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Estrutura Instalações

Recursos materiais e equipamentos

Recursos humanos e habilitação profissional Processo

- Dimensão Técnica Inquéritos coproscópicos censitários Tratamento dos infectados

Controle do molusco vetor Educação em Saúde

Vigilância epidemiológica/Sistema de informação Indicadores de cobertura

- Dimensão Organizacional Políticas Municipais

e Política Medidas de saneamento

Delimitação epidemiológica

Quadro 3. Descrição das categorias de cálculo do GI (FUNASA, 1998).

3.6.1.1.1.1 Estrutura

Na avaliação da estrutura foram considerados aspectos referentes às instalações, aos recursos materiais e equipamentos e aos recursos humanos como o número, variedade e qualificação dos profissionais explicitados no modelo lógico, buscando responder se os recursos são suficientes para a realização das atividades do Programa de Controle da Esquistossomose.

 Instalações

Presença de uma estrutura física adequada à realização das atividades desempenhadas pela equipe do PCE, como a confecção e leitura das lâminas, laboratório, podendo esta ser utilizada em conjunto com o controle de endemias/zoonose.

 Recursos materiais e equipamentos

São todos os materiais necessários ao funcionamento adequado do programa. Incluem os Kits de diagnóstico do método Kato-Katz (KATZ; CHAVES; PELLEGRINO, 1972), microscópio, lâminas, recipientes para coleta do material a ser examinado, veículo, mapas e croquis, material para ações de malacologia (conchas, coletores e potes), computador e material educativo.

 Recursos Humanos e Habilitação profissional

São todos os profissionais responsáveis pelas atividades de prevenção e controle da esquistossomose devidamente capacitados para desenvolver suas respectivas funções. São estes:

a) Agente Comunitário de Endemias (ACE): profissionais que realizam a distribuição e o recolhimento dos potes coletores junto à comunidade.

b) Coordenador do PCE: responsável direto pela gerência do programa e organização do serviço.

c) Laboratorista: responsável pela leitura das lâminas.

d) Auxiliar de laboratório: responsável pela preparação de lâminas.

e) Equipe responsável pelas ações de vigilância e controle: serão compostas por uma equipe de profissionais que integram o PCE e que tenham recebido capacitação da GRS para realização destas atividades na comunidade.

3.6.1.1.1.2 Processo

Para avaliação do processo no modelo lógico levou-se em consideração duas dimensões. A primeira, denominada dimensão técnica dos serviços buscou identificar a adequação dos serviços ao proposto pelo PCE e o entendimento da proposta pela equipe. A segunda, denominada dimensão organizacional avaliou a cobertura do programa no município

e o apoio institucional, buscando responder se a organização administrativa favorece a continuidade e a globalidade da proposta (CONTANDRIOPOULOS et al., 1997).

Dimensão Técnica

 Inquéritos coproscópicos censitários

Verificou-se a ocorrência no intervalo de tempo máximo de 02 anos em todo o município, se há planejamento das ações antes de se dirigir ao campo, se há utilização de critérios epidemiológicos e ambientais para selecionar as áreas de atuação, se há cobertura de áreas urbanas e rurais, se trabalha com percentuais mínimos de perda e se, durante o processo de busca ativa, atingiu no mínimo 80% da população do município.

 Tratamento dos casos positivos

Abordou-se a maneira pela qual é realizado o tratamento dos casos positivos pelo PCE nos municípios investigados, seus responsáveis, bem como a dispensação do medicamento.

 Controle do molusco vetor

Verificou a realização da coleta periódica de caramujos e se realiza demarcação de estações de captura.

 Educação em saúde

Verificou-se a realização de ações educativas na comunidade, se há envolvimento da comunidade nas ações de controle e se há parceria com a ESF ou com escolas e igrejas.

 Vigilância epidemiológica

Verificou-se a existência de trabalho integrado entre a ESF e o PCE, se há controle das informações por parte dos responsáveis pelo Programa no município, se há registro dos casos provenientes da demanda passiva e se há investigação dos casos graves e óbitos.

 Indicadores de cobertura

Para avaliar o processo foi necessário identificar indicadores de cobertura referentes a determinadas atividades desenvolvidas pelo programa nos municípios no ano de 2010.

a) Percentual da população da área endêmica trabalhada por município/ano: esse indicador tem o objetivo de acompanhar as atividades de diagnóstico e tratamento desenvolvidas junto a

população, considerando um percentual de cobertura de pelo menos 80%, conforme preconizado. O cálculo da população trabalhada por ano foi feito somando-se todos os exames realizados pelo município no ano de 2010 e dividindo-se pela metade da população municipal, tendo em vista o tempo de dois anos para atingir toda a população.

b) Percentual de pacientes com diagnóstico positivo para esquistossomose no ano de 2010 registrado no município, ou seja, a positividade da doença na população trabalhada.

c) Percentual de amostras recolhidas: este indicador avalia o percentual de potes coletores com amostras recolhidos em relação aos que foram entregues aos moradores. Ele objetiva verificar a adesão da população ao programa e foi calculado considerando-se a média anual de coletores recolhidos e entregues:

d) Cobertura de tratamento: este indicador verifica o percentual médio de pessoas tratadas utilizando a fórmula abaixo.

