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Cenário 2: Cenário otimista Concretizam-se todos os projetos esperados

Capítulo 6 – Efeitos da implementação do Terminal e de outros cenários

6.3 Cenário 2: Cenário otimista Concretizam-se todos os projetos esperados

Um dos projetos mais desejados a implementar na cidade do Barreiro, é a construção da Terceira

Travessia do Tejo a amarrar no Barreiro. A existência de uma ligação direta a Lisboa, ajudaria a

cidade a ter mais valor, a estar posicionada dento da capital, e quem sabe até um dia transformar- se numa nova centralidade. Isto porque, a ideia concebida do Barreiro se localizar no centro da AML (Área metropolitana de Lisboa), no fundo, acaba por ser só no mapa, uma vez que, na realidade o trânsito circula todo ao seu redor, transformando a cidade num local descentrado. Sendo que, o Plano de Urbanização do Território da Quimiparque e Área Envolvente, se articula inteiramente com o projeto da Terceira Travessia do Tejo, a possibilidade de este começar a ganhar forma é quase certa, porque o PU faz o ajuste com as atividades complementares previstas para a ponte. Este plano com cerca de 500 ha de área, a ser concretizado, irá gerar transformações estruturais de tal ordem na cidade, capaz de originar um novo espaço urbano consolidado. Seja através do aproveitamento económico previsto para a frente ribeirinha multifuncional, vocacionado para recreio e lazer, e valorização das funções portuárias, logísticas e industriais. Ou mesmo através de uma estrutura ecológica mais ordenada, com características ambientais, equipamentos e infraestruturas que privilegiem a paisagem, (áreas verdes, de mobilidade pedonal, de lazer e de desporto, a possibilidade de desafetação do ramal ferroviário, que divide a cidade ao meio, etc).

No contexto de atividades económicas com vocações portuárias e logísticas, vem ao encontro, o

Terminal de Multiusos do Barreiro, que tem tudo para se tornar num catalisador importante de

investimentos e pessoas. O desenvolvimento do Terminal do Barreiro contribuirá para a consolidação do sistema portuário da AML, para aumentar a movimentação de carga contentorizada e a competitividade do Porto de Lisboa. O Barreiro, passaria a ter outra visibilidade e dimensão à escala mundial, dado que, ganharia um enorme destaque ao nível das exportações, contribuindo assim, para o desenvolvimento de toda cidade e região. De ter em conta que, este projeto trata-se de uma grande oportunidade de olhar para uma área de solos vacantes e altamente contaminados e aplicar-lhe uma utilização.

A concretizarem-se as ligações Barreiro-Seixal e Barreiro-Montijo, vai-se de encontro ao desejo de estruturar um percurso ao longo do Arco Ribeirinho do Sul69. Na Margem Sul, os territórios

69 Projeto Arco Ribeirinho Sul ou Lisbon South Bay: Este plano foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2009, de 7 de agosto, com posterior Declaração de Retificação n.º 61/2009, de 18 de agosto, (Administração do Porto de Lisboa, 2016, p. 497).

123 funcionam de maneira descontinua, cada município trabalha de forma bastante independente, sem serem praticadas grandes relações de complementaridade. A existência de infraestruturas repetidas quebra essa articulação, fazendo com que compitam entre si de forma agressiva, (ao contrário de Lisboa, por exemplo, que é um terreno contínuo e constituído de infraestruturas que comunicam entre si). Se esta conexão acontecesse no Arco Ribeirinho, seria fundamental para estimular a articulação da Margem Sul de uma forma mais eficiente.

Para o traçado atual, qualquer uma das passagens se traduz numa solução rápida, e de fácil acesso. No caso da travessia ao Montijo, a redução da distância nas ligações entre o Barreiro, Montijo e Alcochete, e Lisboa, iria ser notória, sendo encurtada em cerca 15 km o seu percurso. Esta solução poderia ajudar a desviar o trânsito da 25 de Abril ao facilitar a ligação à ponte Vasco da Gama, atualmente ainda subaproveitada, (Talixa, 2012).

Tratam-se, de novos acessos, que além de fortalecerem a proximidade rodoviária, também permitirão que se estabeleçam novos interesses nas relações entre as cidades, de maneira a que ambas tirem o melhor partido.

Servem-se de exemplos, de consequências positivas, as novas oportunidades de emprego, as oportunidades para novos investimentos, complementos de negócios, novos estímulos para o aumento de fluxos pendulares, maior proximidade social, tanto em perspetiva profissional, municipal, de lazer, recreio ou familiar, como também, contribuirá para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos que já vivem numa cidade e trabalham noutra, ou vice-versa. A promoção da ampliação do espaço de cidade, permite que se fortaleçam os mútuos interesses, e que as populações consigam tirar o maior benefício de todas elas, criando mais movimento e dinamismo nos espaços urbanos.

