigo 1º - Ficam acrescentados os §§ 1º e 2º ao artigo 6º da Lei Complementar nº 1.093, de 16 de julho de 2009, com a seguinte redação:

“Artigo 6º - ...

§ 1º - Para suprir atividade docente da rede de ensino público estadual, os docentes poderão celebrar novo contrato de trabalho, observada a existência de recursos financeiros, com fundamento nesta lei complementar, decorridos 180 (cento e oitenta) dias do término do contrato.

§ 2º - Quando o novo contrato de trabalho a que se refere o § 1º deste artigo tiver como contratados docentes indígenas, o prazo ali estabelecido corresponderá a 30 (trinta) dias.”.

Artigo 2º - Os §§ 1º e 2º do artigo 7º da Lei Complementar nº 1.093, de 16 de julho de 2009, alterada pela Lei Complementar nº 1.132, de 10 de fevereiro de 2011, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 7º - ...

§ 1º - A contratação para o exercício de função docente terá o prazo máximo de 3 (três) anos e poderá ser prorrogada até o último dia letivo do ano em que findar esse prazo. (SÃO PAULO, Lei Complementar nº 1.277, 2015)

A extinção do contrato poderá ser realizada de duas maneiras: durante a vigência ou ao término do mesmo.

Durante a vigência, conforme dispõe o artigo 8º da LC nº 1093/2009, a extinção poderá ocorrer por iniciativa do próprio contratado a qualquer momento, por descumprimento de obrigação legal ou contratual, por ter sido efetivado em concurso, por convocação para serviço militar obrigatório ou serviço civil

alternativo, por assunção de mandato eletivo que implique afastamento do serviço ou, ainda, por conveniência da Administração.

Poderá haver extinção também pela quantidade de faltas realizadas durante o período contratual. Na legislação anterior, o professor tinha direito há duas faltas abonadas, as quais não ensejam desconto salarial, e três justificadas que acarretam o referido desconto. Ambas estão limitadas a uma por mês. A alteração significativa do contrato de um para três anos, realizada pela Lei Complementar nº 1.277, de 22 de dezembro de 2015, ainda não obteve a adequação da quantidade de faltas pelos órgãos centrais.

Tanto a quantidade de faltas, que podem ser dadas sem caracterizar a extinção quanto o período de interstício de 180 dias, são desfavoráveis aos professores e aos processos de formação continuada da SEE/SP. A quebra no tempo pedagógico, que pode ocorrer inclusive durante o período letivo, poderá repercutir no andamento dos conteúdos, no vínculo do novo professor com a sala e até na impossibilidade das aulas, caso não haja outro professor que possa ser contratado para a disciplina, e na hipótese de que ocorra declínio da qualidade da educação que se deseja.

Continuando com o esmiuçar das categorias dos professores contratados por tempo determinado, esta se apresenta subdividida em: Categoria “O” e Categoria “V”.

3.2.3.1 CATEGORIA “O”

Professores contratados com aulas atribuídas

Os professores da SEE/SP são contratados pelo tempo estritamente necessário para atender às hipóteses previstas na LC nº 1093/2009:

Artigo 1º - A contratação por tempo determinado de que trata o inciso X do artigo 115 da Constituição Estadual, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, será formalizada mediante

contrato e nas seguintes hipóteses: I - urgência e inadiabilidade de atendimento de situação que possa comprometer ou ocasionar prejuízo à saúde ou à segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; II - necessidade de pessoal em área de prestação de serviços essenciais, em decorrência de: a) dispensa, demissão, exoneração, falecimento e aposentadoria; b) criação de novas unidades ou ampliação das já existentes; c) afastamentos que a lei considere como de efetivo exercício; d) licença para tratamento de saúde; III - necessidade justificada de execução de função eventual, transitória e determinada:

a) relativa à consecução de projetos de informatização; b) de natureza técnica nas áreas de pesquisa científica, tecnológica, educacional e cultural; c) de natureza técnica especializada, no âmbito de projetos implementados mediante contratos de financiamento externo e acordos de cooperação internacional, desenvolvidos sob a subordinação de órgão público estadual; IV - para suprir atividade docente da rede de ensino público estadual, que poderá ser feita nas hipóteses previstas no inciso II deste artigo e,

ainda, quando:

a) o número reduzido de aulas não justificar a criação de cargo correspondente;

b) houver saldo de aulas disponíveis, até o provimento do cargo correspondente;

c) ocorrer impedimento do responsável pela regência de classe ou

magistério das aulas.

Parágrafo único - Observado o disposto no artigo 5º desta lei complementar, a contratação somente será celebrada, nas hipóteses previstas nas alíneas "a" e "b" do inciso II deste artigo, se estiver em trâmite, conforme o caso, processo para a realização de concurso público ou para a criação de cargos. (SÃO PAULO, 2009)

O ideário da lei aponta para todos os serviços públicos, de todas as pastas governamentais, que necessitam de pessoas para substituir os funcionários efetivos. No caso da docência existe a peculiaridade de permissão da contratação temporária enquanto perdurar o fato. Tal permissivo é para os casos em que haja quantidade pequena de aulas, que não permita a formação de um novo cargo e/ou salas de aulas sem professor até a nova chamada de cargo ou, ainda, substituições aos impedimentos dos professores.

3.2.3.2 CATEGORIA “V”

Professores contratados sem aulas atribuídas – Eventuais

O professor eventual está sob as mesmas determinações das leis vigentes que a Categoria “O”, porém, administrativamente, terá seu contrato inserido no sistema de Gestão Dinâmica de Administração Escolar10 (GDAE), diferentemente dos professores estáveis, que ficam no sistema da SEE.

Este professor tem seu pagamento pela quantidade exata de aulas ministradas em sala. Não recebendo pelo sábado/domingo, férias ou 13º salário.