% da população trabalhada = População trabalhada por ano x 100 população no ano considerado

% de casos positivos = _______Casos positivos x 100_________ população trabalhada no ano considerado

% de amostras clínicas recolhidas = Coletores recolhidos x 100_____

potes entregues no ano considerado

% cobertura de tratamento = _______ Tratados x 100_________ casos positivos no ano considerado

Dimensão Organizacional e Política

 Políticas Municipais

Verificou se o município possui estratégias ou ações específicas que potencializam as ações do PCE ou da ABS quanto à prevenção e controle da esquistossomose em sua área de abrangência.

 Medidas de saneamento

Verificou se o município, devido aos problemas gerados pela doença ou em caráter preventivo, já realizou alguma medida de saneamento visando o controle da esquistossomose como canalização de córregos, construção de banheiros, limpeza e remoção de vegetação em suas margens, aterro de coleções hídricas entre outros.

 Delimitação epidemiológica

Verificou se o município realizou inquéritos coproscópicos amostrais em áreas com positividade desconhecida com o objetivo de delimitar áreas de risco, detectar casos e outros fatores que contribuem para o estabelecimento da transmissão da doença;

Análise para determinação do Grau de Implantação (GI)

A avaliação do GI da estrutura e do processo dos Programas de Controle da Esquistossomose foi feita utilizando-se um sistema de escores adaptado de Felisberto e Vieira da Silva (2001) e Quinino (2009a). Para sua construção foi utilizada a técnica Delphi como opção de escolha para validar o instrumento de avaliação no âmbito do PCE, a partir do consenso entre os escores a serem atribuídos no GI. Esta técnica auxilia o planejamento em situações de carências de dados ou quando a finalidade é estimular a criação de novas idéias e tendências, geralmente de índole técnico-científica. A técnica Delphi tem sido definida como uma técnica de processo grupal que tem por finalidade obter, comparar e direcionar o julgamento de peritos para um consenso sobre um tópico particular, promovendo a convergência e o consenso de opiniões (SPÍNOLA, 1984).

A apreciação do quadro de escores foi realizada pelo próprio autor e por um grupo de seis pesquisadores especialistas nesta temática com, no mínimo, cinco anos de experiência em pesquisas, além de um gestor em saúde do PCE do Ministério da Saúde. Estes profissionais receberam, por meio de correio eletrônico, a proposta organizada em forma de matriz de categorias e subcategorias (QUADRO 4 e 5). As dimensões propostas foram definidas pelo autor, baseado nos estudos de Felisberto (2001) e Quinino (2009a), sendo que seus subitens

obrigatoriamente atingem o somatório de 100 (cem) pontos em todas as dimensões investigadas. O julgamento foi realizado atribuindo-se valores aos componentes do processo, e da estrutura de acordo com a proposta de avaliação normativa. De posse das respostas foi feita a média aritmética dos valores de cada item da matriz.

O grau de implantação do PCE é um indicador sintético que foi definido a partir das suas dimensões relacionando os resultados encontrados com os preconizados pela normatização oficial do programa (QUININO, 2009a). Após definição dos valores atribuídos pelo grupo de pesquisadores foi estabelecido o peso em cada um dos casos. Quanto maior a sua importância, maior o peso e vice versa. As matrizes foram compostas por vinte e oito (28) itens avaliados na dimensão estrutura (QUADRO 4) e vinte (20) itens se referindo a dimensão processo (QUADRO 5).

No item estrutura, foram utilizados os componentes que abordaram questões relacionadas aos recursos humanos e suas habilitações profissionais e aos recursos materiais necessários para a realização das atividades.

CATEGORIA (DIMENSÃO)

SUBCATEGORIA (COMPONENTE)

SUB-COMPONENTES/ PADRÃO PONT.

MÁXIMA

ESTRUTURA Equipe de trabalho do PCE

Coordenador do PCE 5

Equipe responsável pelas ações de vigilância da esquistossomose 5

ACE (distribuidor/recolhedor) 4 Laboratorista 4 Auxiliar de laboratório 3 TOTAL EQUIPE 21,0 Habilitação profissional

Laboratorista treinado sobre ações de vigilância e controle da esquistossomose 4 ACE (distribuidor/recolhedor) treinados sobre ações de vigilância e controle da

esquistossomose 3

Auxiliar de laboratório treinado sobre ações de vigilância e controle da

esquistossomose 3

Laboratorista treinado sobre ações de controle do caramujo 2 Auxiliar de laboratório treinado sobre ações de controle do caramujo 2 ACE (distribuidor/recolhedor) treinados sobre ações de controle do caramujo 3 Equipe médica da APS treinada/sensibilizada sobre ações de vigilância e controle

da esquistossomose 4

Equipe de enfermagem da APS treinada/sensibilizada sobre ações de vigilância e

controle da esquistossomose 4

Equipe de ACS da APS treinada/sensibilizada sobre ações de vigilância e controle

da esquistossomose 4 TOTAL HABILITAÇÃO 28,0