Neste contexto, pode considerar-se também de elevada importância, a expansão do Transporte

Metro Sul do Tejo. Sendo uma medida de transporte intermunicipal, pode alavancar muito a

utilização definitiva no transporte público em toda a área metropolitana e no Barreiro inclusive. Trata-se de elemento de ligação que não existe atualmente e que seria um avanço estrutural para os concelhos ribeirinhos sul do tejo.

A estratégia de intervenção do Projeto do Arco Ribeirinho Sul/ Lisbon South Bay, tem como ponto de partida o conceito de “uma grande metrópole de duas margens”, centrada no Tejo, é um projeto promovido pela Baía do Tejo, e visa requalificar e reconverter urbanisticamente as três antigas instalações industriais da Margem Sul, mais concretamente a Quimiparque, no Barreiro, a Margueira, em Almada, e a Siderurgia, no Seixal,(Câmara Municipal do Seixal, 2016, p. 1).

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A possível transformação da base aérea do Montijo no Aeroporto secundário de Lisboa (o designado Aeroporto do Montijo), seria igualmente uma grande alavanca ao desenvolvimento do Barreiro, uma vez que, por norma, os serviços de suporte ligados a um aeroporto instalam-se junto às suas infraestruturas, e acabam também, por desenvolver as suas imediações.

A dinâmica do Aeroporto poderia ajudar a promover a valorização do território da cidade do Barreiro, e dos potenciais espaços desocupados ou em reconversão, e a acolher um conjunto vasto de funções e atividades relacionadas com as dinâmicas trazidas pelo novo aeroporto, como por exemplo, para fins logísticos e de apoio, (Projeto do Arco Ribeirinho Sul, 2009, p. 3, para. 1). Por outro lado, o Barreiro vai ser uma das zonas mais afetadas em termos ambientais pela construção do aeroporto no Montijo. Serão manifestados problemas de ruído e de qualidade do ar, como também alguma insegurança pelo risco de queda de aviões.

Uma das funções que a Baía do Tejo S.A. já tem a seu cargo, é a estratégia de divulgação e promoção dos territórios dos seus Parques Empresariais. Havendo um aumento de clientes interessados, por meio da instalação de qualquer um destes projetos, a empresa vai ter mais meios para recuperar os seus imóveis e reabilitar os espaços urbanos envolventes. Desta forma, irá conseguir valorizar a indústria já instalada, captar investimento para novas áreas e atividades económicas. Irá reforçar a sua cadeia de valor, fixar empresas mais competitivas e inovadoras, como também reconverter e qualificar urbanística e ambientalmente, estas grandes áreas industriais obsoletas, ou parcialmente degradadas.

A ligação ferroviária Sines/Setúbal/Lisboa – Elvas/Caia, é um projeto que já está em processo desde 2018, e vai influenciar e melhorar o movimento ferroviário do Barreiro. Sendo Espanha um dos maiores parceiros comerciais de Portugal, a concretização deste projeto é fundamental para a conectividade entre os dois países. Será fundamental não só no sentido de facilitar a mobilidade de pessoas, mas também de mercadorias, a efetuar através do Terminal de contentores a instalar no Barreiro.

125 Figura 52. Projetos do cenário 2 intercalados

Elaboração própria.

A concretização de todos os projetos seria extremamente positiva a nível local, regional e até nacional. Com todas as infraestruturas a funcionar, as externalidades positivas geradas poderão fazer-se sentir a larga escala. Sendo que, colocaria o Barreiro num patamar “estratosférico”, dotado de ótimas qualidades de atratividade, flexibilidade e visibilidade.

Assim nascerá um complemento único de valorização na cidade, um destino marcante de grande proximidade, entre o Arco Ribeirinho Sul, o Tejo e Lisboa. Uma cidade ideal para habitar e trabalhar, correspondida de espaços de lazer, turismo, cultura, e uma paisagem com uma panorâmica singular, que será transformada numa cidade de duas margens, ao nível de uma grande metrópole de dimensão europeia.

Os novos moldes de utilização do espaço da cidade constituirão os ingredientes certos para revigorar uma cidade. Ao contribuírem para promover novos interesses laborais e uma dinâmica positiva com o setor do imobiliário, irão reforçar o crescimento e qualificação das empresas e do emprego, assim como ajudar a fixar população jovem e atrair novos residentes.

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